O GLOBO
BRASÍLIA - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, voltou a atacar nesta segunda-feira os recentes escândalos de quebra de sigilos de tucanos na Receita e o suposto tráfico de influência na Casa Civil . Na sabatina na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Serra pediu apoio na luta pelas investigações. O candidato lembrou novamente que a Casa Civil tem sido um foco de escândalo no atual governo. ( Veja a cronologia do caso da quebra de sigilo )
- Esse é o terceiro (escândalo). O primeiro, é o do Valdomiro. O segundo, do Zé Dirceu, e esse agora. Ele é gravíssimo - afirmou Serra.
Ele agradeceu a moção de repúdio que a OAB soltou sobre o episódio e sugeriu que casos como esse vão piorar se sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT), for eleita.
- Se estão fazendo isso numa campanha, imaginem o que farão se chegarem ao governo - afirmou o presidenciável.
Segundo o tucano, as investigações hoje dependem mais da imprensa do que o aparato legal. Serra evitou comentar sobre o pedido de demissão do assessor da Secretaria-Executiva da Casa Civil Vinícius de Oliveira Castro. Para ele, a investigação tem que ser séria e "não apenas de fachada"
- Hoje as vítimas são criminalizadas e os responsáveis vitimizados - disse.
Sem citar o nome da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, ele prometeu acabar com os diferentes lobbys que são infiltrados na administração pública, especialmente na Casa Civil. Serra também ironizou a declaração de Dilma de que a quebra de sigilo da Receita ocorreu em 2009, quando ainda não era candidata à Presidência. Para ele, é uma "desculpa".
- A ideia que ela (Dilma) não era candidatada é hilariante.
Defesa do estado de direito
Na sabatina, o tucano também reiterou a proposta de uma aliança pós-eleitoral com a OAB em defesa do Estado de direito, da democracia e da transparência
- Se eleito eu vou fazer um governo transparente, que defenda o Estado de Direito e não admita a impunidade - afirmou o presidenciável.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, disse que o pedido de Serra terá o apoio da entidade.
- Qualquer luta para a defesa do Estado de Direito, venha de onde vier, terá o apoio da entidade - afirmou Cavalcante.
Ao falar sobre reforma política, Serra também alfinetou Dilma e defendeu mudanças no horário eleitoral gratuito. Para ele, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deveria oferecer um cenário no qual o candidato se apresentaria aos eleitores. Segundo Serra, isso evitaria a terceirização da campanha - em alusão à atuação do presidente Lula nestas eleições - e a transformação do candidato em produto.
Serra também defendeu o voto distrital e o fim do voto compulsório. E propôs a obrigatoriedade de os candidatos participarem de debates. O tucano prometeu ainda que, se for eleito, vai encaminhar ao Congresso uma proposta de reforma política.
Nesta terça-feira, será a vez dos candidatos Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) responderem a perguntas dos diretores e conselheiros federais da entidade. Plínio falará às 10h e Marina às 11h. Dilma não quis participar.
Pimentel diz que vai entrar na Justiça contra Serra
Também nesta segunda-feira, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT), candidato ao Senado em Minas Gerais, informou que vai entrar na Justiça "pela quarta vez" contra Serra. Em nota, Pimentel diz que o tucano tem mostrado "despreparo para um debate político de ideias" e que não vai permitir que os ataques a sua "honra e história política sirvam como instrumento para confundir o cenário político-eleitoral"
No debate entre os presidenciáveis promovido pela "Folha de S.Paulo" e RedeTV no domingo à noite, Serra acusou Pimentel de utilizar dados obtidos pela quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato.
( Leia também: Dilma minimiza denúncia de tráfico de influência que envolve filho de seu ex-braço direito em debate na RedeTV! )
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/09/13/imaginem-que-farao-se-chegarem-ao-governo-diz-serra-sobre-caso-das-quebras-de-sigilo-na-receita-917615108.asp
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