20 de fev. de 2010

Mandato cassado: Kassab e vice-prefeita têm mandato cassado em 1ª instância

iG São Paulo

A Justiça Eleitoral de São Paulo cassou o mandato do prefeito Gilberto Kassab (DEM) e sua vice, Alda Marco Antonio (PMDB), por suposto recebimento de doação ilegal durante a campanha de 2008.

A decisão, do juiz da 1ª Zona Eleitoral Aloísio Sérgio Resende Silveira, será publicada no início da semana.

A sentença, em primeira instância, não tem efeito imediato. Sendo assim, o prefeito e sua vice poderão recorrer sem deixar seus cargos.

Entretanto, se for mantida nas instancias superiores, a decisão torna Kassab e Alda Marco Antonio inelegíveis por três anos.

A informação foi adiantada pelo Jornal da Tarde.

O juiz eleitoral entendeu que eram ilegais as doações feitas pela Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e empreiteiras acionistas de serviços públicos da prefeitura paulistana durante a campanha à Prefeitura. A Justiça considerou que a coligação pela qual Kassab foi eleito, em 2008, recebeu R$ 10 milhões de forma ilegal.

O valor representa mais de 20% do total arrecadado pela coligação, o que caracterizaria abuso de poder econômico.

De acordo com o Ministério Público Eleitoral (MPE), a AIB serve de fachada do Sindicato da Habitação (Secovi) – por lei, entidades sindicais não podem fazer doações eleitorais.

Pelo mesmo motivo, a Justiça já condenou à perda do cargo, no ano passado, 16 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, que também receberam doações consideradas ilegais.

Os processos movidos pelo Ministério Público Eleitoral relativos à campanha de Kassab e outros candidatos da eleição de 2008 já estão julgados.

A reportagem não conseguiu contato na noite deste sábado com a assessoria do prefeito Gilberto Kassab.

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/02/20/kassab+e+vice+prefeita+tem+mandato+cassado+em+1+instancia+9403767.html

Ibope: Serra lidera em todos os cenários à Presidência

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lidera todos os cenários da corrida à Presidência, indica pesquisa Ibope/Diário do Comércio divulgada nesta semana. De acordo com a sondagem, encomendada pela Associação Comercial de São Paulo, os resultados do tucano, no primeiro turno, variam de 36% a 41% das intenções de voto.

No principal cenário, o tucano tem 36% e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, 25%. A pesquisa, feita entre os dias 6 e 9, com 2.002 entrevistados, mostra que os candidatos seguem estáveis em relação aos dados de dezembro, com exceção da petista, que cresceu oito pontos. Serra oscilou dois pontos para baixo.

Em terceiro lugar, nessa lista, aparece o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), com 11% (em dezembro, eram 13%), seguido da senadora Marina Silva (PV-AC), com 8% (antes, 6%). Votariam em branco ou anulariam o voto 11% e 9% se disseram indecisos ou não responderam. A margem de erro é de dois pontos.

O melhor desempenho de Serra, quando abre 13 pontos de distância em relação a Dilma, é no cenário sem Ciro. Nesse quadro, o tucano aparece com 41% e a petista, com 28%. Marina, em terceiro, teria 10%. Em branco ou nulo somaram 12% e os últimos 9% não souberam ou não quiseram responder.

Para a diretora-executiva de atendimento e planejamento do Ibope, Márcia Cavallari, "os cenários estimulados pela pesquisa mostram que, com a saída de Ciro da disputa, aumenta a probabilidade de a eleição acabar no primeiro turno".

Lula em alta

De acordo com o Ibope, tanto a avaliação do governo quanto a do presidente Lula seguem em alta.

O governo foi considerado ótimo ou bom por 76% dos entrevistados. Para 19%, é regular e outros 5% responderam ruim ou péssimo. O modo de governar de Lula foi aprovado por 84% e rejeitado por 13%.

Para 34% das pessoas ouvidas, o próximo presidente deveria dar "total continuidade ao governo atual". Outros 64% apoiam algum tipo de alteração - 29% querem pouca mudança, 25% querem ver mantidos só alguns programas e 10% esperam mudança total. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ibope-serra-lidera-em-todos-os-cenarios-a-presidencia,513806,0.htm

Governo de Dilma: PT radicaliza programa

AE - Agencia Estado

BRASÍLIA - O PT decidiu radicalizar o programa de governo da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que será aclamada hoje como candidata do partido à sucessão do presidente Lula com um discurso contundente de herança governista. A guinada à esquerda foi reforçada ontem, quando o 4º Congresso Nacional do partido aprovou emendas às diretrizes do programa de governo de Dilma. As mudanças pregam o combate ao monopólio dos meios de comunicação, cobrança de impostos sobre grandes fortunas, apoio incondicional ao polêmico Plano Nacional de Direitos Humanos e jornada de trabalho de 40 horas semanais sem redução do salário.

Na tentativa de se aproximar do Movimento dos Sem-Terra (MST), o plenário petista também deu sinal verde para encaixar na plataforma da campanha de Dilma a atualização dos índices de produtividade para efeito de reforma agrária. Intitulado A Grande Transformação, o documento manteve o mote do projeto nacional de desenvolvimento, com ampliação do papel do Estado na economia e fortalecimento dos bancos públicos.

O controle da mídia foi aprovado no eixo das diretrizes que tratam do acesso à comunicação. O trecho que passou pelo crivo do congresso diz que as medidas para promover a democratização da comunicação social devem ser voltadas para "combater o monopólio dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento".

O texto cita como parâmetro resoluções da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em dezembro. A reativação do Conselho Nacional de Comunicação Social, o fim da propriedade cruzada, a exigência de porcentagem de produção regional, a proibição de sublocação de emissoras e direito de resposta coletivo também recheiam o pacote aprovado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,pt-radicaliza-programa-de-governo-de-dilma,513798,0.htm

PT lança pré-candidatura de Dilma; ministra faz treinamento intensivo para discurso

MALU DELGADO
da Folha de S.Paulo

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) passou os últimos dois dias em treinamento intensivo para o discurso que fará neste sábado no congresso do PT, quando será aclamada pré-candidata do partido à Presidência da República.

O discurso de Dilma terá aproximadamente 25 minutos, e a ministra deve dispensar o improviso.

O pronunciamento está organizado em três partes. A primeira com um tom mais emotivo, em que Dilma relembrará sua atuação na época da ditadura. Em seguida, fará um exposição sobre os dois mandatos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sobre sua própria atuação.

Para o momento final do discurso, Dilma reserva uma parte mais propositiva, em que mostrará o que pretende fazer se eleita. Os aliados de Dilma classificam a última parte do pronunciamento de "vamos". Entre as propostas da petista, a prioridade será na área de educação.

Uma das promessas que ela fará como pré-candidata será promover a universalização da "escola infantil", para atender crianças de zero a cinco anos.

Dilma vai citar ainda sua relação com Rio Grande do Sul e Minas Gerais, por meio de poemas de Carlos Drumond de Andrade e Mario Quintana.

Os organizadores do evento mudaram a decoração do evento para hoje, no centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. No palco central, onde Dilma e Lula vão discursar, foi colocada uma enorme foto em que os dois aparecem abraçados sorrindo. O congresso começou na quinta-feira e termina neste sábado.

Diretrizes

Ontem, o PT aprovou as diretrizes para o programa de governo da ministra em 2010 caso a petista seja eleita presidente da República em outubro.

Os petistas mantiveram no texto a disposição de firmar alianças com partidos de centro-esquerda em torno do nome de Dilma, mas não fizeram menção específica à aliança com o PMDB --tese defendida por alguns delegados do partido.

O deputado José Genoino (PT-SP) apresentou emenda que pedia a inclusão, no texto, da aliança prioritária com o PMDB nas eleições de outubro. A emenda acabou derrubada pela maioria dos delegados, que mantiveram o texto original --que menciona apenas a necessidade de o PT "fortalecer um bloco de esquerda e progressista, amparado nos movimentos sociais".

O partido cita, no texto, apenas o PSDB, DEM e PPS como opositores diretos do PT nas eleições de 2010. "De um lado, os neoliberais representados pela aliança DEM/PSDB/PPS, derrotados em 2002 e 2006, encurralados ideologicamente depois da crise econômica global e sem projeto para o país. De outro, o projeto popular implementado por Lula que levou o Brasil a deixar o papel de ator coadjuvante na cena mundial", diz o texto.

O ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (SP) disse que o partido não pretende priorizar alianças porque considera que todas as legendas da base são importantes para as eleições presidenciais. "

Genoino, autor da emenda, disse que seu desejo era apenas explicitar a aliança com o PMDB, mas demonstrou estar de acordo com a manutenção do texto original. "A divergência não era de fundo. Ficaram as alianças em geral. Estamos com a política de aliança que preconiza um bloco de forças de esquerda e de centro", afirmou.

O PT ainda diz, no documento, que tem como meta manter os cinco governos estaduais conquistados nas eleições de 2006, com a ampliação desse número. A meta do partido, explicitada no texto, é eleger Dilma presidente da República em outubro.

"O 4º Congresso Nacional do PT delibera que o objetivo principal do nosso partido em 2010 é a eleição da companheira Dilma para presidenta do Brasil", diz o texto.

Com Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u696605.shtml

Lula defende política de alianças do PT com partidos da base para eleger Dilma

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Na véspera do lançamento da pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira a política de alianças do PT com outras legendas que integram a base governista. Lula sinalizou que Dilma poderá subir em dois palanques nos Estados onde o PT e outros partidos aliados tiveram candidatos próprios aos governos locais.

"Eu vivi a experiência mais empírica que um homem pode viver na política, que foi subir no palanque de dois candidatos: o Humberto Costa e o Eduardo Campos, em Pernambuco. Eu dizia: quando terminar isso aqui, somos só um. E no segundo turno, nos juntamos todos e elegemos Eduardo Campos. Eu acho que isso pode ser feito em muitos lugares. Em outros lugares é impossível. Mas um partido como o PT tem que descobrir que é grande", afirmou.

Lula disse que o PT vai conseguir eleger Dilma como nova presidente do Brasil com o apoio de outros partidos da base governista. "Amanhã eu venho aqui [no congresso do PT] só pra falar da nossa futura presidente da República Dilma Rousseff", afirmou.

Lula defendeu a política de alianças partidárias ao afirmar que a união entre legendas é tão necessária quanto o diálogo entre diferentes chefes de Estado. "Se nós, ao sermos eleitos presidentes dos nossos países não construirmos essa aliança partidária, muitas vezes acontece problema porque o presidente não tinha construção partidária e entrosamento partidário. Precisamos construir uma relação além dos governos, e muito mais ampla."

Ao empossar a nova direção nacional do PT durante congresso nacional do partido, Lula disse que a legenda conseguiu se manter firme nos últimos anos mesmo com a disposição da elite em "destruí-lo" após o episódio do mensalão, em 2005.

