13 de mar. de 2010

Serra vai se lançar candidato defendendo 'Estado ativo'

Estadão

Governador já definiu as diretrizes do discurso, que vão incluir conceitos como o de ‘sociedade influente’

Sinceridade, serenidade, crítica sem agressão, propostas no lugar de promessas são as linhas gerais da campanha presidencial do governador de São Paulo, José Serra, que já estão delineadas e farão parte do discurso dele no ato oficial de lançamento da candidatura, previsto para o fim da primeira semana de abril em Brasília.

As datas mais prováveis são sexta-feira, 9, ou sábado, 10 de abril, dias considerados mais eficazes em termos de aproveitamento nos meios eletrônicos.

A decisão de não fazer o ato no início da semana é porque logo depois do feriado da Semana Santa os convidados poderiam ter dificuldades de estar em Brasília.

Definida a agenda, a hora agora é de Serra preparar a transição administrativa do governo de São Paulo e pensar na melhor forma de se apresentar ao eleitorado com um esboço de seu programa de governo, onde o conceito de "Estado ativo" é o fio condutor.

Questões políticas ficam para depois. A organização das coligações estaduais será feita em abril e maio, mas a definição do candidato a vice-presidente pode só ocorrer perto da realização da convenção do partido, em junho.

Por enquanto, Serra não quer falar - e gostaria muito que o partido também não falasse - da questão Aécio Neves. No entendimento dele, a pressão é contraproducente.

Tanto para o êxito da formação da chapa tal como os tucanos consideram o ideal, quanto para a candidatura presidencial, pois fica a impressão de que a vitória depende do vice.

A matriz do discurso de Serra, e consequentemente de seu programa, no lançamento da candidatura é o pronunciamento feito na posse como governador de São Paulo, há três anos.

Na ocasião, José Serra disse que iria governar o estado "voltado para o Brasil".

Foram palavras nitidamente referidas no projeto futuro de voltar a se candidatar a presidente da República e que será retomado agora, no momento da concretização do plano.

José Serra apresenta-se como defensor do "ativismo governamental", que define como um meio-termo entre "o poderoso Estado Nacional Desenvolvimentista do passado" e o "Estado da pasmaceira, avesso à produção".

Até porque "aquele Estado ficou no passado, mas a questão nacional e a questão do desenvolvimento continuam no presente".

"O objetivo de materializar as condições de uma plena cidadania exige políticas nacionais, exige ativismo governamental na procura do desenvolvimento e da maior igualdade social."

Assistência social? Na visão de Serra, tais políticas são "justas e necessárias", desde que o Estado se empenhe em promover o desenvolvimento para não transformar os pobres em uma "clientela cativa do assistencialismo".

E o que falta para aumentar a capacidade produtiva e o emprego? Na opinião do candidato, capital há.

O que não existe são oportunidades lucrativas de investimentos, "espantadas pela pior combinação de juros e câmbio do mundo, em meio a uma carga tributária sufocante".

Serra prega a "necessidade de uma prática transformadora na política brasileira", começando pelo repúdio ao "mote fatalista e reacionário de que a desonestidade é inerente à vida pública, que o poder necessariamente corrompe o homem. Não é assim, alguns homens corrompem o poder".

Essa transformação implica o controle firme do Estado por ele próprio, "funcionando como um todo coerente sob o ponto de vista moral, da eficiência e das metas" sem aceitar a banalização do mal na política.

Um instrumento indispensável é o controle do Estado "por uma sociedade atuante, capaz de se defender dos abusos e de influir nas ações públicas".

Sobre o papel da oposição Serra falava na perspectiva de opositor ao governo federal, mas mantém, como pretendente a presidente, a validade do conceito: "À oposição cabe, óbvio, se opor. A governabilidade é tarefa de quem obteve das urnas o mandato para governar. Quem é altivo na derrota não se sujeita. Quem é humilde na vitória não exige sujeição".

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-vai-se-lancar-candidato-defendendo-estado-ativo,523798,0.htm

PT vai 'carimbar' Dilma como solução

Estadão

Ainda meio desconhecida do eleitorado, ministra terá roteiro de despedida ao lado de Lula

A despedida de Dilma Rousseff no comando da Casa Civil, no fim deste mês, indicará o tom que o governo quer imprimir à temporada inicial da campanha de sua candidata ao Palácio do Planalto. A equipe do PT tentará a todo custo popularizar a imagem da ministra - ainda desconhecida de metade do eleitorado - e, ao mesmo tempo, carimbá-la como a mulher com capacidade de resolver problemas e apontar soluções.

O roteiro que Dilma cumprirá, nos últimos dez dias de governo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reflete com todas as letras a estratégia traçada pelo comando petista. A maratona de viagens inclui visita à favela de Paraisópolis - a segunda maior de São Paulo -, no próximo dia 25, para uma cerimônia de licenciamento de rádios comunitárias e inauguração de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Encravada no Morumbi, Paraisópolis tem cerca de 80 mil moradores e só perde em tamanho para a favela de Heliópolis, também na zona sul. A urbanização, ali, é obra do PAC, carro-chefe da campanha de Dilma, e teve parceria entre governo federal, Prefeitura e Estado, comandado por José Serra - pré-candidato do PSDB à sucessão de Lula.

Do palanque popular na maior cidade do País, Dilma irá para o sul da Bahia, onde vestirá novamente o figurino da mulher capaz de cuidar de temas intrincados, como energia elétrica. Vinte e quatro horas após receber na favela "a mesma força do povo" conferida a Lula - como diz um de seus jingles, copiando refrão da música que embalou a reeleição do presidente, em 2006 -, a ministra participará da cerimônia de inauguração de um gasoduto em Itabuna (BA).

O lançamento da segunda edição do PAC, previsto para o dia 29, embalará o discurso de Dilma até a eleição de outubro. Ao encarnar o pós-Lula, a chefe da Casa Civil vai pregar um novo projeto nacional de desenvolvimento, com Estado forte, e bater na tecla de que é necessário transformar crescimento em prosperidade. Em conversas reservadas, auxiliares do presidente dizem, porém, que o Brasil não pode crescer mais do que 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para não haver repique inflacionário.

Grandes Cidades

"As políticas sociais serão temas essenciais nesta campanha", afirma o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha. "Vamos dar prioridade à qualidade da educação, à saúde e aos problemas das grandes cidades." Para Marco Aurélio Garcia, assessor de Assuntos Internacionais da Presidência e coordenador da plataforma de Dilma, quem está sofrendo não quer saber se o sofrimento é da alçada "municipal, estadual ou federal".

Feito sob medida para ser anunciado como último ato sob a coordenação de Dilma no governo, o PAC 2 terá investimentos na casa de R$ 600 bilhões e forte ingrediente eleitoral. Na tentativa de conquistar o voto feminino, a ministra incluiu no programa a construção de 6 mil creches - 1,5 mil por ano - no período de 2011 a 2014.

"Se nós quisermos, de fato, enfrentar a desigualdade na raiz, temos de tratar da questão da creche no primeiro ano de vida das nossas crianças", insiste ela, de olho no apoio das mulheres.

Sempre acompanhada por Lula, Dilma encerrará o périplo na condição de chefe da Casa Civil no dia 31, quando visitará Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG). As cidades não foram escolhidas por acaso: a ministra, que nasceu na capital de Minas, construiu carreira no Rio Grande do Sul após cumprir pena de três anos como presa política.

A origem mineira da candidata será destacada na campanha. Após passar o bastão da Casa Civil para Erenice Guerra, atual secretária executiva, Dilma fará roteiro afetivo pela região das Alterosas, reencontrando a família e locais onde viveu e estudou, como o Estadual Central, de grande efervescência política nos anos 60. Ela já capricha no sotaque. "Eu, hein, Rosa?", brincou há três dias, na abertura da Conferência de Cultura, usando expressão comum em Minas.

Ponto fraco

Na prática, a equipe de Dilma trabalha para neutralizar sua desvantagem em São Paulo e Minas - os dois maiores colégios eleitorais, hoje administrados pelo PSDB. Embora pesquisas indiquem que a ministra está quase encostando em Serra, a região Sudeste é o ponto fraco.

"A Dilma vai entrar numa fase boa agora, ao deixar o governo", disse Lula ao Estado. "A tendência é crescer porque vai virar candidata e correr o Brasil. Eu estarei espiritualmente com ela."

A aparente tranquilidade de Lula vai na contramão do estado de espírito de dirigentes do PT. "Serra e Alckmin estão circulando São Paulo inteiro", constata o presidente do PT paulista, Edinho Silva, preocupado com a movimentação do governador e do secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, provável candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes. "O nosso jogo é para definir logo quem vai aglutinar forças em torno do palanque da Dilma em São Paulo."

A costura política, no entanto, tem dado dor de cabeça ao PT. Lula quer tirar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) do caminho ao Planalto e pedirá a ele que entre na corrida pela cadeira de Serra. Mas, apesar de ter transferido o domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo, Ciro jura que quer mesmo disputar a Presidência.

"Prefiro ser cabeça de lagartixa, que escolhe onde vai, a rabo de jacaré, que vai atrás dos outros", provoca o deputado. Ao saber da comparação, Lula apenas sorriu. "Ai, meu Deus do céu!", exclamou. "O Ciro é assim mesmo." E não disse mais palavra.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,pt-vai-%27carimbar-dilma-como-solucao,523791,0.htm

Meirelles diz a PMDB que sua sucessão no BC seria "tranquila"

Por Natuza Nery

BRASÍLIA (Reuters) - Com praticamente todas as suas possibilidades em aberto, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, teria feito junto a lideranças do PMDB nacional a avaliação de que sua sucessão no BC, se confirmada, se daria de forma "tranquila".

Em uma viagem de avião São Paulo-Brasília há cerca de duas semanas, Meirelles dividira sua projeção junto ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e ao líder da sigla na Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

"Ele disse que dois ou três diretores continuariam perfeitamente sua política e mostrou tranquilidade na sucessão dele", contou Alves à Reuters sem citar nomes.

Alexandre Tombini, diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do BC, é o nome mais cotado para substituí-lo. Representa Meirelles com frequência nas reuniões de governo e não seria visto pelo mercado com sobressalto.

Durante a conversa, os dois peemedebistas tentaram convencer o titular da autoridade monetária a concorrer a um mandato em outubro. Prometeram ao correligionário a indicação que ele desejar num eventual governo Dilma Rousseff. Na ocasião, sugeriram o Senado, e a hipótese não foi descartada.

"Foi um bom diálogo, mas a decisão íntima ele não tomou ainda. Antes, é preciso conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva."

Dias antes, Temer e Meirelles já haviam tratado de eleição. Falaram da vice.

Os dois são cotados à chapa ao lado de Dilma. O primeiro representa a unidade do partido, mas não empolga alguns articulares da campanha petista como o segundo. Durante o encontro, o dirigente peemedebista --recentemente reconduzido ao comando da legenda-- falou abertamente das dificuldades de Meirelles se viabilizar internamente como vice.

"Não há outro nome do PMDB a não ser o de Michel Temer", enfatizou Henrique Eduardo Alves.

Segundo uma importante fonte palaciana, Lula prefere conversar com Meirelles na última semana do mês. Até lá, a bolsa de aposta seguirá instável.

