12 de fev. de 2010

Marina Silva diz que prisão de Arruda "mancha" trabalho de sua gestão no DF

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Pré-candidata do PV à Presidência da República, a senadora Marina Silva (AC) disse nesta sexta-feira que a prisão do governador José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido) "mancha" todo o trabalho realizado durante sua gestão no DF. Marina lembrou que Arruda chegou a ser cotado para disputar a vice-presidência da República na chapa da oposição, mas se envolveu em um episódio "lamentável", cercado de atitudes "nefastas".

"Eu não sou de me regozijar com a desgraça alheia. Obviamente que esse problema da corrupção, a prisão do próprio governador Arruda, acaba manchando todo o trabalho que fez, inclusive na área da educação, em que educadores sérios se esforçaram e que agora veem o seu nome e o seu trabalho indo por água abaixo graças a uma atitude completamente nefasta de um gestor político com a responsabilidade que tinha de governador, juntamente com a sua equipe", afirmou.

Em discurso na tribuna do Senado, Marina disse que a falta de transparência na gestão pública resultou na prisão de Arruda. "Eu gostaria muito de que pudéssemos vir à tribuna para falar das ideias, das propostas, dos projetos, das boas realizações que vêm sendo feitas, dos bons exemplos. Bons exemplos temos alguns, e que são relevantes, mas, infelizmente, o que toma a cena do país são esses episódios lamentáveis."

O nome de Arruda chegou a ser cotado pelo DEM para integrar a chapa encabeçada pelo PSDB na disputa eleitoral de outubro. O partido mudou a estratégia depois que surgiram as primeiras acusações contra o governador, que foi obrigado a pedir desfiliação para que não fosse expulso pelos democratas.

Ontem, líderes do DEM afastaram o partido do centro das acusações ao afirmar que a legenda já havia determinado o seu afastamento em meio à crise, decisão que se antecipou à Justiça.

"O meu partido foi a primeira instituição a se posicionar. Nem a OAB, nem o Ministério Público, nem a Justiça tomou essa decisão. O partido agiu no primeiro momento e levou o governador a se desfiliar", disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

Para o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), o partido cumpriu a sua parte ao afastar Arruda dos seus quadros. "É lamentável no contexto da política brasileira que isso ocorra. Agora, o meu partido não pode ser acusado de omissão. Acho que toda medida que é moralizadora é benéfica para o país. Quem acha não sou eu, quem acha é a Justiça. A Justiça tomou a decisão", disse.

 Marina Silva  - Caso Arruda 

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u693296.shtml

Planalto pressiona, e PT altera plano de governo de Dilma

da Folha Online | Eleições 2010 | Dilma Rousseff

Hoje na Folha Pressionado pelo Palácio do Planalto, o PT vai fazer ajustes na sua proposta de governo da futura candidata Dilma Rousseff à sucessão do presidente Lula, mas o tom mais à esquerda do texto preliminar foi proposital, informa reportagem de Valdo Cruz e Fabio Zanini, publicada nesta sexta-feira pela Folha (íntegra disponível somente para assinantes do jornal ou do UOL).

Segundo a reportagem, nas palavras de um dirigente do partido, cabia ao PT "puxar para a esquerda" para depois negociar um programa final da ministra Dilma com os demais partidos da futura aliança, principalmente o PMDB.

A cúpula do partido reconhece que foi erro não mencionar no texto que o futuro governo manteria a política econômica de Lula --metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. O presidente não teria gostado da falta de menção à sua política econômica.

A Folha informa que, segundo um membro da cúpula partidária, "ficou faltando essa parte", que não tem sentido ficar de fora principalmente depois que o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o candidato tucano José Serra, se ganhar, mudará a atual política econômica.

O texto sofrerá ajustes, deixando claro que um futuro governo Dilma será uma continuidade do atual, com aprofundamento das medidas adotadas no segundo mandato --fortalecimento de bancos públicos e estatais como indutores do crescimento econômico. A nova versão também deve conter mais acenos à iniciativa privada, reforçando que, sem os empresários, o papel do Estado como indutor não se sustenta.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u693191.shtml

Serra já monta palanque nos Estados

Eleições 2010 | AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Discretamente, e cedendo a pressões do próprio partido, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aumentou as articulações para montagem dos palanques tucanos que darão sustentação à candidatura à Presidência. Numa espécie de sabatina, recebeu nos últimos dias quatro pré-candidatos tucanos aos governos estaduais. Somente nesta semana, reuniu-se com os prefeitos de Curitiba e de Teresina para tratar dos palanques no Paraná e no Piauí. Na semana passada, encontrou as principais lideranças tucanas em Alagoas e no Pará.

Anteontem, Serra despediu-se da cantora Madonna e recebeu, logo em seguida, o prefeito de Curitiba, Beto Richa. Os dois se reuniram no gabinete, no Palácio dos Bandeirantes, para discutir o palanque tucano no Paraná, um dos Estados onde está o maior nó para o PSDB. Além de ter dois pré-candidatos ao governo - Richa e o senador Álvaro Dias -, o partido trabalha para conseguir, pelo menos, a neutralidade do senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato cortejado pelo PT para dar palanque à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O encontro entre Serra e Richa, no entanto, consolidou a tendência de lançar o prefeito candidato.

A entrada de Serra na montagem dos palanques estaduais é uma demanda dos aliados, para quem se tornou essencial a participação dele, de modo mais incisivo, nas negociações. O raciocínio é que o governador não precisa dizer oficialmente que é candidato, mas pode ajudar a amarrar as articulações regionais, dando mais peso aos acordos. Os tucanos usam como argumento o fato de o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva participar ativamente da montagem dos palanques de Dilma, que, lembram, também ainda não disse ser candidata.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), minimiza as pressões dos aliados e disse que Serra "está fazendo o que deve fazer". "Ele tem se encontrado com lideranças de vários Estados", afirmou.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-ja-monta-palanque-nos-estados,510288,0.htm

11 de fev. de 2010

TSE recebe mais uma representação da oposição contra o presidente Lula e a ministra Dilma

Agência TSE | Eleições 2010 - Dilma Rousseff

Foi protocolada na tarde desta quinta-feira (11) mais uma representação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, acusados de fazer propaganda eleitoral antecipada.

A representação é assinada pelo DEM, pelo PSDB e pelo PPS e aponta que durante inauguração de prédios na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Teófilo Otoni (MG), o presidente Lula teria, mais uma vez, discursado em favor da sua “candidata de fato”, que seria a ministra Dilma.

Em um trecho do discurso, o presidente teria afirmado que faria a sua sucessora “para dar continuidade ao que nós estamos fazendo. Porque este país não pode retroceder. Este país não pode voltar para trás como se fosse um caranguejo”.

Os partidos afirmam que o verdadeiro propósito da viagem do presidente teria sido “propagandear que vai fazer a sua sucessão”. Dizem ainda que sob o pretexto de fiscalizar as obras do Governo Federal em Minas Gerais, Lula teria feito mais uma explícita propaganda em favor de Dilma Roussef, ao afirmar que a principal razão da viagem não era outra senão a de divulgar que está trabalhando para eleger a sua sucessora.

“Por mais que a legislação advirta que a existência formal de candidatura somente se dá com a escolha do representante em convenção partidária, o que, aliás, deflagra o processo eleitoral, o chefe do Poder Executivo inflama seu discurso sucessório sem qualquer tipo de limitação”, afirmam os partidos na representação.

Sustentam ainda que o presidente e a ministra utilizam “o poder político que detêm e dos recursos públicos que gerenciam para a dispendiosa e bem montada estratégia de, antecipadamente, lançar a candidata com vantagem no certame eleitoral deste ano”.

Com todos esses argumentos, os partidos pedem que o TSE se manifeste sobre a linha demarcatória entre a legitimidade de fiscalização e inauguração de obras e a utilização desses eventos institucionais para a realização de propaganda eleitoral antecipada.

Pede também que o TSE aplique multa no valor correspondente aos gastos do evento ou, alternativamente, multa no valor máximo estipulado pela Lei 9.504/97 (art. 36, parágrafo 3º).

Processo relacionado: Rp 32872

http://agencia.tse.gov.br/sadAdmAgencia/noticiaSearch.do?acao=get&id=1279480

Eleições 2010 / Ciro - PT não tem "plano B" para SP caso Ciro desista, mas tem nomes fortes, diz Vaccarezza

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O PT espera definir até abril o nome do candidato do partido que vai disputar o governo de São Paulo, caso o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) mantenha sua candidatura à Presidência da República. Segundo o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), o partido não tem "plano B" caso Ciro desista de concorrer ao governo do Estado --mas possui nomes em condições de entrar na disputa.

"O PT não tem plano B, nós tínhamos o plano de botar o Ciro. O que queremos é juntar uma frente de partidos do governo Lula que pode ganhar as eleições em São Paulo", afirmou.

Vaccarezza disse que o PT não tem pressa para solucionar o impasse em São Paulo uma vez que o PSDB ainda não definiu quem será o seu candidato --mesmo estando no governo do Estado. "Eu acho que até abril podemos construir um nome. E não é tarde porque não acho que os tucanos terão o nome deles até abril", afirmou.

No PSDB, o nome do ex-governador Geraldo Alckmin é cotado para disputar o cargo. O partido, no entanto, ainda não definiu se Alckmin vai entrar na corrida para suceder Serra no Palácio dos Bandeirantes.

O líder reiterou que Ciro não está disposto a concorrer ao governo de São Paulo, mesmo com a pressão do Palácio do Planalto para que retire sua candidatura da corrida presidencial para fortalecer a petista Dilma Rousseff (Casa Civil).

"Se ele quiser ser candidato à Presidência, ele tem direito. Mas a base do presidente Lula e o PT vão com a Dilma. A avaliação é que ele está com dificuldades de ser candidato em São Paulo, já me disse que não vai ser", afirmou.

No caso da desistência de Ciro, Vaccarezza disse que o PT tem nomes "muito fortes" para disputar o governo estadual --como o senador Aloizio Mercadante, a ex-prefeita Marta Suplicy e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza.

Nesta terça-feira, o novo presidente do PT-SP, Edinho Silva, afirmou que Ciro pediu para adiar para depois do Carnaval uma reunião com os dirigentes de oito partidos --PSB, PT, PDT, PC do B, PTC, PRB, PSC e PTN-- para discutir sua candidatura ao governo do Estado.

Segundo o presidente do PT paulista, Edinho Silva, Ciro pediu mais tempo para conversar com os partidos já que não descartou candidatura. As legendas, que fazem oposição em São Paulo ao governador José Serra (PSDB), acertaram que Ciro é um nome de consenso para o governo paulista.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u692728.shtml

Eleições 2010 - Aécio tira licença de 11 dias para fazer viagem ao exterior

Terra

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tirou uma licença de 11 dias, a partir desta quinta-feira, para fazer uma viagem particular ao exterior. A assessoria de imprensa do governador não soube informar qual é o destino ou o motivo da viagem.

