A acusação contra a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, de que teria viabilizado negócios do filho na estatal Correios e Telégrafos, contaminou a corrida pelo Palácio do Planalto. José Serra (PSDB) buscou capitalizar a denúncia, Dilma Rousseff (PT) tentou tirar do seu colo o escândalo e Marina Silva (PT) disse que a sucessão de casos de corrupção apequenou o debate político.
Os três mantiveram compromissos em São Paulo. Em visita a uma associação de moradores e de comerciantes de um bairro paulistano, Dilma jogou para o governo a responsabilidade de responder sobre Erenice. “Eu não tenho de provar nada da minha pessoa. Eu não estou sendo acusada de nada. Eu não vou me manifestar sobre esse assunto. É um assunto do governo. Essa é uma questão que não está no âmbito da minha campanha. O governo responderá por ela”, sustentou Dilma.
Reportagem da revista Veja desta semana mostra que Israel Guerra, filho da ministra, intermediou negócios da MTA Linhas Aéreas para acelerar a renovação de permissão para voar, emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e um contrato com os Correios. De acordo com a publicação, Israel Guerra atuou para que a MTA conseguisse contrato de licitação de R$ 84 milhões com a empresa estatal. Esse serviço teria rendido uma comissão de R$ 5 milhões. Em nota, a Anac diz que nada há de ilegal no caso.
A permissão da MTA junto à Anac saiu rapidamente com a ajuda de sua presidente, Solange Amaral. Em 15 de dezembro, a diretoria-colegiada do órgão negou a renovação por falta de documentação que comprovasse regularidade previdenciária. Três dias depois, no entanto, Solange aprovou o pedido da MTA. A diretoria-colegiada só referendou a posição da presidente quase um mês depois, em reunião de 12 de janeiro.
Marina Silva pediu investigação da denúncia. “A denúncia é muito grave e o que está sendo dito exige investigação imediata”, disse. Depois de acusar a Casa Civil de ser um local de maracutaia e de explorar a denúncia contra Erenice no programa eleitoral de sábado, José Serra disse que é Lula seu adversário. “Estou competindo com Dilma, mas é o Lula que está competindo no lugar dela. Ela não faz campanha, não se sabe bem o que pensa”, afirmou o tucano.
Erenice Guerra negou em nota a reportagem da revista Veja e informou que pretende disponibilizar os sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/13/noticia_eleicoes2010,i=212659/DILMA+JOGA+ACUSACAO+DE+LOBBY+DE+FILHO+DE+MINISTRA+PARA+O+GOVERNO.shtml
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