31 de jul. de 2010

Ibope indica Dilma com 39% e Serra com 34% das intenções de voto

Estadão

Pesquisa contratada pelo 'Estado' e pela TV Globo dá vantagem à petista; Marina aparece com 7%

Jair Stangler, do Estadão.com.br, e Daniel Bramatti, de O Estado de S.Paulo
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, lidera a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo com 39% das intenções de voto. José Serra (PSDB) aparece com 34%. Marina Silva (PV) mantém 7%. José Maria Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO)e Zé Maria (PSTU) não pontuaram. Brancos e nulos são 7% e indecisos somam 12%.

Em um eventual segundo turno, Dilma teria 46% dos votos e Serra, 40%. Nesse cenário, brancos e nulos somam 6% e indecisos, 8%. Serra tem a maior rejeição entre os presidenciáveis, com 24%. 19% dizem que não votariam na candidata Dilma e 13% dizem que não votariam em Marina.

Na pesquisa Ibope anterior, contratada pela Associação Comercial de São Paulo e realizada entre os dias 27 e 30 de junho, Dilma e Serra apareciam empatados, ambos com 36% no cenário que incluía todos os candidatos. Marina havia registrado 8% na ocasião. Na simulação do segundo turno, Serra e Dilma também estavam empatados, com 43%.

O Ibope realizou 2506 entrevistas em 174 municípios de todo o País entre os dias 26 e 29 de julho. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.A pesquisa está registrada no TSE sob o número 20809/2010.

Mulheres. A vantagem da ex-ministra da Casa Civil chega a oito pontos (27% a 19%) na pesquisa espontânea - modalidade em que os eleitores manifestam suas preferências antes de ler a lista de candidatos.

Dilma tem 11 pontos a mais que Serra no eleitorado masculino (44% a 33%), e empata com o tucano entre as mulheres (35% a 35%). No levantamento anterior, o tucano tinha uma vantagem de sete pontos no eleitorado feminino.

Na divisão geográfica do eleitorado, a petista subiu de 32% para 37% no Sudeste e passou de uma desvantagem de cinco pontos para uma situação de empate técnico. O candidato do PSDB tem 35% no Sudeste, o maior colégio eleitoral do País.

No Nordeste, Dilma tem praticamente o dobro das intenções de voto do adversário (49% a 25%). Em um mês, sua vantagem na região se ampliou de 18 para 24 pontos.

No Norte/Centro-Oeste, houve uma inversão de posições: o tucano liderava por 41% a 33% e agora perde por 40% a 33%.

O Sul foi a única área em que Serra cresceu. Com 46% na região, sua vantagem sobre a adversária passou de 7 para 15 pontos.

Na simulação de segundo turno, o Sul é a única região em que Serra ficaria à frente (50% a 38%) se a votação fosse realizada hoje. Dilma colheria seu melhor resultado no Nordeste (55% a 32%) e ficaria com quatro pontos a mais que o rival no Sudeste e no Centro-Oeste. Com a distância de quatro pontos, os candidatos podem estar empatados no limite da margem de erro - dois pontos a mais em um caso e dois pontos a menos no outro. É um resultado possível, ainda que estatisticamente improvável.

Renda e rejeição. Na divisão do eleitorado por renda, Dilma tem vantagem maior entre os mais pobres. Ela lidera por 38% a 28% entre os eleitores cuja renda familiar é de até um salário mínimo. Na faixa de renda de cinco salários ou mais, a petista aparece com 40% e Serra, com 36%.

O tucano está à frente no quesito rejeição - 24% dos eleitores afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. No caso de Dilma, 19% dão essa resposta.

O Ibope também mediu a expectativa de vitória. Quase metade do eleitorado (47%) acha que a petista será a sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para 32%, o vencedor será Serra.

Governo. O índice de aprovação ao governo Lula é de 77% - soma do eleitorado que considera a administração boa ou ótima. No Nordeste, 86% dos entrevistados veem o governo como ótimo ou bom.

Já o desempenho pessoal de Lula é aprovado por 85%. A nota média atribuída ao governo, em uma escada de zero a dez, foi de 7,9.

Quase um quarto dos entrevistados disseram ao Ibope que seu poder de compra "melhorou muito" nos últimos dois anos. Outros 43% responderam que "melhorou um pouco".