Aécio negou anteriormente que possa retomar a pré-candidatura à Presidência da República. O governador ainda criticou o comportamento do PSDB e PT, que trocam acusações e insultos desde 19 de janeiro. Aécio disse ainda que é "perigosa" a ideia do PT de fazer da eleição para a Presidência da República um campo de combate entre um membro do governo e outro da oposição.

Aécio afirmou que sua prioridade é Minas Gerais, onde tem sido bem recebido por todas as regiões, de acordo com ele. O governador disse que desistiu de se candidatar em dezembro de 2009 porque o PSDB não teve a iniciativa de conversar sobre sua pré-candidatura. O próximo passo do governador é uma candidatura ao Senado, segundo ele.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4259455-EI7896,00-Aecio+tira+licenca+de+dias+para+fazer+viagem+ao+exterior.html

Eleições 2010 - Serra planeja fazer visita a Aécio

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O governador de São Paulo, José Serra, fará uma visita ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Os dois governadores do PSDB já conversaram sobre esse encontro, mas a data ainda não está agendada. O tucanato está preocupado com o ambiente de boataria crescente, em que simpatizantes da candidatura Aécio aproveitam para recolocar o nome do mineiro na disputa.

Serra, que se recusa a assumir publicamente a candidatura presidencial, já proibiu auxiliares e interlocutores mais próximos de tocar no assunto Vice-Presidência para não melindrar o colega. A ordem é não fazer nenhum tipo de pressão pela chapa puro-sangue, porque é de conhecimento geral que esse assunto irrita o governador de Minas.

Serra sabe da preferência de Aécio pela candidatura ao Senado e tem repetido que o fundamental é deixar o governador mineiro totalmente à vontade para decidir que rumo tomar. O governador de São Paulo está convencido de que Aécio estará tão mais disposto a ajudá-lo na disputa presidencial, quanto mais livre e confortável se sentir diante da candidatura.


Carnaval

Para se contrapor à agenda carnavalesca com conteúdo eleitoral da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, Serra fará um gesto para não deixar dúvidas de que está na disputa contra o PT. Assim como a pré-candidata petista à Presidência, ele também quer prestigiar o desfile do Galo da Madrugada, que sai todo sábado de carnaval no Recife e, no ano passado, arrastou mais de 2 milhões de foliões ao som do frevo. Depois, o tucano deve seguir para Salvador.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-planeja-fazer-visita-a-aecio,509742,0.htm

FICHA DE DILMA ROUSSEF

A ficha criminal da sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva ao governo federal em 2010, a ministra Dilma Rousseff. Mas não se deixem levar por julgamentos precipitados. Apesar da fama de dura na queda, devemos ressaltar sua dedicação, sua capacidade de organização e liderança. Assim como Adolf Hitler e Osama Bin Laden. “Eu adorava circo e queria ser bailarina.” “Na década de 1960, durante o regime militar, Dilma Rousseff participou da luta armada, usando os codinomes de Estela, Luísa e Vanda, atuando em organizações clandestinas e terroristas de esquerda, como a Política Operária (POLOP), Vanguarda Popular Revolucionária e o Comando de Libertação Nacional (COLINA)., segundo consta na sua ficha criminal na Polícia paulista, no DOI-CODI.” [Fonte]

(Dilma) Oposição deveria ficar feliz com candidatura de Dilma, diz líder do PT

da Folha Online

Em entrevista ao colunista do UOL e repórter da Folha em Brasília, Fernando Rodrigues, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, rebateu a crítica da oposição sobre a "inexperiência eleitoral" da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do partido ao Palácio do Planalto.

Segundo Dutra, a oposição deveria ficar feliz pelo lançamento da candidatura de Dilma. "Eles dizem que isso é um defeito, mas se mostram muito preocupados com essa candidata que não tem experiência eleitoral, e que efetivamente será uma candidata competitiva", afirmou.



http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u692622.shtml

(Dilma) Tarso diz que não se constrange em dividir Dilma com candidato do PMDB no RS

GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha, em Porto Alegre

De volta ao Rio Grande do Sul para se dedicar à pré-campanha ao governo do Estado, o ex-ministro Tarso Genro (PT) disse que não sente "constrangimento" em dividir a presidenciável petista Dilma Rousseff com o seu provável antagonista na disputa pelo governo gaúcho, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB).

"Quanto mais palanques a nossa Dilma tiver, melhor. A eleição nacional é decisiva para que o projeto representado pelo presidente Lula continue", disse ontem o petista.

Tarso e Fogaça empatam com 30% das intenções de voto no principal cenário da pesquisa Datafolha de dezembro, enquanto a atual governadora Yeda Crusius (PSDB) aparece em quarto lugar, com 5%.

O possível palanque duplo de Dilma no Rio Grande do Sul tem sido articulado nos bastidores pelo PDT. O partido, que herdará a prefeitura da capital caso Fogaça seja candidato ao governo, impôs como condição para apoiar o peemedebista o palanque para Dilma.

PT e PMDB são adversários históricos na política gaúcha, e articulação lulista para atrair Fogaça visa confinar o presidenciável tucano José Serra ao palanque da correligionária Yeda, que sofre forte rejeição.

Dentro do PMDB gaúcho, o apoio a Dilma enfrenta resistências, mas o próprio Fogaça admitiu que a hipótese é possível. "Se o PMDB nacional tomar essa decisão [de apoiar Dilma], não há como o partido regionalmente assumir, de maneira formal, outra decisão", afirmou à Rádio Gaúcha.

Enquanto diz aceitar compartilhar Dilma com o adversário, Tarso pretende se apresentar ao eleitor como o "candidato do Lula". "O presidente Lula tem um candidato e é o candidato do PT. Hoje [ontem] de manhã, quando me despedi dele, ele disse 'você é meu candidato no RS'", declarou.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u692457.shtml

Estratégia do PSDB busca comparar Serra só com Dilma

Estratégia do PSDB busca comparar Serra só com Dilma

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O PSDB decidiu usar as armas do PT na disputa presidencial. Vai aceitar comparações, mas não entre os oito anos de gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) com os de Luiz Inácio Lula da Silva, e sim entre o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff. "Fernando Henrique é passado; Lula também o será daqui a pouco. Vamos então mostrar a capacidade administrativa de Serra e da ministra Dilma", afirmou o líder tucano na Câmara, João Almeida (BA).

"Vamos mostrar a história de Serra, o que fez no Ministério da Saúde, na Prefeitura de São Paulo e, agora, no governo", completou o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), ex-líder do partido e um dos principais articuladores da candidatura do governador paulista.

O PT informou que aceita a guerra de comparações. "Não tem problema. Vamos lá. Eles mostram o Serra, que tem uma rica biografia, e nós mostramos a Dilma, que também tem", disse o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), que hoje passa o cargo a José Eduardo Dutra. "Mas, se os tucanos pensam que vamos ficar só nisso, não vamos. Vamos, sim, fazer a comparação entre os oito anos de Fernando Henrique e os oito de Lula. O eleitor precisa ser lembrado de como foi um governo e o outro."

Para Jutahy, a comparação entre Serra e Dilma será importante porque o eleitor poderá saber o que cada um fez à frente dos cargos que ocupou. "Nós temos o que mostrar sobre o Serra. Mas a Dilma não tem nada para falar." Por isso, disse, o PT insistirá nas comparações entre Lula e FHC. "Dilma vai tentar levar ao eleitor a ideia de que disputa o terceiro mandato para Lula. E nós vamos provar que ela não é o Lula e não tem nada para mostrar aos eleitores."

O líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), rebateu: "A Dilma é a principal ministra do presidente Lula. É ela que toca as obras mais importantes. Por isso, tem o que mostrar. E é também por isso que vamos insistir em fazer as comparações. Eles têm medo por quê? Porque sabem que o governo Fernando Henrique foi um desastre.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,estrategia-do-psdb-busca-comparar-serra-so-com-dilma,509718,0.htm

Planalto manda PT alterar programa de governo de Dilma

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, não gostaram do tom do documento intitulado A Grande Transformação, que contém as diretrizes do programa de governo petista. Lula e Dilma avaliaram que o texto passa a imagem errônea de que um governo chefiado pela ministra representará uma guinada à esquerda e terá caráter estatizante. Não foi só: querem agora que o PT deixe claro no programa que Dilma manterá os fundamentos da política econômica, como câmbio flutuante, metas de inflação e ajuste fiscal.

O incômodo do presidente e da pré-candidata do PT em relação ao conteúdo do documento - que será apresentado no 4.º Congresso Nacional do partido, de 18 a 20 deste mês, em Brasília - foi transmitido ontem pelo Planalto aos integrantes da Executiva Nacional petista. Dilma reclamou que nem mesmo viu o texto, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo e publicado na edição do último dia 5, e ficou surpresa com a repercussão negativa da proposta.

Ancorada pelo mote de um novo "projeto nacional de desenvolvimento", a plataforma do PT prega maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF) para o setor produtivo.

Confusão

Porém, em reunião da coordenação de governo, na segunda-feira, Lula observou que já está fazendo isso. Para ele, a referência ao fortalecimento de estatais, do jeito que está no texto, pode criar confusão. Tanto o presidente como Dilma sempre dizem que o Brasil só conseguiu sair da crise mundial antes dos outros países por ter reforçado o papel dos bancos públicos.

"Se não tivéssemos esses bancos, não sei o que seria de nós", tem afirmado a ministra. Na avaliação do Planalto, no entanto, o documento petista pode dar a impressão equivocada de que a pré-candidata do PT defende a reestatização de empresas. A principal recomendação de Lula é para o PT "evitar marolas" no debate.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,planalto-manda-pt-alterar-programa-de-governo-de-dilma,509683,0.htm

10 de fev. de 2010

PT comemora 30 anos com desafio de vencer primeira eleição sem Lula como candidato

Legenda troca de direção e prepara candidatura de Dilma Rousseff à Presidência

Do R7

O PT comemora 30 anos nesta quarta-feira (10) e tem pela frente o desafio de vencer a primeira eleição presidencial sem Luiz Inácio Lula da Silva como candidato. Com a candidatura de Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, o partido quer “dar continuidade” ao trabalho de Lula na Presidência. E o próprio presidente vai entrar na campanha da ministra. No entanto, a cúpula do PT sabe que a tática eleitoral não pode ficar presa aos “anos Lula” e que Dilma precisa “avançar” nas propostas. A ideia é transformar a alta popularidade do presidente em votos para a ministra.

O partido também muda de mãos. O deputado Ricardo Berzoini (SP) deixa a presidência hoje e o cargo ficará nas mãos de José Eduardo Dutra. No Twitter, o deputado afirmou que tem orgulho pela “construção partidária” e deixa o comando da legenda com “sensação de dever cumprido. O deputado desejou sucesso ao novo presidente da legenda e ainda comemorou a coincidência de fazer aniversário no mesmo dia do partido – Berzoini completa 50 anos.

A escolha de Dutra representa a "volta dos que nunca foram" a postos-chave da direção, numa referência aos petistas envolvidos no escândalo do mensalão que atingiu o governo em 2005. Entre os nomes conhecidos, estão José Dirceu e os atuais deputados José Genoíno e João Paulo Cunha. A denúncia aponta que o esquema pagava propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo.

