17 de set. de 2010

Dilma aprova saída de Erenice Guerra

Petista diz que demissão da ministra é necessária para garantir o andamento das investigações. Serra defende apuração rigorosa do escândalo

Correio Braziliense - Diego Abreu | Ullisses Campbell

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, classificou como “correta” a atitude de Erenice Guerra, que ontem deixou a chefia da Casa Civil. Para Dilma, as acusações de tráfico de influência contra a ex-ministra e o filho Israel Guerra não prejudicarão a corrida rumo ao Palácio do Planalto.

“Considero que a ministra Erenice tomou a atitude mais correta. É sempre bom que a autoridade se afaste para garantir que a investigação transcorra da melhor forma possível”, afirmou Dilma, ontem à tardem, durante visita à Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Erenice era tida como braço direito da presidenciável do PT à época em que Dilma era ministra da Casa Civil. A petista deixou o cargo em 31 de março para disputar as eleições e foi substituída por Erenice, então secretária executiva da pasta.

Embora tenha uma relação próxima a Erenice, Dilma negou qualquer envolvimento com as acusações que acarretaram a saída da ex-ministra, “Não estou envolvida nesse caso. Aliás, tomei conhecimento dele pelos jornais.”

Campinas
Para o presidenciável do PSDB, José Serra, a demissão de Erenice joga por terra a tese de que as acusações de tráfico de influência no Palácio do Planalto têm fins eleitoreiros. O tucano defende uma investigação rigorosa e acredita que a saída da ministra é apenas o primeiro passo. “Tem que haver uma investigação muito séria, pois, até ontem (quarta-feira), o governo ainda falava que se tratava de uma jogada eleitoral”, ressaltou, em Campinas (SP), durante uma caminhada pela região central da cidade.

Serra evitou associar as denúncias envolvendo a ex-mistra Erenice à candidata Dilma Rousseff. “Queriam jogar areia nos olhos com essa história. Agora, todo o escândalo que aparece sempre tem um pretexto. Dizem que é a eleição, que são denúncias de caráter eleitoral. A prova de que não é o caso está no fato de o governo ser obrigado a afastar essa ministra toda-poderosa”, destacou.

Marina: “Não é suficiente”

Varginha – A candidata à Presidência da República do PV, senadora Marina Silva, declarou ontem que a exoneração da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra não é suficiente e defendeu uma investigação profunda das denúncias. Em campanha pelo sul de Minas Gerais, a presidenciável elogiou a iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) de apurar o caso. “O afastamento não pode significar que tudo já passou. Ela (Erenice) saiu, mas é só uma demonstração de que é preciso investigar mesmo. Quero o Brasil passado a limpo. É fundamental uma ação isenta, institucional, porque qualquer coisa que seja feita ou dita por candidatos vai ser interpretada como um movimento político”, afirmou.

Ao lado do candidato ao governo de Minas pelo PV, José Fernando Aparecido, Marina fez um corpo a corpo no centro da cidade. Em seguida, a presidenciável concedeu entrevista coletiva em um clube recreativo, onde respondeu a perguntas elaboradas por estudantes e cabos eleitorais da campanha. Depois do almoço, ela seguiu para Montes Claros, no norte do estado, onde finalizou o dia de campanha.

Caso ganha pouco espaço em programas

Vinicius Sassine

Em vez de comentar a demissão de Erenice Guerra da Casa Civil no programa eleitoral gratuito da noite, o material televisionado de José Serra (PSDB) focou nas acusações de tráfico de influência no ministério. Após a apresentação das propostas de governo de Serra(1), um apresentador apareceu para mencionar o episódio da Casa Civil. “Entra dia, sai dia, o governo do PT se enrola”, disse o apresentador.

O programa ainda mostrou a reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada ontem que denunciou mais um caso envolvendo Erenice Guerra e também voltou a mencionar o ex-homem forte do PT, José Dirceu. “Dilma (Rousseff, presidenciável do PT) e Erenice estão juntas desde 2003”, menciona a propaganda, que voltou a exibir a frase de José Dirceu dirigida a Dilma na posse da petista à frente da Casa Civil, em 2005. “Minha camarada de armas”, dissera o ex-ministro, quando transferiu o cargo a Dilma, acossado por denúncias do escândalo do mensalão — que consistiu na compra do voto de parlamentares no Congresso Nacional. Foram as únicas referências ao atual escândalo na Casa Civil.

Nenhum outro candidato à Presidência fez qualquer menção à demissão de Erenice Guerra em seus respectivos programas eleitorais gratuitos, nem à tarde nem à noite.

A candidata do PV, Marina Silva, que tem cobrado investigação sobre o tráfico de influência na Casa Civil e uma resposta do governo, também ignorou a demissão de Erenice Guerra na propaganda eleitoral. Nem chegou a mencionar o episódio durante os programas da tarde e da noite.

Repetição
Já a petista Dilma Rousseff repetiu um programa exibido anteriormente, no qual mostrou avanços no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também foram feitas comparações com as duas gestões de Fernando Henrique Cardoso e houve a exibição de depoimentos do atual chefe do Executivo.

1 - Propostas
No dia em que Erenice Guerra se demitiu da Casa Civil, José Serra preferiu destacar propostas de governo na propaganda eleitoral veiculada na televisão. À tarde, mostrou projetos para habitação. À noite, falou sobre transporte público, educação, saúde e urbanização de favelas. O candidato voltou a apresentar sua trajetória política e apareceu ao lado de eleitores, conversando, lendo a Bíblia e fazendo brincadeiras. Serra sustentou que, em São Paulo, o salário mínimo já é maior do que no restante do país e que, caso eleito, vai instituir um salário mínimo de R$ 600 — hoje, o valor é de R$ 510.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/17/noticia_eleicoes2010,i=213416/DILMA+APROVA+SAIDA+DE+ERENICE+GUERRA.shtml

Para investidores, vitória de Dilma ou Serra é indiferente, dizem analistas

Anne Dias
Especial para o UOL Eleições


Em ano de eleição, sempre paira uma dúvida no ar: será que a mudança nos principais cargos políticos do Brasil está preocupando os investidores brasileiros e estrangeiros?

Para analistas ouvidos pelo UOL, a resposta é não. Os investidores, pequenos ou grandes, brasileiros ou estrangeiros, acompanham o que está acontecendo, mas não estão preocupados com uma mudança brusca no cenário nacional ou regional.

Outro ponto importante: segundo analistas, os aplicadores não veem muita diferença entre um governo liderado por Dilma Roussef ou José Serra.

“São claras as evidências de que o investidor não está preocupado com as eleições como forma de comprometer seus investimentos”, afirma Ricardo Martins, gerente da área de pesquisa da Planner Corretora.

Para Martins, as principais referências macroeconômicas mostram que os investidores confiam no Brasil. “No caso do câmbio, por exemplo, a entrada de divisas mostra este comportamento.”

E entre Dilma e Serra, há diferença para o investidor? “Não vejo evidências disso”, diz Martins.

Já Marcelo Xandó, sócio da diretor da Verax Serviços Financeiros, afirma que o investidor observa diferença entre os candidatos e que, apesar disso, eles não mudaram seus planos.

“Serra é mais fiscalista e focado no acerto de números, enquanto Dilma é vista como candidata da continuidade de uma política um pouco mais desenvolvimentista. Porém, isso não afeta as estratégias dos investidores”, diz Xandó.

Há uma análise de que os investidores não estão preocupados porque as eleições já têm um vencedor.

“No geral, as eleições não estão interferindo na decisão do investidor por um simples motivo: boa parte do mercado dá como certa a eleição da Dilma e com isso a continuidade da política econômica”, diz André Perfeito, do departamento de economia da Gradual Investimentos.

Estrangeiros

E os investidores estrangeiros? Estão acompanhando as eleições? Mudaram alguma estratégia?

“Os estrangeiros já fizeram a lição de casa. Ninguém está esperando a definição do processo sucessório para definir suas estratégias, haja vista o número de processos de fusões e aquisições que presenciamos só neste ano”, diz Marcelo Xandó, da Verax.

Seja como for, quem acompanha o mercado financeiro afirma que os investidores brasileiros e estrangeiros não temem a troca de comando do governo federal.

“Nem o mercado interno nem investidores estrangeiros estão contando com qualquer risco político em função destas eleições”, diz a consultora financeira Claudia Kodja.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/17/para-investidores-vitoria-de-dilma-ou-serra-e-indiferente-dizem-analistas.jhtm

16 de set. de 2010

Presidente do PSDB: Dilma é o "maior estelionato eleitoral"

RECIFE (Reuters) - Poucas horas após a demissão de Erenice Guerra, ex-auxiliar da presidenciável Dilma Rousseff (PT), da Casa Civil, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, afirmou que a candidatura da petista é o "maior estelionato eleitoral da vida brasileira".

"A Dilma não é a Dilma. É o Lula. Eles escondem a Dilma e focam no Lula. O conteúdo dela é o presidente da República", disse Guerra a jornalistas em coletiva de imprensa.

O evento foi convocado após o anúncio da demissão de Erenice devido a denúncias de tráfico de influência por parte de familiares quando ela era secretária-executiva de Dilma no ministério.

O senador afirmou que a coordenação de campanha do partido decidiu que o presidenciável José Serra (PSDB) não comentará publicamente a demissão de Erenice.

Guerra garantiu, por outro lado, que as denúncias serão utilizadas no programa eleitoral de Serra na televisão, como feito anteriormente com os casos de quebra de sigilos fiscais de aliados do candidato tucano.

Ele negou, no entanto, que as denúncias contra Erenice tenham partido da oposição.

"Essas novas denúncias não partiram de nós. Nós tivemos nossos sigilos quebrados. Essas denúncias devem ter partido dos próprios aliados da Dilma, já que eles brigam por poder desde antes, durante e brigarão depois da campanha", afirmou.

Segundo Guerra, o PSDB se reunirá com sua equipe jurídica até o final da semana para priorizar a cobrança de explicações em relação às denúncias que levaram à demissão da ministra.

"Nós queremos que a explicação venha antes do 3 de outubro. O 3 de outubro é importante, muito importante, mas depois dele nós vamos continuar lutando. Contra ou a favor do vento, nós vamos estar lutando", acrescentou o senador.

Guerra disse não estar preocupado com os efeitos das denúncias na corrida eleitoral. Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira apontou que o escândalo das quebras de sigilos não tiveram impacto nas intenções de voto.

Dilma continua na liderança, com 51 por cento das intenções de voto, e venceria no primeiro turno. Serra tem 27 por cento.

(Reportagem de Bruna Serra)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE68F0U520100916

Dilma considera atitude correta a demissão da ministra da Casa Civil

''Se é verdade o que os jornais estão dizendo, ele exige uma rigorosa investigação'', disse a candidata

Agência Brasil

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse nesta quinta-feira, 16, que o pedido de demissão apresentado pela ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, “foi a atitude mais correta”. Dilma afirmou que “como o caso exige investigações, é sempre bom que a autoridade se afaste para garantir e assegurar que essa investigação transcorra da melhor forma possível”. As declarações da candidata foram concedidas em entrevista coletiva na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

O nome da ministra da Casa Civil foi envolvido em denúncias desde a semana passada, que associaram seu filho, Israel Guerra, a pagamentos de propina e comissões em intermediações de contratos da Empresa de Transporte Aéreo MTA com os Correios e em um pedido de financiamento para uma empresa de energia ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Dilma disse que o caso não tem relação com a sua campanha e nem com ela. “Aonde está a prova de que eu esteja envolvida nesse caso? É importante, no Brasil, que a gente não perca a referência das conquistas da civilização de se provar que uma pessoa está envolvida, e não de ela provar que não está”.

