9 de mar. de 2010

Ciro afirma não ter aliado problemático

MALU DELGADO
da Folha de S.Paulo

Enfático sobre a decisão de disputar a Presidência, o deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) disse ontem em São Paulo que as "circunstâncias políticas" o diferenciam do governador José Serra (PSDB) e da ministra Dilma Rousseff (PT).

"Numa coalizão preferencial de PT com PMDB, a Dilma tem que explicar o [José] Sarney e o Renan [Calheiros]. O Serra tem que explicar o [Orestes] Quércia. Eu não tenho que explicar nada", disse, após gravar no programa do Ratinho, no SBT.

"Faço uma opção. É sofrida para mim, porque perco condições práticas, não tenho os minutos de TV. Mas não posso, com o que eu penso, com o que eu proponho, explicar essas circunstâncias", acrescentou.

Após novamente criticar as alianças feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com o então PFL e pelo presidente Lula com o PMDB, Ciro admitiu que, se eleito, também teria de lidar com o que classifica de "escória".

"Tenho que lidar com isso, mas com uma hegemonia moral diferente. Sou francamente favorável a alianças."

Ao ser questionado se insistirá na disputa à Presidência mesmo sem o apoio do PSB, o ex-ministro reagiu: "Vou com meu partido aonde ele for". Emendou que agiu e age em "articulação perfeita" com o presidente da sigla, governador Eduardo Campos (PE).

Ciro reiterou que sua candidatura ao governo paulista é uma "exótica possibilidade". Disse ter informado aos nove partidos que lhe propuseram aliança no Estado que "estão liberados a experimentar suas alternativas de candidatura".

"Até porque não considero que São Paulo precise de mim, pessoa física." Uma das alternativas apontadas por ele foi o ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca (PSB), com quem circulou ontem a tiracolo.

Para o ex-ministro, a ascensão de Dilma na última pesquisa Datafolha (24 e 25 de fevereiro) "mais revela notoriedade que preferência".

Sobre Serra, Ciro afirmou não ter "nenhuma desafeição" por ele e novamente disse crer que o tucano "não será candidato à Presidência" devido a riscos, problemas administrativos que enfrenta em São Paulo e pela "dificuldade de encaminhar a sucessão no Estado".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u704207.shtml

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