"Alguns pregoavam que o partido tinha quebrado, mas o PED [processo de eleição interna do PT] de 2005 com a participação de mais de 300 mil militantes mostrou que um partido que tem raízes, que está incrustado na alma de milhões de brasileiros, não se acaba porque a elite quer destruí-lo", afirmou.

Lula disse que compreende o "ódio" que alguns setores mantém contra o PT, mas disse que o partido conseguiu enfrentar turbulências sem esquecer das suas principais bandeiras. "Eu até compreendo o ódio que algumas pessoas têm do PT. Na crise, chamavam a gente de raça, de bando. E os que queriam acabar, estão quase acabando. [...] Quando a gente tem firmeza ideológica, quando precisa demarcar o lado que a gente está, a gente não tem medo de turbulência. Porque a verdade é que fincamos raízes nesse país."

Presidência

Ao lembrar que deixará a Presidência da República em janeiro, Lula disse que não pretende disputar nenhum cargo eletivo dentro do PT. "Quando eu deixar a Presidência, fiquem tranquilos que não vou querer nunca mais disputar um cargo dentro do PT. Mas tenho certeza que vou estar contribuindo para o PT em qualquer lugar que eu tiver, em qualquer função que eu estiver fazendo nesse país."

Lula disse que, quando deixar o governo, pretende participar do "fortalecimento da integração política" do continente americano. "Ela acontece menos do que nós merecemos porque não temos essa cultura ainda espraiada", afirmou.

Ao lado do vice-presidente José Alencar, Lula foi ovacionado pela militância petista presente no congresso nacional do partido. Alencar, ao discursar para os petistas, disse que deve ao PT o fato de ter sido eleito para a vice-presidência. "Tenho orgulho de pertencer a esse partido, mesmo que de forma honorária."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u696507.shtml

19 de fev. de 2010

Plano de governo de Dilma: PT inclui 'controle de mídia'

Congresso aprovou Conselho Nacional de Comunicação e o 'combate ao monopólio do entretenimento'

Rodrigo Alvares, do estadao.com.br

BRASÍLIA - Em um dos últimos atos do deputado Ricardo Berzoini (SP) como presidente do PT, a sigla começou a discutir nesta sexta-feira, 19, a definição das diretrizes do partido para um eventual governo Dilma Rousseff. Um dos temas mais polêmicos, o 'controle de mídia', foi incluído no programa de governo.

O congresso aprovou o "combate do monopólio da comunicação e entretenimento, a reativação do Conselho Nacional de Comunicação e o direito de resposta coletivo, o fim da propriedade cruzada e proibição de sublocação" - temas debatidos na última Confecom (Conferência Nacional de Comunicação).

Também alvo de intensa polêmica, a redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas sem redução de salário - reivindicada pelas centrais sindicais - citada no primeiro esboço do programa - teve apoio maciço, assim como a inclusão da palavra "especialmente" no trecho sobre a taxação de grandes também tiveram apoio maciço, assim como a proposta de combate à corrupção e ao desperdício de recursos públicos.

Para a política de reforma agrária, o texto teve o acréscimo de termos como "controle do acesso à terra, eliminação dos juros compensatórios da desapropriação e fortalecer o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) com a realização de julgamento de reintegração de posse". O PNDH-3 teve aprovação unânima dos congressistas.

Na Segurança Pública, foram incluídas a extensão do Programa Nacional nos 27 Estados da Federação e a criação de um fundo para instituir um piso salarial até 2016, quando os Estados serão responsáveis pelo pagamento dos policiais. A ampliação da reforma do sistema prisional, com prioridade de penas alternativas, também foi alterada.

Um dos únicos textos não alterados foi a emenda que trata do fortalecimento da nacionalização na exploração e produção do pré-sal. Ricardo Berzoini subiu à tribuna para defender a manutenção do texto original e os delegados votaram a favor. A mesa pediu que uma nova votação fosse feita. Apesar da divisão entre os petistas, o resultado foi o mesmo. As propostas que apreciavam a discussão sobre a situação no Haiti e sobre o Orçamento Participativo também não foram alteradas.

Na tentativa de esvaziar o mote do pós-Lula entoado pelo PSDB, o documento "A Grande Transformação, cujo teor foi publicado pelo Estado no último dia 5, sustenta que só o herdeiro do espólio lulista pode oferecer as bases para a formulação de um "projeto nacional de desenvolvimento", que mescla incentivos ao investimento público e privado com distribuição de renda.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) propôs emenda às Diretrizes para o Programa de Governo Dilma Rousseff que trata do aprimoramento constante das políticas sociais. A Rede Básica da Cidadania (RBC) contemplaria 190 milhões de brasileiros com R$ 50 mensais incondicionalmente. De acordo com Suplicy, ele apresentou o projeto para a ministra Dilma Rousseff em junho de 2008.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,pt-inclui-controle-de-midia-em-plano-de-governo-de-dilma,513504,0.htm

Campanha de Dilma: Lula diz que não haverá 'palanque duplo'

'O que vai acontecer é que o presidente da República não participará da campanha naquele Estado', afirmou

Daniel Bramatti, enviado especial - O Estado de S.Paulo

TRÊS LAGOAS, MS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não haverá "palanque duplo" na campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) nos Estados onde PT e PMDB não chegarem a um acordo para lançar um candidato único ao governo. A declaração foi dada ao lado do governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), que é candidato à reeleição e pode enfrentar José Orcírio dos Santos, conhecido como Zeca do PT.

"Se em algum Estado não houver possibilidade de construir uma aliança política, o que vai acontecer é que o presidente da República não participará da campanha naquele Estado", disse Lula. "Não acredito muito na estória de dois palanques, não é possível que uma pessoa possa vir a um Estado e fazer um palanque aqui e outro ali."

O presidente citou os casos de Mato Grosso do Sul, de Santa Catarina e de Pernambuco como exemplos de locais onde as negociações entre os partidos estão "difíceis". "Primeiro vamos resolver a questão nacional, depois as regionais."

O presidente viajou nesta sexta-feira, 19, a Três Lagoas (MS), onde visitou fábricas das empresas Fibria e International Paper, de celulose e papel, respectivamente. Sobre a crise em Brasília, voltou a negar que tenha aconselhado o governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octavio, a permanecer no cargo, em vez de renunciar. "A única coisa que eu disse para ele é que o governo federal não pode tomar nenhuma decisão enquanto a Suprema Corte não decidir o que vai acontecer (em relação a uma possível intervenção federal). O presidente da República não pode dar palpite."

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lula-diz-que-nao-havera-palanque-duplo-na-campanha-de-dilma,513480,0.htm

Programa do PSB na TV alerta para o risco da polarização

Raquel Ulhôa | Valor

BRASÍLIA - Com sua pré-candidatura à Presidência da República indefinida, o deputado Ciro Gomes (PSB) foi âncora do programa partidário exibido ontem no rádio e na televisão. Condutor dos dez minutos que foram ao ar, Ciro apontou riscos de uma eleição presidencial polarizada entre PT e PSDB e defendeu avanços na política econômica. Os socialistas, no entanto, tiveram a preocupação de deixar aberta a possibilidade de o deputado disputar o governo de São Paulo, como preferem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.

O recado foi dado de forma indireta, por meio de imagens de um grupo de pessoas gritando " eu amo São Paulo " . Segundo dirigentes do PSB, foi mesmo uma propaganda subliminar. A intenção era sinalizar que a hipótese da candidatura a governador de São Paulo não está descartada pelo partido.

Ciro faz uma exposição de dois minutos na abertura do programa. Exalta conquistas do governo Lula, mas defende mudanças na política econômica do próximo governo. Propõe, por exemplo, a adoção de uma política industrial capaz de tirar o Brasil da condição de exportador de commodities e produtos primários e transformá-lo em exportador de produtos industrializados.

O deputado faz ponderações com relação à estratégia defendida por Lula e PT de lançar a ministra Dilma Rousseff (chefe da Casa Civil) como única candidata da base governista à Presidência, para disputar com o candidato do PSDB - provavelmente o governador de São Paulo, José Serra.

Para o deputado, que expressa no programa a posição do PSB, deveria haver mais uma candidatura de centro-esquerda para possibilitar debate mais plural no primeiro turno. É essa a tese que Ciro e dirigentes do PSB têm defendido, mas à qual Lula se opõe. Como o presidente tem conseguido manter a base aglutinada em torno de Dilma, o PSB está sem aliados para lançar Ciro.

A decisão deve ser tomada até abril. O PSB espera que fatos novos possam influenciar o quadro eleitoral. Recentes pesquisas de intenção de voto para presidente mostram que a ministra vem crescendo, mas que Serra pode vencer no primeiro turno sem Ciro na disputa.

A evolução das pesquisas pode favorecer ou enfraquecer a tese do PSB. Dirigentes acham que, se a candidatura da ministra se mostrar fragilizada nos próximos meses, Lula poderá ser convencido a aceitar o lançamento de Ciro. A ideia seria uma aliança dos candidatos governistas em eventual segundo turno.

Após a abertura do programa partidário, a cargo de Ciro, é a vez de os governadores do PSB aparecerem para falar de suas administrações. Em gravações separadas, Eduardo Campos (PE) - que também fala como presidente nacional do partido- , Cid Gomes (CE) e Wilma de Faria (RN) são apresentados por Ciro, que faz perguntas e comentários a cada um sobre suas realizações. A ênfase é dada para as políticas sociais como vetor do desenvolvimento.

No programa partidário anterior do PSB, exibido no ano passado, Ciro já apareceu como espécie de mestre de cerimônias. A legislação eleitoral proíbe lançamento de candidaturas neste momento e pedido de votos. Mas os partidos aproveitam os programas gratuitos para colocar em evidência seus pré-candidatos.

http://www.valoronline.com.br/?online/politica/6/6114241/programa-do-psb-na-tv-alerta-para-o-risco-da-polarizacao

Dilma: PT debate política de alianças

Posse dos novos membros do Diretório Nacional acontece nesta sexta-feira

Andréia Sadi, do R7, em Brasília

O segundo dia do congresso do PT, que acontece nesta sexta-feira (19), vai aprofundar o debate em torno da pré-candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência e vai discutir a tática eleitoral, política de alianças e diretrizes para o programa de governo da petista. A posse dos novos membros do Diretório Nacional, Comissão de Ética Nacional e Conselho Fiscal Nacional também acontece nesta sexta.

evento tem como principal objetivo bater o martelo em torno do nome de Dilma pra disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo partido, o que deve acontecer no sábado (20), durante o encerramento do evento.