A candidata disse que tomou conhecimento do caso pelos jornais. “Se é verdade o que os jornais estão dizendo, ele exige uma rigorosa investigação”. Sobre o projeto envolvendo o nome de Israel Guerra e do BNDES, ela disse que, “esse projeto de R$ 9 bilhões para 600 megawatts (MW) seria o projeto de energia mais caro do Brasil. Um projeto que teria 6% da energia gerada por Belo Monte e a metade do valor. Seria um dos mais caros projetos [do setor]. Se o BNDES recusou [o pedido de financiamento], fez muito bem”.

Dilma acrescentou não ter conhecimento de o BNDES ter contratado projeto sem garantia de contrato de venda de energia em leilão. “A história me parece aquele caso de compra e venda de terreno na lua”, disse, após participar de almoço com empresários do setor de comércio e políticos fluminenses.

http://opovo.uol.com.br/app/eleicoes2010/2010/09/16/noticiapolitica,2042863/dilma-considera-atitude-correta-a-demissao-da-ministra-da-casa-civil.shtml

Serra se irrita com apresentadora na TV; veja trechos

Folha

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, se irritou com a insistência das perguntas da apresentadora Márcia Peltier nesta quarta-feira (15). Os temas em discussão eram sobre pesquisas de opinião que apontam vantagem da adversária Dilma Rousseff (PT) e quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas a ele e ao PSDB.

"Se nós perdermos tempo discutindo pesquisa, não vamos chegar muito longe", rebateu o candidato. O tucano ameaçou deixar o estúdio da rede CNT e se tornou um dos assuntos mais comentados no Brasil pelo Ttwitter. Veja trechos da entrevista abaixo.



http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/799831-serra-se-irrita-com-apresentadora-na-tv-veja-trechos.shtml

Para Dilma, saída de Erenice do ministério "não tem a ver" com sua campanha

Daniel Milazzo
Especial para o UOL Eleições
No Rio de Janeiro

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, evitou fazer qualquer ligação entre sua campanha e a saída da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, que perdeu o cargo após denúncias de tráfico de influência.

Indagada se o caso lhe traria prejuízos eleitorais, a candidata do PT disse: “Eu não acredito que tenha uma coisa a ver com a outra. Uma coisa é o que aconteceu, e outra é a minha campanha”, esquivou-se a ex-ministra.

Dilma disse que concorda com a saída da ex-ministra. “Considero que Erenice tomou a atitude correta, porque, como o caso exige investigação, é bom que a autoridade se afaste para garantir e assegurar que a investigação corra da melhor maneira”, afirmou a presidenciável.

Erenice Guerra deixou o cargo na tarde desta quinta-feira, após ser alvo de uma série de denúncias de tráfico de influência e lobby envolvendo seu filho, Israel Guerra. O empresário Rubnei Quicoli disse nesta quinta-feira que a empresa de Israel teria cobrado 5% da EDRB do Brasil Ltda. para conseguir financiamento de R$ 9 bilhões junto ao BNDES.

“Eu tomei conhecimento dele [do caso] pelos jornais”, defendeu-se a candidata petista. “Se é verdade o que os jornais estão dizendo, R$ 9 bilhões para 600 megawatts, seria o projeto de energia mais caro do Brasil. [...] Se o BNDES o recusou, fez muito bem.”

“Não tenho conhecimento de o BNDES ter contratado nenhum projeto que não tenha garantia de contrato de venda em leilão. Sabe daquela história de compra e venda de terreno na Lua? Me parece isso”, afirmou Dilma, que foi à Associação Comercial do Rio de Janeiro para um almoço de adesões junto a empresários e autoridades políticas locais.
Participação de Lula

Questionada se, caso seja eleita, o presidente Lula participará de seu governo, Dilma respondeu: “Seria uma honra consultá-lo. Muitos tiveram a sorte de poder consultar outros ex-presidentes. Eu quero crer que serei a mais sortuda”.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/16/para-dilma-saida-de-erenice-do-ministerio-nao-tem-a-ver-com-sua-campanha.jhtm

Mesmo sem confirmação, PSDB já comemora saída de Erenice

Sérgio Guerra diz que saída da ministra 'melhora a vida pública no Brasil'

 Nara Alves, iG São Paulo

Antes mesmo de ser anunciado o resultado da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a ministra Erenice Guerra, o PSDB antecipou-se e começou a comemorar uma troca de comando na Casa Civil. "Erenice já está fora do governo. Isso significa que melhora a vida pública no Brasil", afirmou o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra (PSDB-PE), coordenador da campanha presidencial do ex-governador José Serra PSDB).

Dilma e Lula estão reunidos neste início de tarde. A expectativa é de que Erenice peça para deixar o cargo, diante do agravamento de denúncias que apontam o suposto envolvimento de seu filho Israel Guerra em um esquema de lobby dentro do governo. Erenice assumiu a Casa Civil após a presidenciável petista Dilma Rousseff ter deixado o cargo para disputar o Palácio do Planalto. Ela era secretária-executiva do ministério e braço direito de Dilma.

http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/mesmo+sem+confirmacao+psdb+ja+comemora+saida+de+erenice/n1237777955006.html

Em MG, Marina se apresenta como alternativa ao "vale tudo eleitoral"

Correio Braziliense - Alice Maciel | Juliana Cipriani

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, pretende ficar fora do tiroteio político entre os dois presidenciáveis que lideram as pesquisas de opinião, a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra. Em encontro com empresários da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte, e em campanha em Ouro Preto, ela apresentou-se, ontem, como alternativa ao “vale-tudo eleitoral” e pediu mais uma vez que o brasileiro leve a disputa para o segundo turno. Embora tenha evitado críticas diretas, a candidata defendeu a “neutralidade” das instituições durante o período eleitoral.

Ao comentar o episódio envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, que sucedeu Dilma Rousseff na pasta, e uma possível articulação para blindar a adversária do PT de novas acusações, Marina evitou polemizar, mas disse que, em seu governo, as instituições serão neutras. “Precisamos fazer uma discussão sobre o Brasil que queremos. Um país que assegure direitos, o direito, inclusive, de um funcionamento neutro das instituições durante o período eleitoral”, afirmou.

Ela disse que estão tentando sequestrar o debate pela questão puramente da politização de fatos que são graves e precisam ser investigados, e que o Brasil avançou economicamente e socialmente, mas está atrasado em termos de política. “Eu acho que tem uma ansiedade tóxica de alguns candidatos para fazer de tudo um meio para ganhar voto.” E acrescentou: “O refinamento da política pressupõe que alguns queiram debater e não ficar achando que quanto pior melhor, apenas se defendendo ou apenas se acusando. Se ganhar, quero ganhar ganhando. E se perder, quero perder ganhando. Isso significa não entrar nesse vale-tudo como estou vendo essas eleições resvalarem”.

Marina afirmou ainda que, se eleita, vai publicar todos os dados relativos ao governo na internet. “Temos que ter uma atitude de transparência e nenhum tipo de banalização do dolo e do erro”, disse.



Dutra reage com ironia

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, debochou ontem do papel desempenhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na campanha da oposição. Antes de participar de comício no palanque da presidenciável Dilma Rousseff em Varginha, no Sul de Minas, Dutra disse em entrevista que o tucano está com “síndrome do abandono”.

Em tom de ironia, Dutra seguiu a entrevista para explicar o que seria a tal doença. E disparou: “Como não é apresentado, como os aliados têm vergonha de apresentá-lo, vergonha de colocá-lo no programa eleitoral, têm vergonha do governo dele, então é natural uma pessoa que está com síndrome de abandono, quando tem a oportunidade de falar, fala bobagem”, explicou.

Alfinetadas
A alfinetada do dirigente petista foi uma resposta aos ataques de FHC direcionados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem pela manhã, o ex-presidente tucano disse que Lula age como um “militante e chefe de facção política” durante a campanha eleitoral e pregou que o Supremo Tribunal Federal (STF) atue para impedir supostos excessos do petista. Em entrevista ao portal do PSDB na internet, Fernando Henrique acusou Lula de “extrapolar” e de “abuso do poder político”.

Reagindo à declaração do tucano, Dutra disse que Lula é um integrante histórico do PT e que tem direito de fazer campanha para ex-ministra Dilma Rousseff. Sobre o comentário de FHC em relação à fala de Lula sobre o DEM, Dutra foi na linha adotada por Dilma. Segundo ele, Lula quis se referir à atual disputa eleitoral. “É estranho o DEM ficar ofendido porque, quando o presidente (Lula) fala que é preciso varrer o pé do DEM, é nas urnas. Não é uma atitude golpista. O Lula estava em um comício conclamando o povo às urnas para derrotar o DEM. Foi num comício, pedindo votos, não foi nenhuma manobra política, nenhuma ação clandestina”, retrucou. (EF)

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/16/noticia_eleicoes2010,i=213224/EM+MG+MARINA+SE+APRESENTA+COMO+ALTERNATIVA+AO+VALE+TUDO+ELEITORAL.shtml

Ao definir Serra como "aético" e "derrotado", Erenice irrita PT

Correio Braziliense - Ivan Iunes


A estratégia de defesa da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, no suposto caso de tráfico de influência no governo federal, irritou parte dos políticos envolvidos na campanha presidencial petista. A avaliação é de que a ministra avançou o sinal ao adotar um tom pessoal na nota oficial distribuída sobre o caso. “Não concordo que a melhor defesa é o ataque. A melhor defesa é a defesa. Seria melhor a Erenice explicar, elucidar o caso, apresentar provas da sua inocência”, apontou o secretário de Comunicação do PT, André Vargas.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, admitiu que o caso pode provocar estragos na corrida eleitoral. “A tarefa da oposição é tentar inflar isso o máximo possível, mas ninguém tem ao mesmo tempo direito de apurar, divulgar, indiciar e acusar. A Polícia Federal e a Comissão de Ética estão apurando as situações. Temos de ter cautela”, disse Dutra.

O principal incômodo da campanha petista com a nota emitida pela Casa Civil diz respeito ao tom eleitoral e à afirmação de que as denúncias partiriam de um candidato “aético” e “já derrotado”. Mesmo com o texto considerado desastroso por petistas ligados à campanha presidencial, a frase comum é de que apenas o presidente pode decidir sobre um possível afastamento de Erenice. “Ela tem o direito de reagir. O presidente Lula é que tem de analisar se essa reação foi ou não exagerada. Não é prudente falar em afastamento neste momento, já que as investigações sobre o caso mal tiveram início”, opina Vargas.

Testemunha
Pressionado pela oposição a entrar no caso, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, declarou ontem que as denúncias que pesam sobre a Casa Civil são graves, mas que ainda não há elementos suficientes que envolvam Erenice no caso. “Temos que fazer apuração preliminar dos fatos para ver se há elementos mínimos que justifiquem que a ministra seja ouvida”, afirma Gurgel.