Dilma vai disputar a Presidência após oito anos de governo Lula. Desde 1989, Lula disputou todas as eleições presidenciais: 1989 (perdeu para Fernando Collor de Mello); 1994 (perdeu para Fernando Henrique Cardoso); 1998 (reeleição de FHC); 2002 (Lula venceu José Serra) e 2006 (reeleito, Lula venceu Geraldo Alckmin).

Em meio às comemorações dos 30 anos, a legenda realiza o IV Congresso Nacional do PT entre os dias 18 e 20 de fevereiro, em Brasília. No encontro, os líderes vão discutir a campanha de Dilma e devem lançá-la candidata à Presidência.

História

O PT foi oficialmente fundado no dia 10 de fevereiro de 1980, em São Paulo, mas seu reconhecimento pela Justiça eleitoral só veio em 1982. A sigla é oficialmente socialista, mas foi gestada no final da década de 70 por pessoas com ideologias tão diferentes que é difícil enquadrá-la em alguma vertente tradicional de esquerda.

Cansados do socialismo chinês e soviético, os católicos da Teologia da Libertação e intelectuais de esquerda se juntaram aos dirigentes sindicais do ABC paulista, que na época romperam com o sindicalismo tutelado pela ditadura e enfrentaram o regime militar por meio de greves. O resultado foi um socialismo democrático associado ao sindicalismo e aos movimentos sociais, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).

A raiz sindical do PT ajudou o partido a se adaptar ao capitalismo quando, de fato, começou a chegar ao poder em meados da década de 80. A sigla já estava acostumada a mediar disputas entre trabalhadores e empresários.

A conquista da Prefeitura de Fortaleza, em 1985, foi duplamente comemorada pelo PT. A capital foi a primeira nas mãos do partido e a primeira a ser administrada por uma mulher no Brasil: Maria Luíza Fontenele. Três anos depois, Luíza Erundina venceu a disputa pela Prefeitura de São Paulo e o PT também levou Porto Alegre, capital que iria governar por 16 anos seguidos.

Apesar do crescimento ao longo da década de 90, a consagração do PT viria em 2002, quando o partido elegeu Lula presidente e emplacou a maior bancada de deputados federais. No ano seguinte, o partido elege João Paulo Cunha presidente da Câmara, o primeiro petista e sindicalista a chegar ao cargo.

A fase de ouro do PT foi fortemente estremecida em 2005, quando membros importantes do partido foram incluídos na denúncia do mensalão, suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares. O escândalo derrubou o então braço-direito de Lula, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, provocou a renúncia do deputado José Genuíno (SP) da Presidência do PT e a licença de vários caciques da cúpula do partido.

Apesar do escândalo, a imagem do presidente Lula continuou em alta, o que permitiu sua reeleição em 2006.

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/pt-comemora-30-anos-com-desafio-de-vencer-primeira-eleicao-sem-lula-como-candidato-20100210.html

Ficha Limpa enfrenta resistências entre partidos na Câmara

Agência Câmara

Reportagem - Alexandre Pôrto
Edição - Newton Araújo

A primeira reunião do grupo de trabalho criado para propor um texto de consenso aos projetos que tratam da Ficha Limpa (PLP 518/09 e outras 13 propostas que tramitam em conjunto) mostrou que o tema enfrenta resistência em alguns partidos.

Representando o PP, o deputado Gerson Peres (PA) disse que, da forma como foi proposto por iniciativa popular, o projeto da Ficha Limpa apresenta "claras inconstitucionalidades". No mesmo sentido, o deputado Vicente Arruda (PR-CE) disse que o projeto fere o princípio constitucional que diz que ninguém é culpado enquanto não houver sentença definitiva contra si.

"A prática do crime só pode ser comprovada depois de transitar em julgado a decisão judicial”, afirma Arruda. “Se o sujeito está com um processo, torná-lo inelegível é um absurdo. Nós não podemos simplesmente nos considerar donos da verdade e não permitir que o povo se manifeste sobre em quem quer votar."

Vicente Arruda questionou ainda a discussão do assunto em pleno ano eleitoral. "De acordo com o artigo 16 da Constituição Federal, qualquer matéria eleitoral só poderá ser aplicada se votada um ano antes das eleições".

Eleições de outubro
Em contrapartida, o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), um dos coordenadores da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, disse que o projeto da Ficha Limpa não fere a Constituição e poderia valer para as eleições de outubro.

"A inelegibilidade antecede a formação das chapas. Então, se é um fato que antecede o processo eleitoral e a definição da lista dos candidatos pelos partidos, só entrarão os candidatos que estão 'limpos', digamos assim”, avalia. “Então não há por que estabelecer essa regra de que só entraria em vigor para as eleições de 2012".

Paulo Rubem Santiago entende ainda que os parlamentares têm de responder à demanda da sociedade quando o direito individual de presunção da inocência entra em conflito com o direito coletivo ao patrimônio público.

"Não se pode permitir, depois de uma primeira ou de uma segunda condenação, que se volte a arguir a presunção de inocência até a última instância, e os danos que foram causados não sirvam para absolutamente nada”, defende o deputado. “A impunidade termina fortalecendo grupos que atuam de forma corrupta na administração pública, prejudicando o acesso da população aos bens sociais."

Primeira instância
Segundo o relator do grupo de trabalho, deputado Índio da Costa (DEM-RJ), será difícil aprovar na Câmara a proibição de candidaturas de condenados apenas em primeira instância. No entanto, Indio da Costa diz temer que, se o Congresso aprovar a restrição para condenados em segunda instância, a sociedade considere um retrocesso em relação ao texto original.

Por isso, ele destaca a importância de discutir o assunto em audiências públicas. A primeira foi marcada para o próximo dia 23, quando os deputados vão ouvir representantes das entidades que colheram assinaturas da população para o projeto da Ficha Limpa.

No dia seguinte, haverá reunião de trabalho para decidir se outras audiências serão necessárias. Essa comissão informal de deputados deve encerrar os trabalhos em 17 de março, para permitir que o tema seja votado em Plenário logo em seguida.

http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/POLITICA/145193-FICHA-LIMPA-ENFRENTA-RESISTENCIAS-ENTRE-PARTIDOS-NA-CAMARA.html

AGU pede para arquivar ação contra Lula e Dilma por propaganda antecipada

colaboração para a Folha Online

A AGU (Advocacia Geral da União) apresentou na tarde desta quarta-feira a defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) por propaganda eleitoral antecipada. A ação está no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e foi protocolada pelo PSDB, DEM e PPS.

A oposição afirma que Lula fez propaganda eleitoral para Dilma durante inauguração da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados, em São Paulo, no dia 21 de janeiro. Durante discurso, Lula afirmou que a "cara do Brasil" iria mudar.

"Quem vier depois de mim e eu, por questões legais, não posso dizer quem é, espero que vocês adivinhem, espero, quem vier depois de mim já vai encontrar um programa pronto, com dinheiro no Orçamento, porque eu estou fazendo o PAC 2 porque eu preciso colocar dinheiro no Orçamento para 2011, para que as pessoas comecem a trabalhar", disse Lula.

Para a AGU, não se pode dizer que houve propaganda eleitoral antecipada já que não houve pedido expresso de voto, como determina a Lei Eleitoral.

A AGU afirma que os partidos querem tirar do contexto a declaração do presidente ao destacar alguns segundos de um discurso de 30 minutos.

"A partir da leitura da transcrição do discurso fornecido pelos próprios representantes, observa-se claramente que o trecho destacado não se insere em um debate político-eleitoral, mas, sim, no contexto do andamento das obras do governo federal", afirma defesa da AGU.

Outro arquivamento

No dia 5 de fevereiro, o ministro auxiliar do TSE Joelson Dias julgou improcedente outra ação da oposição contra Lula e Dilma. Segundo DEM, PSDB e PPS, a propaganda antecipada aconteceu durante os discursos feitos pelo presidente Lula em Minas Gerais, no dia 19 de janeiro.

Dias entendeu que não houve nenhuma manifestação que tenha levado ao conhecimento geral a candidatura, a ação política ou as razões pelas quais se possa presumir que a ministra "seja a mais apta para a função pública". Nesse caso, a AGU também achou o pedido da oposição improcedente.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u692271.shtml

Lula se reúne com Temer e Sarney e afaga PMDB em nome da aliança nas eleições

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Em busca de consolidar a aliança do PT com o PMDB nas eleições de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou para uma conversa nesta quarta-feira o presidente eleito do partido, Michel Temer (PMDB-SP), e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Num afago aos peemedebistas, Lula cumprimentou Temer pela sua reeleição no comando do PMDB e se mostrou disposto a trabalhar para solucionar impasses em Estados onde a aliança pode não ser consolidada.

"Ele queria me cumprimentar em função da eleição [à presidência do PMDB]. Disse que a ministra Dilma já havia ligado, ele ainda não havia ligado, por isso queria cumprimentar pessoalmente. Falamos rapidamente sobre a relação PT-PMDB. Sobre a aliança, é possível, nós vamos conversando", afirmou.

O encontro ocorreu depois do mal-estar provocado com Temer, no ano passado, quando Lula pediu que o PMDB indicasse uma lista tríplice para escolher quem seria o vice-presidente na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência. Num recado direto, a cúpula peemedebista disse que o nome do partido para a chapa é o de Temer, reeleito no comando da legenda para mostrar sua força política entre os filiados.

Sem revelar detalhes da conversa, Temer disse que o encontro foi "muito rápido", num gesto de cortesia de Lula. Questionado sobre os impasses regionais que emperram a aliança, Temer disse que a ideia é discuti-los conjuntamente. "Estamos conversando. É claro que ao longo do tempo estamos dizendo que precisamos solucionar impasses regionais para prosseguir na formulação dessa aliança."

Em Estados como o Rio Grande do Sul e a Bahia, PT e PMDB têm candidatos próprios aos governos estaduais. A ministra Dilma, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, terá que subir em dois palanques nessas localidades, caso a aliança seja consolidada nacionalmente.

Dentro do PMDB, a cúpula da legenda diz haver unidade para a aliança com os petistas em outubro. Há um grupo peemedebista, porém, que questiona o acordo ao defender o nome do governador Roberto Requião (PMDB-PR) para disputar a Presidência da República em nome do partido.

Em junho, o PMDB realiza convenção nacional para decidir se vai integrar a chapa de Dilma. Os peemedebistas já deram início às discussões para elaborar o futuro programa de governo da ministra, que será apresentado ao PT após a sua conclusão.

Os peemedebistas querem participação "integral" no eventual governo da petista como forma de consolidar o apoio oferecido durante a disputa eleitoral.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u692099.shtml

Marina: debate entre PSDB e PT pode engessar eleição

Terra

A senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à sucessão presidencial, afirmou na terça-feira, em entrevista à TV Estadão, que a tentativa de transformar o debate eleitoral deste ano em uma disputa entre os governos do PSDB e os do PT para saber quem foi melhor pode engessar a discussão. A informação é do jornal O Estado de S.Paulo.

