Correio Braziliense - Ezequiel Fagundes
Minas Gerais — Em resposta a ataques do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a presidenciável Dilma Rousseff (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto, esquivou-se ontem de responder perguntas sobre as denúncias da oposição, mas fez questão de criticar o DEM em sua passagem pelo Sul de Minas Gerais, em Varginha. Terça-feira, FHC chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “chefe de facção política” e de “autoritário”, em resposta ao petista que, durante um ato de campanha em Santa Catarina, defendeu o fim do DEM na eleição de outubro. “Isso vou comentar”, reagiu Dilma.
Depois de participar de um comício em clima de já ganhou, a candidata petista declarou, durante entrevista, que já deu “bastante satisfação ao eleitorado” sobre as acusações dos adversários e emendou dizendo que, na realidade, o PT é quem foi vítima de uma “política de extermínio” promovida pelo DEM em 2006. Nessa época, os petistas sofriam forte oposição dos democratas por causa do descobrimento do esquema do mensalão.
“Tem uma diferença substantiva entre eles (DEM) dizerem para nós que vão acabar com a nossa raça, foi isso que eles disseram de nós em 2006 — então, era uma política de extermínio — e nós dissermos que vamos ganhar deles na eleição. Ou seja, para tirá-los, tem que ser no voto”, explicou a petista.
Ainda em entrevista, Dilma disse que Lula defendeu a extinção dos democratas dentro de um contexto eleitoral. “Você pode ser derrotado ou vencer, o que nós estamos dizendo é que gostaremos de derrotar o DEM nas eleições, eles são nossos adversários. Não vejo nenhuma manifestação estranha nisso, estranho é fora do processo eleitoral. Estamos no processo eleitoral e foi nesse contexto que o presidente Lula falou. Não dá para tirar do contexto, é errado e, além de ser errado, seria da parte de quem faz uma má-fé”, argumentou.
Dilma participou de comício fechado para cabos eleitorais do PT e do PMDB no ginásio de um colégio particular, no Centro de Varginha. Ela estava acompanhada do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e dos candidatos da base aliada no estado: o senador Hélio Costa (PMDB), candidato a governador; o ex-ministro Patrus Ananias (PT), vice do peemedebista; e o ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, que disputa o Senado.
Em seu discurso, a presidenciável apontou programas vitoriosos do governo Lula que foram implantados na cidade, menciou a importância histórica de se eleger a primeira presidente mulher e prometeu dias melhores para os produtores de café da região. Bastante à vontade, a petista dançou em cima do palanque, balançou os braços, comandou um coro com a plateia e até deu autógrafos em cartazes, camisetas e bandeiras do PT. Nem parecia que estava com o pé machucado.
A visita de Dilma a Varginha não foi agendada. Inicialmente, a petista tinha uma agenda de campanha casada com Lula em Fortaleza, mas como o presidente teve outro compromisso, ela voou para Minas Gerais. Informalmente, especula-se que foi mais um apelo da candidatura de Hélio, que está perdendo terreno para o adversário.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/16/noticia_eleicoes2010,i=213223/DILMA+DEFENDE+POSICAO+DE+LULA+EM+RELACAO+AOS+DEMOCRATAS.shtml
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