Na última quinta-feira, o evento começou com a visita da ministra "animada com a festa" e com outros líderes petistas, como o ex-ministro da Casa Civil e braço forte do governo Lula José Dirceu, que disse estar à disposição para trabalhar pela candidatura de Dilma.

- A Executiva vai me dar ou não funções e tarefas na campanha ou nas construções de alianças. Aí é outra fase. O que me derem de tarefa, eu faço com maior prazer.

Ancorada pelo mote de um novo "projeto nacional de desenvolvimento", o documento intitulado A Grande Transformação e que será levado a debate prega maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), BB (Banco do Brasil) e CEF (Caixa Econômica Federal) para o setor produtivo.

O documento chegou a criar confusão no Palácio do Planalto e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que alguns trechos fossem alterados a fim de evitar conflitos com empresários.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse ao R7 que, além de lançar Dilma, o congresso tem objetivo de apresentá-la como nome que já ganha apoio de conjunto de partidos aliados.

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/pt-debate-tatica-eleitoral-e-politica-de-aliancas-de-dilma-20110219.html

Dilma antecipa ida a congresso do PT e alfineta tucanos

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Em um discurso para delegações estrangeiras convidadas para o 4º Congresso do PT, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, subiu o tom e deu uma prévia do que planeja para o lançamento de sua candidatura à Presidência, amanhã. A portas fechadas, afirmou que estão montados "alicerces fortes" para construir o futuro do Brasil. De quebra, não perdeu a chance de alfinetar o PSDB.

Dilma reclamou, por exemplo, do apelido "Bolsa-Esmola", dado ao programa Bolsa-Família. "Nossos adversários não tinham ideia da dimensão econômica que o projeto teria. Agora, têm de admitir que isso ajudou o nosso governo a tirar 20 milhões de pessoas da miséria", disse ela, segundo relato de petistas que assistiram ao discurso.

Na fala, a pré-candidata do PT também tentou abocanhar parte da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no exterior. Falou sobre o avanço da política externa brasileira e deu atenção especial à relação Brasil-Estados Unidos. "Quem sabe se valorizar é valorizado lá fora.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-antecipa-ida-a-congresso-do-pt-e-alfineta-tucanos,513379,0.htm

Dilma é para 2 mandatos, diz Lula

Em entrevista ao Estado, o presidente afirma que não vai tentar voltar ao poder em 2014

Vera Rosa, Tânia Monteiro, Rui Nogueira, João Bosco Rabello e Ricardo Gandour

BRASÍLIA - Na véspera de participar do 4.° Congresso Nacional do PT, que amanhã sacramentará a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sua sucessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou que a herdeira do espólio petista, se eleita, deverá ficar dois mandatos no cargo. Em entrevista ao Estado, Lula negou que tenha escolhido Dilma com planos de voltar ao poder lá na frente, disputando as eleições de 2014.

"Ninguém aceita ser vaca de presépio e muito menos eu iria escolher uma pessoa para ser vaca de presépio", afirmou o presidente. "Todo político que tentou eleger alguém manipulado quebrou a cara." A dez meses da despedida no Palácio do Planalto, Lula disse que o ideal é deixar as "corredeiras da política" seguirem o seu caminho. "Quem foi eleito presidente tem o direito legítimo de ser candidato à reeleição", insistiu. "Eu tive a graça de Deus de governar este país oito anos."

Uma eventual gestão Dilma, no seu diagnóstico, não será mais à esquerda do que seu governo. Ele admite, no entanto, que, no governo, ela vai imprimir "o ritmo dela, o estilo dela". Na sua avaliação, porém, diretrizes do programa de governo de Dilma, que o PT aprovará nesta sexta-feira, 19, podem conter um tom mais teórico do que prático.

"Não há nenhum crime ou equívoco no fato de um partido ter um programa mais progressista do que o governo", argumentou. "O partido, muitas vezes, defende princípios e coisas que o governo não pode defender." Questionado se concorda com a ampliação do papel do Estado na economia, proposta na plataforma de Dilma, Lula abriu um sorriso. "Vou fazer uma brincadeira: o único Estado forte que eu quero é o Estadão", disse, numa referência ao jornal. Mais tarde, no entanto, destacou a importância de investimentos estratégicos por parte do Estado. "Quero criar uma megaempresa de energia no País."

O presidente manifestou preocupação com a divisão da base aliada em Estados como Minas, onde o PT e o PMDB até agora não conseguiram selar uma aliança. "Imaginar que Dilma possa subir em dois palanques é impossível", comentou. "O que vai acontecer é que em alguns Estados ela não vai poder ir."

Bem-humorado, Lula tomou uma xícara pequena de café e afirmou que Dilma não vai sentir sua falta como cabo eleitoral quando deixar o governo, em março. "Eu estarei espiritualmente com ela", brincou. Ele defendeu o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deu estocadas no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, falou da chuva em São Paulo, mas poupou o governador José Serra (PSDB), provável adversário de Dilma.

Nem mesmo a língua afiada do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), porém, fez Lula desistir de convencer o antigo aliado a não concorrer à Presidência. "É preciso provar que o santo Lula está errado", provocou.

Na entrevista ao Estado, em agosto de 2007, perguntamos se o sr. já pensava em lançar uma mulher como candidata à sua sucessão. Sua resposta foi: ‘No momento em que eu disser isso, uma flecha estará apontada para esse nome, seja ele qual for.’ Naquela época, o sr. já tinha decidido que seria a ministra Dilma? Quando o sr. decidiu?

Quando aconteceram todos os problemas que levaram o companheiro José Dirceu a sair do governo, eu não tinha dúvida de que a Dilma tinha o perfil para assumir a Casa Civil e ajudar a governar o País. Na Casa Civil ela se transformou na grande coordenadora das políticas do governo. Foi quase uma coisa natural a indicação da Dilma. A dedicação, a capacidade de trabalho e de aprender com facilidade as coisas foram me convencendo que estava nascendo ali mais do que uma simples tecnocrata. Estava nascendo ali uma pessoa com potencial político extraordinário, até porque a vida dela foi uma vida política importante.

Mas a escolha da ministra só ocorreu porque houve um "vazio" no PT, como disse o ex-ministro Tarso Genro, com os principais candidatos à sua cadeira dizimados pela crise do mensalão, não?

Não concordo. Não tinha essa coisa de ‘principais candidatos’. Isso é coisa que alguém inventou.

José Dirceu, Palocci...

Na minha cabeça não tinha "principais candidatos". Estou absolutamente convencido de que ela é hoje a pessoa mais preparada, tanto do ponto de vista de conhecimento do governo quanto da capacidade de gerenciamento do Brasil.

Naquele momento em que sr. chamou a ministra de "mãe do PAC", na Favela da Rocinha (Rio), ali não foi apresentada a vontade prévia para fazer de Dilma a candidata?

Se foi, foi sem querer. Eu iria lançar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), na verdade, antes da eleição (de 2006). Mas fui orientado a não utilizar o PAC em campanha porque a gente não precisaria dele para ganhar as eleições. Olha o otimismo que reinava no governo! E o PAC surgiu também pelo fato de que eu tinha muito medo do segundo mandato.

Por quê?

Quem me conhece há mais tempo sabe que eu nunca gostei de um segundo mandato. Eu sempre achei que o segundo mandato poderia ser um desastre. Então, eu ficava pensando: se no segundo mandato o presidente não tiver vontade, não tiver disposição, garra e ficar naquela mesmice que foi no primeiro mandato, vai ser uma coisa tão desagradável que é melhor que não tenha.

O sr. está enfrentando isso?

Não porque temos coisas para fazer ainda, de forma excepcional, e acho que o PAC foi a grande obra motivadora do segundo mandato.

O sr. não está desrespeitando a Lei Eleitoral, antecipando a campanha?

Não há nenhum desrespeito à Lei Eleitoral. Agora, o que as pessoas não podem é proibir que um presidente da República inaugure as obras que fez. Ora, qual é o papel da oposição? É criticar as coisas que nós não fizemos. Qual é o nosso papel? Mostrar coisas que nós fizemos e inaugurar.

Mas quem partilha dessa tese diz que o sr. praticamente pede votos para Dilma nas inaugurações...

Eu dizer que vou fazer meu sucessor é o mínimo que espero de mim. A grande obra de um governo é ele fazer seu sucessor. Não faz seu sucessor quem está pensando em voltar quatro anos depois. Aí prefere que ganhe o adversário, o que não é o meu caso.

Há quem diga que o sr. só escolheu a ministra Dilma, cristã nova no PT, com apenas nove anos de filiação ao partido, porque, se eleita, ela será fiel a seu criador. Isso deixaria a porta aberta para o sr. voltar em 2014. O sr. planeja concorrer novamente?

Olha, somente quem não conhece o comportamento das mulheres e somente quem não conhece a Dilma pode falar uma heresia dessas. Ninguém aceita ser vaca de presépio e muito menos eu iria escolher uma pessoa para ser vaca de presépio. Não faz parte da minha vida nem no PT nem na CUT. Eu já tive a graça de Deus de governar este país oito anos. Minha tese é a seguinte: rei morto, rei posto. A Dilma tem de criar o estilo dela, a cara dela e fazer as coisas dela. E a mim cabe, como torcedor da arquibancada, ficar batendo palmas para os acertos dela. E torcendo para que dê certo e faça o melhor. Não existe essa hipótese .

O sr. não pensa mesmo em voltar à Presidência?

Não penso. Quem foi eleito presidente tem o direito legítimo de ser candidato à reeleição. Ponto pacífico. Essa é a prioridade número 1.

O sr. não vai defender a mudança dessa regra, de fim da reeleição com mandato de cinco anos?

Não vou porque quando quis defender ninguém quis. Eu fui defensor da ideia de cinco anos sem reeleição. Hoje, com a minha experiência de presidente, eu queria dizer uma coisa para vocês: ninguém, nenhum presidente da República, num mandato de quatro anos, concluirá uma única obra estruturante no País.

Então o sr. mudou de ideia...

Mudei de ideia. Veja quanto tempo os tucanos estão governando São Paulo e o Rio Tietê continua do mesmo jeito. É draga dali, tira terra, põe terra. Eu lembro do entusiasmo do Jornal da Tarde quando, em 1982, o banco japonês ofereceu US$ 500 milhões para resolver aquilo. A verdade é que, para desgraça do povo de São Paulo, as enchentes continuam. Eu não culpo o Serra, não culpo o Kassab e nenhum governante. Eu acho que a chuva é demais. No meu apartamento, em São Bernardo, está caindo mais água dentro do que fora. Choveu tanto que vazou. Há dias o meu filho me ligou, às duas horas da manhã, e disse: "Pai, estou com dois baldes de água cheios." Eu fui a São Paulo no dia do aniversário da cidade e disse que o governo federal está disposto a sentar com o governo do Estado, com o prefeito, e discutir uma saída para ver se consegue resolver o problema, que é gravíssimo. Não queremos ficar dizendo: "Ah, é meu adversário, deu enchente, que ótimo". Quem está falando isso para vocês viveu muitas enchentes dentro de casa.