Ela disse ainda que foi um erro histórico do PT não ter se aproximado do PSDB para governar. Segundo Marina, após o governo Lula, o maior desafio será realinhar os partidos, com uma base governista que englobasse PT e PSDB. A senadora afirmou também que a liderança não pode ser outorgada e que os candidatos terão que construir a sua própria. "Cada um de nós vai ter de construir sua liderança. Obviamente que apoios ajudam, mas não são suficientes", disse.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4256397-EI7896,00-Marina+debate+entre+PSDB+e+PT+pode+engessar+eleicao.html

9 de fev. de 2010

TSE aprova resolução sobre cerimônia de lacração de programas e fiscalização das Eleições 2010

Agência TSE

Na sessão administrativa desta terça-feira (9), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou a resolução sobre a cerimônia de lacração dos softwares e assinatura digital dos sistemas eleitorais e da fiscalização do processo eletrônico de votação das Eleições 2010.

A resolução garante aos fiscais dos partidos políticos, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Ministério Público acesso antecipado aos programas de computador desenvolvidos pelo TSE, ou sob sua encomenda, a serem utilizados nas eleições, para fins de fiscalização e auditoria, em ambiente específico e controlado pelo TSE.

Os programas a serem fiscalizados, auditados, assinados digitalmente, lacrados e verificados serão os relativos aos seguintes sistemas: gerador de mídias, totalização, controle de correspondência, votação, justificativa eleitoral, apuração, utilitários e sistemas operacionais das urnas, segurança e bibliotecas-padrão e especiais.

Pelo texto aprovado, representantes dos partidos políticos, da OAB e do Ministério Público poderão, a partir de seis meses antes do primeiro turno das eleições, acompanhar as fases de especificação e de desenvolvimento dos sistemas. Os representantes precisam ser formalmente indicados e qualificados perante a Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE.

Cerimônia de Lacração

A resolução determina que, concluídos os programas a serem utilizados nas Eleições 2010, estes serão apresentados, compilados e assinados digitalmente pelos representantes dos fiscais dos partidos políticos, da OAB e do Ministério Público. Em seguida, serão testados e assinados digitalmente por representantes do TSE e lacrados em uma Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas, que terá duração mínima de três dias.

A assinatura digital e a lacração dos softwares a serem usados nas eleições deste ano buscam assegurar que os programas e sistemas a serem empregados no pleito são idênticos aos assinados digitalmente pelos representantes dos partidos, OAB e Ministério Público e guardados no cofre do TSE.


Votação Paralela

O texto aprovado pelos ministros estabelece ainda que os Tribunais Regionais Eleitorais realizarão, por amostragem, auditoria de verificação do funcionamento das urnas, por meio de votação paralela.

Essa auditoria será realizada, em cada estado, em um só local, designado pelo Tribunal Regional Eleitoral, no mesmo dia e horário da votação oficial.

Para a organização e condução dos trabalhos, será designada pelos Tribunais Regionais Eleitorais uma Comissão de Votação Paralela, em sessão pública, até 30 dias antes das eleições.

Pelo calendário eleitoral, todas as resoluções das Eleições 2010 devem estar aprovadas pelo plenário do TSE até 5 de março.

Relatoria

O presidente do TSE, ministro Ayres Britto, elogiou na sessão administrativa, em nome dos ministros da Corte, o empenho do ministro Arnaldo Versiani, relator das minutas de resoluções das regras das Eleições 2010, na confecção dos textos.

“Vossa Excelência tem sido, com toda justiça, elogiado pelo modo como vem conduzindo as audiências públicas, em matéria de elaboração das novas instruções do processo eleitoral de 2010, fazendo desse mecanismo de audiência pública uma ferramenta de democracia direta, tal como concebido pela Constituição Federal”, afirmou Ayres Britto.

O ministro Arnaldo Versiani recebeu o elogio e o estendeu aos ministros auxiliares Joelson Dias e Henrique Neves, ao procurador-geral eleitoral Roberto Gurgel, outros integrantes do Ministério Público e a todos os servidores do Tribunal que contribuíram – e contribuem, já que algumas ainda estão em preparo – na elaboração das minutas das resoluções. O ministro também destacou a importância das sugestões apresentadas pelos partidos políticos para o aperfeiçoamento dos textos.

“As audiências públicas são o ambiente propício exatamente para discutir. A Justiça Eleitoral não quer impor nenhuma regra. Ao contrário, ela só quer dar maior transparência ao processo eleitoral, e em todos os seus aspectos, inclusive na própria fiscalização da Justiça Eleitoral, e de que trata essa presente resolução”, ressaltou Versiani.

O ministro afirmou que a urna eletrônica “não é um inimigo; ao contrário, ela é um amigo, veio auxiliar, propiciar que as eleições sejam apuradas da maneira mais transparente, mais rápida e mais fidedigna possível com a vontade do eleitor”.

“Espero que também o Congresso Nacional veja com bons olhos, quem sabe, na próxima eleição de 2014, que resista a ideia que já vem sendo superada que é a da impressão do voto. Acredito que a impressão do voto significaria para essa finalidade, o que se vem propondo bem especificamente em relação a essa instrução: desde que se fiscalizem todas as etapas do processo eleitoral, especialmente da votação, apuração e totalização, a impressão do voto realmente soa como um retrocesso”, disse Versiani.

EM/CM

http://agencia.tse.gov.br/sadAdmAgencia/noticiaSearch.do?acao=get&id=1279452

Dirigente petista diz que Ciro ainda não descartou candidatura em SP

Ricardo Galhardo, iG 

O presidente do diretório estadual do PT de São Paulo, Edinho Silva, disse na noite desta terça-feira que o deputado Ciro Gomes (PSB) ainda não descartou a possibilidade de ser candidato ao governo paulista.

Na semana passada, líderes de nove partidos da base aliada haviam decidido dar um ultimato a Ciro. A reunião havia sido marcada para o dia 11, quinta-feira, mas foi adiada para o dia 24 deste mês.

"O Ciro pediu para conversar depois do Carnaval. Ele quer conversar e nos também. O importante e que conseguimos manter o dialogo".

Também na semana passada, Ciro deu entrevistas em Brasília dizendo que é candidato à Presidência da Republica. Segundo fontes petistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou irritado quando soube que os partidos aliados, pressionados pelo PT, iriam dar um ultimato a Ciro e assumiu pessoalmente as negociações com o deputado do PSB.

Para não desagradar a base do partido em São Paulo, que cobra uma decisão rápida quanto à candidatura ao governo do Estado, Edinho disse que, paralelamente às conversas com Ciro, o PT continua trabalhando com a possibilidade de lançar um candidato próprio.

"O PT continua conduzindo o processo de debate sobre a candidatura", disse Edinho, pouco antes da cerimônia de posse da nova direção do diretório estadual do PT.

No mesmo evento, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, liderança emergente do PT e pré-candidato ao governo, exemplificou a discordância da base do partido em São Paulo quanto à insistência de Lula em manter o dialogo com Ciro.

"Esperamos tudo o que podíamos esperar. Esperamos de setembro ate fevereiro. Creio que a vontade do presidente não se concretizou. Ele queria o [deputado Antonio] Palocci, mas não deu certo. Ele quis o Ciro e não deu certo".

Emidio chegou a ironizar a situação. "Eu acredito no Ciro. Ele falou que não vai ser candidato e eu acredito".

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/02/09/ciro+ainda+nao+descartou+candidatura+a+governador+de+sp+diz+presidente+do+pt+paulista+9392692.html

Ciro pede para adiar reunião que irá discutir sua candidatura em São Paulo

DANIEL RONCAGLIA
colaboração para a Folha Online

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) pediu o adiamento, para depois do Carnaval, da reunião que discutirá sua candidatura ao governo de São Paulo. O encontro com os dirigentes de oito partidos --PSB, PT, PDT, PC do B, PTC, PRB, PSC e PTN-- estava marcado para quinta-feira (11).

Segundo o presidente do PT paulista, Edinho Silva, Ciro pediu mais tempo para conversar com os partidos já que não descartou candidatura. As legendas, que fazem oposição em São Paulo ao governador José Serra (PSDB), acertaram que Ciro é um nome de consenso para o governo paulista.

Nesta terça-feira, Edinho Silva tomou posse de seu segundo mandato à frente do Diretório Estadual do PT de São Paulo em uma cerimônia na Assembleia Legislativa. Segundo o dirigente petista, Ciro continua ser o nome preferencial da base aliada. Juntos, os nove partidos têm mais de nove minutos de tempo de propaganda eleitoral gratuita.

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que pode ser candidato ao governo paulista ou ao Senado, não estava presente. Ontem, quando o PT da cidade de São Paulo deu posse a nova diretoria, em evento na Câmara dos Vereadores, Mercadante também não apareceu.

Já ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) e o prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT), compareceram nas duas cerimônias.

Na segunda-feira, Marta saiu em defesa do nome de Ciro Gomes. Recentemente, a petista havia se mostrado descontente com a possibilidade de o partido não ter uma candidatura própria para concorrer ao governo do Estado.

Entretanto, após a desistência do deputado Antônio Palocci (PT-SP) e as incertezas sobre o nome de Mercadante, a ex-prefeita resolveu mudar o discurso. "É melhor um cabra arretado [Ciro Gomes] do que um picolé de chuchu [apelido de Geraldo Alckmin, um dos pré-candidatos do PSDB ao governo de São Paulo]", disse ela durante a posse do diretório municipal.

Além de Marta e Mercadante, o PT têm outros quatro nomes na lista de possibilidade para disputar o palácio dos Bandeirantes com candidatura própria: o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia,o ministro Fernando Haddad (Educação) e o senador Eduardo Suplicy.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u691879.shtml

Temer quer participação do PMDB no programa de governo de Dilma

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O PMDB prepara uma ofensiva para impedir que o PT domine a elaboração do programa de governo para a campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à Presidência. O presidente do PMDB e presidente da Câmara, Michel Temer (SP), convocou lideranças do partido para que trabalhem em um texto que será apresentado aos petistas.

A ideia dos peemedebistas é que o programa de governo tenha propostas dos dois partidos. Segundo Temer, principal nome do partido para disputar a vice, a aliança entre as duas legendas não pode começar após a disputa eleitoral apenas para garantir a governabilidade, se forem eleitos.

"A coalizão não começa no governo. Tem que começar durante a campanha eleitoral e o primeiro ponto de uma coalizão séria, grandiosa, decente é estabelecer um programa conjunto", disse.

Para elaborar o texto, Temer convidou o ministro Nelson Jobim (Defesa), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, e o ex-deputado Moreira Franco.

Bem humorado, Jobim minimizou a polêmica em torno da elaboração do programa. "Isso é coisa do jogo. Escrever coisas, a gente escreve. O problema é fazer depois", disse.

