15 de set. de 2010

Dilma diz que não se sente atingida por ataque e defende Erenice

BRASÍLIA (Reuters) - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira que não se sente atingida pelas denúncias de irregularidades na Casa Civil envolvendo a ministra Erenice Guerra e seu filho por suspeita de tráfico de influência.

"Eu não me sinto atingida com essa denúncia. Eu acho essa denúncia mais um factóide", disse Dilma, que reiterou que não vai admitir qualquer tentativa de vincular sua campanha a "problemas havidos com filhos de pessoas do governo".

Segundo reportagem da revista Veja publicada no fim de semana, Erenice estaria envolvida em um suposto esquema de lobby junto ao governo federal comandado pelo seu filho, Israel.

Sobre a viabilidade da permanência da ministra no cargo durante as investigações, Dilma afirmou que Erenice reúne "todos os requisitos para decidir como se comportar". "Tem experiência, tem capacidade e tem compromisso público", afirmou.

"Quem faz isso perde o respeito depois da eleição do povo brasileiro. E perde, inclusive, trajetórias dignas construídas na política", disse Dilma. "A história é implacável com quem calunia sem prova", acrescentou.

Dilma usou de ironia ao ser questionada sobre as declarações dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comício em Joinville na véspera, no qual defendeu que o partido Democratas fosse extirpado da política.

"Para quem disse que ia acabar com a minha raça, não dá para se queixar de nada", disse Dilma, em referência a declarações contra o PT feitas pela oposição, fazendo a ressalva de que à época ela já era filiada ao partido. O então presidente do PFL (hoje DEM) Jorge Bornhausen, devido ao escândalo do mensalão, disse que se veriam "livre dessa raça durante pelo menos 30 anos".

"Eu sou uma sobrevivente de um processo de extermínio", avaliou a candidata. "Nós ganharemos deles no voto. É completamente diferente do que eles queriam fazer conosco. Conosco eles queriam ganhar no golpe", disse.

(Reportagem de Bruno Peres)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE68D0XW20100915

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