‘Quero criar no País uma megaempresa de energia’

Pelas diretrizes do programa do PT, um eventual governo Dilma Rousseff parece que será mais à esquerda que o seu...

Eu ainda não vi o programa, eu sei que tem discussão. Mas conheço bem a Dilma e, como acho que ela deve imprimir o ritmo dela, se ela tomar uma decisão mais à esquerda do que eu, eu tenho que encarar com normalidade. E, se tomar uma posição mais à direita do que eu, tenho que encarar com normalidade. Tenho total confiança na Dilma, de que ela saberá fazer as coisas corretas para este país. Uma mulher que passou a vida que a Dilma passou - e é sem ranço, sem mágoa, sem preconceito - venceu o pior obstáculo.

A experiência de poder distanciou o sr. do pensamento mais utópico do PT, não?

Veja, o PT que chegou ao poder comigo, em 2002, não era mais o PT de 1980, de 1982.

Não era porque houve a Carta ao Povo Brasileiro...

Não é verdade. Num Congresso do PT aparecem 20 teses. Tem gosto para todo mundo. É que nem uma feira de produtos ideológicos. As pessoas compram o que querem e vendem o que querem. O PT, quando chegou à Presidência, tinha aprendido com dezenas de prefeituras, já tínhamos as experiências do governo do Acre, do Rio Grande do Sul, de Mato Grosso do Sul... O PT que chegou ao governo foi o PT maduro. De vez em quando, acho que foi obra de Deus não permitir que eu ganhasse em 1989. Se eu chego em 1989 com a cabeça do jeito que eu pensava, ou eu tinha feito uma revolução no País ou tinha caído no dia seguinte. Acho que Deus disse assim: "Olha, baixinho, você vai perder várias eleições, mas, quando chegar, vai chegar sabendo o que é tango, samba, bolero." O PCI italiano passou três décadas sendo o maior partido comunista do mundo ocidental, mas não passava de 30%. Eu não tinha vocação para isso. E onde eu fui encontrar (a solução)? Na Carta ao Povo Brasileiro e no Zé Alencar. Essa mistura de um sindicalista com um grande empresário e um documento que fosse factível e compreensível pela esquerda e pela direita, pelos ricos e pelos pobres, é que garantiu a minha chegada à Presidência.

Mesmo assim, o sr. teve de funcionar como fator moderador do seu governo em relação ao partido...

E vou continuar sendo. Eu não morri.

Mas a Dilma poderá fazer isso?

Ah, muito. Hipoteticamente, vocês acham que o PSTU ganhará eleição com o discurso dele? Vamos supor que ganhe, acham que governa? Não governa.

As diretrizes do PT, que pregam o fortalecimento do Estado na economia, não atrapalham?

Quero crer que a sabedoria do PT é tão grande que o partido não vai jogar fora a experiência acumulada de ter um governo aprovado por 72% na opinião pública depois de sete anos no poder. Isso é riqueza que nem o mais nervoso trotskista seria capaz de perder.

Os críticos do programa do PT dizem que o Estado precisa ter limites como empreendedor. Por que mais Estado na economia?

Vou fazer uma brincadeira: o único Estado forte que eu quero é o Estadão (risos). Não existe hipótese, na minha cabeça, de você ter um governo que vire um governo gerenciador. O governo tem dois papéis e a crise reforçou a descoberta deste papel. O governo tem, de um lado, de ser o regulador e o fiscalizador; do outro lado, tem de ser o indutor, o provocador do investimento, que discute com o empresário e pergunta por que ele não investe em tal setor.

Por que é preciso ressuscitar empresas estatais para fazer programas como a universalização da banda larga? O governo toca o Luz Para Todos com uma política pública que contrata serviços junto às distribuidoras e não ressuscita a Eletrobrás.

Mas nós estamos ressuscitando a Eletrobrás. O Luz Para Todos só deu certo porque o Estado assumiu. As empresas privadas executam sob a supervisão do governo, que é quem paga.

Não pode fazer a mesma coisa com a banda larga?

Pode. Não temos nenhum problema com a empresa privada que cumpre as metas. Mas tem empresa privada que faz menos do que deveria. Então, eu quero, sim, criar uma megaempresa de energia no País. Quero empresa que seja multinacional, que tenha capacidade de assumir empréstimos lá fora, de fazer obras lá fora e fazer aqui dentro. Se a gente não tiver uma empresa que tenha cacife de dizer "se vocês não forem, eu vou", a gente fica refém das manipulações das poucas empresas que querem disputar o mercado. Então, nós queremos uma Eletrobrás forte, para construir parceria com outras empresas. Não queremos ser donos de nada.

A banda larga precisa de uma Telebrás?

Se as empresas privadas que estão no mercado puderem oferecer banda larga de qualidade nos lugares mais longínquos, a preço acessível, por que não?


Mas precisa de uma Telebrás?

Depende. O governo só vai conseguir fazer uma proposta para a sociedade se tiver um instrumento. Não quero uma nova Telebrás com 3 ou 4 mil funcionários. Quero uma empresa enxuta, que possa propor projetos para o governo. Nosso programa está quase fechado, mais uns 15 dias e posso dizer que tenho um programa de banda larga. Vou chamar todos e quero saber quem vai colocar a última milha ao preço mais baixo. Quem fizer, ganha; quem não fizer, tá fora. Para isso o Estado tem de ter capacidade de barganhar.


O sr. teme que o PSDB venha na campanha com o discurso de gastança, de inchaço da máquina, que o seu governo contratou 100 mil novos servidores?

Vou dar um número, pode anotar aí: cargos comissionados no governo federal, para uma população de 191 milhões de habitantes. Por cada 100 mil habitantes, o governo tem 11 cargos comissionados. O governo de São Paulo tem 31 e a Prefeitura de São Paulo tem 45.

Deixar o governo de Minas para o PMDB de Hélio Costa facilita a vida de Dilma junto à base aliada?

A aliança com o PMDB de Minas independe da candidatura ao governo de Estado. O Hélio Costa tem me dito publicamente que a candidatura dele não é problema. Ele propõe o óbvio, que se faça no momento certo um estudo e veja quem tem mais condições e se apoie esse candidato. Acho que os companheiros de Minas, tanto o Patrus Ananias quanto o Fernando Pimentel se meteram em uma enrascada. Estava tudo indo muito bem até que eles transformaram a disputa entre eles em uma fissura muito ruim para o PT. Como a política é a arte do impossível, quem sabe até março eles conseguem resolver o problema deles.

A desistência da pré-candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) facilitaria a vida de Dilma?

O Ciro é um companheiro por quem tenho o mais profundo respeito. Eu já gostava do Ciro e aprendi a respeitá-lo. Um político com caráter. E, portanto, eu não farei nada que possa prejudicar o companheiro Ciro Gomes. Eu pretendo conversar com ele, ver se chegamos à conclusão sobre o melhor caminho.

Ele diz que o "santo Lula" está errado.

É preciso provar que o santo está errado. É por isso que eu quero discutir.

O sr. ainda quer que ele seja candidato ao governo de São Paulo?

Se eu disser agora, a minha conversa ficará prejudicada.

O senador Mercadante pode ser o plano B?

Não sei. Alguém terá de ser candidato.

O Ciro tem dito que a aliança da ministra Dilma com o PMDB é marcada pela frouxidão moral.

Todo mundo conhece o Ciro por essas coisas. Mas acho que ele não disse nada que impeça uma conversa com o presidente.

O que se teme no Temer? Ele é o nome para vice?

O Michel Temer, neste período todo que temos convivido com ele, que ele resolveu ficar na base e foi eleito presidente da Câmara, tem sido um companheiro inestimável. A questão da vice é uma questão a ser tratada entre o PT, a Dilma e o PMDB.

O sr. não teme que Dilma caia nas pesquisas após sair do governo?

Ela vai crescer.

Mas sozinha?

Ela nunca estará sozinha. Eu estarei espiritualmente ao lado dela (risos).

Há quem tenha ficado assustado com a foto do sr. abraçando o Collor, depois de tudo o que passou na campanha de 1989.

O exercício da democracia exige que você faça política em função da realidade que vive. O Collor foi eleito senador pelo voto livre e direto do povo de Alagoas, tanto quanto foi eleito qualquer outro parlamentar. Ele está exercendo uma função institucional e merece da minha parte o mesmo respeito que eu dou ao Pedro Simon, que de vez em quando faz oposição, ao Jarbas Vasconcelos, que faz oposição. Se o Lula for convidado para determinadas coisas, não irá. Mas o presidente tem função institucional. Portanto, cumpre essa função para o bem do País e, até agora, tem dado certo. Fui em uma reunião com a bancada do PT em que eles queriam cassar o Sarney. Eu disse: muito bem, vocês cassam o Sarney e quem vem para o lugar?

O sr. acha que o eleitor entende?

O eleitor entende, pode entender mais. Agora, quem governa é que sabe o tamanho do calo que está no seu pé quando quer aprovar uma coisa no Senado.

O governo depende do Sarney no Senado? O único punido até agora foi o Estado, que está sob censura.

O Sarney foi um homem de uma postura muito digna em todo esse episódio. Das acusações que vocês (o jornal) fizeram contra o Sarney, nenhuma se sustenta juridicamente e o tempo vai provar. O exercício da democracia não permite que a verdade seja absoluta para um lado e toda negativa para o outro lado. Perguntam: você é contra a censura? Eu nasci na política brigando contra a censura. Exerço um governo em que eu duvido que alguém tenha algum resquício de censura. Mas eu não posso censurar que os Poderes exerçam suas funções. Eu não posso censurar a imprensa por exercer a sua função de publicar as coisas, nem posso censurar um tribunal ou uma Justiça por dar uma decisão contrária. Deve ter instância superior, deve ter um órgão para recorrer.

O sr. e o PT lideraram o processo de impeachment de Collor e nada, então, se sustentou juridicamente porque o STF absolveu o ex-presidente. O sr. está dizendo que o jornal não deveria publicar as notícias porque não se sustentariam juridicamente? Os jornais publicam fatos...

Não quero que vocês deixem de publicar nada. Minha crítica é esta: uma coisa é publicar a informação, outra coisa é prejulgar. Muitas vezes as pessoas são prejulgadas. Todos os casos que eu vi do Sarney, de emprego para a neta, daquela coisa, eu ficava lendo e a gente percebia que eram coisas muito frágeis. Você vai tirar um presidente do Senado porque a neta dele ligou para ele pedindo um emprego?

O caso da neta é o corporativismo, o fisiologismo, os atos secretos...