Segundo interlocutores do PT, o plano de governo elaborado para a campanha da ministra já estaria em fase de finalização e deve se chamar de "A Grande Transformação".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u691718.shtml

Marta defende nome de Ciro para governo de São Paulo

Segundo ela, 'é melhor um cabra arretado do que um picolé de chuchu (o tucano Geraldo Alckmin)'

Elizabeth Lopes - Agencia Estado

SÃO PAULO - A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, que já havia manifestado seu descontentamento com a hipótese de o PT não ter candidato próprio ao governo de São Paulo e com a eventual candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB), saiu nesta terça-feira, 9, em defesa do nome do deputado para governar o Estado.

"Eu quero deixar aqui uma coisa pra vocês bem clara, é melhor um cabra arretado (Ciro) do que um picolé de chuchu (o pré-candidato tucano Geraldo Alckmin)", disse ela, em discurso realizado na posse do novo diretório municipal paulista da legenda.

A ex-prefeita, que trajava um vestido vermelho, fez um discurso inflamado de cerca de dez minutos, com críticas às gestões do governador e presidenciável tucano José Serra e de seu aliado, o prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Segundo ela, São Paulo será fundamental para eleger não apenas um governador do partido, mas também a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata da sigla à sucessão presidencial: "Com cabra arretado ou candidato próprio, nós vamos ganhar em São Paulo e vamos eleger a Dilma."

Em outubro do ano passado, Marta chegou a dizer que a candidatura Ciro não tinha nada a ver com São Paulo, por defender o nome do deputado Antonio Palocci (PT-SP). Entretanto, Palocci desistiu de concorrer ao governo paulista e o PT ficou sem um nome competitivo para essa disputa.

"O PT vive em São Paulo o que o PSDB está vivendo em nível nacional", atesta Marco Antonio Carvalho Teixeira, cientista político e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Na avaliação de Carvalho Teixeira, a falta de um nome competitivo em São Paulo é um dos grandes desafios que o PT enfrenta neste momento. E a defesa do nome de Ciro por Marta é feita num momento em que o deputado dá mostras de que não pretende entrar na disputa ao governo paulista, mas sim disputar a Presidência da República.

Com relação aos problemas enfrentados pelos tucanos na campanha majoritária, o cientista político reitera que eles ainda não levaram a público o nome de quem vai disputar a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Em nível nacional, o PSDB está sem discurso e sem interlocutor, tanto que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve de sair de novo a campo para defender sua administração." Para Carvalho Teixeira, se a eleição tender mesmo para o plebiscito e para a comparação de gestões (Lula x FHC), os tucanos devem ficar em desvantagem: "O Lula, que tem um índice de aprovação muito elevado e sabe traduzir para uma linguagem popular os números de sua gestão, sai ganhando se essa briga for levada aos palanques nessas eleições."

http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=781184450054836283

Requião diz que mantém candidatura e critica PMDB

Para governador do Paraná, convenção que reconduziu Temer à presidência da legenda, foi um 'golpe'

Evandro Fadel - Agencia Estado

CURITIBA - O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), afirmou que manterá a pré-candidatura à Presidência da República, apesar de a direção nacional do partido já estar em conversas para confirmar a aliança com o PT. "Mais do que nunca há necessidade de um candidato progressista e popular dentro do PMDB", reagiu Requião, em entrevista hoje, em Curitiba. Para ele, a convenção de sábado, que reconduziu o deputado federal Michel Temer à presidência da legenda, foi um "golpe", por encurtar prazos e não dar tempo de se inscreverem chapas.

"Eu não diria nem (chapa) de oposição, mas agora mostraram as garras designando o Meirelles (Henrique, presidente do Banco Central) para fazer um programa para o PMDB", criticou o governador. "O PMDB é o partido das classes populares, o Meirelles representa o capital vadio, os banqueiros, o capital que não produz nada, a especulação das bolsas, o lucro fantástico dos bancos, e isso nos estimula ainda mais, mexe com nossa adrenalina e nos chama à responsabilidade de participar da convenção com um programa nacionalista e popular em contraponto a esta corrupção do PMDB, corrupção de seus princípios básicos."

Requião disse que após o carnaval organizará a programação para percorrer os Estados. "A base do PMDB quer candidato próprio, quer candidato popular", garantiu. Pouco antes da entrevista, ele tinha mostrado insatisfação com o partido na Escola de Governo, reunião semanal com os assessores diretos, transmitida pela televisão estatal.

"O Temer está falando em coligação a partir de um plano de governo redigido pelo Meirelles, que é representante da Associação Brasileira de Bancos Internacionais. É por isso que eu me preocupo com o encaminhamento da arrecadação do Estado do Paraná e da continuidade, validade e permanência das medidas tributárias que tomamos", afirmou.

De acordo com ele, Meirelles deixou o PSDB, pelo qual foi eleito deputado federal por Goiás, para entrar no PMDB, "por indicativo do presidente da República". E, agora, o presidente do Banco Central é encarregado de elaborar o plano que será levado para a aliança. "O que demonstra que a aliança, que parecia circunstancial, uma necessidade política de momento, acabou se consolidando", criticou. "Para mim, como cidadão e governador, é de paladar muito amargo e de digestão muito difícil a aliança que estamos vendo no Brasil nesta antecipação do processo eleitoral." Requião lamentou que o "velho PMDB de guerra" estaria "alugado pelo capital internacional". "Mas eu espero que mais à frente a gente consiga resolver esse problema", destacou.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,requiao-diz-que-mantem-candidatura-e-critica-pmdb,508691,0.htm

8 de fev. de 2010

Temer escala Meirelles e Jobim para evitar 'prato feito' do PT

Presidente reeleito do PMDB quer garantir espaço na elaboração do programa de governo de Dilma Roussef

Christiane Samarco - O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O PMDB iniciou nesta segunda-feira, 8, uma ofensiva para se contrapor ao PT e garantir espaço na elaboração do programa de governo da candidata Dilma Rousseff. Reeleito presidente nacional do PMDB, o deputado Michel Temer (SP) chamou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para barrar a consolidação do programa petista.

O motivo da pressa do presidente do PMDB em escalar o time que vai formular o plano foi a notícia de que o programa da candidata petista e ministra da Casa Civil já está pronto. Como o documento será discutido no Congresso do PT, que oficializará a candidatura Dilma no dia 18, em Brasília, Temer agiu para deixar claro que não aceitará "prato feito".

Em telefonema ao vice-presidente do PT e assessor do Planalto, Marco Aurélio Garcia, Temer avisou que seu partido também terá um plano de governo e que a aliança se dará a partir da fusão dos programas.

"O PT não vai impor nada; vamos trabalhar juntos", disse Marco Aurélio a Temer, segundo o próprio deputado confidenciou a um interlocutor. "O que está acontecendo é que estão fazendo diretrizes, para depois conversarmos em conjunto", explicou o assessor especial de Lula ao também presidente da Câmara.

O documento petista, intitulado 'A Grande Transformação', defende a maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito dos bancos públicos federais para o setor produtivo.

Embora uma ala expressiva do PMDB tenha viés nacionalista e se identifique com a ideia do reforço do papel do Estado, o cenário aponta para um intenso debate entre petistas e peemedebistas.

Meirelles, vez ou outra alvo de setores do PT, que o criticam na condução do BC, aceitou o convite para traçar as linhas econômicas do plano do PMDB, mas não será o único a cuidar deste assunto. Temer também quer a colaboração do ex-ministro e ex-deputado Delfim Netto. O grupo de trabalho contará, ainda, com a colaboração do ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, e do diretor de Loterias, da Caixa Econômica Federal (CEF), Moreira Franco.

A articulação em torno do programa de governo do PMDB tem apoio do grupo de defende a candidatura própria na corrida sucessória e da ala que prefere uma aliança com o candidato tucano ao Planalto e governador de São Paulo, José Serra. "Seja qual for o projeto de poder do partido, o PMDB precisará ter seu plano de governo", explica Temer. Defensor da parceria com o PT, ele alerta que uma boa aliança, no "presidencialismo de coalizão", se faz com a formulação conjunta do programa que os aliados executarão no futuro governo. O PMDB entende que o ponto de partida para o planejamento conjunto serão os esboços de programa que cada partido aliado deverá levar à mesa da aliança.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,temer-escala-meirelles-e-jobim-para-evitar-prato-feito-do-pt,508265,0.htm

Temer escala Meirelles e Jobim para evitar 'prato feito' do PT

Presidente reeleito do PMDB quer garantir espaço na elaboração do programa de governo de Dilma Roussef

Christiane Samarco - O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O PMDB iniciou nesta segunda-feira, 8, uma ofensiva para se contrapor ao PT e garantir espaço na elaboração do programa de governo da candidata Dilma Rousseff. Reeleito presidente nacional do PMDB, o deputado Michel Temer (SP) chamou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para barrar a consolidação do programa petista.

O motivo da pressa do presidente do PMDB em escalar o time que vai formular o plano foi a notícia de que o programa da candidata petista e ministra da Casa Civil já está pronto. Como o documento será discutido no Congresso do PT, que oficializará a candidatura Dilma no dia 18, em Brasília, Temer agiu para deixar claro que não aceitará "prato feito".

Em telefonema ao vice-presidente do PT e assessor do Planalto, Marco Aurélio Garcia, Temer avisou que seu partido também terá um plano de governo e que a aliança se dará a partir da fusão dos programas.

"O PT não vai impor nada; vamos trabalhar juntos", disse Marco Aurélio a Temer, segundo o próprio deputado confidenciou a um interlocutor. "O que está acontecendo é que estão fazendo diretrizes, para depois conversarmos em conjunto", explicou o assessor especial de Lula ao também presidente da Câmara.

O documento petista, intitulado 'A Grande Transformação', defende a maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito dos bancos públicos federais para o setor produtivo.

Embora uma ala expressiva do PMDB tenha viés nacionalista e se identifique com a ideia do reforço do papel do Estado, o cenário aponta para um intenso debate entre petistas e peemedebistas.

Meirelles, vez ou outra alvo de setores do PT, que o criticam na condução do BC, aceitou o convite para traçar as linhas econômicas do plano do PMDB, mas não será o único a cuidar deste assunto. Temer também quer a colaboração do ex-ministro e ex-deputado Delfim Netto. O grupo de trabalho contará, ainda, com a colaboração do ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, e do diretor de Loterias, da Caixa Econômica Federal (CEF), Moreira Franco.

A articulação em torno do programa de governo do PMDB tem apoio do grupo de defende a candidatura própria na corrida sucessória e da ala que prefere uma aliança com o candidato tucano ao Planalto e governador de São Paulo, José Serra. "Seja qual for o projeto de poder do partido, o PMDB precisará ter seu plano de governo", explica Temer. Defensor da parceria com o PT, ele alerta que uma boa aliança, no "presidencialismo de coalizão", se faz com a formulação conjunta do programa que os aliados executarão no futuro governo. O PMDB entende que o ponto de partida para o planejamento conjunto serão os esboços de programa que cada partido aliado deverá levar à mesa da aliança.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,temer-escala-meirelles-e-jobim-para-evitar-prato-feito-do-pt,508265,0.htm

Reeleição de Temer no comando do PMDB reforça candidatura de Dilma, diz Lula

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira aos ministros da coordenação política que a reeleição do deputado Michel Temer (SP) à presidência do PMDB foi "positiva" para fortalecer a participação do partido no governo e para reforçar a pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial.

