24 de nov. de 2009

Simon lança Requião à Presidência

congressoemfoco | Rudolfo Lago

Tática, na verdade, é embolar o jogo. Discussão sobre candidatura do governador do Paraná dificulta fechamento do apoio do PMDB a Dilma Roussef

Em 1998, o papel coube ao próprio senador Pedro Simon. Em um ginásio de esportes em Joinville, Santa Catarina, ele foi lançado candidato à Presidência da República pelo PMDB. Alguns meses depois, boa parte dos mesmos nomes que apoiavam a candidatura de Simon estavam firmes na campanha presidencial de Fernando Henrique Cardoso. A candidatura Simon, porém, produzia seus efeitos: rachado, o partido não conseguiu oficializar na convenção seu apoio a Fernando Henrique. Na verdade, não foi capaz de ter unidade para apoiar quem quer que fosse. Nem para lançar Simon ou outro nome como candidato próprio. Dividido, passou em branco: não apoiou ninguém na eleição presidencial.

No sábado, 21 de novembro, em Curitiba, a cena do ginásio de esportes em Joinville repetiu-se em Curitiba. O protagonista, no entanto, agora era o governador do Paraná, Roberto Requião. Por iniciativa de Simon, com a presença de representantes de 15 diretórios regionais, Requião foi lançado candidato próprio do PMDB à Presidência em 2010, na sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Os presentes simplesmente ignoraram que a cúpula do partido assinara, há alguns meses, um termo de compromisso em apoio à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, do PT.

O que significa o ato promovido no sábado em Curitiba? Pode significar nada. Pode significar muita coisa. No mínimo, ele demonstra a resistência de Simon em apoiar Dilma. E Simon tem força no diretório do Rio Grande do Sul, um dos principais do PMDB. No mínimo, fará com que Requião balance ou venda bem caro seu apoio a Dilma. Ao final do encontro, ele aceitou a pré-candidatura. E a presença de representantes de 15 diretórios regionais demonstra a disposição de mais gente em também criar dificuldades. Entre eles, o líder de mais um diretório importante peemedebista: o governador de Santa Catarina, Luís Henrique da Silveira. Ou seja: Dilma, para ter o PMDB inteiro a seu lado, ainda tem um longo caminho a percorrer.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada no Encontro Nacional do PMDB, em Curitiba:

Moção de apoio ao lançamento da candidatura própria de Requião Presidente

Peemedebistas de 15 diretórios regionais, governadores, senadores, deputados, prefeitos, entre outras lideranças, reunidos neste sábado (21 de novembro) em Curitiba, decidem que o PMDB deve ter candidato próprio a Presidência da República e que esse nome é o do governador do Paraná, Roberto Requião.

Por isso, conclamamos a direção nacional do PMDB a promover um amplo debate em cada estado sobre o programa de governo, e ouvindo a sociedade civil para a construção de uma proposta de desenvolvimento nacional que privilegia a produção e o trabalho frente aos interesses do capital financeiro.

Curitiba, 21 de novembro de 2009.

http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=30736

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