O procurador ainda criticou a utilização eleitoral do episódio. “O Ministério Público não servirá de instrumento daqueles que têm interesse em mostrar o envolvimento do governo. O MP tem a preocupação de não virar instrumento nem da campanha da ministra Dilma nem da campanha do governador (José) Serra”, resumiu Gurgel. Como Erenice tem foro privilegiado por ser ministra, só poderá ser investigada com a autorização do Supremo Tribunal Federal. Sem o aval dos ministros, ela só pode ser ouvida no inquérito aberto pela Polícia Federal na condição de testemunha.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/16/noticia_eleicoes2010,i=213222/AO+DEFINIR+SERRA+COMO+AETICO+E+DERROTADO+ERENICE+IRRITA+PT.shtml

Dilma defende posição de Lula em relação aos democratas

Correio Braziliense - Ezequiel Fagundes

Minas Gerais — Em resposta a ataques do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a presidenciável Dilma Rousseff (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto, esquivou-se ontem de responder perguntas sobre as denúncias da oposição, mas fez questão de criticar o DEM em sua passagem pelo Sul de Minas Gerais, em Varginha. Terça-feira, FHC chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “chefe de facção política” e de “autoritário”, em resposta ao petista que, durante um ato de campanha em Santa Catarina, defendeu o fim do DEM na eleição de outubro. “Isso vou comentar”, reagiu Dilma.

Depois de participar de um comício em clima de já ganhou, a candidata petista declarou, durante entrevista, que já deu “bastante satisfação ao eleitorado” sobre as acusações dos adversários e emendou dizendo que, na realidade, o PT é quem foi vítima de uma “política de extermínio” promovida pelo DEM em 2006. Nessa época, os petistas sofriam forte oposição dos democratas por causa do descobrimento do esquema do mensalão.

“Tem uma diferença substantiva entre eles (DEM) dizerem para nós que vão acabar com a nossa raça, foi isso que eles disseram de nós em 2006 — então, era uma política de extermínio — e nós dissermos que vamos ganhar deles na eleição. Ou seja, para tirá-los, tem que ser no voto”, explicou a petista.

Ainda em entrevista, Dilma disse que Lula defendeu a extinção dos democratas dentro de um contexto eleitoral. “Você pode ser derrotado ou vencer, o que nós estamos dizendo é que gostaremos de derrotar o DEM nas eleições, eles são nossos adversários. Não vejo nenhuma manifestação estranha nisso, estranho é fora do processo eleitoral. Estamos no processo eleitoral e foi nesse contexto que o presidente Lula falou. Não dá para tirar do contexto, é errado e, além de ser errado, seria da parte de quem faz uma má-fé”, argumentou.

Dilma participou de comício fechado para cabos eleitorais do PT e do PMDB no ginásio de um colégio particular, no Centro de Varginha. Ela estava acompanhada do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e dos candidatos da base aliada no estado: o senador Hélio Costa (PMDB), candidato a governador; o ex-ministro Patrus Ananias (PT), vice do peemedebista; e o ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, que disputa o Senado.

Em seu discurso, a presidenciável apontou programas vitoriosos do governo Lula que foram implantados na cidade, menciou a importância histórica de se eleger a primeira presidente mulher e prometeu dias melhores para os produtores de café da região. Bastante à vontade, a petista dançou em cima do palanque, balançou os braços, comandou um coro com a plateia e até deu autógrafos em cartazes, camisetas e bandeiras do PT. Nem parecia que estava com o pé machucado.

A visita de Dilma a Varginha não foi agendada. Inicialmente, a petista tinha uma agenda de campanha casada com Lula em Fortaleza, mas como o presidente teve outro compromisso, ela voou para Minas Gerais. Informalmente, especula-se que foi mais um apelo da candidatura de Hélio, que está perdendo terreno para o adversário.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/16/noticia_eleicoes2010,i=213223/DILMA+DEFENDE+POSICAO+DE+LULA+EM+RELACAO+AOS+DEMOCRATAS.shtml

Oposição pede investigação de Dilma sobre lobby na Casa Civil

NANCY DUTRA
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen (SC), defendeu que a candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, seja investigada pelas denúncias que envolvem a família da ministra da Casa Civil da Presidência da República, Erenice Guerra.

"Se Dilma foi um hiato no processo de corrupção dentro da Casa Civil, entre José Dirceu e Erenice Guerra, ela precisa vir a público e dizer isso", defendeu Bornhausen. Antecessor de Dilma na pasta, José Dirceu deixou o cargo durante o escândalo do mensalão no governo federal, em 2005.

Em reportagem publicada hoje pela Folha, uma empresa de Campinas confirma que um lobby opera dentro da Casa Civil e acusa o filho da ministra Erenice Guerra, elevada ao posto após a saída da candidata petista, de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES.

"Quais foram os critérios para indicar Erenice? Foi Dilma quem o fez, ela terá a resposta", afirmou o líder do DEM na Câmara.

Após a publicação a reportagem, a avaliação do governo Lula é que Erenice Guerra não tem condições "de enfrentar" a crise e a tendência é sua "saída imediata", "ainda hoje".

CONVOCAÇÃO

Mesmo com a saída da ministra, a oposição promete manter a sua convocação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado para explicar as denúncias depois das eleições.

Com o Congresso em recesso branco no período eleitoral, a comissão só vai ter número suficiente de senadores para votar a convocação depois do dia 3 de outubro.

Além do afastamento, a oposição cobra a responsabilização criminal de Erenice pelo Ministério Público. "Se as provas foram suficientes, ela tem que ser responsabilizada criminalmente.

Essa nova denúncia robustece a tese de corrupção. Vão aparecer novos casos, chega a ser uma humilhação para a população brasileira esse comportamento do governo", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), um dos autores de representações encaminhadas ao Ministério Público para investigar o caso, endossou a afirmação do senador tucano. "Há uma quadrilha para desviar dinheiro público dentro da Casa Civil."

http://www1.folha.uol.com.br/poder/799750-oposicao-pede-investigacao-de-dilma-sobre-lobby-na-casa-civil.shtml

Erenice se diz alvo de uma "campanha sórdida" de difamação; leia íntegra da carta de demissão

Do UOL Eleições
Em São Paulo

A ministra-chefe da Casa Civil entregou nesta quinta-feira (16) a sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula ds Silva, se desligando do cargo. O pedido foi entregue depois de novas denúncias ligarem familiares de Erenice a um suposto esquema de lobby dentro da Casa Civil.

Na carta, Erenice rebate todas as as acusações, que pesam sobretudo, contra dois de seus filhos: Israel e Saulo Guerra.

"Tenho respondido uma a uma, buscando esclarecer o que se publica e, principalmente, a verdade dos fatos, defrontando-me com toda sorte de afirmações, ilações ou mentiras que visam desacreditar meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo", diz a ex-ministra.

Segundo ela, "uma sórdida campanha para a desconstituição da minha imagem continua implacável" mesmo sem haver qualquer prova concreta contra a ex-ministra.

"Não desejo nem para o pior dos meus inimigos que ele venha passar por uma campanha de difamação como essa. (...) Preciso de tempo para me defender fazendo com que a verdade se prevaleça", diz.

Erenice encerra a carta agradecendo a "confiança" do presidente Lula "ao designar-me para a honrosa função de Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, e solicito em caráter irrevogável que aceite meu pedido de demissão".

No lugar de Erenice, Carlos Eduardo Esteves, secretário-executivo da Casa Civil, assume o cargo interinamente. O nome mais cotado para assumir a pasta é o de Miriam Belchior, atual coordenadora do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ex-cargo de Erenice.

Leia abaixo a íntegra da carta de demissão da ministra:

""Nos últimos dias, fui surpreendida por uma série de matérias veiculadas por alguns órgãos da imprensa, contando acusações que envolvem familiares meus e ex-servidor lotado nessa pasta.

Tenho respondido uma a uma, buscando escalarecer o que se publica e, principalmente, a verdade dos fatos, defrontando-me com toda sorte de afirmações, ilações ou mentiras que visam desacreditar meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo.

Não posso, não devo e nem quero furtar-me à tarefa de esclarecer todas essas acusações e nem posso deixar qualqur dúvida pairando acerca da minha honradez e da seriedade com a qual me porto no serviço público. Nada fiz ou permiti que se fizesse ao longo de 30 anos de minha trajetoria publica, que não tenha sido no estrito cumprimento de meus deveres.

Prova irrefutável dessa minha postura é que já solicitei à Comissao de Ètica abertura de procedimentos para esclarecimentos dos fatos aleivosamente contra mim levantados.

A Controladoria Geral da União, a auditação dos atos relativos à anac, dos correios e da contratação de parecer jurídico na EPE, além de solicitar ao Ministério da Justça a abertura dos procedimentos que se fizerem necessários no âmbito daquela pasta apra esclarecer os citados fatos.

No entanto, mesmo com todas medidas por imm adotadas, inclusive com a abertura de meus sigilos bancário, telefônico e fiscal,a sórdida campanha para desconstituição da minha imagem, do meu trablho e da minha família continua implacável. Não apresentam uma única prova sobre minha participação em qualquer dos pretensos atos levianamente questionados, mas, mesmo assim, estampam diariamente manchetes cujo único objetivo é criar e alimentar aritificialmente um clima de escândalo. Não conhecem os limites.

Senhor presidente, por ter formação cristã, não desejo nem para o pior de meus inimigos que venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família.

Preciso agora de paz e tempo para defender a mim e à minha família, fazendo com que a verdade prevaleça, o que se torna incompativel com a carga de trablho que tenho a honra de desempenhar na Casa Civil.

Por isso, agradecendo a confiança de Vossa Excelência ao designar-me para honrosa função de ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, solicito, em caráter irrevogável, que aceite meu pedido de demissão.

Brasília, 16 de setembro de 2010

Erenice Guerra"

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/16/em-carta-de-demissao-erenice-se-diz-alvo-de-uma-campanha-sordida-de-difamacao.jhtm

Coligação de Serra perde tempo de propaganda em Pernambuco

Do UOL Eleições

A coligação “O Brasil Pode Mais”, do presidenciável tucano José Serra, perderá 45 segundos de seu horário eleitoral nas rádios do Estado de Pernambuco. De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), responsável pela punição, o ex-governador de São Paulo foi citado, de maneira irregular, na propaganda do candidato pernambucano a deputado federal Sérgio Guerra (PSDB).

No programa, veiculado no rádio nos dias 31 de agosto e 2 de setembro, Guerra diz que “o Brasil melhora com o Serra como presidente” e que “ele [Serra] é competente, sério, sabe governar, tem experiência, tem liderança, é um cara progressista, vai fazer um Brasil melhor”. Em seguida, um locutor anuncia: "Vamos ouvir o futuro presidente do Brasil, José Serra".

Segundo o ministro do TSE Henrique Neves, a propaganda de Guerra, ao sustentar as virtudes do candidato à Presidência e, em seguida, proclamá-lo como o “futuro presidente do Brasil”, realizou “propaganda para o cargo majoritário nacional, desvirtuando o horário destinado aos cargos proporcionais estaduais”.

Neves afirmou ainda que a infração atingiu apenas Pernambuco e, portanto, a sanção deve ser limitada àquele Estado.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/pernambuco/ultimas-noticias/2010/09/16/coligacao-de-serra-perde-tempo-de-propaganda-em-pernambuco.jhtm

Dilma oscila para 51% e se distancia 24 pontos de Serra, diz Datafolha

Folha

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Apesar do intenso noticiário das últimas semanas sobre a quebra dos sigilos fiscais de tucanos, a corrida presidencial entrou em fase de alta estabilidade nas taxas de intenção de voto dos principais candidatos.

Dilma Rousseff (PT) venceria a disputa no primeiro turno se a eleição fosse hoje.