COMPLICOU GOIÁS

A semana reservou algumas surpresas para Henrique Meirelles. A primeira delas veio na segunda-feira, quando um telefonema do deputado estadual Thiago Peixoto (PMDB-GO) deu-lhe conta da possível desistência de Iris Rezende ao Executivo.

"O cenário bagunçou. Voltou a ser discutido dentro do partido a possibilidade de defendermos Meirelles para o governo (local)", disse ele à Reuters.

"A situação não está mais tão confortável como antes. Ontem telefonei a ele de novo e disse que era bom ele vir para cá conversar. O líder Henrique Eduardo Alves também esteve aqui, preocupado em manter o foco de Meirelles no Senado."

Também na quinta, o Ministério Público pediu ao Supremo Tribunal Federal abertura de inquérito contra Meirelles por suspeita de crime contra a ordem tributária. Sua assessoria rapidamente apresentou explicações do presidente sobre o caso.

Fora do BC, e portanto sem o status de ministro, ele perde o foro privilegiado.

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE62B0L220100312

PV já se conformou em disputar sozinho eleição presidencial

(Fernando Taquari Valor)
 
SÃO PAULO - O Partido Verde (PV) admitiu que, diante do cenário de polarização entre PSDB e PT deve caminhar sozinho na disputa presidencial. "A realidade é essa. Não há indícios de que teremos alianças no plano nacional. Mas antes só do que mal acompanhado", avaliou o presidente do partido no Rio, vereador Alfredo Sirkis.

Para driblar as dificuldades no plano nacional, como o menor tempo para a propaganda política em relação aos demais concorrentes, ele afirmou que o partido vai apostar na intermídia, na capacidade de criar novos fatos políticos e nos debates na TV.

Sirkis considerou 8% de intenção de voto para a senadora Marina Silva (AC), pré-candidata do PV ao Palácio do Planalto, como "impressionante", ainda mais quando se leva em conta o grau de exposição da senadora na mídia.

"A última vez que a senadora apareceu no Jornal Nacional, por exemplo, foi no dia 20 de dezembro, com a Conferência de Copenhague. Enquanto isso, Dilma e Serra apareceram com muita mais frequência no horário nobre."

Por outro lado, ressaltou o vereador, Marina é a pré-candidato mais carismática entre os postulantes e tem grande potencial de crescimento, principalmente entre a classe média, os jovens e os cristãos, mais especificamente as mulheres pobres que se identificam com a senadora.

A definição sobre o vice ficará para a depois das convenções partidárias, adiantou o presidente nacional do PV, vereador José Luiz de França Penna (SP).

Marina já manifestou o desejo de compor uma chapa com o empresário Guilherme Leal, sócio da Natura. "O convite foi feito. Depende dele, mas acho que ele topa", acrescentou Sirkis.

Leia mais: http://www.valoronline.com.br/?online/politica/6/6155605/pv-ja-se-conformou-em-disputar-sozinho-eleicao-presidencial#ixzz0i4qHiXCZ

http://www.valoronline.com.br/?online/politica/6/6155605/pv-ja-se-conformou-em-disputar-sozinho-eleicao-presidencial

Roberto Freire diz que PPS não está mais mobilizado em busca de apoio à candidatura de José Serra com Aécio como vice

Patrícia Aranha

Publicação: 13/03/2010 07:00 Atualização: 13/03/2010 08:35

O PPS desistiu de insistir. Diante das reiteradas declarações do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), de que não aceita ser candidato a vice-presidente na chapa que deve ser encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o presidente da legenda, deputado federal Roberto Freire (PPS-PE), disse ontem que não vai mais pedir assinaturas para o manifesto que circula na internet, no endereço www.serra-aecio.com.br, do qual é o segundo signatário, depois do poeta Ferreira Gullar. %u201CAécio deixou passar a oportunidade. Continuamos achando importante essa chapa, mas Aécio precisa entender que ela não é fundamental para a vitória da oposição%u201D, argumentou Freire, um dos principais aliados de Serra.

O banner pedindo assinaturas para o manifesto que estava na primeira página do site do PPS foi retirado do ar no fim da tarde de ontem. Até o início da noite, havia 10.524 assinaturas. Freire mantém a esperança de que Aécio reconsidere a decisão, nos três meses que restam para o prazo das convenções, quando serão oficializadas as candidaturas. %u201CNão é que não continue considerando a chapa Serra-Aécio a melhor, mas não estamos mais mobilizados. Agora, só depende de Aécio. Vamos parar porque senão fica parecendo que é a única alternativa. Não é%u201D, disse, sem apontar que outros nomes a oposição teria. %u201CTemos vários. Vai chegar o momento apropriado para apresentá-los%u201D, esquivou-se.

Para o presidente do PPS, Aécio se engajará na campanha de Serra mesmo sem ser o companheiro de chapa. %u201CMinas estará bem representada na campanha de Serra, com a grande liderança de Aécio Neves. Temos certeza de que ele (Aécio) estará integrado nessa luta, como fez na campanha de Geraldo Alckmin, quando fui testemunha do empenho dele.

www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/13/politica,i=179411/ROBERTO+FREIRE+DIZ+QUE+PPS+NAO+ESTA+MAIS+MOBILIZADO+EM+BUSCA+DE+APOIO+A+CANDIDATURA+DE+JOSE+SERRA+COM+AECIO+COMO+VICE.shtml

Entidades da sociedade civil e o TSE prometem ser aliados do eleitor na campanha deste ano

Correio Braziliense - Ivan Iunes

Um Congresso Nacional reticente em aprovar o projeto que proíbe candidaturas de políticos condenados pela Justiça deve incentivar uma enxurrada de listas com as fichas criminais e os trabalhos prestados pelos parlamentares durante o mandato. Tradicionalmente elaborados por entidades representativas e organizações não governamentais (ONGs), os levantamentos trazem balanços sobre a forma como pensam e agem deputados e senadores em questões pontuais, como o combate ao desmatamento, a redução da carga horária de trabalho e os reajustes para aposentados. A prestação de contas “alternativa” ganha nas próximas eleições a colaboração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decidiu publicar a ficha criminal dos candidatos na internet. O expediente, que já era utilizado por entidades e ONGs, ganhará status de legitimidade.

A intenção do TSE é que a lista seja divulgada logo no primeiro mês da campanha eleitoral, em julho. Para homologarem as candidaturas, os políticos terão de apresentar certidão criminal. Os dados serão publicados na internet. A sugestão, feita pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), era de que o tribunal divulgasse também os candidatos condenados por improbidade administrativa, mas o crime não deve constar da publicação. O eleitor que quiser se informar sobre a ocorrência de crimes contra a administração pública pode consultar uma lista alternativa dos fichas sujas, já disponível no portal da OnG Transparência Brasil, pelo projeto Excelências.

As publicações dessas listas ganham maior importância, em especial, com a lenta tramitação do projeto Ficha Limpa na Câmara dos Deputados. A proposta, elaborada pela sociedade civil, está em estudo por uma comissão especial. O relatório preliminar, apresentado pelo deputado federal Índio da Costa (DEM-RJ), proíbe a candidatura de parlamentares condenados por órgãos colegiados — a brecha libera os julgados em primeira instância. Ex-parlamentares que tenham renunciado para fugir da cassação também ficam inelegíveis. O peso das propostas reforça a resistência natural dos parlamentares em aprovar a medida. “Quase metade da Câmara tem ficha suja na primeira instância e 25%, na segunda. Como aprovar uma coisa dessas dentro da Casa? É uma missão impossível”, analisa David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília (UnB).

Os recentes embates dentro da própria comissão especial que analisa o projeto já antecipam o clima conturbado que a proposta enfrentará. Parte dos deputados acredita que proibir candidaturas de políticos sem condenações definitivas é inconstitucional. Por outro lado, o expediente do foro privilegiado praticamente impossibilita o julgamento final antes da prescrição dos processos. Como a proposta será, fatalmente, questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), a estratégia dos apoiadores do projeto é aprová-lo em plenário o quanto antes. “Os termos, dificilmente, encontrarão consenso dentro da Casa. O melhor é a comissão não discutir a constitucionalidade, mas a importância do projeto, melhorá-lo. As questões jurídicas precisarão de uma interpretação do Supremo”, analisa o deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA).

Motosserra

Para entidades sindicais e ONGs, a elaboração de listas serve para jogar holofotes sobre o comportamento de parlamentares a respeito de diversas questões pontuais. As organizações ambientalistas costumam ser as mais criativas. Depois de criar o troféu motosserra e apontarem os amigos e inimigos da Amazônia, a lista da vez é a dos “exterminadores do futuro”, da SOS Mata Atlântica, com a colaboração da Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara dos Deputados. A proposta é que o internauta sugira os nomes dos parlamentares com atuação danosa ao Código Ambiental. A eleição será filtrada pela Comissão e pela ONG. Em agosto, os vencedores do prêmio serão anunciados. “A reação ao projeto foi tão grande que os futuros exterminadores podem se exterminar politicamente antes mesmo das eleições”, diverte-se o diretor da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani.

A pressão contra os parlamentares, pelo constrangimento, inclui listas que vão dos contrários à redução da jornada de trabalho até os inimigos dos aposentados. Desde o ano passado, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes mantém o “Placar das 40 horas”, com deputados e senadores paulistas contrários à diminuição da carga horária trabalhista. O único entrave às campanhas é a exposição restrita à internet. “Esse tipo de prática precisa de visibilidade para dar certo. E a internet ainda não alcança o país inteiro”, explica Fleisher.

» Memória
Efeito colateral

Durante as eleições municipais de 2008, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidiu impugnar as candidaturas de todos os políticos com ficha suja do estado, com base na Lei de Improbidade Administrativa. A questão foi parar no Tribunal Superior Eleitoral, que decidiu pela ilegalidade da medida. A decisão da Corte, porém, demorou cinco semanas. Tempo suficiente para que a lista dos impugnados corresse a internet e os meios de comunicação. Nenhum dos candidatos com ficha suja conseguiu passar pelo crivo das urnas. “O tribunal criou um fato jurídico apenas para conseguir divulgar quem eram os candidatos com ficha suja e conseguiu que eles não se elegessem. O TSE investirá agora na mesma estratégia”, explica o cientista político David Fleisher.

Clique engajado

Projeto Excelências
Traz uma lista de governantes que cometeram crimes contra a administração pública

Exterminadores do futuro
Promove eleição simbólica de políticos que tenham ação considerada prejudicial ao meio ambiente

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/13/politica,i=179410/ENTIDADES+DA+SOCIEDADE+CIVIL+E+O+TSE+PROMETEM+SER+ALIADOS+DO+ELEITOR+NA+CAMPANHA+DESTE+ANO.shtml

Thame diz que Serra precisa ganhar com boa margem em SP

Presidente estadual do PSDB participou neste sábado de palestra sobre eleições na Câmara de Ribeirão Preto

Brás Henrique, do O Estado de S. Paulo

RIBEIRÃO PRETO - Mais de 50 integrantes do PSDB da região de Ribeirão Preto participaram neste sábado, 13, da palestra "Estratégias para Eleições Proporcionais", na Câmara de Ribeirão, já se preparando para o pleito de outubro. O presidente estadual do partido, Mendes Thame, destacou que será importante uma vitória ampla de José Serra, na disputa presidencial, em São Paulo. "Se não formos bem em São Paulo, estamos perdidos, e se queremos ganhar a eleição não podemos perder no primeiro turno", disse Thame, durante a palestra. Segundo ele, o provável candidato tucano precisa ter 6 milhões de vantagem sobre a adversária do PT, Dilma Rousseff. Para isso, Thame enfatizou a importância da união partidária.

