20 de fev. de 2010

PT lança pré-candidatura de Dilma; ministra faz treinamento intensivo para discurso

MALU DELGADO
da Folha de S.Paulo

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) passou os últimos dois dias em treinamento intensivo para o discurso que fará neste sábado no congresso do PT, quando será aclamada pré-candidata do partido à Presidência da República.

O discurso de Dilma terá aproximadamente 25 minutos, e a ministra deve dispensar o improviso.

O pronunciamento está organizado em três partes. A primeira com um tom mais emotivo, em que Dilma relembrará sua atuação na época da ditadura. Em seguida, fará um exposição sobre os dois mandatos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sobre sua própria atuação.

Para o momento final do discurso, Dilma reserva uma parte mais propositiva, em que mostrará o que pretende fazer se eleita. Os aliados de Dilma classificam a última parte do pronunciamento de "vamos". Entre as propostas da petista, a prioridade será na área de educação.

Uma das promessas que ela fará como pré-candidata será promover a universalização da "escola infantil", para atender crianças de zero a cinco anos.

Dilma vai citar ainda sua relação com Rio Grande do Sul e Minas Gerais, por meio de poemas de Carlos Drumond de Andrade e Mario Quintana.

Os organizadores do evento mudaram a decoração do evento para hoje, no centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. No palco central, onde Dilma e Lula vão discursar, foi colocada uma enorme foto em que os dois aparecem abraçados sorrindo. O congresso começou na quinta-feira e termina neste sábado.

Diretrizes

Ontem, o PT aprovou as diretrizes para o programa de governo da ministra em 2010 caso a petista seja eleita presidente da República em outubro.

Os petistas mantiveram no texto a disposição de firmar alianças com partidos de centro-esquerda em torno do nome de Dilma, mas não fizeram menção específica à aliança com o PMDB --tese defendida por alguns delegados do partido.

O deputado José Genoino (PT-SP) apresentou emenda que pedia a inclusão, no texto, da aliança prioritária com o PMDB nas eleições de outubro. A emenda acabou derrubada pela maioria dos delegados, que mantiveram o texto original --que menciona apenas a necessidade de o PT "fortalecer um bloco de esquerda e progressista, amparado nos movimentos sociais".

O partido cita, no texto, apenas o PSDB, DEM e PPS como opositores diretos do PT nas eleições de 2010. "De um lado, os neoliberais representados pela aliança DEM/PSDB/PPS, derrotados em 2002 e 2006, encurralados ideologicamente depois da crise econômica global e sem projeto para o país. De outro, o projeto popular implementado por Lula que levou o Brasil a deixar o papel de ator coadjuvante na cena mundial", diz o texto.

O ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (SP) disse que o partido não pretende priorizar alianças porque considera que todas as legendas da base são importantes para as eleições presidenciais. "

Genoino, autor da emenda, disse que seu desejo era apenas explicitar a aliança com o PMDB, mas demonstrou estar de acordo com a manutenção do texto original. "A divergência não era de fundo. Ficaram as alianças em geral. Estamos com a política de aliança que preconiza um bloco de forças de esquerda e de centro", afirmou.

O PT ainda diz, no documento, que tem como meta manter os cinco governos estaduais conquistados nas eleições de 2006, com a ampliação desse número. A meta do partido, explicitada no texto, é eleger Dilma presidente da República em outubro.

"O 4º Congresso Nacional do PT delibera que o objetivo principal do nosso partido em 2010 é a eleição da companheira Dilma para presidenta do Brasil", diz o texto.

Com Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u696605.shtml

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