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Segundo pesquisa Datafolha nos dias 13 a 15 deste mês com 11.784 entrevistas em todo o país, a petista tem 51%. Oscilou um ponto percentual para cima em relação ao levantamento anterior, dos dias 8 e 9. A margem de erro máxima é de dois pontos, para mais ou para menos.

Editora de Arte/Folhapress - Ilustração Gustavo Duarte


Quando se consideram só os votos válidos, os dados apenas aos candidatos (excluindo-se os brancos e os nulos), Dilma vai a 57%.

José Serra (PSDB) ficou exatamente como há uma semana, com 27%. Marina Silva (PV) também repetiu sua taxa de 11%. Em votos válidos, o tucano tem 30%. A verde fica com 12%. Há 4% que dizem votar em branco, nulo ou nenhum. Outros 7% se declaram indecisos.

Os demais seis candidatos não pontuaram, segundo o Datafolha --que realizou a pesquisa sob encomenda da Folha e da Rede Globo.

ESCÂNDALO DA RECEITA

O levantamento comprovou que teve impacto mínimo até agora, quase imperceptível, o escândalo da quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Veronica.

O Datafolha apurou que 57% dos eleitores tomaram conhecimento do assunto. Mas, apesar de a maioria conhecer o caso, só 12% se consideram bem informados a respeito.

As taxas de maior conhecimento estão entre os mais escolarizados (86%) e os que têm maior renda mensal (84%). Mas esses segmentos são minoritários no eleitorado e não provocaram alterações no quadro geral.

Numa estratificação apenas dos que se declaram mais bem informados, a taxa de intenção de votos de Dilma fica em 46% (contra os 51% no cômputo geral). Serra vai a 33% e Marina oscila para 14%. Ou seja, a soma do tucano com a verde daria 47%, e o cenário seria de um possível segundo turno.

No outro extremo, entretanto, quando são separados apenas os eleitores que nunca ouviram falar do caso da quebra de sigilos fiscais de tucanos, Dilma vai a 53%, Serra desce a 24% e Marina pontua apenas 8%.

A estabilidade do quadro geral apurado pelo Datafolha também aparece em quase todos os segmentos pesquisados pelo instituto.

SEGUNDO TURNO

Na simulação de segundo turno, Dilma venceria com 57%, contra 35% de Serra. Os percentuais eram 56% e 35% há uma semana.

Do ponto de vista geográfico, as únicas variações significativas e além da margem de erro ocorreram no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Brasília e em Belo Horizonte.

Dilma perdeu oito pontos em Curitiba (PR) e voltou a ficar atrás de Serra nessa capital. A petista tem 28%, contra 36% do tucano. No Paraná como um todo, ela recuou cinco pontos --mas ainda lidera por 41% a 35%.

A petista também piorou seu desempenho em Brasília, saindo de 51% para 43%, mas continua líder porque Serra está com 21%.

No Rio Grande do Sul e em Belo Horizonte ocorreu o inverso, com Dilma melhorando seu desempenho. Entre os gaúchos, a petista foi de 43% para 45%, e Serra desceu de 38% para 34%.

Na capital mineira, a petista foi de 40% para 44%. Serra oscilou de 23% para 25%.

A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 30014/2010.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/799460-dilma-oscila-para-51-e-se-distancia-24-pontos-de-serra-diz-datafolha.shtml

15 de set. de 2010

Se eleição fosse hoje, Dilma teria 63% do Senado

Cresce a performance dos candidatos governistas, de acordo com as últimas pesquisas, aumentando o tamanho da base da candidata petista num eventual governo. Arthur Virgílio, um dos maiores inimigos do governo, neste momento está fora do Senado

congressoemfoco - Rudolfo Lago

Se a onda vermelha, como mostrou o Congresso em Foco no dia 7 de setembro, não alterou muito as disputas para os governos estaduais, o mesmo não se pode dizer da disputa para o Senado. Em agosto, levantamento do site já mostrava que Dilma Rousseff (PT), caso as eleições fossem naquele momento, teria uma maioria confortável de 57% no Senado em um eventual governo. Mas alguns dos principais algozes do atual governo continuariam a postos para assombrá-la. Passado pouco menos de um mês, novo levantamento demonstra que candidatos governistas viraram situações desfavoráveis em alguns estados e aumentaram o tamanho da base de Dilma, caso ela seja mesmo eleita presidente, como demonstram hoje as pesquisas.

Se as eleições fossem hoje, tomando-se como base a última pesquisa disponível em cada estado, levando-se em conta os dois primeiros colocados e o terço de senadores que prosseguirão por mais quatro anos, Dilma, caso eleita, teria o apoio de 63% dos senadores, ou 51 deles. Serra, hoje, teria ao seu lado apenas 27 senadores (33,3%). Marina Silva, do PV, teria situação complicada: nenhum senador em sua base de apoio. E Plínio de Arruda Sampaio (Psol), na remotíssima hipótese de se eleger, poderia contar com Heloisa Helena, que deve se eleger senadora por Alagoas.

Como seria o Senado se as eleições fossem hoje

Últimos números das pesquisas para o Senado

A tarefa de livrar Dilma de opositores ferrenhos vem obtendo sucesso no Amazonas e no Rio de Janeiro. No Amazonas, o senador Arthur Virgílio (PSDB) é nome que consta de uma “lista negra” do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que contém nomes que ele não quer de forma alguma ver de novo no Senado pelos problemas que lhe causaram na oposição. Até a última pesquisa, Arthur parecia que conseguiria garantir um novo mandato: ele aparecia em segundo, atrás de Eduardo Braga, do PMDB. Pesquisa do Ibope realizada entre 10 e 12 de setembro, porém, mostra que ele foi ultrapassado pela deputada Vanessa Grazziotin, do PCdoB. E Eduardo Braga disparou, com 80% das intenções de voto.

No Rio, Dilma livrou-se – pelo menos neste momento - de uma potencial dor de cabeça: o ex-prefeito César Maia, pai do presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia. César Maia era o segundo nome, perdendo apenas para Marcelo Crivella, do PRB. Mas, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 11 de setembro, foi ultrapassado pelo ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Faria.

Mudança do eixo oposicionista

Berço do PSDB, São Paulo, com a saída de Orestes Quércia (PMDB) da disputa para tratar de um câncer, não deverá ter senadores oposicionistas na bancada caso se confirme um eventual governo Dilma. De acordo com a última pesquisa do Datafolha, a bancada paulista será formada por dois petistas que já foram marido e mulher – Eduardo e Marta Suplicy – e complementada pelo cantor de pagode e vereador Netinho de Paula (PCdoB), que hoje lidera a pesquisa.

Essa derrocada paulista aponta para Minas Gerais como novo eixo de liderança da oposição ao governo. Ali, Aécio Neves (PSDB) segue com folga para se eleger senador. E puxa com ele o ex-presidente Itamar Franco, que deverá ser o único senador do PPS. A bancada se completa com Elizeu Rezende (DEM), que permanecerá por mais quatro anos.
Outra indicação da possibilidade de deslocamento do eixo de liderança da oposição para fora de São Paulo é o bom desempenho de Tasso Jereissati (PSDB) no Ceará. E a formação de um enclave oposicionista – confirmadas as últimas pesquisas – em Goiás, com os tucanos Marconi Perillo e Lúcia Vânia e o demista Demóstenes Torres.

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=21&cod_publicacao=34361

Para Dirceu, imprensa tem 'excesso de liberdade'

AE - Agência Estado

Em palestra para sindicalistas do setor petroleiro da Bahia, na noite de anteontem, em Salvador, o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado pelo PT José Dirceu criticou o que chamou de "excesso de liberdade" da imprensa. "O problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa."

Para o ex-ministro, que perdeu o cargo na Casa Civil e o mandato parlamentar em 2005 por conta do escândalo do mensalão, a eleição da candidata de seu partido à Presidência, Dilma Rousseff, "está carimbada" - apesar das recentes denúncias de irregularidades envolvendo o atual governo. Com essa convicção, Dirceu afirmou aos cerca de 100 líderes sindicais que acompanharam sua apresentação que o primeiro ano de governo de Dilma "será certamente marcado pela política", por causa da imprensa.

Dirceu avaliou que a possível eleição de Dilma é fruto, entre outros fatores, da atração do PMDB para a chapa presidencial, mas criticou duramente dois líderes do partido, o presidente do Senado, José Sarney (AP) e o senador Renan Calheiros (AL). "Vocês não vão acreditar que eles são éticos, né?", ironizou. O ex-ministro afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "duas vezes maior" que o PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,para-dirceu-imprensa-tem-excesso-de-liberdade,610220,0.htm

Serra defende Transamazônica e Belo Monte

Candidato à Presidência fez comício no Pará ao lado Jatene e evitou críticas ao Governo Lula

Pollyana Bastos, iG Pará


Em sua primeira visita a Altamira, sudoeste do Pará, o candidato à Presidência da República Jose Serra (PSDB) falou de seus projetos de governo para o desenvolvimento da região. E prometeu asfaltar duas das principais rodovias estaduais, a Transamazônica e a Santarém-Cuiabá. Essas rodovias – reconheceu o candidato – há anos apresentam “problemas de infraestrutura.”

Em discurso que antecedeu a fala de José Serra, Simão Jatene (PSDB), candidato ao governo do Estado, afirmou que a revitalização das rodovias é “dívida antiga do governo federal” com o Pará. Serra se declarou favorável à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, prometendo contornar os “impasses” em torno do projeto.

Investimento na área de saúde foi outro ponto do discurso, com a implantação de “policlínicas” capazes de realizar “150 mil consultas” mensais no Estado. Serra evitou críticas à sua principal adversária, a candidata Dilma Rousseff (PT), em Belém e em Altamira, onde fez comício às 21h. Ele também evitou temas como a quebra do sigilo bancário de sua filha e o da ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra.

Por que comício em Altamira? Serra disse que o município foi escolhido pelo “potencial de desenvolvimento “e por ser uma “síntese do Brasil.” Altamira tem cerca de 100 mil habitantes, é o maior município em extensão territorial do país e está localizado a aproximadamente 1000 km de Belém.

http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/serra+defende+transamazonica+e+belo+monte/n1237777205350.html

Dilma diz que PT quer derrotar o DEM nas urnas

A candidata acusou o DEM de usar 'método golpista' para 'acabar com essa raça', em referência ao PT, fora do contexto eleitoral

iG - Ricardo Galhardo, enviado a Minas Gerais

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, rejeitou, nesta terça-feira, em Varginha (Minas Gerais), a tentativa de classificar uma possível vitória eleitoral de seus aliados como projeto hegemonista almejado pelo Partido dos Trabalhadores. Segundo ela, falar em hegemonismo é tirar a legitimidade das eleições.

Questionada se a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre “extirpar” o DEM da política nacional revela um projeto de hegemonia, Dilma respondeu:

“Não revela, não. Revela uma coisa muito saudável que é a disputa na democracia. Acho estranhíssimo que sempre que se coloca a questão de a gente vencer as eleições venha uma pergunta chamada hegemonista. Ganhar nas urnas, até onde eu sei, é legítimo. A não ser que a gente comece agora a deslegitimizar vitórias nas urnas”.

A candidata se recusou a falar sobre as denúncias contra a sua ex-braço-direito e sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra. “Eu, de fato, não vou comentar mais isso. Não vou ficar sendo pautada por este caso e não fazendo propostas”, disse.

Questionada se não deve satisfações aos eleitores sobre o assunto, Dilma respondeu; “Dei bastante satisfação para o eleitorado. Estão em todas as páginas dos jornais”.