"Em 2006 não estávamos unidos; o partido estava arranhado pela disputa entre Geraldo (Alckmin) e Serra", comentou Thame. Dos cerca de 30 milhões de eleitores do Estado, ele citou que 70% (21 milhões) votariam no PT ou PSDB, e que a diferença de 6 milhões tem que sair em favor dos tucanos. "De cada três votos, dois terão que ser para nós, e o adversário não pode passar de 33% em nenhuma cidade." O deputado federal Thame disse ainda que Dilma não tem o mesmo carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que impulsiona a campanha da petista, e por isso é importante o PSDB não se descuidar do segundo turno, como em 2006. Naquela eleição, Alckmin teve boa margem de diferença para Lula no primeiro turno, mas no segundo o desempenho decepcionou. "Não basta vencer, mas sair de São Paulo com extraordinária vitória para presidente", afirmou Thame.

O vice-presidente do PSDB paulista, o deputado federal Antônio Duarte Nogueira Júnior, destacou ainda que ferramentas virtuais, como twitter e facebook, serão importantes na campanha, para informar e atingir o eleitorado. Ele está confiante na vitória de Serra a presidente e aposta até num eventual erro de estratégia do rival PT como provável aliado. "O Lula está dissolvendo o PT nos estados, forçando a candidatura da Dilma", disse Nogueira. E mencionou que Serra tem mais empatia do que Dilma. "Ela (Dilma) não tem o 'rebolation' dele (Lula)", brincou ele, referindo-se à maneira sisuda da petista discursar.

Para Nogueira, o PSDB também terá muito trabalho no Estado, para confirmar a eleição do secretário de Desenvolvimento Geraldo Alckmin a governador. Para ele, a candidatura de Alckmin é fato consumado, com a saída estratégica do secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes, da disputa majoritária. Nunes agora deverá pleitear a indicação tucana ao Senado, mas também terá adversários fortes na legenda, como Xico Graziano (Meio Ambiente), Paulo Renato Souza (Educação), José Aníbal (ex-presidente nacional do PSDB) e o próprio Thame. O outro candidato ao Senado seria Orestes Quércia (PMDB), da coligação que apoia os tucanos no Estado. Para vice de Alckmin, Nogueira acredita que o nome surja também da base aliada. "É bom compartilhar por completo na disputa", comentou ele.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,thame-diz-que-serra-precisa-ganhar-com-boa-margem-em-sp,523752,0.htm

Roberto Magalhães também desiste de candidatura

Ex-governador de PE disse ser necessária uma reforma política para dar transparência ao Legislativo

Angela Lacerda, da Agência Estado

RECIFE - Da mesma forma que o secretário-geral do PT, José Eduardo Martins Cardoso (PT-SP) - que desistiu de concorrer â Camara por falta de uma reforma política que dê transparência ao sistema político brasileiro -, o deputado federal pernambucano Roberto Magalhães (DEM-PE) não vai mais concorrer a um novo mandato. "O Brasil caminha para se transformar no país do partido único, o partido do poder", afirma ele, para quem a Casa ficou sem graça - o governo age como rolo compressor e a oposição detém menos de um terço dos 513 deputados.

Ex-governador, ex-prefeito do Recife e deputado federal por quatro mandatos, Magalhães diz ter conhecido a Câmara ainda com independência e aponta o sistema eleitoral como a raiz do processo de corrupção no campo dos três Poderes. "Já dei minha cota, não tenho mais estímulo",

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,roberto-magalhaes-tambem-desiste-de-candidatura,523751,0.htm

José Eduardo Cardozo, do PT, desiste de disputar eleição

Deputado, eleito com 124.409 votos, justificou sua decisão em razão da promiscuidade do sistema eleitoral

Daiene Cardoso - Agência Estado

SÃO PAULO - O deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP) anunciou nesta sexta-feira, 12, ter desistido de concorrer a um novo mandato à Câmara, e justificou sua decisão em razão da promiscuidade do sistema eleitoral. "Já me submeti a situações constrangedoras, mas cheguei ao meu limite", alegou.

Em um comunicado aos eleitores em seu site, o deputado fez críticas ao sistema de financiamento de campanha e à interpretação jurídica dada às regras eleitorais, as quais chamou de "absurdas". O petista lamenta ainda o fracasso da reforma política.

Cardozo também reclamou dos órgãos responsáveis pela fiscalização das campanhas. Segundo ele, as interpretações dadas às regras eleitorais são "rígidas" e "formais", o que leva "os mais sérios candidatos" a sofrerem "pesadas punições". "Da forma que o sistema está, chega a ser expulsório", disse à Agência Estado.

O deputado destacou que gosta de sua atuação no Parlamento, mas que o sistema é "perverso demais" e, por isso, "não sente felicidade em continuar". Entre os constrangimentos, o deputado lembra que foi recentemente acusado por um jornalista de defender interesses de doadores de campanha em um projeto que apresentou na Câmara dos Deputados.

Carreira

Eleito em 2006 com 124.409 votos, Cardozo exerce desde 2008 o posto de secretário-geral do partido. No ano passado, pleiteou o cargo de presidente da legenda, em substituição ao deputado federal Ricardo Berzoini (SP). Angariou apenas 81.372 votos, 17,2% do total, e foi vencido pelo ex-presidente da Petrobras Distribuidora, José Eduardo Dutra.

Recentemente cotado para substituir Tarso Genro no Ministério da Justiça, Cardozo negou que a decisão tenha relação com a preferência do presidente Lula pelo secretário-executivo Luiz Paulo Barreto. "Se me escolhesse, ótimo, quem não quer participar do ministério do presidente Lula?" Ele também negou a informação de líderes petistas de que estaria desgostoso com o retorno de José Dirceu à direção do partido.

Leia a íntegra da carta de José Eduardo Cardozo:

Minha intenção era convocar uma ampla plenária, aberta a todos os que ao longo destes quase dezesseis anos de vida parlamentar me honraram com seu voto ou apoio, para informar e debater o posicionamento estritamente pessoal que motiva o encaminhamento desta mensagem. O vazamento de notas na imprensa e a dimensão pública que a questão assumiu ao longo dos últimos dias, inclusive com especulações infundadas, me forçam a ter de fazê-lo agora, de imediato, por esta via, sem prejuízo das reuniões do meu mandato que promoverei até o final do presente ano, com o objetivo de prestar as informações e os esclarecimentos necessários à compreensão deste meu posicionamento, bem como para que possamos juntos continuar debatendo e participando ativamente da vida política do país.


Comecei a ter uma vida política mais intensa no movimento estudantil, especialmente quando, ao final dos anos 70, fui Presidente do Centro Acadêmico “22 de agosto” da PUC/SP. Desde a sua fundação, ingressei no PT onde hoje, pela segunda vez, ocupo o cargo de Secretário-Geral Nacional. Convidado por Luiza Erundina, tive a honra de participar da primeira gestão petista na Cidade de São Paulo, na condição de Secretário de Governo do Município, deixando o cargo apenas para disputar minha primeira eleição ao Legislativo Paulistano.


Desde então venho me dedicando à vida parlamentar. Iniciei, em 1995, meu mandato de vereador à Câmara Municipal de São Paulo, onde tive a oportunidade de presidir a CPI da “máfia das propinas” que combateu a corrupção e levou à cassação de parlamentares envolvidos na prática de atos de improbidade, bem como a um movimento importante de opinião pública que clamava pela mudança das práticas políticas na cidade. Em 1999 tive a honra de ter recebido, nas urnas, a maior votação obtida por um Vereador no país até hoje (229.000 votos). No ano seguinte, ao longo da administração da Prefeita Marta Suplicy, exerci a Presidência da Câmara paulistana promovendo, em conjunto com o meu partido e os demais vereadores da legislatura, dentre outras conquistas, o fim do voto secreto naquele Parlamento. Interrompendo meu mandato de vereador, fui eleito, em 2001, por cerca de 300.000 eleitores, para a Câmara dos Deputados, onde hoje caminho para o final do meu s egundo mandato. Durante todo este último período, me orgulho de ter pertencido à bancada de sustentação do governo do Presidente Lula e pelo fato de ter sido indicado por órgãos que acompanham as atividades do Congresso Nacional, não só como um dos 100 deputados mais influentes da Câmara, mas escolhido, em diferentes anos seguidos, como um dos melhores parlamentares que atuaram nas duas legislaturas.


Hoje, em março de 2010, os brasileiros já começam a assistir os preparativos para o importante embate eleitoral que teremos ao final do ano. Teremos uma grande disputa político-ideológica, no momento em que os brasileiros forem chamados às urnas. De um lado, estarão alinhados os que defendem, como eu, a continuidade do programa de governo executado pelo Presidente Lula, por reconhecerem as fantásticas transformações sociais e econômicas que vem acontecendo na vida brasileira ao longo dos últimos anos. De outro, estarão os que desejam, por preconceito ou convicção, o retorno às praticas neoliberais de governos anteriores.


Pretendo participar deste processo de embate político, militando ativamente, na função em que for designado pelo meu partido, na campanha eleitoral daquela que encarnará toda a emoção e o sentimento dos que querem a continuidade das políticas do atual governo, a querida companheira Dilma Rousseff. Estarei me dedicando de corpo e alma a esta campanha presidencial, às campanhas dos candidatos do Partido dos Trabalhadores e à possibilidade de termos, em Dilma, a primeira mulher Presidente da República.


Todavia, quero dizer que, após uma profunda e demorada reflexão, por um posicionamento estritamente pessoal, decido agora não buscar nas urnas minha reeleição à Deputado Federal. Devo, por isso, um esclarecimento não só a você, mas a todos aqueles que desde o início da minha militância política me acompanham e apóiam incondicionalmente, festejando com alegria as vitórias, ou me estimulando carinhosamente e dando forças, nos muitos momentos difíceis que vivi ao longo dessa jornada.


Não tenho nenhuma dificuldade em dizer que sempre gostei de atuar no Parlamento e tenho orgulho de ter sido e ser ainda hoje parlamentar. O Parlamento é indispensável para a Democracia de um país. Ser parlamentar, representando milhares de pessoas que, nas urnas, marcaram o número e depositaram a sua confiança no seu mandato, sempre foi visto e vivido, por mim, intensamente, como uma função nobre e dignificante. Por isso, sempre procurei, com lealdade e ética, no limite das minhas possibilidades e superando limitações pessoais, me dedicar, ao máximo, com paixão, alegria e satisfação, a esta missão que me foi delegada por aqueles que me escolheram como seu candidato e representante.


A razão pela qual me afastarei por vontade própria da Câmara dos Deputados, ao final deste mandato, portanto, não se prende a uma avaliação de descaso para com a vida parlamentar ou para com o Parlamento. Não se prende também a divergências políticas com o meu partido ou a um inconformismo com as diretrizes políticas do Governo que defendo.