O que eu acho é o seguinte: o DEM governou aquela Casa durante 14 anos e a maioria dos atos secretos era deles. E eles esconderam isso para pedir investigação do outro lado. É uma coisa inusitada na política.

O sr. acha que os fatos do "mensalão do DEM", no Distrito Federal, são fatos inverídicos também?

No DEM tem um agravante: tem gravação, chegaram a gravar gente cheirando dinheiro.

No mensalão do PT tinha uma lista na porta do banco com o registro dos políticos indo pegar a mesada...

Vamos pegar aquela denúncia contra o companheiro Silas Rondeau, que foi ministro das Minas e Energia. De onde se sustenta aquela reportagem dizendo que tinha dinheiro dentro daquele envelope? Como se pode condenar um cara por uma coisa que não era possível provar?

O sr. tem dito, em conversas reservadas, que quando terminar o governo, vai passar a limpo a história do mensalão. O que o sr. quer dizer?

Não é que vou passar a limpo, é que eu acho que tem coisa que tem de investigar. E eu quero investigar. Eu só não vou fazer isso enquanto eu for presidente da República. Mas, quando eu deixar a Presidência, eu quero saber de algumas coisas que eu não sei e que me pareceram muito estranhas ao longo do todo o processo.

Quem o traiu?

Quando eu deixar a Presidência, eu posso falar.

Por que é que o seu governo intercede em favor do governo do Irã?

Porque eu acho que essa coisa está mal resolvida. E o Irã não é o Iraque e todos nós sabemos que a guerra do Iraque foi uma mentira montada em cima de um país que não tinha as armas químicas que diziam que ele tinha. A gente se esqueceu que o cara que fiscalizava as armas químicas era um brasileiro, o embaixador Maurício Bustani, que foi decapitado a pedido do governo americano, para que não dissesse que não havia armas químicas no Iraque.

O sr. continua achando que a Venezuela é uma democracia?

Eu acho que a Venezuela é uma democracia.

E o seu governo aqui é o quê?

É uma hiper-democracia. O meu governo é a essência da democracia.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-e-para-2-mandatos-diz-lula,513363,0.htm

Ciro elogia Lula, mas critica plano eleitoral

ANNE WARTH E GUSTAVO URIBE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O deputado federal Ciro Gomes (CE) foi a estrela do programa apresentado nesta noite pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) na propaganda eleitoral gratuita na televisão e no rádio. Pré-candidato do partido à Presidência da República, Ciro defendeu as políticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o salário mínimo, a ampliação do acesso ao crédito e o Bolsa-Família, mas se posicionou contra uma eleição plebiscitária entre situação e oposição, como defende Lula. "Não podemos discutir um Brasil como se fosse apenas um passado e um presente. O PSB se apresenta a você como uma opção de futuro", afirmou.

"Eu mesmo sou testemunha de que isso só foi possível graças à sensibilidade e à vontade do próprio presidente Lula, que muitas vezes, contrariando setores de seu próprio governo, fez aquilo que muitos julgavam impossível. Eu e meu partido sempre estivemos firmes ao lado desse projeto liderado por Lula, principalmente nos momentos mais difíceis, quando muitos daqueles que se hoje se dizem amigos de Lula o atrapalharam, se escondiam ou faziam de tudo para derrubá-lo", disse.

"O desafio agora é olhar para frente e preparar o nosso País para as enormes tarefas que ainda temos de cumprir. O PSB quer apresentar ideias e propostas que preservem o legado de Lula, mas que também ampliem a discussão", declarou. Ciro afirmou que o "clima de Corinthians e Palmeiras, de Fla-Flu partidário" é "ruim para o Brasil".

"A condição para o Brasil dar um salto de desenvolvimento é excelente. Vai depender se a gente vai querer ficar olhando para o passado ou definitivamente encarar o futuro. Não podemos nem pensar em perder a oportunidade de consolidar e ampliar as mudanças iniciadas pelo presidente Lula."

Ciro também criticou a política de alianças do governo. "A política não pode se reduzir a acordos em troca de cargos. O PSB sabe que só se governa com alianças, mas acreditamos que as alianças podem e devem ser mais integras para fazer valer projetos de qualidade", criticou.

Ciro reiterou que é preciso investir em infraestrutura e educação de qualidade e apresentou os governadores de seu partido, Eduardo Campos (Pernambuco), Cid Gomes (Ceará) e Wilma de Faria (Rio Grande do Norte) como exemplos de gestão. Os dois primeiros são candidatos à reeleição e Wilma, ao Senado.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ciro-elogia-lula-mas-critica-plano-eleitoral,513128,0.htm

PMDB insinua boicote à oficialização de Dilma para ganhar espaço nas alianças estaduais com o PT

Correio Braziliense - Daniela Lima | Tiago Pariz

Para pressionar o PT a ampliar as concessões de espaço a peemedebistas na montagem dos palanques estaduais, o PMDB lançou mão do peso de seu apoio à candidatura da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff à Presidência da República. Desde o início da semana, integrantes da sigla ventilam a possibilidade de que a cúpula do partido, leia-se o presidente da Câmara e da legenda, Michel Temer (PMDB-SP), boicote o lançamento oficial da pré-candidatura da ministra, que acontecerá amanhã, durante o quarto congresso nacional petista. O posicionamento do maior partido aliado dessas eleições não agradou aos petistas e, desde ontem, os maiores fiadores da aliança entraram em campo para amenizar o mal-estar.

A participação do PMDB no lançamento da pré-campanha de Dilma foi anunciada há duas semanas como um sinônimo de força da parceria entre as siglas. Às vésperas do evento que marcará a oficialização da pré-candidatura de Dilma, no entanto, a ausência peemedebista dá contornos de crise ao acontecimento. Em tom de cobrança, uma fala do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), ilustrou o desgaste que o recuo do PMDB provocou entre os partidos. “Seria bom que Temer fosse (ao congresso do PT) e levasse com ele quem quisesse”, avisou o deputado federal.

Os peemedebistas conciliadores defendem a oficialização do apoio de maneira mais intimista. Estudam a possibilidade de que Temer e integrantes da executiva nacional se encontrem com a ministra na noite de hoje, ou no fim de semana, para demonstrar a felicidade do PMDB em dividir o palanque com Dilma. Na verdade, os caciques peemedebistas estudam saídas para que a ausência no evento petista não soe como indício da fragilidade do acordo selado entre os partidos.

O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), um dos que tentam emplacar uma medida apaziguadora, defende a oficialização do apoio, mas reconhece que a ida ao congresso do PT poderia criar uma crise interna, entre a cúpula do partido e as bases. “Temos problemas graves em alguns estados e não queremos tomar atitudes que possam soar como atropelo às opiniões deles. Faremos um registro do nosso apoio, claro, mas ainda não sabemos como ele se dará”, explicou.

O problema do PMDB (e do PT) é que a costura (1) para montar palanques em colégios eleitorais importantes está enrolada. Minas Gerais, o segundo maior do país, por exemplo, tem três candidatos da base de Dilma na disputa pelo comando do governo: o ministro das Comunicações, Hélio Costa, pelo PMDB; o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, pelo PT. No Rio de Janeiro, o aceno que o PT deu ao ex-governador Anthony Garotinho (PR), que quer concorrer ao Palácio da Guanabara, também incomodou Sérgio Cabral — para ficar só em dois exemplos.

Pressão

Fortalecendo o discurso dos que tentam amenizar o desgaste da aliança, o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE) disse que não há relação entre a ausência de Temer no lançamento da pré-candidatura da ministra e as dificuldades que os dois partidos estão tendo para consolidar palanques estaduais. “Desde o início o Temer ficou receoso em comparecer. Primeiro porque é um evento deles (petistas). E segundo porque temia que o comparecimento pudesse soar como pressão pela vice-presidência (na chapa de Dilma), como se estivesse se oferecendo”, detalhou.

Michel Temer é cotado para ser o vice de Dilma nas próximas eleições. O problema é que outros nomes são cogitados por algumas alas do partido, como o do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Os caciques petistas preferem não se meter na briga. “A escolha do vice é do PMDB e só do PMDB”, afirmou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. “Se o Temer vier ao Congresso, será muito bem recebido”, acrescentou.

"Temos problemas em alguns estados e não queremos tomar atitudes que possam soar como atropelo. Faremos um registro do nosso apoio, claro, mas ainda não sabemos como ele se dará"
Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara


1 - Efeito cascata
Outros estados em que a disputa local compromete a aliança nacional são Pará, Bahia e Paraná. Na Região Norte, o presidente estadual do PMDB Jader Barbalho trava uma guerra com a atual governadora do estado, Ana Júlia Carepa (PT). Aliados do deputado admitem que, nesse caso, um acordo é improvável. Na Bahia, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira (PMDB), disputa a preferência com o governador Jaques Wagner (PT). No Paraná, a composição influi na disputa às vagas do estado para o Senado, o que causa novo impasse.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/02/19/politica,i=174557/PMDB+INSINUA+BOICOTE+A+OFICIALIZACAO+DE+DILMA+PARA+GANHAR+ESPACO+NAS+ALIANCAS+ESTADUAIS+COM+O+PT.shtml

Dirceu deixa a clandestinidade e busca posto de destaque na campanha de Dilma

Marcado pelo estigma do mensalão, ex-ministro de Lula segue influente na militância petista

Correio Braziliense - Tiago Pariz

Deputado cassado, mas influente entre os militantes do PT, o ex-ministro José Dirceu quer entrar de cabeça na campanha ao Palácio do Planalto da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Subir no palanque, pedir votos e estar na linha de frente: são esses os desejos do petista que rejeita o rótulo de político de bastidor. Só no ano passado, foram 70 viagens para ajudar nas negociações sobre alianças eleitorais — um trabalho que ele faz sem o aval do governo, garantem ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Antecessor de Dilma Rousseff na Casa Civil, Dirceu é um dos políticos mais assediados no congresso do PT que oficializará a ministra como pré-candidata à Presidência. A todo momento é acionado para tirar fotos. Seguidas vezes é puxado pelo braço para conversas amenas e de pé de ouvido com militantes. Responde e atende a todos.

Nesse ambiente, Dirceu sente-se confortável. Esse corpo a corpo, tira de letra. O ex-ministro, no entanto, está ansioso para participar da campanha sem estresse e sem a sombra do escândalo do mensalão de 2005. Ao responder se as turbulências que o retiraram do governo e cassaram seu mandato de deputado federal podem ter efeito negativo e sugar votos da correligionária, respondeu: “Eu não tiro votos da Dilma. Fiquei clandestino por 10 anos, meu tempo de clandestino já acabou.”