A candidata voltou a defender as declarações de Lula dizendo que elas foram feitas num contexto eleitoral e a chamar os Democratas de golpistas. “Tem uma diferença substantiva entre eles dizerem que vão acabar com a nossa raça e nós dizermos que vamos ganhar deles na eleição. É eleição. Para tirarmos, só tem um jeito, disputar com eles no voto. O que estamos dizendo é que gostaremos de derrotar o DEM nas eleições. O que o DEM falou de nós não estava no contexto eleitoral. Era o método golpista de tirar as pessoas”, afirmou.

A candidata participou de um pequeno comício na quadra de um colégio de Varginha ao lado dos candidatos ao governo de Minas, Hélio Costa (PMDB), e ao Senado, Fernando Pimentel (PT). “Nós vamos precisar de uma parceria entre o governo federal e o governo de Minas. Por isso peço, votem no Hélio Costa e no Patrus (Ananias, candidato a vice) para Minas seguir mudando com o Brasil”, disse ela.

Na sexta-feira, Dilma volta ao Estado para mais uma aparição ao lado de Hélio Costa, que vem perdendo terreno para o tucano Antonio Anastasia nas pesquisas, desta vez, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/dilma+diz+que+pt+quer+derrotar+o+dem+nas+urnas/n1237777198018.html

Dilma diz que não se sente atingida por ataque e defende Erenice

BRASÍLIA (Reuters) - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira que não se sente atingida pelas denúncias de irregularidades na Casa Civil envolvendo a ministra Erenice Guerra e seu filho por suspeita de tráfico de influência.

"Eu não me sinto atingida com essa denúncia. Eu acho essa denúncia mais um factóide", disse Dilma, que reiterou que não vai admitir qualquer tentativa de vincular sua campanha a "problemas havidos com filhos de pessoas do governo".

Segundo reportagem da revista Veja publicada no fim de semana, Erenice estaria envolvida em um suposto esquema de lobby junto ao governo federal comandado pelo seu filho, Israel.

Sobre a viabilidade da permanência da ministra no cargo durante as investigações, Dilma afirmou que Erenice reúne "todos os requisitos para decidir como se comportar". "Tem experiência, tem capacidade e tem compromisso público", afirmou.

"Quem faz isso perde o respeito depois da eleição do povo brasileiro. E perde, inclusive, trajetórias dignas construídas na política", disse Dilma. "A história é implacável com quem calunia sem prova", acrescentou.

Dilma usou de ironia ao ser questionada sobre as declarações dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comício em Joinville na véspera, no qual defendeu que o partido Democratas fosse extirpado da política.

"Para quem disse que ia acabar com a minha raça, não dá para se queixar de nada", disse Dilma, em referência a declarações contra o PT feitas pela oposição, fazendo a ressalva de que à época ela já era filiada ao partido. O então presidente do PFL (hoje DEM) Jorge Bornhausen, devido ao escândalo do mensalão, disse que se veriam "livre dessa raça durante pelo menos 30 anos".

"Eu sou uma sobrevivente de um processo de extermínio", avaliou a candidata. "Nós ganharemos deles no voto. É completamente diferente do que eles queriam fazer conosco. Conosco eles queriam ganhar no golpe", disse.

(Reportagem de Bruno Peres)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE68D0XW20100915

Marina Silva defende segundo turno em função das denúncias por esclarecer

Correio Braziliense -Vinicius Sassine


A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu ontem a necessidade de segundo turno para que haja tempo de os eleitores tomarem conhecimento de eventuais conclusões das investigações em curso. Marina referia-se aos escândalos do vazamento de sigilos fiscais de parentes e tucanos ligados a José Serra (PSDB) e de tráfico de influência dentro da Casa Civil, supostamente comandado pelo filho da ministra-chefe, Erenice Guerra. Sem citar o nome de Dilma Rousseff (PT), Marina ressaltou que a vitória em primeiro turno — como apontam as pesquisas de intenção de voto — pode frustrar os eleitores dias depois, em razão de possíveis descobertas sobre os dois escândalos. “Imagine se for dado um veredicto (no primeiro turno da eleição presidencial) e, 30 dias depois, serem descobertos fatos agravantes?”, questionou a candidata, ao fim da sabatina promovida na manhã de ontem, em Brasília, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “O presidente Lula concorreu várias vezes e sempre foi para o segundo turno. Estou fazendo verdadeira preleção para ir ao segundo turno, inclusive para melhor esclarecer esses fatos todos”, disse Marina.

A candidata criticou o fenômeno de transferência de votos de Lula para Dilma com base no critério da gratidão. “Não se pode estabelecer a ideia de voto por gratidão. O eleitor é livre para votar em quem acredita, trata-se de uma sucessão”, afirmou. À tarde, Marina visitou a cooperativa de catadores de papel 100 dimensão, no Riacho Fundo. A presidenciável elogiou a organização dos trabalhadores, que mantêm uma brinquedoteca para não levar os filhos para as ruas, onde coletam material reciclável. Durante a agenda em Brasília, a candidata do PV foi recebida no Tribunal de Contas da União, para conhecer ferramentas de combate à corrupção.

Propostas
José Serra participou do encontro com os conselheiros da OAB na segunda-feira. Ontem, foi a vez de Marina e de Plínio de Arruda Sampaio (PSol). Dilma, líder nas pesquisas, decidiu não participar. No formato do encontro, cada um dos candidatos teve uma hora para apresentar propostas e responder aos questionamentos, separadamente.

O candidato do PSol repetiu, na sabatina, o estilo performático apresentado nos debates. Plínio afirmou que se fosse o atual presidente da República demitiria “de Erenice Guerra para baixo”, em referência às acusações de tráfico de influência na Casa Civil, comandada pela titular da pasta. “É um biombo atrás do outro na campanha da Dilma.”

PARA FHC, LULA LIDERA UMA FACÇÃO
Chefe de uma facção. Assim o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso definiu ontem Luiz Inácio Lula da Silva. FHC manifestou a opinião durante entrevista concedida a militantes do PSDB e transmitida pela internet. “Isso extrapola o limite do estado de direito democrático”, disse FHC, em relação à declaração de Lula pregando extirpar o DEM da política. O tucano chegou a citar o ex-ditador italiano Benito Mussolini (1883-1945). “Faltou quem freasse o Mussolini. Alguém tem que parar o Lula.”

Colaborou Josie Jeronimo


Freio nos vazamentos

Gabriel Capriolo

Na tentativa de colocar um ponto final na aparente fragilidade dos sistemas da Receita Federal, evidenciada pelas constantes denúncias de quebra de sigilo e informações fiscais protegidas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem um conjunto de medidas para reforçar a segurança dos acessos ao banco de dados do fisco. Acompanhado pelo secretário, Otacílio Cartaxo, Mantega destacou que será realizada uma ampla revisão dos cadastros dos funcionários para melhorar o sistema que habilita determinados servidores a terem senhas. Uma das mudanças em relação ao mecanismo atual é que passará a ser automática a queda de todas as senhas utilizadas caso o auditor deixe de exercer o cargo atual e passe para outro.

A partir da implementação das novas medidas, qualquer acesso só poderá ser feito de forma justificada previamente pelo funcionário e os motivos da consulta ficarão registrados no acesso. De acordo com o assessor do secretário Carlos Ocaso, todas as consultas trarão uma “marca” de segurança chamada Rescode, que conterá, além da motivação, dados do servidor, horário e terminal utilizado.

O ministro prometeu ainda aumentar a punição aos servidores que cometerem irregularidades. O governo deve editar uma medida provisória que prevê demissão imediata do funcionário que emprestar ou fizer uso indevido de sua senha pessoal de acesso. “Hoje as penas são de suspensão, advertência, ou seja, leves. Agora o funcionário vai pensar duas vezes antes de passar aquela informação por R$ 100, R$ 200 porque vai correr o risco de perder o emprego”, afirmou o ministro.


Reforço

Medias da Receita para evitar novas quebras de sigilo

# Revisão do cadastro de funcionários para a habilitação ao uso de senhas.

# Criação de sistema que invalida senhas de servidores que deixam de exercer cargo para o qual necessitam do acesso.

# Obrigatoriedade de motivação do acesso antes da consulta.

# Registro de motivação em todas as operações, incluindo dados do servidor.

# Permitir que contribuintes peçam “autoblindagem” e renunciem à possibilidade de contadores, assessores ou outros representantes portadores de procuração solicitem informações em seu nome.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/15/noticia_eleicoes2010,i=213021/MARINA+SILVA+DEFENDE+SEGUNDO+TURNO+EM+FUNCAO+DAS+DENUNCIAS+POR+ESCLARECER.shtml

Programa de governo de Dilma pode não ser apresentado, diz coordenador

Folha

MÁRCIO FALCÃO
RANIER BRAGON


Coordenador do programa de governo de Dilma Rousseff (PT), o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia afirmou que a campanha ainda não decidiu se o documento será ou não divulgado, apesar de faltar somente 18 dias para as eleições.

"Não tem nada definido, mas também não vejo nenhum problema [em não haver um ato divulgação], nada é confidencial", disse Marco Aurélio, afirmando que o programa da candidata vem sendo apresentado aos poucos na propaganda de TV.

Devido a uma nova exigência da lei, o PT havia protocolado no dia 5 de julho, na Justiça Eleitoral, documento que previa entre outras coisas a taxação de grandes fortunas, a redução da jornada de trabalho e o controle social dos meios de comunicação.

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Por causa da repercussão, entretanto, a campanha substituiu no mesmo dia o documento por outro, retirando os pontos polêmicos, mas mantendo a crítica à mídia. Na ocasião --em que Dilma estava em empate técnico com José Serra (PSDB), de acordo com o Datafolha--, a coordenação da campanha afirmou que a versão definitiva seria apresentada em meados de agosto, mas isso não aconteceu até agora.

Os petistas disseram que o programa iria se resumir a 13 (o número da legenda) diretrizes programáticas. Várias reuniões foram feitas desde então, sob coordenação de Marco Aurélio, mas até agora não há decisão sobre a divulgação ou não do documento, cujos tópicos a Folha já teve acesso.

Entre outras, há as promessas de "expandir e fortalecer a democracia política, econômica e social", "erradicar a pobreza absoluta" e "assegurar a presença soberana, ativa e altiva do Brasil no mundo".

Nos bastidores, integrantes do grupo que elaborou o documento dizem que não há muita razão para divulgação de um texto com possibilidade de ser explorado negativamente na campanha em um momento em que Dilma aparece nas pesquisas em um cenário de vitória em primeiro turno.

Na TV, a campanha tem se limitado a divulgar promessas genéricas como "lutar contra a miséria no Brasil" e algumas poucas específicas, como a criação de 6.000 creches. 2 milhões de moradias e de 500 Unidades de Pronto Atendimento.

TUCANOS

O candidato do PSDB ao Planalto, José Serra, que apresentou em julho à Justiça dois discursos como programa de governo, também não divulgou previsão de quando e se apresentará um documento final com suas propostas.

Segundo interlocutores do presidenciável tucano, Serra já estaria com a versão de um texto, com 270 páginas, que reuniu ideias apresentadas por especialistas, internautas e por aliados nos Estados. Só na internet teriam sido recolhidas mais de 5.000 sugestões.

A expectativa da campanha é de que Serra revisasse o texto no final de semana, para autorização da divulgação, o que não ocorreu.