Desde a última campanha eleitoral, disse e repeti, por diversas vezes, que achava difícil a possibilidade de vir a participar de uma nova eleição à Câmara dos Deputados, se não houvesse uma radical reforma do sistema político brasileiro. Afirmava que, se houvesse oportunidade e fosse útil ao meu partido, minha disposição poderia vir a ser até a de disputar eventualmente um cargo majoritário. Mas, antevendo o futuro, já começava a dialogar com os meus eleitores sobre a possibilidade daquela ser a minha última disputa para um mandato proporcional. Fazia isso, no curso de uma campanha, por já não me sentir confortável em disputas onde os recursos financeiros cada vez mais decidem o sucesso de uma campanha, onde apoios eleitorais não são obtidos pelo convencimento político das idéias, pelo programa ou pela própria atuação do candidato proporcional, mas quase sempre pelo quanto de “estrutura” financeira ele pode distribuir. Já naquele momento começava a me sentir desestimulado em disputar eleições onde os órgãos fiscalizadores partem de interpretações tão rígidas e formais das regras eleitorais que mesmo os mais sérios e cautelosos dos candidatos poderão sofrer pesadas punições, enquanto os adeptos de práticas não republicanas correm praticamente os mesmos riscos quando realizam suas campanhas milionárias, engordando seus patrimônios pessoais e obtendo votos a peso de ouro. Hoje um político sério no Brasil pode vir a ser punido ou mesmo correr o risco de perder o seu mandato, por um mero descuido ou erro formal. Será então exposto à impiedosa execração pública que o tratará como um criminoso de alta periculosidade, com seu nome e fotografia estampado pelos órgãos de comunicação, sem que se busque saber, exatamente qual “delito”, de fato, ele cometeu. Seus familiares, mesmo conscientes da lisura ética do punido, amargarão a vergonha e a zombaria pública, recebendo também uma sanção social implacável. Já os corruptos cuidadosos que podem pagar bons e caros técnicos que os assessoram, costumam não cometer erros desta natureza, ao engendrarem suas grandes “falcatruas”. Bem assessorados, quase sempre saem “limpos” das disputas eleitorais e aptos a continuar a assaltar os cofres públicos com a mesma desenvoltura de sempre. Quando, porém, eventualmente, são pegos pelas malhas da lei, já possuem os cofres nutridos para pagar bons advogados e fortuna suficiente para fugir da execração social em lugares acolhedores do mundo. Por serem desonestos, já estavam preparados para o “risco” das suas atividades perigosas.


Não bastasse isso, a generalização e a banalização da idéia de que todo político é “desonesto”, não pode deixar de abater ou desestimular os que buscam comportar-se com a dignidade e a ética que o respeito ao voto popular exige. Não há nada pior para alguém que vive com dignidade no mundo da política, do que, diante de uma acusação qualquer, ver que a sua palavra ou a ausência de provas incriminadoras, não afasta nunca a “certeza” da sua “culpa”. Se na vida comum se costuma dizer injustamente que “onde há fumaça há fogo” (injustamente, porque a fumaça pode ter outras “causas químicas”), na vida de um político, o senso comum costuma sentenciar que se há “a leve aparência da fumaça, a existência do fogo é certa”. E não admite, jamais, prova em contrário.


Por isso, me empenhei muito na defesa da reforma política. Defendi o financiamento público das campanhas, por entender que as formas atuais de financiamento privado das eleições geram corrupção e uma real ausência de isonomia entre os candidatos. Defendi o voto em lista partidária porque entendo que, em uma eleição, um partido deve disputar seu programa de forma unitária, sem que pessoas que estão do mesmo lado busquem os votos um dos outros, personalizando a competição e reduzindo a chance de uma politizada e madura disputa eleitoral. Tinha e tenho consciência de que somente uma reforma política aguda e radical poderia romper com a cultura dominante de execração preconceituosa de todos os que optam pela vida política, forçando a diferenciação do joio do trigo pela sociedade. Mas junto com outros companheiros de luta, fui derrotado. As regras eleitorais que marcarão as próximas disputas aos cargos proporcionais serão as mesmas. Os vícios serão os mesmos. E o desestímulo dos que defendem posturas republicanas na atividade política cada vez maior.


Admiro e aplaudo, portanto, todos aqueles companheiros que, tendo a mesma visão ética que possuo da ação política, ainda conseguem transformar o desestímulo em energia para uma disputa proporcional dentro deste sistema eleitoral e desta conjuntura adversa, como, aliás, fiz tantas vezes. Só que todos devem saber respeitar os seus limites e avaliar, diante do que sentem e vivem, quando poderão ser mais úteis em outras frentes de luta, na defesa da mesma causa. É o que hoje, após tantos anos de atividade parlamentar, percebo em mim mesmo diante da perspectiva de participar de um novo pleito eleitoral para a disputa de uma vaga na Câmara dos Deputados. Aprendi na minha vida a não entrar em disputas quando não se tem ânimo para enfrentá-las ou não se sente prazer e alegria em fazer um bom embate, mesmo quando a vitória é possível. O sistema político brasileiro traz no seu bojo o vírus da procriação da corrupção e das práticas não republicanas, mas também inocula, ao mesmo tempo, outro vírus que atinge o ânimo dos que gostam do Parlamento, mas não gostam das condições, das regras, das calúnias e das incompreensões que forjam o caminho do acesso e o exercício de um mandato proporcional. Embora tenha lutado muito contra o primeiro, fui, lamentavelmente, atingido pelo segundo.


Por isso, deixarei, ao final deste ano, a Câmara dos Deputados, mas não abandonarei a militância política. Estarei sempre à disposição do meu Partido e do projeto político-ideológico que defendo para o país, para assumir qualquer tarefa que me traga ao espírito o ânimo e a alegria do bom embate, na construção de uma sociedade justa e fraterna.


Peço de todos os que sempre me apoiaram, mesmo que eventualmente agora os decepcione, a compreensão deste gesto fundado em razões estritamente pessoais e de foro intimo. Acredito ter cumprido o meu papel na Câmara dos Deputados, não fazendo tudo aquilo que gostaria, mas fazendo tudo o que estava ao meu alcance, honrando, no limite das minhas possibilidades, a confiança dos meus eleitores. Minha decisão não é uma renúncia à causa, mas apenas uma mudança do campo de atuação política. Quero deixar a paralisia que o desestímulo em disputar uma candidatura proporcional me traria, transformando-a em energia positiva para novos embates políticos. Quero me voltar integralmente à construção da nossa candidatura presidencial, à eleição dos nossos governadores e governadoras, e à eleição de uma bancada parlamentar forte que possa comandar a realização de uma verdadeira reforma política democrática. Quero e vou continuar lutando pela justiça, a igualdade , a liberdade, o Estado Democrático de Direito e a ética na política, em todas as frentes de batalha em que me sentir estimulado e puder ser útil.


Por fim, deixo aqui um agradecimento sincero a todos os que contribuíram com seu trabalho no meu gabinete parlamentar ou com a sua liderança, militância e apoio, na defesa e na sustentação dos meus mandatos. Reafirmo que estaremos sempre juntos, com as nossas utopias e nossos sonhos, fazendo com que, mesmo diante das piores tormentas e armadilhas, a esperança continue a vencer o medo.


Brasília, 12 de março de 2010


JOSÉ EDUARDO CARDOZO

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,jose-eduardo-cardozo-do-pt-desiste-de-disputar-eleicao,523416,0.htm

Ciro dá aval e PT prepara candidatura de Mercadante

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O deputado Ciro Gomes (PSB) avisou ao PT que não vai concorrer ao governo paulista e liberou o partido para trabalhar a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao Palácio dos Bandeirantes. A resposta negativa ao convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi dada ao líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, na quarta-feira.

"Conversei com o Ciro e ele disse que não será mesmo candidato em São Paulo e liberou partidos aliados a buscarem suas alternativas para a disputa", afirmou Vaccarezza, confirmando a já esperada indicação de Mercadante para o posto. "Em São Paulo, temos várias opções. Mas o Mercadante é o nome preferido do presidente Lula", completou.

O senador foi escalado por Lula como plano B para a disputa em São Paulo no fim de janeiro, durante reunião improvisada em uma casa no Lago Sul, em Brasília, em meio às gravações de um vídeo para o aniversário de 30 anos do PT. Na ocasião, Lula e dirigentes petistas tentavam convencer Mercadante a abrir mão de seu plano de disputar a reeleição ao Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ciro-da-aval-e-pt-prepara-candidatura-de-mercadante,523740,0.htm

Líderes do PV minimizam afastamento de Juca Ferreira

Para membros do alto escalão verde, vinculação com Lula poderia causar prejuízos eleitorais a Marina Silva

Gustavo Uribe, da Agência Estado

SÃO PAULO - O pedido de suspensão da filiação do ministro da Cultura, Juca Ferreira, ao PV foi minimizado por líderes do partido. De acordo com membros do alto escalão verde, o afastamento era esperado por integrantes da Executiva Nacional que apoiam a senadora Marina Silva (AC), para os quais a vinculação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia causar prejuízos eleitorais para a pré-candidata a presidente. "É melhor tê-lo na atual posição do que num posicionamento camuflado", afirmou o presidente nacional da legenda, vereador José Luiz de França Penna, de São Paulo.

Num primeiro momento, ele lamentou a licença de Juca Ferreira. "Não existe comemoração. É uma dificuldade que tivemos." Contudo, quando o assunto enveredou para as eleições majoritárias, o presidente nacional do PV endureceu o discurso. "O afastamento de Juca não prejudicou o PV. A sua saída é um assunto muito anterior. Não queremos alguém escamoteado na campanha da Marina Silva."

Penna evitou comentar as críticas do ministro da Cultura à sigla e à senadora do PV do Acre, feitas quando da saída dele da agremiação. "Eu acho que essa não é a discussão, tudo o que se justificar são entendimentos. É uma dificuldade, mas é uma forma de estabelecer uma convivência respeitosa." Juca Ferreira oficializou na quarta-feira o pedido de suspensão da filiação partidária pelo período de um ano.

A decisão foi resultado de pressões da Executiva Nacional do PV, que deu um ultimato para que ele saísse da gestão federal e se dedicasse à campanha de Marina. Em entrevista ao jornal "O Globo" publicada ontem, Juca Ferreira chamou-a de "conservadora" e criticou a provável aliança entre o partido e o PSDB em torno da candidatura do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) a governador do Rio de Janeiro.

Dormir e acordar

"Não posso dormir ministro e acordar na oposição", justificou ele, referindo-se à aproximação do PV com os tucanos. O coordenador-geral da pré-campanha de Marina, o vereador Alfredo Sirkis (PV), do Rio, debochou da declaração do ministro. "Ele temia dormir ministro e acordar não-ministro." Sirkis afirmou ainda que o peso político de Juca Ferreira na legenda da Bahia é pouco relevante e que a saída dele não enfraquece a sigla.

De acordo com o coordenador-geral da pré-campanha de Marina, as críticas do ministro ao PV são um pretexto para justificar o apoio à provável candidatura da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. "Nós somos conservadores? Quem está aliado ao PMDB, ao Jader Barbalho (deputado do PMDB do Pará), ao Renan Calheiros (senador do PMDB de Alagoas) e aos mais notórios conservadores do País é o PT, não o PV", disse ele, referindo-se à pré-aliança entre petistas e peemedebistas.