Em relação a quanto se paga de imposto no Brasil, 31% afirmaram que a situação piorou muito ou pouco, enquanto 26% disseram que houve melhora.

Em relação à saúde pública, 38% apontaram melhoras nos últimos dois anos. Para 32%, os serviços pioraram.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ibope-indica-dilma-com-39-e-serra-com-34-das-intencoes-de-voto,588631,0.htm

30 de jul. de 2010

Marina prega voto em candidato que aceita ir a debates

Candidata do PV foi a evento no interior de São Paulo acompanhada de assessora do Senado

Jair Aceituno - Agência Estado

BAURU - A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, conclamou os militantes e eleitores de Bauru, no interior de São Paulo, a votarem em candidatos que venham a conhecer nos debates eleitorais. "Temos de destacar a importância do eleitor. Estão querendo dizer ao povo que quem importa é apenas o candidato e que ele decide se vai ou não ao debate, porque não quer correr o risco de se expor. Não é fácil a exposição, mas se a gente não se expõe, as pessoas não nos conhecem", afirmou. "E não é bom escolher para presidente da República e para outros cargos uma pessoa que a gente não conhece direito", defendeu, no comício realizado nesta quinta-feira, 29, em Bauru, interior de São Paulo.

"Tem de parar essa estória de que um candidato só vai nos lugares 100% seguros, com 100% de aplausos, 100% de votos e 100% de puxa-saquismo. Temos de fazer política sendo gente, indo a todos os lugares, onde nos votam, aplaudem ou não votam e vaiam. Isso mostra que candidato também é ser humano", disse Marina.

A caminhada pelo calçadão do centro da cidade, que precedeu o comício, começou por volta das 18 horas e a candidata já encontrou boa parte das lojas fechadas. Mesmo assim, o comício reuniu aproximadamente 300 pessoas, entre militantes e locais. Três prefeitos estiveram presentes. O de Bauru, Rodrigo Agostinho (PMDB), que recebe e acompanha todos os candidatos a presidente e a governador que visitam a cidade, e os de Pederneiras (Ivana Camarinha) e Jaú (Osvaldo Franceschi), ambos filiados ao PV.

Durante a visita, foi registrada a presença da assessora Jane, do gabinete da senadora, que teria viajado a Bauru para expor uma apresentação na reunião de Marina com pastores evangélicos. Questionada, a candidata disse que Jane e outros assessores serão exonerados na próxima semana para poderem se integrar oficialmente à campanha.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,marina-prega-voto-em-candidato-que-aceita-ir-a-debates,587856,0.htm

Aécio e Anastasia escondem Serra em material de campanha

Folha

RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, tem aparecido de forma tímida no material de campanha do ex-governador Aécio Neves e do governador Antonio Anastasia, seus aliados tucanos em Minas Gerais.

A reportagem pediu cartazes, adesivos e santinhos em quatro comitês da campanha de Anastasia em Belo Horizonte. Em três deles, nada existia com a foto de Serra.

No último deles, só após pedido específico de algo com o candidato presidencial, foram entregues adesivos com o rosto de Serra --acompanhado apenas dos nomes dos tucanos mineiros.

Além do "Serra solitário", único material obtido com a imagem do candidato, foram pegos outros dez modelos diferentes da campanha de Anastasia. Apenas cinco deles tinham Serra, mas só o nome dele nos cantos e em tamanho reduzido.

Os materiais mais populares nas ruas de BH são os adesivos só com Anastasia, candidato à reeleição, ou dele acompanhado apenas de Aécio e Itamar Franco (PPS), candidatos ao Senado.

DILMA

A situação contrasta com a farta exposição de Dilma Rousseff (PT) no material de campanha de Hélio Costa (PMDB) ao governo mineiro.

No comitê do peemedebista, a reportagem obteve seis tipos de impressos, todos com referências a Dilma _quatro deles com a imagem da petista acompanhada de seus aliados mineiros. Há ainda distribuição de material produzido pela campanha nacional do PT.

Anteontem, em visita a BH, Serra disse não considerar "grave" sua menor exposição. "É uma coisa que se corrige com enorme facilidade", disse. Ele disse ver "pleno empenho" de Aécio em sua campanha presidencial.