Nas eleições passadas, os principais presidenciáveis sempre apresentaram suas propostas em documentos específicos.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/799152-programa-de-governo-de-dilma-pode-nao-ser-apresentado-diz-coordenador.shtml

14 de set. de 2010

Dilma teria base similar à de Lula na Câmara, mostram projeções

Por Vladimir Goitia e Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - Na hipótese de ser eleita presidente, a base de sustentação de Dilma Rousseff (PT) na Câmara de Deputados não só seria de ampla maioria como similar à conquistada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mostram projeções de escritórios de consultoria política e parlamentar.

José Serra (PSDB), segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, teria bancada bem menor à da petista se viesse a vencer as eleições. Nesse caso, precisaria atrair partidos da coligação de Dilma para conseguir apoio suficiente para aprovar qualquer emenda constitucional.

Embora não existam pesquisas de intenção de voto que permitam fazer previsões com precisão maior, a exemplo do que existe para o Senado, analistas ouvidos pela Reuters disseram que Dilma poderia ter em torno de 360 a 370 cadeiras. Isso se PP, PTB e PV --que estão fora da coligação da petista mas fazem parte da base de Lula-- decidissem apoiar seu eventual governo.

A coligação de Dilma é formada por, além do PT da candidata, PMDB, PRB, PDT, PTN, PSC, PR, PTC, PSB e PCdoB. Já Serra tem consigo, além do próprio PSDB: DEM, PPS, PTB, PMN e PTdoB.

Na avaliação da Arko Advice, a alta popularidade do governo Lula deve beneficiar as legendas que compõem hoje a base da presidenciável em detrimento da oposição, que deve ficar prejudicada, encolhendo de tamanho.

"A base de Dilma, caso eleita, será muito similar à de Lula", concluiu a Arko Advice em recente relatório.

A Santafé Ideias vai na mesma linha. "Não há dúvidas de que a base de sustentação do atual governo se manterá para um provável governo Dilma", disse à Reuters Carlos Lopes, analista político dessa consultora.

A Tendências Consultoria Integrada também projeta uma base confortável para Dilma, em torno das 360 cadeiras. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) também estima para a petista uma base de sustentação no mesmo patamar.

Apesar dos prognósticos ruins para os partidos da coligação de Serra, a situação não seria tão complicada para ele caso vença a disputa presidencial.

Para a Arko Advice, nesse caso, sua base na Câmara poderia ter mais de 300 deputados, caso o tucano viesse a ter apoio de boa parte dos partidos que integram a atual coligação de Dilma.

TÍTULO DE MAIOR BANCADA

Embora o cenário na Câmara seja de fragmentação bastante elevada, segundo Rafael Cortez, analista político da Tendências, o título de maior bancada deve ficar novamente entre PMDB e PT. Desta vez, porém, os analistas estão divididos sobre quem será o primeiro.

Até agora, as estimativas apontam que cada um desse dois partidos devem ficar com um mínimo de 90 e um máximo de 105 deputados.

Antônio Augusto de Queiroz, do Diap, disse que PT e PMDB terão as duas maiores bancadas na Câmara, com aproximadamente 100 deputados cada um. Para ele, o PT deve "ultrapassar" o PMDB como maior bancada na Câmara.

Queiroz defende sua tese com base na simpatia gerada pelo PT, que, segundo ele, gira em torno de 25 por cento.

"Tradicionalmente, esse sentimento em relação a um partido reflete na base parlamentar da legenda. Ocorrendo isso, o PT pode ultrapassar a barreira dos 100 deputados", acrescentou Queiroz.

Mas Lopes, da Santafé, é mais conservador. "Não acredito que cheguem a 100, embora a tendência das duas legendas seja de crescimento nestas eleições."

O PSB pode ser um campeão de crescimento relativo. Para a Arko, os socialistas podem passar de 27 deputados para 45. Enquanto isso, o DEM pode ter uma redução drástica em sua bancada, ficando com 20 deputados a menos que os atuais 56, segundo estimativa do Diap.

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE68D0R920100914

Programa de Serra mostra ligação de Erenice com Dilma

ANNE WARTH - Agência Estado

O programa eleitoral do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, voltou a explorar as denúncias que envolvem a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, apresentada como braço direito da principal adversária do tucano na corrida ao Palácio do Planalto, a petista Dilma Rousseff. Coube a um ator fazer as críticas mais pesadas e associar o caso à Dilma e ao ex-ministro José Dirceu. Serra não tocou no assunto.

"O caso grave que atinge a ministra-chefe da Casa Civil ganha nova força. Agora surgem denúncias de empresas fantasmas, contratos sem licitação e tráfico de influência", disse o ator, que afirmou que Dilma minimizou as denúncias sobre Erenice e sobre o filho da ministra. O ator destacou ainda que houve pagamentos de propina quando Dilma ainda era ministra da pasta. "Zé Dirceu veio primeiro, Dilma depois e deixou Erenice no seu lugar. Você conhece mesmo essa turma? É isso mesmo que você quer para o Brasil?", questionou o ator.

Serra preferiu falar sobre segurança pública e fez críticas direcionadas à Dilma, mas sem citar seu nome. "Um presidente precisa mostrar liderança e agir com a própria cabeça. Não dá pra ficar perguntando para os outros, consultando ou pedindo autorização todo tempo", afirmou o candidato.

Ele voltou a prometer a criação do Ministério da Segurança Pública e acusou o governo federal de se omitir sobre o problema e jogar a culpa nos governadores. "Tem um monte de ministérios que só servem mesmo de cabide de emprego para os amigos. Comigo não vai ser assim, vou criar o ministério da segurança e ele vai funcionar."

O tucano também pregou o combate à impunidade, citou os casos envolvendo Tim Lopes, Patricia Franco e Sandra Gomide e fez críticas veladas à Dilma. "Esse é um problema da Justiça e da legislação, mas, se o presidente tiver coragem e não andar em más companhias, ele pode influir sim. O presidente precisa fazer valer sua força política para acabar com a impunidade que existe hoje", afirmou. O programa também exibiu Serra como o "ministro do Planejamento das grandes obras", com imagens e realizações semelhantes às exibidas pelo programa de Dilma.

Parceria

O programa de Dilma Rousseff (PT) não tocou nos assuntos e denúncias sobre Erenice Guerra e continuou a investir na parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Já avançamos muito no governo do presidente Lula, por isso temos tudo para avançar ainda mais nos próximos anos", afirmou a candidata.

"Há oito anos, quando comecei a trabalhar ao lado do presidente Lula, assumimos o maior compromisso que um governo pode assumir com seu povo: mudar o País. O Brasil mudou, ainda há muito a fazer, e por isso quero ser presidente do Brasil, para dar continuidade a esse trabalho", disse Dilma. O locutor do programa falou sobre a vantagem de Dilma sobre Serra na última pesquisa Datafolha. "É Dilma presidente no primeiro turno para o Brasil seguir mudando."

Lula, por sua vez, apareceu no horário destinado aos deputados para pedir votos na legenda do PT. "Minha experiência como presidente me ensinou uma coisa muito importante. Quem está no governo precisa ter um bom time de deputados, um time que ajuda a aprovar bons projetos, defende o governo e não deixa a turma do contra ficar inventando crise o tempo todo."

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou o inchaço e a ineficiência do governo federal e prometeu não criar mais ministérios e órgãos estatais. "O pior de todos os desperdícios é a corrupção. É um absurdo pagar por uma ambulância o valor de três, construir pontes onde não existe estradas ou pagar por exames de saúde que não foram feitos", afirmou. No programa, o ator Marcos Palmeira pediu votos para a senadora.


Propostas

Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) defendeu a auditoria da dívida pública e o investimento em saúde pública. "Ganhar dinheiro investindo no câncer do próximo é algo que eu considero fim do mundo. Saúde não é mercadoria, é direito do homem e da mulher", afirmou. Rui Costa Pimenta (PCO) criticou o reajuste dado aos funcionários dos Correios e acusou o governo de tentar privatizar a empresa.

Zé Maria (PSTU) pregou a estatização da Petrobras. José Maria Eymael (PSDC) convidou as pessoas a participar de um chat com ele na internet. Levy Fidelix (PRTB) disse que as pesquisas eleitorais são fajutas e prometeu diminuir impostos e juros. Ivan Pinheiro (PCB) defendeu a suspensão das obras para transposição do Rio São Francisco.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,programa-de-serra-mostra-ligacao-de-erenice-com-dilma,609754,0.htm

Plínio diz que lei não será capaz de barrar candidatura de ficha suja

Agência Brasil


Brasília - O candidato à Presidência, Plínio Sampaio (P-SOL), reconheceu hoje (14/9) que a lei não pode impedir a candidatura de políticos com ficha suja. “É muito difícil evitar isso. Somos advogados, lidamos com a lei, mas a lei tem limites. Não é possível que a lei consiga impedir esse tipo de situação”, disse ao participar de sabatina na Ordem dos Advogados do Brasil.

Plínio disse acreditar pouco na lei, quando se trata de política. “Acredito em consciência, em opinião pública. Todas as outras coisas terão brechas, que serão utilizadas”, disse. “Os nossos partidos sempre foram condomínios de caciques políticos”, completou dizendo, sem citar nomes, que há “notórios candidatos corruptos circulando por aí”.

Na sabatina, Plínio defendeu, como forma de evitar a corrupção eleitoral, o financiamento público de campanha “e a punição para o candidato que não usar esse sistema”. Para implementar o financiamento público, Plínio sugeriu que os recursos de campanha não sejam enviados diretamente ao candidato, mas ao Tribunal Regional Eleitoral, que administraria os recursos. “Se o assunto ficar entre os políticos, a reforma política não vai sair nunca”, acrescentou.

Na opinião do candidato, os principais problemas do país estão no cerceamento do debate político, no monopólio da mídia, na criminalização dos movimentos sociais e na reforma política.

O candidato ainda lamentou que as denúncias de violação de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e as acusações de irregularidades envolvendo integrantes da Casa Civil estejam restringindo o debate eleitoral. “Quando os partidos recorrem ao vale tudo, a ideologia e a ética vão para o buraco. Desvia o debate daquilo que o povo brasileiro quer”, disse ao chegar para sabatina na Ordem dos Advogados do Brasil.

O candidato ainda comemorou a repercussão que sua candidatura tem tido em redes sociais, como o Twitter. “O Twitter mostra que o impossível é possível. O Twitter pode dar uma virada. E me deixa alegre que a juventude do meu país está entendendo o que estou dizendo”, afirmou.

Nas considerações finais, Plínio se classificou como um "radical". "Quem não for radical em relação ao sistema, não deve mesmo votar em mim. E como eu acho que não há muitos radicais, não vou ter muitos votos", concluiu.

Plínio Sampaio é o segundo candidato à Presidência a participar das sabatinas na OAB. Ontem, foi a vez de José Serra. Ainda hoje, os conselheiros vão ouvir Marina Silva, do PV. A candidata Dilma Rousseff, do PT, não irá participar.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/14/noticia_eleicoes2010,i=212880/PLINIO+DIZ+QUE+LEI+NAO+SERA+CAPAZ+DE+BARRAR+CANDIDATURA+DE+FICHA+SUJA.shtml

Marina defende Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para fazer reformas

Marcos Chagas
Da Agência Brasil


A candidata do Partido Verde (PV) à Presidência da República, Marina Silva, defendeu hoje (14) a realização de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para debater e votar as reformas necessárias ao país, entre elas a política. Para ela, não há como o Congresso promover a reforma política, uma vez que os parlamentares estão diretamente interessados neste assunto.