As críticas de Sirkis foram endossadas pelo coordenador executivo da pré-candidatura de Marina, Marco Antonio Mroz. Segundo ele, a saída de Juca Ferreira é um fato isolado, que não representa uma crise no interior do partido. "Ele e o grupo dele são vozes minoritárias no Estado. Disputaram várias vezes a presidência estadual da legenda e nunca venceram", afirmou.

Palanques regionais

Mroz ressaltou que a prioridade da legenda este ano é a articulação de palanques regionais que deem envergadura eleitoral à candidatura dela. "É um projeto nacional e tem de ser assim. Não vamos permitir integrantes da legenda que sejam contra a campanha da Marina. É legítimo licenciar-se", afirmou.

Desde o lançamento da pré-candidatura de Marina, em setembro, a legenda tem feito vista grossa a alianças regionais que têm ignorado o lançamento de candidaturas próprias para os governos dos Estados. Além de Juca Ferreira, outro político que se afastou da sigla atualmente é o presidente do diretório estadual da agremiação em Santa Catarina, Gerson Basso, integrante da equipe de governo do prefeito de Florianópolis, Dário Elias Berger (PMDB).

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lideres-do-pv-minimizam-afastamento-de-juca-ferreira,523245,0.htm

12 de mar. de 2010

PPS esfria campanha em apoio à chapa puro-sangue com Serra e Aécio

colaboração para a Folha Online

O PPS resolveu não mais incentivar a campanha em apoio à chapa puro-sangue do PSDB na corrida presidencial. Lançada no começo do mês, a campanha, que contou com um manifesto e um site para coletar assinaturas, tem como objetivo convencer o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), a disputar a vice-presidência na chapa do governador José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto.

"Não vamos mais fazer um grande esforço sobre o assunto. O momento agora é aguardar. Temos mais 90 dias para escolher o vice", afirmou o presidente do PPS, Roberto Freire. Segundo ele, o partido ainda deseja que Aécio seja escolhido o vice.

Sobre a oficialização da candidatura de Serra, Freire também disse que neste momento o melhor é que os seus aliados não tenham pressa. "Para que ele dizer agora, se que falta tão pouco tempo? O melhor é ele se concentrar no governo", disse.

O manifesto do PPS foi lançado quatro dias depois de pesquisa Datafolha mostrar que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) atingiu 28% das intenções de voto e reduziu de 14 para 4 pontos percentuais a distância que a separa do principal rival, José Serra (PSDB), que tem 32%.

No manifesto, o PPS afirma que os dois governadores são "lideranças ilibadas e representativas" para o projeto de governar o país.

"Nenhum opção política pessoal que possa envolver esses dois grandes homens públicos brasileiros é mais estratégica que um projeto presidencial para 2010. Projeto esse que ultrapassa os limites do próprio PSDB", diz o texto.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u706237.shtml

Ciro:câmbio está fora do lugar e política monetária é "estúpida"

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Em tom de campanha presidencial, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse nesta sexta-feira ver necessidade de mudanças nas políticas cambial e monetária que estariam descoordenadas no atual governo.
Ciro, que pertence a um partido da base governista, criticou a política cambial ao afirmar que o câmbio "está fora do lugar" e que a política de juros é "estúpida".

"O juro não suja o câmbio? O Brasil está erodindo suas contas com o estrangeiro da pior forma nos últimos 50 anos", disse em entrevista à rádio CBN. "O câmbio está fora do lugar porque o BC está operando uma política monetária completamente estúpida."

"O mundo inteiro tem juros zero e o Brasil é segurança 100 por cento. O americano e o japonês pega uma montanha de dinheiro e aplica no Brasil. Aí valoriza a nossa moeda e fica mais fácil ir para Miami do que ir para Fortaleza", acrescentou.

Ex-ministro da Fazenda no governo Itamar Franco e da Integração Nacional, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro defendeu o regime de câmbio flutuante coordenado com a política monetária.

"Hoje há uma clara descoordenação entre as duas políticas. Os nossos juros são exorbitantes e o mundo inteiro vem para cá... A China trabalha com um câmbio que favorece as suas exportação e o Brasil favorece as suas importações. O Brasil está erodindo de forma selvagem seu balanço de pagamentos. Uma erosão nas contas externas que semeia um problema grave para o futuro próximo", disse Ciro a jornalistas, após a entrevista.

Apesar de o Planalto ver com bons olhos uma candidatura de Ciro ao governo de São Paulo, o deputado reiterou seu desejo de concorrer à Presidência da República.

"Tenho muito mais chances para à Presidência. Me preparo para isso há 12 anos... sou o melhor preparado hoje", disse. "Não quero ser candidato em São Paulo... as chances (disso) são remotíssimas", acrescentou Ciro, que há pouco tempo transferiu seu título eleitoral para São Paulo.

"Quero ser presidente porque tenho um projeto, acumulei 30 anos de experiência de vida decente e acredito que posso ser muito útil para o Brasil."

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE62B0JV20100312

Serra tem cronograma para lançar candidatura, diz jornal

Terra

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), espera deixar o cargo no final do mês e vai lançar sua candidatura à Presidência da República depois da Semana Santa, segundo edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo. Com a medida, o tucano "fugiria" do lançamento da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), que será realizada no dia 29 de março, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff.

Segundo a reportagem, depois de quatro meses de espera pelo lançamento da candidatura de Serra, a cúpula tucana não quer dividir espaço na mídia com o PT, por isso pretende adiar mais um pouco o anúncio para "potencializar o ganho político" da entrada oficial de serra na disputa pelo Planalto. O jornal afirma ainda que serão duas grandes cerimônias para destacar Serra: a despedida do governo - quando também será anunciada a candidatura de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo - e o lançamento nacional da campanha, com aliados e tucanos em Brasília.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4315898-EI7896,00-Serra+tem+cronograma+para+lancar+candidatura+diz+jornal.html

Decepcionado com alianças que considera conservadoras, ministro da Cultura, Juca Ferreira, se afasta do PV

Correio Braziliense - Flávia Foreque

Diante de divergências com a cúpula do Partido Verde, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, comunicou sua licença da legenda por um ano. Dirigentes do partido pressionavam o ministro a deixar o cargo e apoiar a candidatura à Presidência da senadora Marina Silva (PV-AC). Pouco antes de uma amiga entregar a carta ao partido, o ministro telefonou para o vereador carioca Alfredo Sirkis, coordenador da campanha de Marina, e adiantou a decisão. “Sendo realista, não temos mais condições de manter isso. Eu vou suspender minha filiação por um ano e seja o que Deus quiser”, afirmou o ministro ao colega.

Membro do PV há 22 anos, o sociólogo critica a opção “conservadora” do partido em firmar alianças estaduais com o PSDB e DEM. Secretário executivo da Cultura desde o início do governo Lula e titular da pasta há dois anos, Juca tem simpatia pela candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ao lado do presidente Lula, a pré-candidata do PT prestigiou o ministro ontem, na abertura da II Conferência Nacional de Cultura.

Vereador de Salvador por dois mandatos, Juca defende a reeleição do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Em entrevista ao Correio, o ministro criticou a pré-candidatura do deputado federal Luiz Bassuma (PV-BA) ao governo baiano e afirmou que, licenciado provisoriamente do partido, terá maior liberdade para apoiar o governador petista. “Eu agora sou um cidadão-pipoca”, afirmou, em alusão aos foliões que curtem o carnaval baiano sem o abadá dos blocos de rua.

» Agora eu sou um “cidadão-pipoca”

Por que o senhor decidiu suspender sua filiação ao PV?
Venho divergindo do partido há quatro anos. O partido virou pragmático, com alianças preferencialmente com a direita e agora, quando a Marina chegou, imaginei que a gente viveria um processo de renovação programática. Tive conversas com ela, com Alfredo Sirkis e apelei para um processo democrático, mas houve uma opção de construir a candidatura de Marina como um projeto conservador, com alianças pela direita. A gota d’água foi que a (direção) nacional está impondo na Bahia a candidatura de Luiz Bassuma, deputado que era até recentemente do PT e uma pessoa que não respeita o caráter laico do Estado. É contra os direitos que as mulheres conquistaram, particularmente o direito de discernir sobre o próprio corpo, é contra política de saúde pública para atender as mulheres que interromperam gravidez e contra os direitos dos homossexuais. Eu não me sinto identificado com ele, com essa candidatura.

O senhor se opõe à candidatura da senadora Marina Silva por fazer parte do governo Lula?
Não, por isso não. O PV tem direito a ter uma candidatura própria e a ex-ministra é uma pessoa decente, íntegra, que tem uma carga simbólica grande com a questão ambiental. Não tenho problema com isso. Estive com ela logo depois da filiação (em agosto) e falei: “meu problema não é nem seu nome, nem sua candidatura. Meu problema são as alianças”. Essa candidatura está sendo construída como uma candidatura de oposição, como uma linha auxiliar à candidatura do José Serra (do PSDB). E eu não me sinto confortável. Estão botando a candidatura no colo da oposição. Eu acho isso um erro histórico. A aliança no Rio e em São Paulo é com o DEM e com o PSDB e já declararam apoio ao PSDB de Minas Gerais. Se a maioria do PV optasse ir para a oposição, eu acataria. Se houvesse um processo democrático —, mas não houve. Tenho 22 anos de militância no PV. Acho que um pouco de respeito não faria mal.

O senhor pretende apoiar candidaturas do PV nos estados?
Quem já se separou sabe que tem um momento que os psicanalistas chamam de luto. Eu vou processar a separação. Tenho amigos lá, pessoas que respeito. É uma atitude que estou tomando reagindo a um processo determinado. Preciso processar isso, até para minha saúde mental. Estou nessa primeira fase, vivenciando a separação. Agora sou um cidadão-pipoca. No carnaval da Bahia, o folião que brinca fora das agremiações é chamado de folião-pipoca, que é a maioria. Eu estou me associando à maioria dos cidadãos brasileiros. Vou vivenciar e buscar descobrir o que significa isso, e vou fazer minhas opções a partir da minha consciência e do meu desejo.

O senhor vai participar da campanha da ministra Dilma Rousseff ?
É possível, mas cedo. O governo Lula é um governo importante na história do Brasil. O presidente deu uma contribuição para a sociedade associando desenvolvimento à inclusão de milhões de brasileiros. Isso acena com a superação de uma mazela histórica. E a ministra Dilma representa continuidade. Eu tenho simpatias pela continuidade do governo porque acho este governo historicamente importantíssimo e que pode ajudar a nos empurrar para um outro patamar histórico, de uma sociedade mais igual, mais justa. E trabalharei para contribuir, para ampliar os critérios de sustentabilidade desse desenvolvimento.