Segundo o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), o presidente deve dar os parabéns nos próximos dias a Temer, provavelmente com um telefonema.

"O único comentário que fez foi que achava muito positiva a recondução do presidente Temer, na medida que isso reforça a participação do PMDB no governo, o compromisso do conjunto do PMDB com o governo do presidente Lula e reforça a tese de participação na aliança de apoio à pré-candidata a ministra Dilma [Rousseff]", disse o ministro.

O ministro disse que avaliação do governo é que o PMDB saiu fortalecido da convenção do último sábado, na qual Temer foi reconduzido. "A convenção reuniu um conjunto de alas do PMDB o que demonstra que o partido saiu mais unido", disse.

Dos 597 peemedebistas que elegeram o novo diretório nacional do partido, apenas seis não votaram favoravelmente à chapa de Temer. Por aclamação, o diretório elegeu o presidente da Câmara para mais dois anos no comando da legenda.

A tônica da convenção foi mostrar que o PMDB está unido em torno de Temer para fortalecê-lo na indicação à vice-presidência da República na chapa da ministra. Numa demonstração de força, o deputado conseguiu reunir as principais lideranças do partido depois que um grupo peemedebista contrário à aliança nacional com o PT tentou suspender a convenção.

Nenhum dos caciques contrários à aliança com o PT compareceu à convenção. Foram representados por poucos delegados que criticaram a união com os petistas em rápidos discursos em momentos de esvaziamento da convenção. O grupo conseguiu liminar para derrubar a convenção, mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) restabeleceu o encontro do PMDB a pedido de Temer.

Os impasses regionais dificultam a aliança nacional do PT com o PMDB, especialmente em Estados como a Bahia, Minas e o Rio Grande do Sul, onde os dois partidos têm candidatos distintos aos governos estaduais.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u691047.shtml

'Dilma Rousseff não é líder, é reflexo de um líder', diz FHC

Para ex-presidente, Serra inspira confiança e tem liderança, demonstrada no governo de São Paulo

Carolina Freitas, da Agência Estado

SÃO PAULO - Um dia após ter provocado reação dos petistas com artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo em que criticava a estratégia que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva adota para as eleições deste ano, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou ao ataque nesta segunda-feira, 8, colocando em xeque a capacidade de liderança da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão presidencial. "Ela não é líder. É reflexo de um líder", disse, antes de participar da inauguração da Biblioteca de São Paulo, espaço estadual que será inaugurado na tarde de hoje pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Indagado se considerava Lula um líder, FHC riu e respondeu: "Claro que sim, eu não sou bobo."

Na entrevista que concedeu antes do início da cerimônia de inauguração da Biblioteca de São Paulo, situada no Parque da Juventude, Zona Norte da Cidade, Fernando Henrique fez também questão de comparar o currículo de Serra, pré-candidato tucano à sucessão presidencial deste ano, com o de Dilma Rousseff. "A Dilma ainda não teve possibilidade de mostrar liderança. Serra inspira confiança e tem liderança, já demonstrada no Ministério da Saúde, na Prefeitura de São Paulo e no governo do Estado."

Apesar da clara defesa de Serra, o ex-presidente afirmou que o governador paulista deve manter a discrição sobre sua provável candidatura ao Palácio do Planalto. Questionado se Serra deveria mudar de atitude e falar sobre o pleito deste ano, FHC respondeu: "O PSDB tem de se posicionar. Tem candidato. (Mas) O governador tem de esperar um pouco mais." O tucano esquivou-se, também, de definir uma data para o anúncio da eventual candidatura Serra.

O ex-presidente tucano foi evasivo também ao falar sobre o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). O mineiro postulava a vaga de candidato do PSDB nessas eleições presidenciais, mas desistiu da empreitada em dezembro. "Aécio está se dedicando a Minas Gerais. Seria deselegante dizer o que ele tem de fazer."

Fernando Henrique voltou a reiterar pontos do artigo publicado no último domingo, 7, no Estado e disse que o governo Lula não promoveu mudanças com relação à sua administração. "Todos achavam que Lula mudaria tudo. Não mudou, seguiu adiante no que eu tinha feito. Eu achei bom", ironizou. E continuou: "Eleição é futuro. Se (o PT) quiser, a gente compara, desde que seja dentro de um contexto, não há o que temer."

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) nesta segunda-feira, 8, em Santos, na Baixada Santista, que a comparação dos resultados de programas e políticas públicas dos governos do tucano Fernando Henrique Cardoso e do petista Luiz Inácio Lula da Silva é positiva para o Brasil e para o PT. "Essa comparação vai fortalecer a campanha da Dilma (ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à corrida presidencial)".

O argumento de Mercadante é uma resposta ao debate entre os dois governos proposto por FHC em artigo publicado na edição do Estado do último domingo. "Eu acho que esse é um bom caminho que vai ajudar o Brasil a entender o discurso embutido em tudo que foi feito", completou.

Com informações de Rejane Lima, da Agência Estado

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-rousseff-nao-e-lider-e-reflexo-de-um-lider-diz-fhc,508096,0.htm

PT e PSDB se unem contra TSE para manter doações ocultas

Atualmente, os partidos podem receber dinheiro sem especificar qual candidato receberá a quantia

estadao.com.br

SÃO PAULO - Em meio à crescente troca de farpas entre PT, PSDB e DEM, o calendário eleitoral uniu os adversários históricos por uma causa comum. Por meio de petição conjunta apresentada na última quinta-feira, 4, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os três partidos pediram alteração na minuta de resolução que trata de prestação de contas eleitorais e que possibilita a identificação dos doadores de recursos captados pelos partidos e transferidos para candidatos e comitês financeiros. O texto prevê, por exemplo, a abertura pelos partidos políticos de conta bancária específica para movimentação de recursos de campanhas eleitorais. Outra minuta tentará reprimir as doações que não permitem a identificação dos candidatos beneficiados e que são conhecidas como doações ocultas.

Atualmente, os partidos podem receber doações sem especificar qual candidato receberá a quantia e, em seguida, distribuir os recursos entre os políticos em campanha sem especificar a origem do dinheiro. Com a alteração, o objetivo é impedir que os políticos recebam repasses ilegais e dar informações sobre a origem do dinheiro de campanha dos candidatos.

Pela resolução, partidos e candidatos poderão receber recursos de pessoas físicas, jurídicas, do Fundo Partidário, de outros candidatos, comitês financeiros ou partidos políticos e dinheiro decorrente da comercialização de bens ou realização de eventos. O limite de doação para as pessoas jurídicas é de 2% do faturamento bruto do ano anterior à eleição.

Relator das instruções voltadas para as eleições de 2010, o ministro Arnaldo Versiani decidiu discutir as minutas em audiências públicas no início de fevereiro. Posteriormente, os textos deverão ser aprovados pelos ministros do TSE. Todas as instruções têm de ser aprovadas até 5 de março. O primeiro turno da eleição está marcado para 3 de outubro, e o segundo, para 31 de outubro.

De acordo com ele, o objetivo da conta específica é exercer um controle maior e poder fiscalizar os gastos e a arrecadação de recursos, durante a campanha eleitoral. A abertura desta conta pelo partido é uma novidade deste ano, pois até hoje a exigência de conta bancária específica com esse fim era somente em relação ao comitê financeiro e ao candidato.

Se o texto for aprovado com a redação atual, as legendas serão obrigadas a relacionar a fonte ao destino do dinheiro arrecadado. O entendimento geral é de que as novas restrições - que, segundo o TSE, têm por objetivo aumentar a transparência - devem dificultar doações de empresas que não querem se ver diretamente relacionadas aos candidatos.

As regras em análise no TSE determinam, ainda, que as legendas terão de prestar contas no mesmo dia dos candidatos e comitês de campanha - até 2 de novembro. Antes, os partidos apresentavam suas contas apenas no ano seguinte às eleições.

A minuta determina que as contas deverão ser apresentadas na circunscrição do candidato que recebeu as doações. Se o partido financiar campanhas em mais de um Estado, terá de prestar contas em cada um dos tribunais regionais.

Na nova resolução, são estendidas aos partidos a maioria das obrigações que antes se aplicavam apenas aos candidatos e comitês. A nova Lei Eleitoral, aprovada pelo Congresso no ano passado, afirma que as legendas também podem fazer gastos de campanha. Na interpretação do TSE, isso implica que os partidos devem prestar contas à Justiça Eleitoral. Os líderes partidários, contudo, defendem a tese de que apenas comitês e candidatos podem fazer a gestão financeira da campanha - portanto, somente eles deveriam prestar contas em ano de eleição.

Argumento

Na ação apresentada ao TSE, os partidos alegam que a Lei 9.504/97 - Lei das Eleições - trata como agentes arrecadadores e gestores das contas eleitorais, exclusivamente os comitês financeiros e candidatos, pois os comitês são constituídos pelos próprios partidos políticos. Aponta que a minuta do TSE criou um novo sistema de gestão financeira de campanhas que não está previsto em lei e tornou os partidos políticos "agentes de campanha eleitoral" obrigados a prestar contas à Justiça Eleitoral.

Questiona ainda a exigência de identificação dos doadores e também dos candidatos para os quais os recursos desses doadores seriam direcionados ao dizer que esta missão é "ingrata e impossível".

"É que a captação de recursos de diversos doadores e os eventuais repasses a diversos donatários não se dá a um só tempo e em quantias coincidentes, de modo a possibilitar dizer qual candidato recebeu especificamente de qual doador", afirmam.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,pt-e-psdb-se-unem-contra-tse-para-manter-doacoes-ocultas,508156,0.htm

Serra segue tática histórica do PSDB para inaugurações

Nos últimos 4 mandatos, 14 das 15 estações de metrôs concluídas foram inauguradas em ano de eleição

Agência Estado

SÃO PAULO - "Daqui pra frente é assim: uma inauguração atrás da outra". A frase do ator Dan Stulbach que encerra a mais recente propaganda na TV sobre a "temporada" de entrega de novas estações da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) retrata calendário político que tem sido adotado pelos governos do PSDB no Estado desde a gestão Mário Covas (1995-2001): inaugurar as obras em ano eleitoral. Das 15 estações concluídas nos últimos quatro mandatos, 14 foram inauguradas no ano em que o governador esteve em campanha. A última delas - Estação Sacomã da Linha 2-Verde, na zona sul -, foi feita há dez dias pelo governador José Serra, provável candidato tucano ao Planalto.

Até o fim de março, antes do prazo final para desligar-se do cargo, caso concorra a presidente, Serra pretende inaugurar outras duas estações na Linha 2 e duas da nova Linha 4-Amarela entre as avenidas Paulista e Faria Lima, ambas em fase final de acabamento. Ainda este ano, haverá mais quatro inaugurações.