A campanha de Aécio e Anastasia informou que produz até 20% do material sem Serra para atender aos partidos da coligação que não apoiam o tucano para presidente, como PR, PDT e PSB.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/774984-aecio-e-anastasia-escondem-serra-em-material-de-campanha.shtml

"Ala conservadora do PMDB está com Serra", diz Quércia

Folha

O ex-governador de São Paulo e candidato ao Senado Orestes Quércia (PMDB) afirmou que o apoio ao candidato
Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, não abala a aliança nacional feita entre PMDB e PT.

"Ala conservadora do PMDB está com Serra", afirmou Quércia após a sabatina com o candidato tucano ao governo do Estado, promovida pelo UOL e pela Folha nesta quinta-feira.

Apesar de apoiar Alckmin, Quércia ofereceu apoio incondicional ao presidente do partido, Michel Temer, para assumir o posto de vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) na eleição presidencial.



SABATINAS

Além de Alckmin, participaram das sabatinas os candidatos Aloizio Mercadante (PT) e Celso Russomanno (PP).

CRITÉRIO

O critério utilizado foi a colocação em pesquisa de intenção de votos feita pelo Datafolha. Assim, o mais bem posicionado nas pesquisas foi o último a ser sabatinado.

Os candidatos foram sabatinados por Fernando Canzian, repórter especial da Folha, Mônica Bergamo, colunista da Folha, Denise Chiarato, editora de Cotidiano, e Irineu Machado, editor-executivo do UOL Notícias.

Durante duas horas, os candidatos responderam a perguntas dos entrevistadores, da plateia --em questões feitas por escrito-- e de internautas, exibidas em vídeo. Folha e UOL farão um debate com os candidatos ao governo de São Paulo no dia 17 de agosto.

No dia seguinte, a Folha e o UOL promoverão um debate com os presidenciáveis José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), conforme documento assinado por representantes das três campanhas na sede do jornal.

Na televisão, a Folha, em parceria com a Rede TV!, promoverá um debate presidencial em 12 de setembro. Se houver segundo turno das eleições, um novo programa irá ao ar no dia 17 de outubro.

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/774959-ala-conservadora-do-pmdb-esta-com-serra-diz-quercia.shtml

Campanha de Dilma cria G7 para centralizar decisões

Folha

A campanha petista ampliou há poucas semanas sua coordenação política para integrantes de partidos aliados, mas quem dá as cartas na estratégia eleitoral há pelo menos seis meses são apenas sete pessoas, informa reportagem de Ana Flor, publicada nesta sexta-feira pela Folha (íntegra somente para assinantes do jornal e do UOL).

Sob a liderança do presidente Lula e a chancela da candidata Dilma Rousseff, a cúpula inclui o ex-ministro Antonio Palocci, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o publicitário João Santana, o ministro Franklin Martins (Comunicação Social) e Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente.

Foi nos jantares semanais no Palácio da Alvorada que se decidiu as alianças nos Estados --Minas, por exemplo, consumiu horas de debates.

Na última reunião do grupo, dia 19 --ela não ocorreu nesta semana-- ficou definido que o PT não iria entrar com representação no Conselho Nacional do Ministério Público contra a vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau.

Editoria de Arte/Folhapress 


29 de jul. de 2010

PT espera fazer maior ato da campanha no Rio Grande do Sul

Expectativa é reunir entre 8 mil e 10 mil pessoas no Gigantinho no comício que contará com Dilma Rousseff e Tarso Genro

iG

Ricardo Galhardo, enviado a Porto Alegre

O PT espera realizar no final da tarde desta quinta-feira (29), em Porto Alegre, o maior ato da campanha eleitoral até agora. A expectativa é reunir entre 8 mil e 10 mil pessoas no Gigantinho no comício que contará com a presença dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e à Presidência, Dilma Rousseff.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre agenda oficial no Estado, também participará do evento. Tarso, que aparece à frente das pesquisas mas em empate técnico com José Fogaça (PMDB), espera pegar uma carona na popularidade de Lula e alavancar não apenas a sua candidatura como a de Dilma, que amarga o pior desempenho nas pesquisas na região Sul.

O candidato chegou a dizer para Lula que aguardava 15 mil pessoas no comício.