“Sei que o assunto é polêmico, mas precisamos iniciar o debate. Sabemos que as cláusulas pétreas não podem ser reformadas, mas sabemos, também, que as instituições precisam ser reformadas”, disse a candidata, que foi sabatina pela Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Marina Silva também defendeu a realização do segundo turno com o argumento de que o eleitor não deve tomar “uma decisão açodada”. Para ela, qualquer que seja o candidato eleito é necessário que haja o referendo em dois turnos. A candidata fez questão de desvincular as denúncias de vazamento de dados da Receita Federal e de tráfico de influência no governo da sua defesa da eleição em dois turnos.

“É preciso o segundo turno para o eleitor respaldar melhor quem vier a ser eleito. É bom poder ter mais tempo para debater o leque de propostas apresentadas. Independente das denúncias, eu já defendia que o candidato fosse respaldado em dois turnos”, disse Marina Silva.

A reeleição foi outro tema levantado na sabatina pelos conselheiros da OAB. Marina afirmou ser contrária a este princípio e defendeu um mandato de cinco anos ao Presidente da República. Segundo ela, a reeleição na América Latina e no Brasil criou um contexto onde os políticos não deixam de promover as mudanças necessárias em setores como saúde e educação, para dedicarem-se a mais quatro anos no poder.

Ela também defendeu uma completa readequação das estruturas partidárias diante da nova realidade mundial da forte mobilização das redes sociais. A candidata verde afirmou que “os partidos estão morrendo” e terão necessariamente que abrir-se para uma discussão direta com a sociedade sobre temas relevantes para o país, como melhoria da saúde pública, inserção de novas tecnologias ao processo educacional e segurança publica, por exemplo.

Marina Silva afirmou que alguns segmentos da sociedade que hoje se organizam por meio dessas redes têm mais poder de mobilização para debater essas propostas que os próprios partidos políticos.

“Os partidos, ao longo do tempo, foram se transformando em máquinas para discutir o Poder pelo Poder. As redes sociais se constituem em grande força, algumas entidades têm muito mais força de mobilização que os partidos”, disse a senadora.

Sobre ética na política e corrupção, a candidata defendeu o aperfeiçoamento dos mecanismos de Estado para que se possa corrigir eventuais desvios de conduta. Ela ressaltou que a corrupção, no Brasil, “virou um fator de destruição”, que já consome quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Durante todo este processo tenho dito que é fundamental se ter instituições virtuosas para corrigir desvios pessoais. Não podemos depender da virtude das pessoas. Esse é o princípio da lei”, afirmou Marina.

Perguntada sobre a obrigatoriedade do voto, a candidata defendeu esse mecanismo. A seu ver, o eleitor, caso não queira participar das eleições, tem o direito de comparecer na Justiça Eleitoral e justificar a sua opção. Marina tem a preocupação que o recrutamento de eleitores pelos partidos acabe por desvirtuar a representatividade da vontade do povo, caso se adote o princípio do voto opcional.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/14/marina-defende-assembleia-nacional-constituinte-exclusiva-para-fazer-reformas.jhtm

Na TV, Serra volta a citar caso Erenice; Dilma valoriza investimentos do governo federal SP

Andréia Martins
Do UOL Eleições

No horário eleitoral grauito na TV desta terça-feira (14), o programa do presidenciável José Serra (PSDB) voltou a destacar as acusações contra a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e seu filho, Israel Dourado Guerra, sobre um suposto esquema de propina dentro do Palácio do Planalto.

O programa cita que "novos fatos" dão "nova força" às suspeitas de "empresas fantasmas, contratos sem licitação e tráfico de influência dentro da Casa Civil", além de comparar a gestão da presidenciável à do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

Tanto a ministra quanto seu filho já negaram todas as acusações, levantadas depois de uma reportagem publicada na última edição da revista Veja.

Em seu programa desta terça, Dilma Rousseff (PT) destacou o "Minha Casa, Minha Vida", programa habitacional do governo Lula, prometendo entregar mais dois milhões de moradia com auxílio do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento).

A petista, assim como no programa de sábado (11), voltou a afirmar que o governo paulista teria investido R$ 155,8 milhões em Paraisópolis e R$ 54,6 milhões em Heliópolis, contra R$ 162,9 milhões e R$ 148,9 milhões de recursos do governo federal, respectivamente.

No domingo, o governo de São Paulo contestou as afirmações do programa de Dilma, alegando que havia investido R$ 520 milhões em Heliópolis e mais de R$ 480 milhões, em parceria com a prefeitura, em Paraisópolis.

A candidata do PV, Marina Silva, usou seu tempo de pouco mais de um minuto, 23 segundos e 22 centésimos na TV para falar de desperdício. "O nosso maior desperdício é a corrupção", disse a verde, que afirmou que, se eleita, não vai criar "mais nenhum ministério nem órgãos federais desnecessários".

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/14/na-tv-serra-volta-a-citar-caso-erenice-dilma-valoriza-investimentos-do-governo-federal-sp.jhtm

Pesquisa CNT/Sensus aponta Dilma com 50,5% e Serra com 26,4%

Camila Campanerut
Do UOL Eleições


Pesquisa CNT/Sensus divulgada na manhã desta terça-feira (14) indica a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, com 50,5% das intenções de voto, contra 26,4% de José Serra (PSDB). Em terceiro lugar, aparece a senadora Marina Silva (PV) com 8,9% das intenções de voto. Brancos, nulos e indecisos totalizam 12,6% e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou menos. Se as eleições fossem hoje, Dilma venceria no primeiro turno.

Foram entrevistadas 2 mil pessoas, em 136 municípios de 24 estados, entre os dias 10 e 12 de setembro de 2010. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número 29.517-2010.

No último levantamento, divulgado em 24 de agosto, a candidata petista tinha 46% das intenções de voto, contra 28,1% de José Serra. A senadora Marina Silva aparecia com 8,1%. Votos em branco, nulos e indecisos somam 16,8%.

Segundo turno

Na simulação de segundo turno, a candidata petista apresenta 55,5% e Serra com 32,9%. Brancos, nulos e indecisos somam 11,6%.

Na pesquisa espontânea, quando não são indicados nomes de candidatos aos entrevistados, Dilma aparece com 44,3% das intenções de votos, contra 23% de Serra e 7,1% de Marina Silva. Brancos, nulos e indecisos representam 12,7%.

Com relação à rejeição aos presidenciáveis, 29,4% dos entrevistados indicaram que nunca votariam em Dilma Rousseff, já 41,3% disseram que não votariam em Serra e 45% declararam que nunca dariam seu voto a Marina Silva.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/14/pesquisa-cntsensus-aponta-dilma-com--e-serra-com-.jhtm

Lula ignora Collor e grava apoio a Ronaldo Lessa, barrado pela Ficha Limpa

Carlos Madeiro
Especial para o UOL Eleições

Faltando 20 dias para as eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareceu, nesta segunda-feira (13), pela primeira vez, no programa eleitoral de TV em Alagoas declarando apoio ao candidato ao governo Ronaldo Lessa (PDT), que teve a candidatura barrada pela lei do "Ficha Limpa". Lessa ainda pode recorrer. Até então, a única gravação feita pelo presidente no Estado havia sido para o senador Renan Calheiros (PMDB), que disputa a reeleição.

A gravação pôs fim a uma batalha do PDT nacional e do diretório do PT no Estado -que indica o vice na chapa do ex-governador- para confirmar que Lessa é o candidato do presidente em Alagoas. Até então, além de Lessa, o senador Fernando Collor de Mello (PTB) também se intitulava candidato de Lula e da presidenciável Dilma Rousseff (PT). Para a coligação de Lessa, a gravação põe fim à dúvida e fortalece Lessa na sucessão pelo governo estadual.

No vídeo de 30 segundos, Lula pede o voto dos alagoanos para Lessa. "Meus amigos e minhas amigas de Alagoas. Ronaldo Lessa já foi um governador testado e aprovado pelo povo alagoano. Com ele, não tenho dúvidas: Alagoas vai voltar a crescer como o Brasil está crescendo, com desenvolvimento econômico e social, com mais educação e saúde e muito mais segurança. Por isso, peço ao querido povo de Alagoas, que, para governador, vote em Ronaldo Lessa", disse.

Ficha Limpa

Depois de conquistar a declaração de Lula, o candidato ao governo de Alagoas se prepara agora para o julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que deve apreciar ainda esta semana a ação que pode confirmar a cassação do registro de candidatura de Lessa, com base da Lei do Ficha Limpa.

Segundo decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Alagoas, Lessa se enquadra na nova lei de inelegibilidade porque foi condenado em 2004, por colegiado eleitoral, por conta de abuso de poder econômico durante a campanha para eleição de prefeito em Maceió. Lessa foi condenado no tribunal alagoano, no dia 5 de agosto, por seis votos a um.

O PDT nacional havia divulgado anteriormente uma nota em que critica a decisão do TRE-AL de barrar a candidatura de Lessa e a chama de "política".

http://eleicoes.uol.com.br/2010/alagoas/ultimas-noticias/2010/09/14/lula-ignora-collor-e-grava-apoio-a-ronaldo-lessa-barrado-pelo-ficha-limpa.jhtm

Marina faz campanha em reduto de defensor da liberação de drogas

Mauricio Stycer
Do UOL Eleições


Com 11% das intenções de voto, segundo o Datafolha, a candidata Marina Silva (PV) reuniu-se com um pequeno número de artistas, “culturetes” e simpatizantes na noite de segunda-feira (13) no Studio SP, casa noturna localizada no coração do Baixo Augusta, no centro de São Paulo.

A balada pertence a Ale Youssef, candidato a deputado federal, namorado da atriz Leandra Leal e amigo de inúmeros artistas. As três principais bandeiras de sua campanha são a defesa do casamento gay, o direito ao aborto e a regulação das drogas – três questões que a candidata evangélica não pode nem ouvir falar.

“Eu sempre fiz a campanha do Gabeira, sem concordar 100%. A diversidade é isso. É a capacidade da gente conviver na diferença. De estabelecer espaço de convergências, mesmo na diferença”, disse Marina ao final do encontro.

A candidata foi recebida ao som da marchinha cantada por Adriana Calcanhoto, que acaba de oficializar seu casamento com a cineasta Suzana de Moraes: “Ela é da Silva, ela é da selva, ela é Marina, ela é gente, gente, gente, Marina presidente”.

Antes do discurso da candidata, um vídeo mostrou o apoio que ela recebe de Leonardo Boff, Marcos Palmeira, Xuxa Lopes, Fernando Meirelles, Caetano Veloso, Lenine, Arnaldo Antunes, Maria Bethania, Gilberto Gil e Wagner Moura.

Destes, apenas Meirelles compareceu ao ato no Studio SP. Apresentado como um “querido amigo”, a quem Marina agradeceu “a ajuda e o envolvimento”, o diretor de “Cidade de Deus” disse aos jornalistas que já está pensando na eleição de 2014. “Pode ser que a eleição não tenha nem segundo turno. Mas esta ideia não é só para hoje. Na próxima eleição esses 10% (dos votos) vão ser 16%”, prognosticou.

Marina também recebeu o apoio de Alex Atala, dono do restaurante DOM, dos atores Julio Andrade (o Arthurzinho de “Passione”) e Chris Couto, do rapper Xis, da fotógrafa Claudia Jaguaribe e do professor e compositor José Miguel Wisnik.