Por isso, ao retomar um cargo na direção nacional do partido, Dirceu espera ter um posto na campanha. “Nunca parei depois que fui cassado. Vou ter uma função oficial na campanha, mas ainda não sei o que vou fazer”, afirmou. Quando se fala em função, assume-se que ele terá papel de negociador, costurador de acordos, mas ele mesmo minimiza o espectro que ajudou a construir. “Sou articulador, não homem de bastidor. Disputei cargos públicos, fui deputado estadual, federal, ministro. Sempre fui pessoa pública”, sustentou.

Sim, o ex-ministro teve cargos públicos, com predileção por negociações de bastidores, a tal articulação, no jargão que os políticos adoram. Nessas 70 viagens que ele contabiliza no ano passado aos estados problemáticos, entrou de cabeça nas conversas sobre a aliança eleitoral. Foi ao Pará, a Minas Gerais, ao Mato Grosso do Sul e causou controvérsia no Ceará. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) classificou a maneira de Dirceu agir de golpista. Por isso, o Palácio do Planalto tenta dissociar-se do negociador. Para minimizar a imagem, Dirceu sustenta que as negociações são comandadas pelo novo presidente do PT, o ex-senador José Eduardo Dutra. Mas não se furta a dar pitacos: no Rio de Janeiro, a ministra terá dois palanques, o do governador Sérgio Cabral (PMDB) e o do ex Anthony Garotinho (PR); e em Minas Gerais, a melhor saída para a desavença entre PT e PMDB é a candidatura do vice José Alencar (PRB). Tudo opinião dele, Dirceu, que não é homem de bastidor.

Procuração
O Planalto deu procuração a Dirceu uma vez, para ele atuar na crise do Senado que chacoalhou o presidente da Casa, José Sarney, e foi só. A ministra Dilma foi questionada duas vezes ontem se quer Dirceu na campanha. Primeiro, disse: “Ele é dirigente do partido e como tal será considerado”. Na segunda, foi mais enfática sobre a possibilidade de o ex-companheiro em armas ser incorporado: “Sem dúvida. Todos os dirigentes do PT, todos os militantes são bem-vindos, até porque deles eu dependo para me eleger”.

A pré-candidata petista refere-se ao respeito que Dirceu desfruta no partido. O ex-presidente da legenda deputado Ricardo Berzoini (SP) defendeu o companheiro como um político honesto, íntegro e inocente das acusações do mensalão. “Tenho certeza que o Dirceu é correto e inocente. Acredito que os estigmas podem ser trabalhados pela oposição, mas temos que enfrentar os estigmas. Sem enfrentá-los, não tem vitória”, disse.

Mercadante finca o pé
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) reafirmou ontem, durante o congresso do PT, que é candidato ao Senado e não deseja concorrer ao governo de São Paulo. O petista evitou afirmar se atenderia a um pedido de Lula para mudar de ideia. O senador listou como possíveis concorrentes ao governo a ex-prefeita Marta Suplicy; o prefeito de Osasco, Emídio de Souza; o ministro da Educação, Fernando Haddad; e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Para ele, não é sempre que a tese do presidente Lula de repetir candidatos é bem-sucedida. “Tivemos êxito quando repetimos e quando apresentamos nomes novos”, afirmou Mercadante.

Aclamação da “mãe do PAC”

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, será aclamada pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto depois de um processo que começou a ser construído no início de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, Lula a apresentou como a “mãe do PAC”. Essa é uma das imagens que alguns petistas entendem que deve ser explorada na campanha para equilibrar possíveis desvantagens de uma política que será testada pela primeira vez pelas urnas na eleição de outubro.

Para a economista Maria da Conceição Tavares, Dilma não precisa suavizar sua imagem para se adequar ao carisma do presidente. “O fato de ela ser mulher ajuda pra burro. Porque mulher é identificada como mãe e mãe pode ser durona, não precisa ser afável”, disse a economista, conhecida por ser arisca e de gênio difícil.

O ex-ministro José Dirceu também argumenta que Dilma é uma candidata mais forte por ser mulher e ter uma história de militância na esquerda com combate ao regime militar (1964-1985). E diferencia a pré-candidata petista da senadora Marina Silva (PV), pré-candidata do PV, que militou 30 anos no Partido dos Trabalhadores. “A Marina tem toda condição de ser candidata à presidente. É mulher, é de esquerda. Mas para isso precisa de votos e de apoio do Lula”, ironizou.


Esquiva
Dilma esquivou-se de opinar o que precisa ser feito para ela melhorar como candidata. Sobre ser oficializada amanhã, disse que enquanto não sair da Casa Civil não mudará a agenda. “Até lá vou manter o mesmo tipo de atividade que mantenho, estou a um mês da desincompatibilização”, afirmou. A agenda do último mês foi, além de tocar o dia a dia da Casa Civil, inaugurar obras do PAC e participar do carnaval em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Para frente, está em estudo acompanhar o presidente na visita ao Haiti, na próxima semana. (TP)

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/02/19/politica,i=174553/DIRCEU+DEIXA+A+CLANDESTINIDADE+E+BUSCA+POSTO+DE+DESTAQUE+NA+CAMPANHA+DE+DILMA.shtml

Lula nega ter escolhido Dilma para vaca de presépio e diz que não volta em 2014

da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ter escolhido a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata do PT à Presidência para apenas um mandato, com o objetivo de voltar em 2014.

"Ninguém aceita ser vaca de presépio e muito menos eu iria escolher uma pessoa para ser vaca de presépio. Todo político que tentou eleger alguém manipulado quebrou a cara", disse Lula em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".

O presidente disse ainda que, se eleita, Dilma deverá ficar dois mandatos no cargo. No entanto, destacou nunca ter gostado de um segundo mandato. "Achava que poderia ser um desastre."

O petista também falou sobre seu partido e avaliou que as diretrizes do programa petista podem ser mais "progressistas". "O partido, muitas vezes, defende princípios e coisas que o governo não pode defender."

Lula reiterou que uma eventual gestão de Dilma não será mais à esquerda do que seu governo, mas afirmou que a ministra terá o ritmo e estilo dela.

O presidente ainda falou sobre a presença do Estado na economia. "O governo tem dois papeis, e a crise reforçou a descoberta deste papel. O governo tem, de um lado, de ser o regulador e o fiscalizador; do outro lado, tem de ser o indutor, o provocador do investimento, aquele que discute com o empresário e pergunta por que ele não investe em tal setor."

Lula rebateu as críticas da oposição sobre o inchaço da máquina pública. "A cada 100 mil habitantes, o governo federal tem 11 cargos comissionados. O governo de São Paulo tem 31 cargos por 100 mil habitantes", disse ele em referência à gestão do tucano José Serra em São Paulo.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u696079.shtml

Por Dilma, PT reduz presença na eleição para governador

RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Com o objetivo de eleger Dilma Rousseff em outubro, o PT vai chegar às eleições deste ano com o menor número de candidatos próprios a governador em seus 30 anos de história.

No atual cenário, a legenda encabeçará chapas estaduais em no máximo 12 Estados, mais o Distrito Federal, número bem inferior ao observado em cada uma das sete eleições estaduais que o PT participou.

Com isso, aumenta o protagonismo de partidos que hoje integram a base de sustentação de Lula, principalmente o PMDB, que indicará o vice de Dilma e que deve receber o apoio do PT em sete Estados.

Em seguida vem o PSB, que embora mantenha candidatura própria à Presidência (Ciro Gomes) tem até o momento o apoio do PT à reeleição de seus governadores Cid Gomes (CE) e Eduardo Campos (PE). O próprio Ciro terá o PT no palanque se disputar o governo paulista.

"O nosso objetivo primeiro é eleger a Dilma", diz Paulo Frateschi, secretário nacional de Organização, para quem a mudança é importante. "Antes, para ter coligação no PT era um sufoco danado." O senador Aloizio Mercadante (SP) reforça: "O projeto é dar prioridade à campanha nacional".

De fato, a política de alianças que será aprovada hoje no congresso do PT diz que os arranjos regionais devem se submeter à "centralidade da eleição da companheira Dilma".

Nas quatro primeiras eleições estaduais de que participou (1982, 1986, 1990 e 1994), o PT lançou candidaturas a governador em quase todos os Estados. Em 1994, teve suas duas primeiras vitórias --DF e ES.

Quatro anos depois (1998), o PT teve o menor número de candidaturas, 16. Mas em 2002, ano em que chegou à Presidência, encabeçou chapa em 24 Estados. Na reeleição de Lula, em 2006, foram 18.

"Isso é maturidade, é evolução partidária. De que adianta ter candidato em todo lugar e não ir para o segundo turno? Queremos compor uma maioria. Lula tem ampla base de sustentação, que tem que ser representada", afirma Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara. O Planalto tem 14 partidos em sua base, mas nem todos apoiarão Dilma.

Os tucanos também lançaram candidatos ao governo em cerca de um terço dos Estados quando ocuparam o Planalto. Nesta eleição, o PSDB deverá ter entre 17 e 19 palanques.

Depois de PMDB e PSB, outros dois partidos da base lulista aparecem como beneficiários de possíveis apoios petistas, o PDT e o PP, herdeiro da Arena (Aliança Renovadora Nacional), sigla de sustentação do regime militar (1964-1985).

Mesmo com menor protagonismo, o PT enfrentará divergências entre aliados. Em Minas, o partido tenta lançar candidato próprio, mas pode ser forçado a apoiar uma candidatura do PMDB ou do PRB. No Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) reclama da possibilidade de dividir o apoio governista com o adversário Anthony Garotinho (PR).

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u696058.shtml

Em programa do PSB, Ciro critica clima Corinthians e Palmeiras partidário

colaboração para a Folha Online

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE), pré-candidato à Presidência, estrelou o programa do PSB criticando, sem citar nomes, a polarização política entre PT e PSDB. A propaganda de 10 minutos foi ao ar na noite desta quinta-feira.

"Esse clima de Corinthians e Palmeiras, esse Fla-Flu partidário que leva o cidadão-eleitor a votar no partido A com medo do partido B é ruim para o Brasil e muito arriscado para o projeto que estamos construindo", afirmou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva torce para o Corinthians enquanto o governador José Serra (PSDB), para o Palmeiras.

Aliado do presidente Lula, o PSB defendeu alianças mais íntegras, mas mostrou que a base não deve se concentrar apenas na candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). "O PSB sabe que só se governa com alianças. Mas acreditamos que as alianças podem e devem ser mais íntegras", afirmou o deputado.

Ciro aparece no programa ao lado dos governadores do partido, Eduardo Campos (PE) e Cid Gomes (CE). "A cabeça no futuro foi sempre uma característica do governador Cid Gomes. E olha que esse eu conheço desde pequenininho", afirmou sobre o seu irmão.

Entre os projetos apresentados como realizações do PSB, a propaganda traz obras do governo Lula como a Transnordestina e a transposição do rio São Francisco. Ciro também cita "a política de aumento real do salário mínimo, a ampliação do crédito popular e o Bolsa Família".