Outra presença aguardada é a do ex-governador Alceu Colares, do PDT, partido que integra a coligação de Fogaça. O apoio de pedetistas rebeldes à candidatura de Tarso tem sido o centro do debate eleitoral no Estado. Líderes do PDT gaúcho ameaçam pedir a intervenção do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, para enquadrar os rebeldes.

http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/pt+espera+fazer+maior+ato+da+campanha+no+rio+grande+do+sul/n1237731739987.html

'Quero uma base que não seja baseada em favores', diz Marina

Candidata do PV afirmou que é possível governar o País sem a política de troca de favores

Daiene Cardoso - Agência Estado

SÃO PAULO - Em entrevista à Rádio Auri-Verde de Bauru, interior de São Paulo, a candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta quinta-feira, 29, que é possível governar o País sem a política de troca de favores. "Se a gente continuar nutrindo essa mentalidade, isso nunca vai acabar", afirmou a candidata, que pertence a uma chapa sem alianças.

Se eleita, Marina diz que vai trabalhar com disposição de diálogo para convencer o Congresso de Nacional aprovar seus projetos. "Quero uma base (política) que não seja baseada em favores e fisiologismo", completou. Para Marina, há parlamentares desprovidos de interesses pessoais e citou como exemplos os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Pedro Simon (PMDB-RS), e a vereadora de Maceió e ex-senadora Heloísa Helena (PSOL). "Eu mesma sempre votei naquilo que eu tenho convicção."

Ao comentar as recentes pesquisas de intenção de voto, Marina disse estar satisfeita com os números, uma vez que o tucano "(José)Serra tem sua candidatura posta desde que perdeu as eleições" (referindo-se à eleição presidencial de 2002) e a petista Dilma (Rousseff), "o presidente Lula tem falado nela há quase três anos".

Boca a boca. A candidata do PV afirmou que conta apenas com a mobilização espontânea dos simpatizantes de suas propostas e fez um apelo para que os eleitores acabem com as velhas tradições da política brasileira. "Os meus concorrentes, se chegarem lá, vão achar que ganharam por causa das alianças que têm, pelo poder econômico que têm, pelas estruturas que têm", reforçou. "Se eu ganhar, só terá um segmento responsável pela minha vitória: o povo brasileiro", emendou.

Na entrevista, Marina destacou sua origem humilde e disse ter conhecido o pior e o melhor da educação e da saúde no Brasil. A candidata repetiu a tese de que é chegado o momento de o País ter uma mulher na liderança do governo federal. "Uma mulher na Presidência da República, que conhece com profundidade a vida de seu povo, será capaz de respeitar os avanços na política econômica, na política social - mantendo inclusive o Bolsa Família - e encarar os novos desafios", defendeu.

Nova direção. Na semana em que lançou a segunda versão de suas diretrizes de governo, desta vez com enfoque na segurança, Marina Silva voltou a questionar a falta de investimentos no setor e o baixo salário dos policiais em São Paulo e Rio de Janeiro. "Se a gente olhar para São Paulo, um dos Estados mais ricos da Federação, como é que a gente vai combater a violência e o tráfico de drogas com o policial recebendo um dos piores salários do País?", questionou em uma alfinetada ao governo de São Paulo que é comandado pelo PSDB.

De acordo com a candidata, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixará sua marca na área social e Fernando Henrique Cardoso se destacou na área econômica, ela quer ser lembrada pelo seu esforço nas áreas de saúde, educação, segurança e meio ambiente.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,quero-uma-base-que-nao-seja-baseada-em-favores-diz-marina,587678,0.htm

Dilma terá 72 inserções a mais que Serra na TV

AE - Agência Estado

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, terá 46% a mais de exposição que seu adversário José Serra (PSDB) nas inserções de propaganda eleitoral - vídeos e áudios de 30 segundos que são considerados os instrumentos mais efetivos de marketing político nas campanhas. Dilma ocupará 115 minutos - terá direito a 230 inserções. Serra ficará com 79 minutos, ou 158 inserções. A desvantagem do tucano, no total, será de 72 inserções ou 36 minutos - quase 50 segundos por dia.

Nos 45 dias do horário eleitoral relativo ao primeiro turno, os brasileiros serão submetidos a um bombardeio de 22 horas e meia de inserções, distribuídas ao longo dos intervalos comerciais de cada uma das emissoras de rádio e televisão. No caso específico da propaganda dos candidatos a presidente, serão 4 horas e meia de inserções ao longo dos 45 dias.