Todo cronograma é destacado pela peça publicitária apresentada pelo ator e produzida pela agência do publicitário Duda Mendonça, que tem contrato semestral com o Metrô no valor de R$ 14 milhões. A publicidade das obras e qualidade do transporte subterrâneo é divida com a agência MPM Propaganda, que recebe R$ 11 milhões por seis meses.

Ao todo, Serra pretende entregar neste ano eleitoral nove estações, mais do que nas duas campanhas do ex-governador Geraldo Alckmin - foram seis em 2002, quando se reelegeu, e duas em 2006, quando perdeu a disputa ao Planalto para Lula -, e na de Mário Covas à reeleição em 1998 - cinco.

''Tradição''

Segundo o historiador Marco Antonio Villa, "é tradição desde o restabelecimento das eleições diretas (1989) deixar tudo (inaugurações) concentrado no período pré-eleitoral e a população já se acostumou com isso". Para ele, isso faz parte de estratégia política do governante-candidato para tentar conquistar mais votos. "Certamente tem efeito positivo, porque se repete sempre nas esferas municipais, estaduais e federais".

O governo José Serra nega que a concentração de inaugurações para este ano tenha conotação eleitoral e afirma que elas seguem cronograma de obras previamente estabelecido. O Metrô informou, via assessoria, que "o período necessário para construção e inauguração de estação depende de fatores, entre outros, que envolvem planejamento e execução de contrato, obtenção de recursos, licitação, encaminhamento do processo de desapropriação da área e imprevistos que eventualmente podem interferir no cumprimento do cronograma".

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-segue-tatica-historica-do-psdb-para-inauguracoes,508077,0.htm

Lula, José Alencar e Dilma Rousseff seguem para Minas com objetivo de "conquistar território"

Eles têm compromissos no estado durante a semana, todos com o foco em acertar costuras para faturar votos no segundo maior colégio eleitoral do país

Correio Braziliense - Daniela Almeida


A oito meses das eleições, pré-candidatos de vários partidos e cargos voltam os olhos nesta segunda e terça-feira (8 e 9/2) para Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral no país. Hoje, o vice-presidente José Alencar (PRB), nome cotado para concorrer ao governo do estado, será homenageado na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Em seguida, recebe o título de filiado de honra do PT, durante evento na sede mineira do partido.

O vice estará acompanhado da ministra da Casa Civil e pré-candidata petista ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff. Ela seguirá em viagem pelo estado, amanhã, na companhia do presidente Lula para a inauguração de obras. No mesmo dia, a exemplo da última visita de Lula a Minas, o governador Aécio Neves (PSDB) não acompanha o presidente e segue para outro compromisso. Aécio, que sustenta que concorrerá ao Senado, vai a Montes Claros, no norte de Minas, com o vice e pré-candidato ao governo, Antonio Augusto Anastasia (PSDB).

Lula e Dilma inauguram obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Governador Valadares, na região do Rio Doce, e uma universidade em Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha. Segundo a assessoria de imprensa do Palácio da Liberdade, no mesmo dia, Aécio e Anastasia inauguram, entre outras obras, uma estação de esgoto em Montes Claros. Esta é a segunda viagem de Lula este ano ao estado sem a presença do governador — a primeira ocorreu em 19 de janeiro, aos municípios de Jenipapo, Araçuaí e Juiz de Fora.

Inaugurações
A incompatibilidade de agendas deve mesmo fazer com que a situação se repita. Aécio prometeu fazer ao menos 30 viagens de inaugurações com Anastasia pelo estado até a data em que será obrigado pela legislação eleitoral a deixar o cargo, seis meses antes das eleições, para poder concorrer a outra vaga eletiva nas urnas. Nesse período, o governador terá ainda outra grande empreitada pela frente: a inauguração em 4 de março da Cidade Administrativa, nova estrutura que abrigará o Executivo mineiro e as secretarias, no Bairro Serra Verde, na região norte de Belo Horizonte, com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer.

A estratégia tem objetivo de fortalecer Anastasia para a eleição ao governo do estado, mas também sinaliza que o governador deve mesmo concorrer este ano a uma das duas vagas de Minas Gerais no Senado. Em situações recorrentes, Aécio tem dito que seu caminho é o legislativo. Semana passada, ele afirmou mais categoricamente seu destino nas urnas. O discurso, contudo, sempre vem acompanhado de frases que sinalizam que na política nada é definitivo. E há uma pressão muito forte de setores do PSDB para que o governador de Minas Gerais aceite a função de vice-presidente na chapa possivelmente encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra.

MST planeja um boicote
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o diretório do PT em Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo, vão boicotar a visita que o presidente Lula fará à região na quinta. A direção regional do movimento e a cúpula petista local não concordam com a agenda divulgada pelo Palácio do Planalto, que inclui visitas a uma usina de cana-de-açúcar do grupo Odebrecht e ao assentamento Dona Carmen, em Teodoro Sampaio, controlado pelo líder dissidente do MST, José Rainha Júnior.

Vice virou a bola da vez
A visita de Alencar a Belo Horizonte ao lado da ministra Dilma pode sinalizar um avanço da alternativa que tem cada dia mais tomado corpo no arco de alianças do governo Lula: a candidatura do vice ao governo do estado. A entrada do nome de Alencar na corrida ao Palácio da Liberdade tem o objetivo de aplacar a briga entre PT e PMDB, que batem o pé no lançamento de candidaturas próprias, o que impediria a coligação entre os partidos e resultaria em um palanque dividido e, logo, enfraquecido para Dilma em Minas.

Alencar, que antes considerava apenas a hipótese de voltar ao Legislativo (mais especificamente ao Senado), admitiu recentemente essa possibilidade. Segundo declarações recentes dos líderes dos partidos aliados ao PT, a possível candidatura já é bem aceita.

No âmbito federal, Lula esforça-se em ligar a imagem de Dilma às inaugurações e ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As viagens da dupla sofreram ainda o protocolo de representações por partidos da oposição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No último recurso, o texto reclamava o fato de o presidente ter defendido em seu discurso a importância de o governo inaugurar “o máximo de obras possível” até o fim de março, para “mostrar quem foram as pessoas que ajudaram a fazer as coisas nesse país”. Em decisão anunciada sexta-feira, o tribunal julgou improcedente as representações por propaganda eleitoral antecipada.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/02/08/politica,i=172060/LULA+JOSE+ALENCAR+E+DILMA+ROUSSEFF+SEGUEM+PARA+MINAS+COM+OBJETIVO+DE+CONQUISTAR+TERRITORIO.shtml

Ciro Gomes: um candidato sem palanques

Correio Braziliense - Ricardo Brito


PSB tem, até agora, apenas 10 pré-candidatos a governos estaduais, o que atrapalha eventual campanha de Ciro Gomes à Presidência da República

A vontade do deputado e ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) de ser candidato à Presidência da República esbarra na falta de palanques fortes nos estados para fazer campanha em outubro. Levantamento feito pelo Correio aponta que o PSB, até o momento, não tem pré-candidatos a governos estaduais em 17 das 27 unidades da federação. Esses lugares correspondem a potenciais 76,8 milhões de votos a conquistar no universo de 132 milhões do eleitorado brasileiro — 60% do total. Os petistas apostam na falta de palanques regionais, um dos principais termômetros para avaliar o potencial de crescimento de uma campanha, para demover Ciro do projeto presidencial.

Desde que o PSB aclamou-o como candidato em novembro passado, o ex-ministro não firmou qualquer aliança com outros partidos. Enquanto isso, o PT da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, costurou um amplo leque de alianças regionais — a escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo já tem palanques garantidos nos 26 estados e no Distrito Federal. Lula, que deseja Ciro fora do páreo, quer uma disputa plebiscitária entre Dilma e José Serra, governador de São Paulo e candidato do PSDB. Apesar da pressão nas últimas semanas dos petistas, só em março Ciro e os socialistas vão decidir se retiram a candidatura.

O socialista não conta com palanques em importantes colégios eleitorais brasileiros. São os casos do segundo, terceiro, quarto e sexto estados em números de votantes: Minas Gerais (14,1 milhões), Rio de Janeiro (11,3 milhões), Bahia (9,2 milhões) e Paraná (7,3 milhões). Só esses quatro estados representam quase um terço dos eleitores no país. Ao todo, são 15 estados onde o PSB não tem candidatura própria. Em outros dois, o Rio Grande do Sul (5º colégio, com 7,8 milhões de votantes) e o Distrito Federal (20º colégio, com 1,7 milhão), o partido cogita lançar aos governos os deputados Beto Albuquerque e Rodrigo Rollemberg, atual líder da bancada, para reforçar os palanques de Ciro.

Mesmo nos estados em que o partido dele é forte, pequenos e médios colégios eleitorais, Ciro também terá dificuldades. Em Pernambuco, por exemplo, o governador e presidente do partido, Eduardo Campos, estimula Ciro. Mas não pretende que o projeto presidencial crie embaraços para sua reeleição ao Executivo — o PT, que pelo arranjo no estado terá direito a uma vaga ao Senado, cogita lançar candidato ao Palácio Campo das Princesas caso Ciro saia a presidente. No Rio Grande do Norte, o PT pode retirar apoio à candidatura de Iberê Ferreira, vice-governador pelo PSB. O irmão de Ciro e candidato à reeleição ao Ceará, Cid Gomes, pode ter sua campanha esvaziada, uma vez que Dilma e Lula se comprometeram a apoiá-lo. Cid teria, então, de se desdobrar em dois palanques (veja quadro).

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país com 29 milhões de eleitores, o deputado pelo Ceará está entre a cruz e a espada. Ciro mudou o domicílio eleitoral em setembro para lá a fim atender um apelo de Lula: tornar-se candidato ao governo paulista. Mas o ex-ministro diz não querer. Em compensação, o pré-candidato do PSB e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, patina com no máximo 2% das intenções de voto numa disputa polarizada entre o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e um candidato do PT, possivelmente o senador Aloizio Mercadante ou a ex-prefeita da capital Marta Suplicy.

Alianças distantes
Dirigentes do PSB estão cientes de que as negociações para possíveis alianças partidárias para a chapa de Ciro Gomes caminham a passos lentos. Até o momento não há um acerto formalmente fechado. O acordo com outras legendas é fundamental para aumentar o número de palanques de Ciro e o tempo de TV do candidato nas eleições — o PSB sozinho tem em torno de dois minutos e meio no primeiro turno. O senador Renato Casagrande, secretário-geral do PSB e pré-candidato ao governo capixaba, afirma que a candidatura dele teria um efeito cascata. Ajudaria aumentar de 27 para 40 a bancada de deputados e conquistar mais do que as atuais duas vagas ao Senado.