O que o senhor pretende fazer após o ano de licença?
Eu não tenho essa ansiedade de saber o que estarei pensando daqui a um ano. É possível que eu queira voltar ao PV, é possível que não. É possível que o PV me queira de volta, é possível que a ruptura tenha sido profunda. Não vou especular sobre isso hoje. Vou exercitar a minha condição de cidadão-pipoca, desfrutar dessa condição com o máximo de liberdade. Vou procurar manter minha coerência e viver o aqui e agora político.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/12/politica,i=179185/DECEPCIONADO+COM+ALIANCAS+QUE+CONSIDERA+CONSERVADORAS+MINISTRO+DA+CULTURA+JUCA+FERREIRA+SE+AFASTA+DO+PV.shtml

Serra decide lançar candidatura depois da Semana Santa

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), planeja deixar o posto no fim do mês em cerimônia sóbria e sem grande alarde. Mas essa será apenas a mudança burocrática no Palácio dos Bandeirantes, para atender à formalidade da chamada "desincompatibilização". O verdadeiro lançamento da candidatura de Serra ao Planalto será realizado depois da Semana Santa - até para fugir do dia 29 de março, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua candidata à Presidência, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), lançam, com pompa, circunstância e barulho, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2.

Depois de amargar quatro meses de espera pelo anúncio que não veio, a cúpula do PSDB não quer dividir a cena nem a mídia com o PT. Ao contrário, a ideia é esticar o lançamento em mais de uma etapa, para potencializar o ganho político do ingresso do governador na corrida presidencial e compensar o desgaste, virando a página dos protestos por tamanha demora.

Serão duas solenidades: em São Paulo, a despedida do governo e o anúncio da candidatura de Geraldo Alckmin a governador; e o lançamento nacional em grande estilo, com aliados e tucanos de todo o Brasil reunidos em Brasília, para mostrar unidade do partido em torno do candidato.

Até lá a direção do PSDB vai costurando as alianças nos Estados e tentando contornar a agonia de aliados de peso como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que esta semana desistiu da reunião que ele mesmo havia pedido a Serra. Inconformado com decisão de arrastar por mais três semanas o anúncio oficial da candidatura, Jarbas chegou a divulgar uma nota na quarta-feira para dizer que não quer conversa até lá. "Pretendo vincular minha eventual candidatura (a governador de Pernambuco) à dele, mas dispenso a audiência. Vou esperar."

As articulações Brasil afora continuam porque o PSDB trabalha para ampliar a aliança nacional e assim potencializar o efeito político do lançamento. Além da presença de todos os candidatos que vão garantir bons palanques a Serra nos Estados, o tucanato quer mostrar que a festa não é particular, mas da aliança.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-decide-lancar-candidatura-depois-da-semana-santa,523188,0.htm

PV estuda expulsar ministro da Cultura por apoio a Dilma

EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo

Um dia após o ministro Juca Ferreira (Cultura) ter pedido licença do PV para permanecer no governo e apoiar as candidaturas petistas à Presidência e ao governo da Bahia, integrantes da cúpula do partido passaram a estudar a sua expulsão. O tema será discutido em reunião da executiva da legenda, no mês que vem, segundo relato à Folha de integrantes do comando do PV.

A licença pedida pelo ministro foi uma reação ao pedido do PV para que ele deixasse a pasta até o final deste mês. "O partido vinha verificando que ele estava empenhado na candidatura da ministra Dilma", disse o vereador carioca Alfredo Sirkis (PV), um dos coordenadores da campanha da senadora Marina Silva (PV-AC) ao Planalto.

Outro incômodo da cúpula do PV foram as recentes declarações de Juca contrárias à candidatura do partido ao governo da Bahia, onde o ministro prefere apoiar a reeleição de Jaques Wagner (PT). No Estado, o PV terá como candidato o deputado federal Luiz Bassuma. "[Essa candidatura] foi a gota d'água", disse ontem o ministro da Cultura.

O pedido de licença, avaliam dirigentes do partido, foi uma forma encontrada pelo ministro para permanecer no ministério até 31 de dezembro e, além disso, apoiar Dilma e Wagner. Por isso, a expulsão passou a ser cogitada.

O ex-deputado Luciano Zica, que trocou o PT pelo PV, se coloca contrário à expulsão, mas afirma entender quem pensa dessa forma: "É legítimo. No mínimo, ele faltou com respeito à organização partidária na medida em que discutiu muito centrado na pessoa dele".

Para oferecer palanques para Marina na campanha presidencial, além da Bahia, o PV deve ter candidatos ao menos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco.

"Eu venho em um processo de divergência com o partido há mais ou menos quatro anos", afirmou Juca. Para ele, a filiação de Marina deixou o partido "mais conservador".

A decisão do ministro fez com que Lula mudasse sua agenda de ontem para prestigiá-lo. Até o início da tarde, não constava de seus compromissos a participação na Segunda Conferência Nacional de Cultura. À tarde, o petista incluiu visita ao Teatro Nacional.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u705859.shtml

Ciro critica imposições do PT nos Estados

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Nova Lima

O deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes (PSB), pré-candidato a presidente, criticou ontem o PT por impor alianças a seus diretórios estaduais por conta do acordo nacional entre PT e PMDB.

Ciro citou os casos da senadora Roseana Sarney (MA) e do ministro e senador Hélio Costa (MG), ambos do PMDB.

"O pessoal está mandando o PT votar na Roseana Sarney no Maranhão. Olha que eu sou amigo deles [da família Sarney], mas a política é outra coisa. O pessoal está mandando o PT votar no Hélio Costa aqui em Minas Gerais. O que é isso? Não concordo", disse Ciro.

Para favorecer eleitoralmente a pré-candidata do PT a presidente, a ministra Dilma Rousseff, o governo federal e PT trabalham para impor arranjos políticos nos Estados.

Em palestra a empresários mineiros promovida pela revista "Viver Brasil", com apoio do grupo Usiminas, Ciro afirmou que a coalizão PT-PMDB não ocorre por "governabilidade, mas por tráfico de minutos de televisão para conservar o poder e despolitizar".

Ele disse que nem Dilma e nem o governador José Serra (SP), pré-candidato do PSDB a presidente, mudarão isso.

"Ao contrário, esses dois botam isso de barato no centro do poder. Nem sequer se aproveitará a oportunidade das eleições gerais para deixar o povo dar uma renovada: ampliar a bancada do PDT, do PC do B, do PT, do PSB, ampliar a bancada das pessoas corretas do PMDB. Hoje está o inverso."

Ciro disse que considera "fundamental" a realização de alianças e que com elas podem até aparecer aliados "problemáticos", mas que é preciso haver critérios. "Quando eu fizer uma aliança, vou anunciar o código de procedimento e o programa. Aí tudo bem, as contradições se diluem nisso."


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u705722.shtml

11 de mar. de 2010

Lula e PMDB conversarão semanalmente sobre alianças nos Estados

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará a ter reuniões semanais com representantes da cúpula do PMDB para tentar resolver os impasses eleitorais que o partido aliado tem com o PT nos Estados, disse nesta quinta-feira o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
O objetivo do governo é impedir que esses atritos atrapalhem a campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT à Presidência da República.

"A disposição do presidente é conversar e ajudar a decidir onde precisa", destacou Jucá a jornalistas depois de participar de reunião com Lula, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

"Toda semana vamos nos sentar com o presidente para conversar sobre o quadro", disse, complementando que as direções dos dois partidos farão um encontro nos próximos dias para fazer uma radiografia sobre a situação das alianças locais.

As duas siglas, que no ano passado fecharam um acordo pré-eleitoral, ainda não construíram entendimentos em diversos Estados, como Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Ceará.

Para Jucá, petistas e peemedebistas mineiros devem se entender. No Pará e no Ceará há possibilidade de acordo, disse, mas ainda há negociações pendentes. Já nos outros três Estados os dois partidos não devem seguir juntos.

O líder do governo contou ainda que nas próximas reuniões as duas legendas estabelecerão "regras de convivência" para as campanhas nos Estados onde PT e PMDB não fecharem alianças.

VICE E MINISTÉRIOS

Jucá reiterou a disposição da cúpula do PMDB de indicar o presidente do partido para a vice de Dilma, descartando a possibilidade de o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ocupar a vaga.

"Isso é matéria vencida para nós. O Meirelles é um candidato forte a governador ou senador por Goiás", sublinhou. "Esta matéria já está bem explicitada."

Ele contou ainda que o presidente Lula assegurou que o PMDB deve manter o controle dos ministérios que atualmente comanda, se os ministros filiados ao partido deixarem os cargos no início de abril para poderem disputar as eleições.

"Os espaços políticos vão ser mantidos e haverá continuidade do trabalho. Os ministros serão ouvidos", disse, complementando que, "em princípio", os sucessores nos ministérios serão os secretários-executivos das pastas.

"É a indicação do ministro, a chancela do partido e a decisão do presidente."

O PMDB controla seis ministérios: Agricultura, Defesa, Comunicações, Minas e Energia, Integração Nacional e Saúde.

(Reportagem de Fernando Exman)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE62A0R320100311

Ciro defende candidatura de Skaf em São Paulo

RAQUEL MASSOTE - Agencia Estado

NOVA LIMA, MG - O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) defendeu hoje a candidatura do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ao governo de São Paulo, apesar da intensificação das negociações entre PT e PSB para colocar o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) como cabeça de chapa. "Se depender de mim, Paulo Skaf é o candidato a governador e as alianças, como eu defendo na questão nacional, seriam para o segundo turno", afirmou.

O deputado voltou a enfatizar que não abrirá mão de disputar a Presidência da República, mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe faça um apelo para que desista. "Não desisto mesmo, não há nenhuma chance. Posso até ser derrotado, porque o partido tem a palavra definitiva." Ele negou que tenha agendado um encontro com Lula na próxima semana para discutir o assunto. "Não temos nada agendado, é a imprensa que está dizendo isso. Ele (Lula) não fará esse apelo e, se fizer, vou explicar que isso eu não posso atender."

No entanto, ao ser questionado por que ainda não descartou totalmente a disputa pelo governo paulista, ele citou a máxima: "Irreversível na política, só a morte." Para o deputado, o PSB deveria lançar candidatura própria onde houvesse viabilidade e ocupar o "vácuo" deixado pelo PT. "Time que não joga não faz torcida. À medida que o PT desertou da luta do futuro do País, pelo pragmatismo, contradições, pela aliança com o PMDB, pela conservação do poder, nós precisamos ocupar esse lugar", defendeu.

Ao longo da palestra que proferiu hoje a empresários mineiros, Ciro apontou que PT e PSDB são iguais em matéria de ideologia. Durante a apresentação, no entanto, Ciro disse torcer para que o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), venha a ser candidato à Presidência da República. "Ele é quem tem condição de empolgar o País - não que eu deixe de ser candidato, porque eu sou de outro partido."

Ciro Gomes participou hoje do evento Conexão Empresarial, promovido pela revista Viver Brasil, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ciro-defende-candidatura-de-skaf-em-sao-paulo,522918,0.htm

PSTU vai fazer críticas a Lula em propaganda partidária

da Folha Online

O PSTU irá apresentar nesta quinta-feira sua propaganda partidária semestral na rádio e televisão. O programa, que tem cinco minutos, irá principalmente criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O vídeo será apresentado pelo presidente do partido, José Maria de Almeida, pré-candidato à Presidência.

Segundo o PSTU, Lula atacou o partido para justificar porque se aliou aos empresários. Em entrevista ao "Estadão" em fevereiro, o presidente criticou o radicalismo do partido. "Vocês acham que o PSTU ganhará eleição com o discurso dele? Vamos supor que ganhe, acham que governa? Não governa", disse o presidente na ocasião.

