Folha
MÁRCIO FALCÃO
RANIER BRAGON
Coordenador do programa de governo de Dilma Rousseff (PT), o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia afirmou que a campanha ainda não decidiu se o documento será ou não divulgado, apesar de faltar somente 18 dias para as eleições.
"Não tem nada definido, mas também não vejo nenhum problema [em não haver um ato divulgação], nada é confidencial", disse Marco Aurélio, afirmando que o programa da candidata vem sendo apresentado aos poucos na propaganda de TV.
Devido a uma nova exigência da lei, o PT havia protocolado no dia 5 de julho, na Justiça Eleitoral, documento que previa entre outras coisas a taxação de grandes fortunas, a redução da jornada de trabalho e o controle social dos meios de comunicação.
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Por causa da repercussão, entretanto, a campanha substituiu no mesmo dia o documento por outro, retirando os pontos polêmicos, mas mantendo a crítica à mídia. Na ocasião --em que Dilma estava em empate técnico com José Serra (PSDB), de acordo com o Datafolha--, a coordenação da campanha afirmou que a versão definitiva seria apresentada em meados de agosto, mas isso não aconteceu até agora.
Os petistas disseram que o programa iria se resumir a 13 (o número da legenda) diretrizes programáticas. Várias reuniões foram feitas desde então, sob coordenação de Marco Aurélio, mas até agora não há decisão sobre a divulgação ou não do documento, cujos tópicos a Folha já teve acesso.
Entre outras, há as promessas de "expandir e fortalecer a democracia política, econômica e social", "erradicar a pobreza absoluta" e "assegurar a presença soberana, ativa e altiva do Brasil no mundo".
Nos bastidores, integrantes do grupo que elaborou o documento dizem que não há muita razão para divulgação de um texto com possibilidade de ser explorado negativamente na campanha em um momento em que Dilma aparece nas pesquisas em um cenário de vitória em primeiro turno.
Na TV, a campanha tem se limitado a divulgar promessas genéricas como "lutar contra a miséria no Brasil" e algumas poucas específicas, como a criação de 6.000 creches. 2 milhões de moradias e de 500 Unidades de Pronto Atendimento.
TUCANOS
O candidato do PSDB ao Planalto, José Serra, que apresentou em julho à Justiça dois discursos como programa de governo, também não divulgou previsão de quando e se apresentará um documento final com suas propostas.
Segundo interlocutores do presidenciável tucano, Serra já estaria com a versão de um texto, com 270 páginas, que reuniu ideias apresentadas por especialistas, internautas e por aliados nos Estados. Só na internet teriam sido recolhidas mais de 5.000 sugestões.
A expectativa da campanha é de que Serra revisasse o texto no final de semana, para autorização da divulgação, o que não ocorreu.
Nas eleições passadas, os principais presidenciáveis sempre apresentaram suas propostas em documentos específicos.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/799152-programa-de-governo-de-dilma-pode-nao-ser-apresentado-diz-coordenador.shtml
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