Segundo Ciro, "nos últimos 7 anos, sob liderança extraordinária do presidente Lula o nosso Brasil conquistou grandes avanços", afirma Ciro.

O deputado ainda criticou a política que se reduz a "acordos em troca de cargos". "Eu e meu partido sempre estivemos firmes ao lado desse projeto liderado por Lula", afirmou o deputado, que elogia o trabalho do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB).

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u695947.shtml

18 de fev. de 2010

Ibope mede adesão de 64% a governo com mudanças

Cristiane Agostine | Valor

SÃO PAULO - A maioria da população (64%) deseja algum tipo de mudança no governo federal, mas apenas 10% defendem que o comando do país seja totalmente diferente, segundo pesquisa Ibope/Diário do Comércio, encomendada pela Associação Comercial de São Paulo. Um terço dos entrevistados defende a continuidade total do governo, mas o restante aprova que o próximo presidente altere programas.

Segundo a pesquisa, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lidera as intenções de voto, com 36%. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece com 25%, seguida pelo deputado Ciro Gomes (PSB), com 11%, e pela senadora Marina Silva (PV), com 8%. Dos entrevistados, 11% disseram que anulariam o voto ou votariam em branco e 9% ainda não sabe em quem votar. Nesse cenário, a pesquisa indica que Serra concentra mais votos no interior e na periferia do que Dilma. A maior fatia da petista está na capital. A sondagem foi feita entre 06 e 09 de fevereiro e a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Metade eleitores que ganham até um salário mínimo desejam um governo de total continuidade.

Na comparação com a pesquisa anterior do Ibope, de dezembro, Dilma cresceu 17% para 25% e Serra caiu de 38% para 36% - dentro da margem de erro. Ciro foi de 13% para 11%. Marina passou de 6% para 8%.

Sem Ciro na disputa, o Ibope mostra Serra com 41% e Dilma com 28%. Marina tem 10%. Branco e nulo totalizam 12% e indecisos, 9%. Em um eventual segundo turno, Serra venceria, com 47% contra 33% de Dilma.

A candidata petista ainda é pouco conhecida pela população: 43% disseram que " só ouviram falar " dela e 33% disseram conhecê-la " mais ou menos " . Dos entrevistados, 10% nunca ouviram falar em Dilma. O percentual mostra que a ministra é menos conhecida do que Ciro : 4% nunca ouviram falar no deputado.

Candidato à Presidência em 2002, Serra é mais lembrado e e apenas 1% disse que nunca ouviu falar nele. Dos entrevistados, 31% o conhecem bem, 44% o conhecem " mais ou menos " e 24% conhecem " só de ouvir falar " . A mais " desconhecida " é Marina que 31% nunca ouviram falar.

Na pesquisa espontânea, 10% disseram que votariam em Serra; 9% em Dilma e 23% citaram o presidente Lula. Marina e Ciro foram citados por 1%. A maior parte dos entrevistados, 42%, disse ainda não saber em quem votar. O Ibope realizou 2002 entrevistas em 144 municípios. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral, sob o protocolo nº 3196/2010.

(Cristiane Agostine | Valor)

http://www.valoronline.com.br/?online/politica/6/6111950/ibope-mede-adesao-de-64%-a-governo-com-mudancas

Congresso do PT lança Dilma candidata à Presidência com programa que defende maior presença do Estado

Encontro começa nesta quinta-feira e vai até o próximo sábado

Do R7

O Congresso do PT, que começa nesta quinta-feira (18) e vai até sábado (20), deve confirmar o nome da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata do partido à Presidência na eleição de outubro e reforçar a tática eleitoral de colar a campanha dela à popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O encontro também servirá para que o partido discuta as diretrizes do programa de governo petista. Ancorada pelo mote de um novo "projeto nacional de desenvolvimento", o documento intitulado A Grande Transformação prega maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), BB (Banco do Brasil) e CEF (Caixa Econômica Federal) para o setor produtivo.

O documento chegou a criar confusão no Palácio do Planalto e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que alguns trechos fossem alterados a fim de evitar conflitos com empresários.

Entre os trechos que poderiam criar discordância está o que se refere ao fortalecimento de estatais. Na avaliação do Planalto, o documento petista pode dar a impressão equivocada de que a pré-candidata do PT defende a reestatização de empresas.

Durante o congresso, o PT também deve dar posse à nova diretoria do partido, eleita no fim do ano passado. O ex-senador José Eduardo Dutra vai substituir o deputado federal Ricardo Berzoini na presidência da sigla.

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/congresso-do-pt-lanca-dilma-candidata-com-programa-a-esquerda-de-lula-20110217.html

PT realiza Congresso para sacramentar candidatura de Dilma

No encontro, partido deve aprovar as diretrizes do programa de governo e definir a política de alianças

Estadão - Vera Rosa

BRASÍLIA - O PT inicia nesta quinta-feira, 18, em Brasília, o seu 4º Congresso Nacional, para sacramentar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido deve aprovar, também as diretrizes que vão nortear o programa de governo e definir a política de alianças da campanha. No discurso, Dilma vai enaltecer as obras do governo Lula e a necessidade de preservar o modelo econômico, como afirma a nova versão de sua plataforma, retocada a pedido do Planalto. A aclamação de Dilma como candidata ocorrerá no sábado, 20, dia marcado para o seu pronunciamento no megaencontro petista.

A última versão da plataforma de governo, que será votada amanhã pelo congresso do PT, prega o fortalecimento das estatais e das políticas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNB e BASA para o setor produtivo.

Nesse tópico, porém, foi acrescentado um trecho esclarecendo que "os bancos devem orientar-se para a produção e o consumo, a custo cada vez menores, de modo a promover o emprego e a renda em um quadro de estabilidade monetária".

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,pt-realiza-congresso-para-sacramentar-candidatura-de-dilma,512849,0.htm

Com 36%, Ibope mostra Serra à frente de Dilma

da Folha de S.Paulo

Realizada entre os dias 6 e 9 deste mês, pesquisa Ibope/Diário do Comércio registra uma vantagem de 11 pontos do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), sobre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), no cenário que inclui o nome do deputado Ciro Gomes (PSB) na disputa presidencial.

Segundo a pesquisa, Serra tem 36% da preferência contra 25% de Dilma. Como a margem de erros é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Ciro aparece tecnicamente empatado com a pré-candidata do PV, Marina Silva. Ele tem 11%. Ela, 8%.

Na simulação que exclui o nome de Ciro, Serra conta com 41% das intenções de voto contra 28% de Dilma. Marina tem 10%.

Se o segundo turno fosse hoje, Serra venceria Dilma por 47% a 33%.

O Ibope ouviu 2002 eleitores em 144 cidades. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo 3196/20.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u695541.shtml

Congresso petista lança Dilma à Presidência e enquadra rebeldes

RANIER BRAGON
MARIA CLARA CABRAL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O PT abre hoje em Brasília o congresso nacional que vai aclamar no sábado a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), 62, como a pré-candidata da legenda à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Os dirigentes petistas pretendem restringir ao máximo a possibilidade de questionamentos internos durante o evento, que deve aprovar diretriz de campanha submetendo todos os arranjos regionais do partido à estratégia nacional em prol da ministra.

Ex-pedetista, filiada ao PT desde março de 2001, Dilma teve sua candidatura bancada diretamente pelo presidente Lula, de quem também foi ministra de Minas e Energia antes de assumir a Casa Civil, em 2005.

Ela fará no sábado, após a fala de Lula "a apresentando" como a candidata, o discurso final do congresso, que será encerrado com um show de Jorge Ben Jor. O PT estima gastar R$ 6,5 milhões, o que inclui transporte e hospedagem de cerca de 1.350 delegados, mais convidados.

No discurso, a ministra deve, de acordo com petistas, falar da necessidade de avanços como a qualificação do funcionalismo responsável pela execução das obras e dos programas federais.

Amanhã o partido deve aprovar as diretrizes preliminares para o programa de governo de Dilma e para a política de alianças. Nos documentos, o PT prega um fortalecimento do papel do Estado, o aprimoramento dos programas sociais e a manutenção das políticas de ajuste fiscal, entre outros pontos.

O PT deixa claro nos documentos que o objetivo de eleger Dilma "deve orientar todos os movimentos políticos", ou seja, candidaturas regionais da legenda podem ser sacrificadas.

"Quem vai conduzir o processo da candidatura e das alianças é a Dilma. O próprio Lula diz isso", diz o deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara.

Nos textos, o PT critica indiretamente a atual base de Lula no Congresso, dizendo que o eventual governo Dilma precisará "de apoio parlamentar afinado com seus objetivos".

Segundo dirigentes do partido, haverá a tentativa de restringir a um limite "tolerável" os debates em torno das emendas das alas mais à esquerda. "Será o congresso da unidade. Não teremos uma agenda negativa", disse o deputado José Genoino (SP), integrante do Diretório Nacional que toma posse.

Eleições 2010 | Dilma

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u695522.shtml

17 de fev. de 2010

Ciro deve se mostrar como 3ª via em programa do PSB

ANA CONCEIÇÃO - Agencia Estado

SÃO PAULO - O Partido Socialista Brasileiro (PSB) vai se colocar amanhã, durante o programa da legenda no rádio e na TV, como um contraponto ao debate hoje polarizado entre PT e PSDB sobre a sucessão presidencial. A ideia é alavancar a pré-candidatura à Presidência do deputado federal Ciro Gomes (CE), que será a estrela da peça. "Ciro vai defender que o debate sobre o futuro do País tem de ter mais pluralidade", disse Carlos Siqueira, primeiro-secretário nacional do PSB e um dos coordenadores do programa, que vai ao ar às 20h no rádio e às 20h30 na TV.

Ciro deve conduzir o programa por duas linhas: reconhecerá os avanços do governo Luiz Inácio Lula da Silva, do qual é aliado, mas dirá que há problemas que precisam ser enfrentados. "Ciro tem papel destacado, será o condutor do programa e se posicionará quanto ao que é necessário ao futuro do País", conta Siqueira.

O deputado vai dividir os dez minutos do programa com os três governadores do partido, Eduardo Campos (PE), Cid Gomes (CE) e Wilma de Faria (RN), que mostrarão suas realizações e o modo peessebista de governar. Os dois primeiros são candidatos à reeleição e, Wilma, ao Senado. "Queremos mostrar as políticas sociais como vetor de desenvolvimento", afirma o primeiro-secretário.