As inserções são vistas pelos marqueteiros políticos como as armas mais poderosas de propaganda porque elas chegam de surpresa aos eleitores, misturadas à publicidade comercial e em horários diversos. Mesmo os espectadores desinteressados em política as assistem.

A candidata do PT terá tempo maior nas inserções porque a legislação determina que dois terços desse tempo sejam distribuídos de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos ou coligações eleitas para a Câmara dos Deputados. O tempo restante é dividido igualmente entre todos os candidatos.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-tera-72-insercoes-a-mais-que-serra-na-tv,587652,0.htm

Dilma quer desconstruir imagem de Serra como gestor

AE - Agência Estado

O comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência prepara estratégia para desconstruir o discurso de bom gestor do adversário do PSDB, José Serra. A ideia é explorar a velha tática do medo de mudança e apontar "pontos fracos" do tucano como ministro da Saúde e do Planejamento, governador e prefeito de São Paulo. Os programas sociais desenvolvidos pelo tucano estão na mira do PT, que pretende enlamear sua fama de administrador eficiente.

Em reuniões realizadas ao longo da semana, a equipe de Dilma chegou à conclusão de que o melhor momento para pôr em prática a estratégia será no debate da TV Bandeirantes, em 5 de agosto. Ex-ministra da Casa Civil, Dilma vai jogar os holofotes sobre o Bolsa-Família e a segurança pública. Na avaliação do comitê petista, os programas sociais representam para Serra, na atual disputa, o mesmo problema que as privatizações representaram para o então candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) - hoje postulante ao governo paulista - na eleição de 2006.

"Eu acho impossível Serra dobrar o Bolsa-Família", afirmou Dilma, numa referência à promessa do rival. "Aliás, no período em que ele foi governador, o programa Renda Cidadã diminuiu." A candidata do PT tem números na ponta da língua para atacar Serra e repete como mantra que "quando o PSDB pôde mais, fez menos". "Serra promete o que ele não fez e vamos apresentar esse contraponto na campanha", insistiu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-quer-desconstruir-imagem-de-serra-como-gestor,587625,0.htm

Marina abandona ideias de campanhas anteriores do PV

Folha

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

Descriminalização da maconha e do aborto, fim do serviço militar obrigatório, criação de "ecotaxas" para coibir o consumo de gasolina e a produção de automóveis.

Estas são algumas bandeiras que marcaram as duas primeiras candidaturas do PV à Presidência, mas foram descartadas pela campanha de Marina Silva em 2010.

À exceção das causas ecológicas, as diretrizes do programa de governo da senadora pouco lembram as plataformas de Fernando Gabeira, em 1989, e Alfredo Sirkis, em 1998. Os dois receberam menos de 1% dos votos.

Apresentado por Marina anteontem, o documento "Juntos pelo Brasil que queremos" evita polêmicas que possam contrariar o eleitor conservador, os militares ou as convicções religiosas da candidata, que é evangélica.

Na área econômica, promete manter a política vigente e condena a criação de novos impostos, num aceno a empresários e doadores.

MACONHA

A liberação da maconha, defendida por Gabeira em 89 e prevista até hoje no programa do PV, foi um dos itens "esquecidos" por Marina.

Sua plataforma tem uma única frase sobre o tema, sem citar a droga ou emitir opinião: "Discutir com a sociedade a política de drogas e investir no esclarecimento, na prevenção e no tratamento dos dependentes".

A descriminalização do aborto, prevista na primeira campanha verde e no documento partidário, também sumiu da pauta. Em entrevistas, a candidata sugere um plebiscito sobre o assunto.

Na primeira eleição direta para o Planalto após a ditadura, Gabeira aparecia na TV entre tanques e canhões para defender o fim do serviço militar. O alistamento segue obrigatório, mas a causa nem sequer é mencionada na cartilha verde de 2010.

Ao justificar a mudança no discurso do PV, Sirkis sugeriu que as campanhas anteriores não foram para valer: "Minha candidatura foi para tornar o partido mais conhecido. Nem nos sonhos mais delirantes passou pela nossa cabeça a ideia de ganhar".