O partido afirmará no programa que "governar para os trabalhadores não só é possível como é a única alternativa para se mudar de fato a vida dos trabalhadores".

A propaganda também servirá para apresentar José Maria. Segundo o partido, ele foi um sindicalista do Grande ABC na década 1970, que ajudou a fundar a CUT e PT.

"Esse operário não passou para o outro lado e continua junto aos trabalhadores, lutando por uma sociedade socialista", afirmará a propaganda.

O PSTU também irá criticar o que chama de "ocupação militar do Haiti".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u705409.shtml

Candidaturas próprias do PV ganham força com Marina

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - A filiação de Marina Silva ao PV e o lançamento de sua candidatura à Presidência da República estão forçando a Executiva Nacional a medir forças com alguns caciques do partido em diferentes partes do País. O principal motivo das disputas tem sido a resistência desses caciques ao lançamento de candidaturas próprias em seus Estados - uma das exigências de Marina para pôr a campanha na rua. Na maior parte das vezes a Executiva tem levado a melhor.

Foi o que se viu ontem, quando o ministro da Cultura, Juca Ferreira, oficializou seu pedido de suspensão da filiação partidária pelo período de um ano. Ele foi pressionado pela cúpula do PV, que agora fica mais à vontade para lançar candidato próprio ao governo da Bahia.

Único representante do PV no primeiro escalão do governo Lula, o ministro, que era influente no diretório baiano, defendia a tese de que o partido não tivesse candidato e apoiasse o nome indicado pelo governador Jaques Wagner (PT). Na queda de braço, a Executiva venceu e já definiu o candidato verde - o deputado Luís Bassuma.

Ferreira, por sua vez, ficou livre para apoiar sem nenhum constrangimento a candidata de sua preferência à Presidência, a ministra petista Dilma Rousseff. Os verdes acham pouco provável que ele retorne à legenda em 2011.

Sul

O ministro não foi o primeiro a se afastar em decorrência das polêmicas causadas pela candidatura de Marina. Em Santa Catarina, após uma intervenção branca da Executiva no Diretório Estadual, o presidente Gerson Basso, que faz parte da equipe de governo do prefeito Dario Berger (PMDB), também pediu afastamento temporário do PV.

A exemplo de Ferreira, ele resistia ao lançamento de candidatura própria dos verdes. O PV catarinense agora vai realizar prévias para definir o nome do candidato. Quatro se inscreveram.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,candidaturas-proprias-do-pv-ganham-forca-com-marina,522777,0.htm

Meirelles sinaliza opção por disputar cadeira no Senado

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, que será encerrada no dia 17, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, vai decidir se vai ou não deixar o governo dia 3 de abril para candidatar-se a uma vaga no Senado. "Depois do Copom, devo pensar com mais profundidade sobre essa questão", afirmou Meirelles, em conversa com um assessor do governo.

Lideranças do PMDB também confirmaram ontem que o destino eleitoral do presidente do BC deve mesmo ser a disputa por uma vaga ao Senado. "Eu aposto que ele será candidato ao Senado", disse o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Alexandre Tombini, atual diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do BC, é o nome mais cotado para substituir Meirelles no comando do banco.

Em outubro, o presidente do BC havia dito que deveria ficar no cargo até o fim de 2010. Segundo um interlocutor com acesso ao Planalto, Meirelles havia feito avaliação diferente sobre as perspectivas de curto prazo da economia mundial, sobretudo em relação ao Brasil.

Mas a conjuntura melhorou. "Com um cenário positivo para o crescimento do País, Meirelles avalia que há menores riscos de que, caso deixe o BC, tal decisão possa atingir a estabilidade macroeconômica", diz a fonte. Nos raros diálogos que mantém sobre sua eventual decisão de deixar o BC, Meirelles menciona a hipótese de concorrer ao Senado pelo PMDB de Goiás.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,meirelles-sinaliza-opcao-por-disputar-cadeira-no-senado,522746,0.htm

Lula quer permanência de Meirelles no BC, afirma porta-voz

colaboração para a Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que deseja que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, continue no cargo até o final do governo, segundo o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach.

De acordo com o porta-voz, os dois se reuniram ontem, mas o tema das eleições não foi tratado na conversa. Em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sobre a viagem de Lula a Israel, Palestina e Jordânia, Baumbach lembrou, no entanto, que o presidente sabe que saída de Meirelles é uma decisão pessoal dele.

Meirelles tem até o dia 2 de abril para sair do governo se quiser ser candidato. Filiado ao PMDB, o presidente do BC pode ser candidato ao Senado por Goiás ou ser vice na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

No PMDB, o seu adversário na disputa pela Vice-Presidência é o deputado Michel Temer (SP), presidente da Câmara. Meirelles é visto como um nome que indicaria um compromisso de Dilma com a continuidade da política econômica adotada por Lula.

Baumbach afirmou que a Presidência não teve conhecimento ainda do pedido do Ministério Público Federal de abertura de inquérito contra Meirelles.

O presidente do BC foi indiciado por supostos crimes contra a ordem tributária. O inquérito, encaminhado na semana passada para o STF (Supremo Tribunal Federal), está sob a responsabilidade do ministro Joaquim Barbosa -também relator do mensalão.

A reportagem não obteve detalhes sobre a investigação no STF, que está sob segredo de Justiça. Por meio da assessoria de imprensa, o BC informou que Meirelles ainda não foi notificado sobre o processo e que não iria comentar o caso.

O documento, de 105 páginas, foi enviado para o Supremo porque, como presidente do BC, Meirelles tem foro privilegiado por ter status de ministro desde 2004.

Joaquim Barbosa deve designar diligências para aprofundar a apuração do caso, o que poderá ser feito pela Polícia Federal. Só depois o Ministério Público Federal poderá ou não apresentar denúncia contra o presidente do BC.

Se deixar a presidência do BC, Meirelles perde o privilégio do foro. Assim, o inquérito em que ele foi indiciado por crimes contra a ordem tributária será remetido para a Justiça comum.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou, via assessoria, que desconhece o processo no qual o presidente do BC é citado e que não atuou nesse caso.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u705469.shtml

PSTU vai fazer críticas a Lula em propaganda partidária

da Folha Online

O PSTU irá apresentar nesta quinta-feira sua propaganda partidária semestral na rádio e televisão. O programa, que tem cinco minutos, irá principalmente criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O vídeo será apresentado pelo presidente do partido, José Maria de Almeida, pré-candidato à Presidência.

Segundo o PSTU, Lula atacou o partido para justificar porque se aliou aos empresários. Em entrevista ao "Estadão" em fevereiro, o presidente criticou o radicalismo do partido. "Vocês acham que o PSTU ganhará eleição com o discurso dele? Vamos supor que ganhe, acham que governa? Não governa", disse o presidente na ocasião.

O partido afirmará no programa que "governar para os trabalhadores não só é possível como é a única alternativa para se mudar de fato a vida dos trabalhadores".

A propaganda também servirá para apresentar José Maria. Segundo o partido, ele foi um sindicalista do Grande ABC na década 1970, que ajudou a fundar a CUT e PT.

"Esse operário não passou para o outro lado e continua junto aos trabalhadores, lutando por uma sociedade socialista", afirmará a propaganda.

O PSTU também irá criticar o que chama de "ocupação militar do Haiti".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u705409.shtml

Buscas na internet por Serra e Dilma têm perfil distinto

Gustavo Poloni e Patrick Cruz, iG 

A análise das pesquisas realizadas no buscador Google com os nomes de José Serra e Dilma Rousseff mostra um perfil diferente do que se busca de cada um desses personagens. Os dois são, até o momento, os mais bem colocados nas pesquisas sobre a sucessão presidencial.

Nos últimos 90 dias, a busca “José Serra 2010” é a segunda mais frequente relacionada ao nome do governador paulista, que sequer teve seu nome formalizado como o candidato do PSDB para a corrida à presidência da República. A pesquisa mais comum foi “governador José Serra” e a terceira, “twitter José Serra” – o governador é um assíduo frequentador da rede social Twitter.

Nesse mesmo período, a busca mais comum associada ao nome da ministra da Casa Civil é “biografia Dilma Rousseff”. O dado dá abertura à interpretação de que, nesses 90 dias, a maioria dos internautas que pesquisou sobre a ministra no Google queria saber mais da vida pregressa da candidata.


Ficha Dilma Rousseff

Em análise das pesquisas feitas nos últimos 12 meses, as três primeiras referências ao nome de José Serra permanecem as mesmas da pesquisa dos últimos 90 dias, mas, em quarto lugar, o termo que aparece é “Dilma”. O termo “Aécio” – referência ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves – é o sétimo mais buscado em pesquisas sobre Serra.

Também na leitura dos dados dos últimos 12 meses, a pesquisa “biografia Dilma Rousseff” dá lugar à variante “ficha Dilma Rousseff”. Nesse intervalo, apareceu em sétimo lugar entre as mais recorrentes a pesquisa “Dilma Rousseff terrorista”.

A análise não leva em consideração os dados absolutos sobre quantas vezes o nome de cada um dos dois foi pesquisado no Google. Nos últimos 12 meses, há um crescimento paulatino nas buscas feitas sobre ambos.

O nome de José Serra, contudo, é pesquisado sem grandes variações de um dia para outro ao longo desse tempo. O de Dilma Rousseff, por sua vez, apresenta ao menos dois grandes picos nos últimos três meses. Um foi registrado em 21 de dezembro do ano passado, data em que a ministra apareceu pela primeira vez sem peruca desde que iniciou sessões de quimioterapia para combater um câncer no sistema linfático. O segundo pico ocorreu em 20 de fevereiro, quando seu nome foi sacramentado como o que representaria o PT na corrida presidencial.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2010/03/11/buscas+na+internet+por+serra+e+dilma+tem+perfil+distinto+9423642.html

Lula apoia Meirelles como vice de Dilma, mas PMDB ameaça romper com governo se Temer não for escolhido

Correio Braziliense - Denise Rothenburg |Vicente Nunes

Ainda que relute em assumir publicamente, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já bateu o martelo: vai mesmo deixar o cargo de olho na vaga de vice na chapa da candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff. Pelo que está programado, Meirelles entrará em licença no dia 22 deste mês e anunciará o seu desligamento no dia 31, dois dias antes do prazo final dado pela Justiça Eleitoral. Com ele, deixará o BC o diretor de Política Econômica, Mário Mesquita, apontado como o mais conservador dos integrantes do primeiro escalão. Há um acordo fechado entre eles nesse sentido. O sucessor de Meirelles será o diretor de Normas, Alexandre Tombini.

Meirelles aproveitará até junho, quando, efetivamente, a campanha começará, para trabalhar nos bastidores e garantir sua inclusão na chapa de Dilma. O presidente do BC acredita que poderá alcançar seu objetivo com o apoio do presidente Lula, que vem defendendo seu nome para a vaga de vice. O PT considera a presença de Meirelles uma garantia aos investidores de que a política econômica — baseada no tripé metas de inflação, câmbio flutuante e superavit fiscal — será mantida se a petista vencer nas urnas. Na opinião de muitos, Meirelles é, para Dilma, o que o empresário José Alencar representou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e até mais: seria a letra viva da carta aos brasileiros que o então candidato Lula apresentou aos eleitores com o compromisso de não mudar os pilares da política econômica.