Desde dezembro, dirigentes do PSB tiveram conversas informais com integrantes do PDT, do PP e do PTB. Além de Casagrande, comandam as negociações o presidente do PSB, Eduardo Campos, e o ex-ministro e vice-presidente do partido, Sérgio Amaral. Todas sem avanços. No fim de janeiro, a Executiva do PDT aprovou por unanimidade a aliança presidencial com o PT de Dilma. A decisão deve ser confirmada no próximo mês pela Direção Nacional e oficializada na convenção de junho. “Acho muito difícil, não digo impossível, que o PDT possa ter uma outra postura na eleição presidencial”, afirmou o presidente em exercício do partido, deputado Vieira da Cunha (RS).

Comícios de menos
Saiba como está a delicada situação dos 10 candidatos ao governo pelo PSB:

AMAPÁ
Eleitorado — 392.112 votos (0,297%)
Camilo Capiberibe
O clã Capiberibe quer lançar o deputado estadual Camilo Capiberibe, mas partidos da base aliada — PDT, PTB e PP — podem ter candidatura.

AMAZONAS
Eleitorado — 1.947.535 votos (1,475%)
Serafim Corrêa
O ex-prefeito da capital Serafim Corrêa é um dos quatro nomes entre as legendas governistas. Nos bastidores, Serafim articula palanque para Serra.

CEARÁ
Eleitorado — 5.711.229 votos (4,325%)
Cid Gomes
Uma complicação familiar. Lula e Dilma devem fazer campanha no estado para reeleger o irmão de Ciro, Cid Gomes (PSB). Mas a candidatura do deputado pode esvaziar o palanque do irmão.

ESPÍRITO SANTO
Eleitorado — 2.466.566 votos (1,868%)
Renato Casagrande
O PSB pretende lançar o senador Casagrande para derrotar o
vice-governador Ricardo Ferraço, correligionário de Paulo Hartung (PMDB) e do petista João Coser.

MATO GROSSO
Eleitorado — 2.026.855 votos (1,535%)
Mauro Mendes
O empresário Mauro Mendes, ex-aliado do governador Blairo Maggi, que deverá ter como candidato o vice-governador Silval Barbosa (PMDB) é uma opção de palanque a Ciro.

PARAÍBA
Eleitorado — 2.666.752 votos (2,019%)
Ricardo Coutinho
O prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, já se lançou candidato contra o governador José Maranhão (PMDB), candidato à reeleição.

PERNAMBUCO
Eleitorado — 6.104.067 votos (4,622%)
Eduardo Campos
O governador e presidente do PSB, Eduardo Campos, resiste nos bastidores a dar palanque a Ciro no estado porque sua candidatura atrapalharia os planos de composição da base aliada, inclusive com o PT, no estado.

PIAUÍ
Eleitorado — 2.196.742 votos (1,664%)
Wilson Martins
O governador Wellington Dias (PT) pretende lançar o vice, Wilson Martins (PSB). A entrada de Ciro pode embaralhar, uma vez que o atual governador aposta que o palanque de Martins será de Dilma Rousseff

RIO GRANDE DO NORTE
Eleitorado — 2.179.196 votos (1,65%)
Iberê Ferreira
A governadora Wilma Faria (PSB), candidata ao Senado, espera fazer do vice, Iberê Ferreira, seu sucessor. O acerto teria o apoio do PT, mas poderá ser revisto se Ciro concorrer à Presidência.

SÃO PAULO
Eleitorado — 29.534.222 (22,365%)
Paulo Skaf
Numa disputa polarizada entre PT e PSDB, Ciro teria um palanque no estado sem grandes alianças, capitaneado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf.

Fonte: TSE (dados de dezembro de 2009)

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/02/08/politica,i=172053/CIRO+GOMES+UM+CANDIDATO+SEM+PALANQUES.shtml

PCdoB oficializa apoio ao PT, mas não cita Dilma

Terra

O PCdoB oficializou em São Paulo a intenção de apoiar o PT na eleição presidencial deste ano. O documento defende candidatura única do governo e cita o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não lembra o nome da ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata petista, Dilma Rousseff. O apoio foi divulgado pela legenda na madrugada desta segunda-feira, mas a definição ocorreu no domingo.

O documento afirma que o objetivo do partido para 2010 será "lutar para garantir a vitória do empreendimento político das forças progressistas da nação, dando continuidade ao projeto político iniciado em 2002 com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente do Brasil".

O partido ainda afirma que pretende ampliar a quantidade de deputados federais e eleger senadores para formar, pela primeira vez, uma bancada comunista no Senado. A legenda diz ainda apoiar a candidatura própria no Maranhão, com Flávio Dino como candidato.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4252133-EI7896,00-PCdoB+oficializa+apoio+ao+PT+mas+nao+cita+Dilma.html

Oposição do PMDB vai insistir em reverter quadro pró-PT

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Com a recondução do deputado Michel Temer (SP) à presidência do PMDB e o consequente fortalecimento da tese a favor da aliança com o PT na eleição presidencial, a ala peemedebista que faz oposição ao governo federal começa a articular a reversão do quadro - hoje favorável à coligação com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Há oposicionistas favoráveis à candidatura própria e outros que defendem coligação com o PSDB.

A política de alianças tem ainda de ser referendada na convenção nacional do PMDB em junho, e é com esse tempo que os oposicionistas pretendem jogar. "A eventual disputa será na convenção. Ainda é possível mudanças", disse o ex-governador Orestes Quércia, que articula reunião com os governadores Roberto Requião (PR) e Luiz Henrique (SC) e os senadores Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE).

"Como dizia o Tancredo Neves, voto secreto dá uma vontade de trair", disse Simon, ao comentar que a tese de candidatura própria pode ser beneficiada com votos de governistas. "Até a convenção, Requião continua pré-candidato a presidente." Na avaliação de setores do PMDB, diretórios da Bahia e de Minas Gerais podem ainda virar o jogo e se alinhar aos que defendem a candidatura de José Serra.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,oposicao-do-pmdb-vai-insistir-em-reverter-quadro-pro-pt,507956,0.htm

Para tucanos, campanha tem que comparar biografias

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Na esteira das declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem "eleições não se ganham com o retrovisor", os tucanos reforçaram a estratégia de comparar a biografia da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, com a do governador de São Paulo, José Serra. Para integrantes do PSDB, o artigo de FHC, publicado ontem no jornal O Estado de S. Paulo, expõe o diagnóstico feito pela cúpula do partido sobre a conjuntura política atual.

"A ministra tem de esquecer essa história de comparação com governo Fernando Henrique. Seu desafio é mostrar que é melhor para o País. Vamos discutir o governador Serra e a ministra Dilma. A forma como um trabalhou publicamente a vida inteira, e a outra, que não fez nada e promove um festival de ações contra a lei", disse o presidente do PSDB, Sérgio Guerra.

Na avaliação do deputado Arnaldo Madeira (SP), o artigo é "um belo resumo da posição do PSDB". "O tom da conversa é esse. Há hoje uma ideia clara de que há uma continuidade da política econômica. Os programas sociais foram mantidos e ampliados. É o que o partido vem dizendo internamente. Mas a campanha não será focada entre Fernando Henrique e Lula. Será para frente, para o que os candidatos irão fazer."

No entanto, há no PSDB quem questione se a crítica do ex-presidente a Luiz Inácio Lula da Silva, ao dizer que o petista tem "impulsos toscos" e "enuncia inverdades", não acaba dando munição ao governo. Para alguns tucanos, o partido cai na armadilha petista ao alimentar o bate-boca.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,para-tucanos-campanha-tem-que-comparar-biografias,507973,0.htm

7 de fev. de 2010

PT promove PMDB de "impróprio" a essencial

MALU DELGADO
da Folha de S.Paulo

Da conflituosa relação com o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) em meio à luta pelo fim da ditadura à estratégica aliança com o PMDB na tentativa de eleger a ministra Dilma Rousseff à Presidência da República, as três décadas de existência do PT passam por graduais inflexões na política de alianças, justificadas no partido como consequência da história, do aprendizado político e da tática eleitoral.

Hoje, os petistas do alto escalão do governo Lula apontam o PMDB como o parceiro que o PT precisa para angariar votos e permanecer no poder. A cúpula do PT calcula que cerca de 60% dos eleitores se identificam com valores "de centro".

"O eleitor do PMDB não tem a mesma visão de Estado do PSDB e do DEM. Quer a presença forte do Estado no serviço público, e não é privatista", diz um auxiliar do presidente.

Ainda que ninguém no PT ouse apostar numa fidelidade integral do PMDB ao governo Lula ou ao projeto que Dilma pretende oferecer ao país na campanha, a avaliação geral entre petistas é que a aliança não doeu. Ou seja, a inclusão social, a bandeira mais cara ao PT, será o legado do governo Lula.

"Vivemos basicamente o que o PT desejou e deseja: a colocação da questão dos pobres no centro das políticas públicas", afirma o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social).

Para a professora Rachel Meneghello, do departamento de Ciência Política da Unicamp, foi acertada a decisão do PT de ampliar o arco de alianças. O pacto com o PMDB é hoje estratégico, diz ela, porque a sigla "passou a vida sendo guarda-chuva de alternativas e estratégias" e, como o maior partido, é "o equilibrador do sistema".

"O curioso é que o PT não se deu bem com aquele MDB doutrinário, coerente e programático, mas se dá muito bem com o PMDB do [Michel] Temer, que vende até a mãe", critica o historiador Marco Antônio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos.

Os fundadores do PT alegam que, na década de 80, o conflito com o MDB ocorreu porque os petistas pregavam a necessidade de organização crítica dos trabalhadores e a frente democrática [liderada pelo MDB] acusava-os de dividir e enfraquecer a oposição à ditadura.

"Aglomerado de composição altamente heterogênea e sob controle e direção de elites liberais conservadoras, o MDB tem-se revelado um conduto impróprio para expressão dos reais interesses das massas exploradas brasileiras", dizia a Carta de Princípios do PT, de 1979, anterior à fundação, no dia 10 de fevereiro de 1980. Hoje, os petistas insistem que houve grande convergência histórica entre as siglas.

"O MDB se constituiu por imposição da ditadura; o PMDB se mantém por força da política. Nossa parceria hoje deve ser bilateral e o PMDB também precisa querer o PT pelo que ele representa", diz o governador Jaques Wagner, em disputa com o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) pelo governo da Bahia.

"O PT mudou como o Brasil mudou, como o mundo mudou", diz o futuro presidente da sigla, José Eduardo Dutra.

Segundo ele, a mudança em relação à política de alianças começou em 1987, no 5º Encontro Nacional do partido, em que foi aprovada uma resolução política que permitiu alianças. "Viu-se que o partido não podia marchar sozinho", diz.

O pragmatismo se traduz em números: entre mais de um milhão de filiados, convivem empresários e assalariados. O partido conquistou, em 2006, 83 cadeiras na Câmara dos Deputados. Fez 14 senadores. Pelo país, governa, desde 2008, 558 municípios. Em 1982, a primeira eleição de que participou, foram dois os prefeitos eleitos.

À frente da pré-campanha de Dilma, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel está satisfeito com o resultado das inflexões: "A alternativa contemporânea das esquerdas é o que o Lula sintetiza: a incorporação das grandes massas, e isso levou-nos ao centro".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u690603.shtml