"As diretrizes de Marina têm componentes de sonho, mas é um sonho factível", acrescentou ele.

Candidato ao governo do Rio, Gabeira disse ter usado a disputa presidencial de 89 para divulgar teses "ligadas ao Parlamento". "Na verdade, nenhum partido resolve essas questões", reconheceu, 21 anos depois.

"O PV tinha pretensões minoritárias e agora está introduzindo questões que preocupam o cidadão comum. Mas não há uma distância tão abissal entre o presente e o passado", afirmou.

Na terça-feira, Marina não quis comentar a guinada na plataforma verde. Ontem, o coordenador da campanha de Marina, João Paulo Capobianco, disse à Folha que o partido só mudou em temas "não estruturais".

"São coisas diferentes. O programa do PV mantém várias dessas questões que se chamam de libertárias. Visões do partido que não são consideradas estratégicas não precisam estar na plataforma de governo", afirmou.

Ele também invocou a "cláusula de consciência" introduzida no programa do PV em agosto de 2009, quando a senadora se filiou ao partido. O objetivo da alteração foi permitir à futura candidata à Presidência divergir da sigla por razões religiosas.

Sobre o sumiço das "ecotaxas", previstas no programa de Sirkis e rejeitadas pelo empresariado, Capobianco disse: "Queremos induzir práticas sustentáveis, mas sem aumentar impostos".

http://www1.folha.uol.com.br/poder/774352-marina-abandona-ideias-de-campanhas-anteriores-do-pv.shtml

PT diz que não financiará campanha de aliados

Folha

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

A equipe da candidata Dilma Rousseff decidiu que não irá assumir o financiamento de campanhas de partidos aliados na eleição de 2010, como já ocorreu no passado.

Segundo relato de um assessor da petista, cada um terá de cuidar diretamente do financiamento de sua eleição neste ano.

O PT, contudo, não deixará de ajudar pelo menos indiretamente os aliados. A estratégia será pedir a empresários que financiem alguns candidatos da coligação.

Ou seja, em vez de receber doações de campanha e repassá-las a candidatos da base governista, a orientação será solicitar que as empresas depositem diretamente na conta desses aliados.

A decisão foi tomada pelos coordenadores da equipe de Dilma na busca de tentar evitar perda de controle sobre gastos e montagem de operações pós-campanha para quitar dívidas de aliados.

Segundo um assessor petista, o partido não quer correr riscos de ser acusado de bancar um novo mensalão --esquema de distribuição de recursos a aliados ocorrido no primeiro mandato do presidente Lula, que está sob julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).

Uma das explicações dadas por partidos da base aliada, flagrados recebendo dinheiro do mensalão do PT, é que o dinheiro de caixa dois seria usado para pagar dívidas de campanha.

A decisão foi tomada depois que a equipe de Dilma começou a ser procurada por candidatos que apoiam a petista, como um candidato a governador pelo PSB, em busca de recursos.

CONTATOS

Os contatos com os aliados serão centralizados no presidente do PT, José Eduardo Dutra, um dos principais coordenadores da campanha de Dilma Rousseff.

O presidente do PT ficará responsável por atender os partidos da coligação e indicar a eles quais empresários deverão procurar.

Além de PT e PMDB, participam da coligação em torno de Dilma PSB, PDT, PC do B, PR e PSC. A expectativa é que a chapa de Dilma arrecade R$ 157 milhões para financiar apenas os gastos da campanha presidencial.

Desse total, a previsão é gastar R$ 110 milhões no primeiro turno, ficando os R$ 47 milhões restantes para um eventual segundo turno.

Centralizando esses gastos na disputa presidencial, o comando da campanha petista espera ter mais controle sobre as contas eleitorais e evitar questionamentos futuros.

Editoria de Arte/Folhapress




http://www1.folha.uol.com.br/poder/774488-pt-diz-que-nao-financiara-campanha-de-aliados.shtml

Dilma e Lula reforçam agenda contra vantagem de Serra no Sul

João Guedes
Do UOL Eleições

Em desvantagem nas pesquisas em relação ao tucano José Serra entre os eleitores do Rio Grande do Sul, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, concentra a campanha no Estado nesta semana, com o reforço da presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciando obras de estradas e habitação.