Meirelles, no entanto, sabe que não será tarefa fácil, pois a cúpula do PMDB — formada pelo presidente do Senado, José Sarney (AP), e pelos líderes partidários no Congresso, senador Renan Calheiros (AL) e deputado Henrique Eduardo Alves (RN) — está fechada com o presidente do partido e da Câmara, Michel Temer (SP). Caso não consiga quebrar a barreira imposta pela cúpula do PMDB, restará a Meirelles disputar uma vaga ao Senado pelo PMDB, com a garantia de assumir o Ministério da Fazenda de Dilma, em caso de vitória.

Batalha

Inicialmente, quando sinalizou que deixaria o BC para voltar à vida pública, abandonada em 2002, ao abrir mão da vaga de deputado federal pelo PSDB, o desejo maior de Meirelles era disputar o governo de Goiás. Mas ele foi abandonando essa meta ao ouvir de Lula que teria todo o seu apoio para ser o representante do PMDB na chapa da ministra da Casa Civil. A desistência de concorrer ao governo goiano foi sacramentada pelo presidente do BC em nota oficial há um mês.

Para se ter uma ideia da batalha que o presidente do BC terá pela frente para garantir a vaga de vice de Dilma, o alto comando do PMDB fez questão ontem de dar uma demonstração de força a favor de Michel Temer durante a posse da nova Comissão Executiva do partido. “Quem sabe não aproveitamos o encontro do partido em maio para aclamar o nome de Temer (para formar dobradinha com a ministra da Casa Civil)?”, insinuou o senador Valdir Raupp (RO), empossado como primeiro vice-presidente da legenda. A sugestão, em tom de ameaça, foi vista como uma resposta ao disse me disse que tomou conta do mercado, diante da informação de que Meirelles deixará o BC no dia 31 próximo.

Embora alguns digam em conversas reservadas que basta ceder mais espaço de governo aos peemedebistas e assim garantir a vaga para Meirelles, os caciques do partido fizeram outra ameaça: sem Temer na vice não haverá aliança com Dilma. Se o PT forçar a mão para fazer de Meirelles o vice da candidata governista, pode haver uma rebelião. O problema é que o governo quer usar o tempo do PMDB na televisão para tornar realidade o sonho de Dilma vencer no primeiro turno o candidato tucano, o governador de São Paulo, José Serra.

Resistência

Há, ainda, um outro grupo que, silenciosamente, vai tomando espaço. A juventude peemedebista acaba de ser conquistada pelo diretório gaúcho, que não deseja a aliança com o PT. E o PMDB Mulher segue para o mesmo caminho, com a posse de Regina Perondi, mulher do deputado Darcísio Perondi (RS). Os dois movimentos foram recebidos pela cúpula como sinais de que os militantes do PMDB não se mostram hoje dispostos a trabalhar pela candidatura da ministra. Quem conduziu os dois movimentos foi o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Eliseu Padilha, ex-ministro dos Transportes do governo Fernando Henrique Cardoso.

Quanto à candidatura de Meirelles ao Senado por Goiás, o partido vai esperar para ver se ele realmente se movimentará nessa direção. Até o momento, conforme relato de peemedebistas do estado, nada de concreto foi feito.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/11/politica,i=178904/LULA+APOIA+MEIRELLES+COMO+VICE+DE+DILMA+MAS+PMDB+AMEACA+ROMPER+COM+GOVERNO+SE+TEMER+NAO+FOR+ESCOLHIDO.shtml

Serra governa até 2 de abril, afirma tucano

da Folha de S.Paulo

Dois dias depois de uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse ontem que o governador de São Paulo, José Serra, vai permanecer no cargo até o prazo final para a renúncia, dia 2 de abril.

Pela legislação eleitoral, um chefe do Poder Executivo tem que renunciar até seis meses antes da eleição, caso queira concorrer a outro cargo eletivo.

"Serra fica até o limite. Vai governar até quando é possível ficar no governo", disse Guerra, afirmando que o governador de São Paulo só deixa o cargo em 2 de abril.

Em conversas com tucanos, Serra discutiu a possibilidade de deixar o governo entre os dias 30 e 31. A ideia é que o governador saia sem anunciar formalmente sua candidatura. A renúncia seria o suficiente para obter destaque nos jornais, em plena Semana Santa.

O anúncio oficial acontecerá depois do feriado, em Brasília. O lançamento consumirá dois dias: primeiro um jantar com os partidos aliados e, no dia seguinte, uma festa.

A estratégia tucana seria uma tentativa de reproduzir o impacto do lançamento da pré-candidatura da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) depois do Carnaval.

Aliados do governador chegaram a sugerir que ele deixasse o governo na semana anterior ao feriado, lançando sua candidatura em São Paulo.

No entanto, hoje a tese que vigora é a de que o lançamento deva acontecer em capítulos.

Apesar da decisão de Serra de permanecer no governo, o PSDB já montou uma estrutura para a campanha eleitoral e também discutiu ontem a fórmula de captação de recursos pela internet.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u705315.shtml

Meirelles é indiciado pelo Ministério Público Federal

da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi indiciado pelo Ministério Público Federal por supostos crimes contra a ordem tributária. O inquérito, encaminhado na semana passada para o STF (Supremo Tribunal Federal), está sob a responsabilidade do ministro Joaquim Barbosa -também relator do mensalão.

A reportagem não obteve detalhes sobre a investigação no STF, que está sob segredo de Justiça. Por meio da assessoria de imprensa, o BC informou que Meirelles ainda não foi notificado sobre o processo e que não iria comentar o caso.

O documento, de 105 páginas, foi enviado para o Supremo porque, como presidente do BC, Meirelles tem foro privilegiado por ter status de ministro desde 2004.

Joaquim Barbosa deve designar diligências para aprofundar a apuração do caso, o que poderá ser feito pela Polícia Federal. Só depois o Ministério Público Federal poderá ou não apresentar denúncia contra o presidente do BC.

Prestes a deixar o BC, Meirelles se filiou no ano passado ao PMDB e deve ser candidato na eleição de outubro. Seu destino político ainda é incerto: ele poderá concorrer a uma vaga no Senado, pelo Estado de Goiás, e seu nome vem sendo cogitado até para compor a chapa como vice da ministra e pré-candidata Dilma Rousseff (PT).

No PMDB, o seu adversário na disputa pela Vice-Presidência é o deputado Michel Temer (SP), presidente da Câmara. Meirelles é visto como um nome que indicaria um compromisso de Dilma com a continuidade da política econômica adotada por Lula.

Se deixar a presidência do BC no final de março ou no começo de abril para disputar cargo nas eleições, contudo, Meirelles vai perder o privilégio do foro. Assim, o inquérito em que ele foi indiciado por crimes contra a ordem tributária será remetido para a Justiça comum.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou, via assessoria, que desconhece o processo no qual o presidente do BC é citado e que não atuou nesse caso.

Em 2005, o Ministério Público chegou a pedir a quebra de sigilo de Meirelles e de empresas das quais ele foi sócio num processo que investigava suposta remessa ilegal de dinheiro para o exterior. O pedido foi negado pelo STF. À época, Meirelles negou que houvesse irregularidade nas operações realizadas por meio da Boston Comercial e Participações e da Nassau Branch of BankBoston, ligadas ao BankBoston, que foi presidido por Meirelles.

Pela movimentação processual do inquérito (número 2.924), o caso deve ser oriundo de instâncias inferiores e chegou ao STF por Meirelles ter foro privilegiado.
Pela lei nº 8.137, de dezembro de 1990, constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo e contribuição social mediante omissão de informação, declaração falsa às autoridades fazendárias, fraudar a fiscalização tributária e falsificar ou alterar nota fiscal, duplicata, fatura ou nota de venda.

Também são classificados como crimes contra a ordem tributária, de acordo com a mesma lei: elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; e negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada.

A pena é reclusão de dois a cinco anos.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u705305.shtml

10 de mar. de 2010

PSB deve definir candidato em um mês, diz Skaf

RICARDO LEOPOLDO - Agencia Estado

SÃO PAULO - O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que tem disposição para ser o candidato ao governo de São Paulo pelo PSB. Contudo, ele ressaltou que esta é uma questão partidária, que deve ser decidida pelo PSB em aproximadamente um mês.

Segundo ele, se o PSB de fato escolher o seu nome para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, deverá se licenciar da Fiesp e seu posto seria assumido a partir de maio pelo primeiro vice-presidente da entidade, Benjamin Steinbruch, atual presidente da CSN.

Perguntado se aceitaria ser vice do deputado federal Ciro Gomes (CE) caso o ex-ministro seja escolhido pelo partido para disputar o governo de São Paulo, Skaf afirmou que dará todo o apoio a Ciro, mas permaneceria na direção da Fiesp. "O deputado Ciro Gomes já manifestou que é candidato à Presidência da República, mas a política é dinâmica e, se ele se tornar o candidato do PSB ao governo de São Paulo, vou apoiá-lo com todo o empenho."

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,psb-deve-definir-candidato-em-um-mes-diz-skaf,522294,0.htm

Meirelles discutirá futuro com Lula e PMDB para bater martelo

Por Natuza Nery

SÃO PAULO (Reuters) - A ansiedade do mercado financeiro sobre o futuro de Henrique Meirelles deve continuar alta nos próximos dias já que, segundo uma fonte do governo, embora sejam grandes as chances de que ele deixe o comando do Banco Central, a decisão ainda depende de conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes do PMDB.

As conversas com Lula e dirigentes peemedebistas não ocorreram nos últimos dias porque Meirelles estava fora do país, cumprindo agenda nos Estados Unidos e na Suíça.

Os caciques goianos do partido gostariam de ter Meirelles candidato ao Senado. O prefeito Iris Rezende, provável candidato do PMDB ao governo estadual, seria um dos mais interessados nessa opção, para fortalecer sua posição, com uma participação mais ativa de Lula e da candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff, na sua campanha.

Mas se decidir mesmo por deixar o BC, Meirelles não precisaria nem declarar de imediato para qual cargo pretende concorrer. Mesmo porque, a outra opção, ocupar a posição de vice na chapa liderada por Dilma, é bastante complicada.

No Planalto, mesmo os que defendem uma chapa Dilma-Meirelles veem a possibilidade com grande dose de pragmatismo. Esse grupo sabe que a possibilidade só se concretizaria caso o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), principal cotado para ser vice na chapa, ficasse inviabilizado.

Segundo uma fonte do próprio partido disse à Reuters, com o cenário atual, o lugar de Meirelles no jogo sucessório da Presidencia ainda é no "banco de reservas".

A mesma fonte confirmou que, caso Meirelles deixe o comando da autoridade monetária, a opção natural para substituí-lo é o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do BC, Alexandre Tombini.

O nome do diretor vem sendo comentado entre analistas como possível sucessor desde que se abriu a possibilidade de Meirelles disputar as eleições deste ano.

A inquietação do mercado sobre esse assunto, principalmente no segmento de juros futuros, ressurgiu nesta quarta-feira após a revista IstoÉ Dinheiro publicar em seu site, sem citar fontes, que Meirelles deixará a presidência do BC no próximo dia 31. Procurada pela Reuters, a assessoria do BC disse que a instituição "não comenta boatos".

(Reportagem adicional de Fernando Exman)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE6290BH20100310