Atala explicou sua presença ao UOL: “Porque sou cozinheiro e meu maior elo com a cozinha é a Amazônia. E o elo da Marina, por outro caminho, é também a Amazônia”.

Amigo de Youssef, Andrade contou que havia acabado de ler uma entrevista com a candidata e ficou “impressionado”. O ator disse não se importar com a proibição da Rede Globo a manifestações públicas de seus funcionários sobre a campanha eleitoral.

Em seu discurso, de 15 minutos, a candidata falou generalidades em típico “marinês”: “Nós resignificamos o tempo todo a cultura”, disse. “A cultura nos remete a este mundo maravilhoso da diversidade”, acrescentou. Ao final, observou: “Não brigo com a foto das pesquisas”, mas pediu empenho aos apoiadores: “Que a gente possa se animar por este Brasil, que pode levantar, sacudir a poeira, dar a volta por cima”.

Em breve entrevista, Marina prometeu, se eleita, alterações na Lei Rouanet, de incentivo à cultura. Anunciou um fundo de R$ 1 bilhão para projetos culturais com recursos que virão depois que “fechar o dreno da corrupção”.

Declarou-se “animadíssima” com a situação da campanha, falou que enxerga “uma onda verde no Brasil inteiro” e explicou que “o apoio de artistas traz a certeza que você está conectado com os núcleos vivos da sociedade”.

Ao final da entrevista, já em pé, Marina contou que não pretende alterar seu título de eleitor, que é do Acre. “Meu marido é que vota em São Paulo. Ele é de Santos e torcedor do Santos. Eu torço para o Palmeiras”.

Convidada a explicar a sua preferência futebolística, a candidata começou a contar: “Meu pai era Botafogo”. Foi interrompida pelo repórter do UOL, que observou, rindo: “Bem melhor”. Na mesma moeda, Marina respondeu: “Desaforado”. E explicou: “Todas as minhas seis irmãs também são Botafogo, por puxa-saquismo. Eu sou Palmeiras”. Por que é verde? – perguntou um repórter. “Vai roubar voto do Serra”, disse outro jornalista. Marina apenas riu.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/14/marina-faz-campanha-em-reduto-de-defensor-da-liberacao-de-drogas.jhtm

Lula diz que Serra "partiu para a baixaria"; Francenildo chama tucano de "oportunista"

Diego Salmen
Do UOL Eleições


O candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, exibiu em seu horário eleitoral obrigatório desta terça-feira (7) o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, que criticou José Serra, candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, por usar seu nome no episódio da quebra de sigilos.

"Eu acho que ele está sendo oportunista. Acho errado que ele está usando a minha honestidade", afirmou Francenido, que também criticou a presidenciável petista Dilma Rousseff sem citá-la nominalmente. "Os dois estão igualando, muito parecidos", disse o caseiro, que declarou voto no PSOL, cujo candidato aparece com menos de 1% das intenções de voto no último levantamento Datafolha.

A aparição de Francenildo se dá em meio a troca de acusações entre as dois principais candidatos sobre a autoria da quebra de sigilo, em setembro de 2009, de pessoas ligadas ao PSDB.Para Serra, as violações foram feitas pela campanha de Dilma na tentativa de obter informações para um dossiê que pudesse incriminar o candidato tucano. A campanha da petista nega. Em sua defesa, o presidenciável tucano citou diversas vezes o nome de Francenildo.

Em 2006,o caseiro afirmou ter visto o então ministro da Fazenda Antonio Palocci em reuniões com lobistas e prostitutas na mansão onde trabalhava, em Brasília. Pouco tempo depois, o sigilo bancário do caseiro foi quebrado. O episódio resultou na saída de Palocci do cargo.

Já a ex-ministra da Casa Civil voltou a exibir depoimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua peça. Lula atacou Serra mais uma vez por conta das acusações envolvendo a quebra de sigilos. "Nosso adversário, candidato da turma do contra (...) resolveu partir para os ataques pessoais e para a baixaria", afirmou o presidente.

O ex-governador de São Paulo, por sua vez, dedicou sua propaganda eleitoral à exibição de obras e investimentos públicos feitos ao longo de sua trajetória política. "Este é José Serra. Preparo. Honestidade. Competência. Um governante testado nas urnas e aprovado pelo povo", afirmou a locução.

Além disso, a peça repetiu as críticas de que Dilma "engana" a população, como já havia sido feito na peça veiculada na tarde desta terça. Segundo o Datafolha, a petista lidera a disputa pelo Palácio do Planalto com a preferência de 50% do eleitorado, contra 28% do candidato do PSDB.

As críticas da campanha tucana à petista por conta da quebra de sigilos foram deixadas de lado mais uma vez. Serra tem evitado o assunto desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou pela primeira vez a campanha tucana por recorrer ao tema. Em comício pró-Dilma realizado no último sábado (4) em Guarulhos (Grande São Paulo), Lula afirmou que “mentira tem perna curta”. As críticas foram repetidas em comício nesta segunda (6) em Valparaíso (GO), também ao lado de Dilma.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/07/lula-diz-que-serra-partiu-para-a-baixaria-francenildo-chama-tucano-de-oportunista.jhtm

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/07/lula-diz-que-serra-partiu-para-a-baixaria-francenildo-chama-tucano-de-oportunista.jhtm

UOL Eleições: Em 2 meses de campanha, Dilma mira empresários e Serra vai para a rua

Cintia Baio
Do UOL Eleições


Após pouco mais de 60 dias do início oficial da campanha para as eleições de 2010, os três principais candidatos à Presidência da República —Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV)— mantiveram-se ocupados com uma agenda que contemplou, no total, 19 dos 27 Estados brasileiros e cerca de 60 municípios.

No entanto, a estratégia adotada pelos presidenciáveis nas 202 visitas feitas ao longo dos dois meses de campanha (até quarta, dia 8) são bem diferentes. Enquanto Dilma concentra esforços em encontros com empresários e políticos, seu principal adversário, José Serra, aposta no corpo-a-corpo com o eleitor. Marina Silva, terceira colocada nas pesquisas de intenção de voto, aposta em eventos com representantes de classe.

Para o cientista político Carlos Melo, o foco diferente das campanhas reflete o que os candidatos precisam transmitir ao eleitorado, além de buscar dar a sensação de que a campanha acontece em todo o país. “Dilma precisa mostrar que não representa nenhum perigo econômico, que é centrada, uma estadista. Logo, aparece em torno de empresários”, aponta o Melo.

De acordo com levantamento feito pelo UOL Eleições, 4 em cada 10 visitas eleitorais feitas pela petista no período estavam ligadas a reuniões e encontros com o empresariado e com aliados políticos. A maioria delas concentrada em Brasília, sede da campanha, e em São Paulo. Já os comícios e caminhadas ocuparam 17% das visitas de Dilma.

Rio de Janeiro, Minas Gerais (dois dos principais colégios eleitorais brasileiros) e Paraná foram outros três Estados no radar da candidata Dilma Rousseff. A petista percorreu as principais capitais desses Estados em 10 momentos diferentes.

De acordo com a última pesquisa Datafolha que avaliou desempenho em Estados, entre 12 e 24 de agosto, Dilma teve um crescimento entre 3 e 4 pontos nessas cidades.

José Serra na rua

Já o foco do tucano José Serra foi caminhar pelas ruas das cidades visitadas acompanhado, na maioria das vezes, por candidatos aliados.

Nos dois últimos meses, Serra foi o presidenciável que mais se movimentou. Foram 76 visitas em 11 Estados diferentes (contra 58 de Dilma e 57 de Marina). Em 30 ocasiões diferentes (41%)—divididas entre 23 cidades—, o candidato foi para as ruas para o corpo a corpo com o eleitor. Encontros com empresários representantes de classe e políticos ocuparam 30% do tempo de campanha do candidato.

“José Serra precisa mostrar que é popular. Logo apela por essas caminhadas no meio da rua, no meio do povo”, comenta o cientista político. Segundo Melo, Serra precisa mostrar que também tem semelhanças com o presidente Lula, que é um “sujeito de origem humilde e modesta”.

No entanto, mesmo com tantas aparições, o candidato tucano amarga uma redução no percentual de votos nas 7 principais capitais brasileiras pesquisadas pelo Instituto Datafolha.

De acordo com o último levantamento, José Serra só ultrapassa Dilma nas intenções de votos em Curitiba (PR), cidade visitada pelo candidato apenas uma vez. No entanto, entre 20 de julho e 23 de setembro, o presidenciável teve uma variação de -7 pontos percentuais na capital paranaense. No mesmo período, Dilma ganhou 7 pontos.

Em São Paulo, Estado “sede” da campanha eleitoral de José Serra e reduto tucano no país, o candidato —mesmo concentrando 50% de suas visitas durante os 60 dias de campanha— também está atrás da petista em intenções de voto. Em um mês (de 20/07 a 24/08), Serra passou de 44% para 36% das intenções de voto. Dilma tinha 30% e foi para 41%.

Rubens Figueiredo, também cientísta político, afirma que, embora a agenda seja corrida, tais visitas agregam muito pouco no quesito conquista de votos. "Nós vivemos em um mundo de comunicação de massa. Aparecer na televisão dá muito mais retorno do que ir até o centro de uma cidade e fazer uma caminhada. A peregrinação agrega muito pouco aos candidatos".

O cientista aponta que uma caminhada no centro da cidade ou um encontro com empresários, por exemplo, serve muito mais como motivação para cobertura da mídia (em telejornais, por exemplo) do que realmente para pedir votos. "Quantos votos o Serra consegue em uma caminhada em uma cidade pequena? Ou a Dilma em um encontro com empresários? O que eles querem é mostrar que se trata de uma campanha nacional e atrair a atenção dos jornalistas", diz Figueiredo.

Para Melo, as viagens só trazem um bom retorno na hora de articular palanques e apoios e plantar candidatura nos Estados. "Isso feito, o candidato passa a ser demandado por seus apoios, por seus candidatos a governador, deputados e senadores”.

Marina e as classes

Enquanto os dois principais colocados na corrida presidencial dividem seu tempo de campanha entre caminhadas, empresários e políticos, a candidata do PV, Marina Silva, inaugura comitês residenciais de campanha e encontra-se com representantes de classes.

Nos últimos 90 dias, a candidata inaugurou cerca de nove comitês, em cinco Estados diferentes. Das 57 visitas feitas em 13 Estados, 14 delas estavam ligadas a encontros com entidades de classe e comunidades carentes.

Na avaliação de Melo, o que está na mira da candidata não é a eleição, mas a construção de uma proposta a longo prazo. “[Marina Silva] está se articulando em torno de setores profissionais, militantes e intelectuais que apresentam uma visão alternativa de mundo e desenvolvimento”, analisa.

A capital paulista é a cidade que mais recebeu visitas da candidata do PV. Foram 32 vezes em dois meses de campanha oficial. Rio de Janeiro também foi foco da presidenciável, contabilizando seis visitas. “Essa presença nos grandes centros também pode estar voltada para as próximas eleições, as municipais. Já imaginou o PV administrando cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro?”, questiona Melo.

Para Figueiredo, Marina Silva escolheu São Paulo como sede de sua candidatura por saber que a maior concentração de pessoas e meios de comunicação está na região Sudeste. "Não faz sentido Marina estar no Acre. Como se trata de uma candidata que está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, precisa ficar o mais próximo possível de centros que distribuem informações", explica.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/09/em-dois-meses-de-campanha-dilma-aposta-em-empresarios-e-serra-vai-para-as-ruas.jhtm