GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha, em Porto Alegre
De volta ao Rio Grande do Sul para se dedicar à pré-campanha ao governo do Estado, o ex-ministro Tarso Genro (PT) disse que não sente "constrangimento" em dividir a presidenciável petista Dilma Rousseff com o seu provável antagonista na disputa pelo governo gaúcho, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB).
"Quanto mais palanques a nossa Dilma tiver, melhor. A eleição nacional é decisiva para que o projeto representado pelo presidente Lula continue", disse ontem o petista.
Tarso e Fogaça empatam com 30% das intenções de voto no principal cenário da pesquisa Datafolha de dezembro, enquanto a atual governadora Yeda Crusius (PSDB) aparece em quarto lugar, com 5%.
O possível palanque duplo de Dilma no Rio Grande do Sul tem sido articulado nos bastidores pelo PDT. O partido, que herdará a prefeitura da capital caso Fogaça seja candidato ao governo, impôs como condição para apoiar o peemedebista o palanque para Dilma.
PT e PMDB são adversários históricos na política gaúcha, e articulação lulista para atrair Fogaça visa confinar o presidenciável tucano José Serra ao palanque da correligionária Yeda, que sofre forte rejeição.
Dentro do PMDB gaúcho, o apoio a Dilma enfrenta resistências, mas o próprio Fogaça admitiu que a hipótese é possível. "Se o PMDB nacional tomar essa decisão [de apoiar Dilma], não há como o partido regionalmente assumir, de maneira formal, outra decisão", afirmou à Rádio Gaúcha.
Enquanto diz aceitar compartilhar Dilma com o adversário, Tarso pretende se apresentar ao eleitor como o "candidato do Lula". "O presidente Lula tem um candidato e é o candidato do PT. Hoje [ontem] de manhã, quando me despedi dele, ele disse 'você é meu candidato no RS'", declarou.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u692457.shtml
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