Ciro Gomes tem insistido em concorrer à Presidência da República e dito que só um pedido do PSB poderá fazê-lo desistir. Sua aparição como personagem principal do programa do PSB reforça a ideia de que o partido ainda não decidiu se apoia o deputado na corrida presidencial ou se o convence a concorrer ao governo do Estado de São Paulo, como quer o presidente Lula.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ciro-deve-se-mostrar-como-3-via-em-programa-do-psb,512543,0.htm

Ibope mostra crescimento de Dilma e Serra estagnado

No levantamento de dezembro, a petista aparecia com 17% contra 38% do tucano; agora ela tem 25% contra 36%

Gustavo Uribe e Elizabeth Lopes - Agência Estado

SÃO PAULO - Pesquisa Ibope/Diário do Comércio, encomendada pela Associação Comercial de São Paulo e realizada entre os dias 6 a 9 deste mês, indica que a corrida à sucessão presidencial de outubro continua polarizada pelos pré-candidatos do PSDB e do PT, respectivamente o governador de São Paulo, José Serra, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Nessa mostra, Serra tem 36% das intenções de voto e Dilma 25%. Em terceiro lugar está o deputado federal Ciro Gomes (PSB) com 11%, seguido da senadora Marina Silva (PV) com 8%. O porcentual de votos brancos e nulos somou 11% e dos que disseram não saber em quem vai votar atingiu 9%.

A última pesquisa divulgada pelo Ibope foi no dia 7 de dezembro do ano passado. Na mostra, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Serra registrava 38% das intenções de voto, seguido de Dilma Rousseff com 17%, Ciro Gomes com 13% e Marina Silva com 6%. Naquela pesquisa, o porcentual de votos brancos e nulos atingiu 13% e dos que disseram não saber em quem votar ou não quiseram responder somou 12%.

No cenário sem Ciro Gomes, a pesquisa Ibope/Diário do Comércio aponta José Serra com 41%, Dilma Rousseff com 28%, Marina Silva com 10%, brancos e nulos 12% e não sabem ou não opinaram 9%.

Na simulação de um eventual segundo turno entre José Serra e Dilma Rousseff, o tucano lidera com 47% e Dilma registra 33%.

A maior rejeição apontada pela pesquisa é de Ciro Gomes, com 41%, seguido de Marina Silva com 39%, Dilma Rousseff com 35% e José Serra com 29%.

Continuidade

A pesquisa Ibope/Diário do Comércio avaliou também o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para 47% dos entrevistados, a administração de Lula é boa, para 29% é ótima, para 19% é regular, para 3% é péssima e para 2% é ruim.

A mostra indagou ainda o que os eleitores gostariam que o próximo presidente fizesse. Do total de entrevistados, 34% querem a total continuidade do atual governo, 29% querem pequenas mudanças com continuidade, 25% querem a manutenção de apenas alguns programas com muitas mudanças e 10% querem a mudança total do governo do País. Para 78% dos entrevistados, o presidente Lula é confiável, enquanto 18% disseram não confiar no presidente.

A pesquisa, que será divulgada nesta quinta-feira, 18, pelo Diário do Comércio, foi realizada com 2.002 eleitores em 144 municípios de todo o Brasil. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Esta pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral, sob o protocolo nº 3196/2010.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ibope-mostra-crescimento-de-dilma-e-serra-estagnado,512532,0.htm

PSol luta para sobreviver na política nacional

Sem um nome forte na eleição à Presidência da República, partido teme perder espaço no Congresso e tenta pelo menos manter a bancada. Aposta é na disputa para as assembleias

Correio Braziliense -  Tiago Pariz


Sem um nome forte para disputar a Presidência da República, o PSol luta para não encolher na eleição de outubro. Fazer apostas mais fáceis em cargos dos legislativos regionais é a ordem no partido criado com a bandeira anticorrupção. Repete-se em diversos estados o exemplo da ex-senadora Heloisa Helena, vereadora em Maceió, que preferiu não se sacrificar pela legenda na corrida presidencial ao optar pela disputa ao Senado.

Em Alagoas, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a aposta é crescer em cadeiras nas assembleias legislativas e, pelo menos, manter as três vagas de deputado federal com Ivan Valente (SP), Chico Alencar (RJ) e Luciana Genro (RS). Ao Senado, Heloísa Helena é a única aposta de candidato competitivo. O senador José Nery (PSol-PA) vai tentar uma vaga a deputado estadual.

“Conquistar funções nos legislativos regionais possibilita um processo de implantação nacional do partido. Se pode parecer um enfraquecimento das possibilidades do PSol, por outro lado a luta por um espaço nos parlamentos dos estados mostra que o partido sairá fortalecido”, diz Nery, ao defender a estratégia eleitoral adotada.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a expectativa é eleger ao menos dois deputados estaduais. Mas voltar-se aos legislativos regionais pode ser indício também de uma dificuldade do PSol em encontrar lideranças nacionais capazes de agregar votos e fazer a sigla crescer. “Aqui em Alagoas, estamos tendo dificuldade em fechar os candidatos para deputado federal porque a preferência é uma vaga na Assembleia”, explica o secretário nacional de organização, Mário Agra Júnior.


Na esteira
A estratégia nacional ficou prejudicada quando Heloísa Helena defendeu o apoio à candidatura da senadora Marina Silva (PV) ao Palácio do Planalto, abrindo mão de entrar na disputa. Sem um nome forte, o PSol poderá ter dificuldades para ter um bom desempenho eleitoral, avaliam alguns integrantes do partido. A legenda conseguiu eleger os três deputados em 2006 na esteira da votação da ex-senadora, que arrebatou 6,5 milhões de eleitores, deixando para trás o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que obteve 2,5 milhões de votos.

A votação surpreendente de 2006 não se confirmou na eleição municipal dois anos mais tarde, quando apenas 795 mil eleitores optaram pela legenda, demonstrando ser incipiente a ligação do eleitorado com o partido. A conexão deu-se sobretudo com a ex-senadora, que encarnou o papel de opositora de todos os lados e tornou-se voz ativa contra governo e oposição. Heloísa Helena acabou ocupando um vácuo aberto com a insatisfação de eleitores de esquerda diante dos seguidos escândalos de corrupção envolvendo o PT. O secretário de organização discorda, porém, que o partido arrisca-se a desaparecer na eleição nacional. “Mesmo sem a Heloísa, nós continuaremos com um candidato a presidente”, explica Agra.

Nome próprio
Para evitar jogar por terra as conquistas da última eleição geral, um grupo do PSol criou uma dissidência, contrária à proposta de apoiar Marina, e disposta a forçar o lançamento de um nome próprio na disputa presidencial. O PSol escolhe em 10 e 11 de abril no Rio de Janeiro o candidato entre o presidente do diretório de Goiás, Martiniano Cavalcante, e os ex-deputados federais Plínio de Arruda Sampaio e Babá. Caso não vença a indicação, Babá se lançará a deputado estadual pelo Rio de Janeiro, estado que adotou desde que deixou o Pará. No Rio, o partido filiou o músico Marcelo Yuca, que lançou sua pré-candidatura a deputado federal.

Memória

Uma costela tirada do PT

O PSol nasceu de uma dissidência do PT capitaneada pela então senadora Heloísa Helena (AL). Durante grande parte do primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva um grupo minoritário de petistas chamados de radicais adotou postura contrária ao governo por considerar que as bandeiras históricas do partido estavam sendo rasgadas. A discussão da reforma da Previdência foi o ápice da tensão. Por votarem contra a proposta governista, Heloísa Helena, o então deputados João Batista Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE) foram expulsos da legenda em dezembro de 2003.

Heloísa, Luciana e Babá tomaram a frente da criação de um novo partido, que nasce em 6 de junho de 2004, com a assinatura de 101 simpatizantes. O crescimento da legenda ocorre um ano mais tarde em pleno escândalo do mensalão, quando o PT foi acusado de desviar dinheiro público para pagar partidos da base aliada. Todos os integrantes de uma tendência petista, a Ação Popular Socialista, aderiram ao PSol.

Desidratação
Ocorre então uma desidratação do Partido dos Trabalhadores proporcional ao crescimento do PSol, quando os também deputados Chico Alencar, Maninha, Ivan Valente, Orlando Fantazzini e João Alfredo anunciam a desfiliação e o ingresso no novo projeto. Do grupo de ex-petistas, apenas Alencar, Valente e Luciana Genro conseguem se reeleger. A senadora disputa a Presidência da República e fica em terceiro com 6,85% dos votos válidos, numa aliança com o PSTU, cuja origem também foi o PT. Em 2008, nas eleições municipais, o PSol alcança 795 mil votos, o 15º desempenho, atrás de partidos nanicos com o PSC e o recém-criado PRB. (TP)

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/02/17/politica,i=174086/PSOL+LUTA+PARA+SOBREVIVER+NA+POLITICA+NACIONAL.shtml

Ciro recorre à TV para melhorar nas pesquisas

ANDREZA MATAIS
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Na semana em que o PT irá lançar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial, o PSB vai usar o programa eleitoral de rádio e TV para tentar alavancar a candidatura do deputado Ciro Gomes ao Palácio do Planalto.

Nos dez minutos de programa, Ciro só irá dividir o tempo com os três governadores do partido --de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

Apesar do destaque, Ciro não monopolizará as inserções nos Estados onde o PSB deverá lançar candidatura a governador. Pelo menos em sete Estados --incluindo São Paulo e Espírito Santo-- as entradas (distribuídas ao longo da programação) serão destinadas à promoção do candidato a governo.

Como as inserções têm maior impacto eleitoral, essa última chance de Ciro poderia ser prejudicada.

Num contraponto à candidata petista, vendida como de continuidade, Ciro irá se apresentar como capaz de aprimorar o governo Lula.

Ao dar espaço para Ciro, o PSB aposta num crescimento capaz de influenciar na decisão do presidente Lula, que ainda resiste em lançar dois candidatos da sua base de apoio.

"O programa todo vai ser apresentado pelo Ciro. Ele tem destaque, é o nosso pré-candidato à Presidência. Vamos fazer o que todos os partidos fizeram, dar espaço para nossa liderança", disse o presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Em nota ontem, a própria assessoria de Ciro disse que o programa iria "confirmar" sua candidatura à sucessão presidencial. O movimento foi emblemático porque a assessoria não costuma divulgar os passos do deputado federal.

O PSB definiu com o presidente Lula um prazo até março para a decisão sobre o futuro de Ciro. Preocupa os socialistas, mesmo os que defendem a postulação à Presidência, o fato de o deputado não ter conquistado apoios entre os demais partidos, o que deixaria o PSB isolado. Neste cenário, a candidatura é inviável, dizem.

Lula poderia ajudar a atrair esses apoios, caso se convença do argumento de socialistas de que Ciro pode ajudar a tirar votos do tucano José Serra e, num segundo turno entre PSDB e PT, ele pode ser um apoio importante. A definição do PSDB sobre quem será o seu candidato também é um senão para o partido, uma vez que Ciro não disputaria se o nome tucano fosse outro.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u695078.shtml