O desafio é reverter o quadro apontado pelo Datafolha no último final de semana. Levantamento encomendado pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo Grupo RBS indica Serra com 46% da preferência dos eleitores do RS, contra 33% de Dilma e 8% de Marina na pesquisa estimulada.

A maratona começa na quinta-feira (29) pela manhã. Na capital gaúcha, Lula vai se dedicar a eventos para confirmar medidas cujo apelo se estende da Região Metropolitana ao interior gaúcho.

Serão assinados convênios com prefeituras da região para empreendimentos de moradia popular do programa Minha Casa, Minha Vida. Também será assinada ordem de serviço para duplicação da BR-386 – principal ligação entre Porto Alegre e o Norte do Estado – em trecho de 33,8 quilômetros entre os municípios de Tabaí e Estrela.

A sequência de anúncios segue ainda em Porto Alegre, com o lançamento de licitação para duplicação da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, e se estende à tarde, quando Lula participa de cerimônia de entrega de máquinas agrícolas a agricultores familiares em Santa Cruz do Sul (a 179 quilômetros de Porto Alegre).

No fim da tarde de quinta-feira, Dilma chega a Porto Alegre para participar de um comício no Ginásio Gigantinho. Vai discursar ao lado de Lula e do candidato petista ao governo gaúcho, o ex-ministro Tarso Genro. É a primeira vez que o presidente e a ex-ministra participam juntos de uma atividade no Estado desde o início do período oficial de campanha.

No dia seguinte, Lula segue para o interior gaúcho. Vai a Santana do Livramento (a 500 quilômetros de Porto Alegre), na fronteira com o Uruguai, para encontro com o presidente do país vizinho. Dilma, por sua vez, tem café da manhã com prefeitos, vereadores e deputados dos partidos membros da coligação nacional, reforçados por líderes locais de PTB e PP. Na reunião, Dilma deve pedir engajamento na campanha e afinar o discurso em torno da candidatura no interior gaúcho.

O coordenador da campanha de Dilma no RS, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, afirma que a presença da ex-ministra e de Lula no Estado na quinta e na sexta-feira fazem parte do esforço de campanha para angariar votos nos estados do Sul. Mas admite, entretanto, que a vantagem de Serra nas pesquisas também motivou a elaboração do roteiro. “Onde estamos perdendo, temos de ir atrás para ganhar”, disse Vanazzi.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/07/29/dilma-e-lula-reforcam-agenda-contra-vantagem-de-serra-no-sul.jhtm

28 de jul. de 2010

Dilma quer brasileiros, no mínimo, na classe média

Candidata do PT diz ter como primeiro compromisso erradicação da miséria

ANNA RUTH DANTAS - Agência Estado

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou que o primeiro compromisso do seu plano de governo será de erradicar a miséria. Ela afirmou que deseja, caso seja eleita, conduzir todos os brasileiros ao padrão de vida de classe média. "Temos que fazer com que o País se eleve. Quase 70% da população está acima da classe C. Temos que conduzir todos os brasileiros ao padrão de vida de classe média. Essa a nossa missão e nosso compromisso primeiro", disse a petista, em palestra na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em natal (RN).

"De nada adianta um ponto porcentual no PIB (Produto Interno Bruto) se não melhorar a vida do brasileiro. O primeiro compromisso que eu tenho é com a erradicação da miséria nesse País. Ele é o cerne do plano de governo, o desenvolvimento que queremos para os 190 milhões de brasileiros", afirmou. Dilma disse que 31 milhões de brasileiros chegaram à classe média com ações do governo federal.

Educação. A ex-ministra da Casa Civil também defendeu a melhoria salarial dos professores e disse que essa uma questão fundamental para uma educação de qualidade. "Sem salário digno não há milagre. Se quisermos ter também pessoas que sejam capazes de ao longo de sua vida virarem pesquisadores e tecnólogos, temos que pagar bem o professor", disse. "Essa é uma questão que não pode estar nas gavetas, falar só em qualidade na educação e não falar desse ponto não adianta."

Dilma enfatizou a experiência que teve no governo federal, o que, segundo ela, lhe proporciona condições para administrar o País, caso seja eleita. "Temos condições de discutir concretamente nosso futuro. Temos condições porque temos experiência de governo", afirmou a petista.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-quer-brasileiros-no-minimo-na-classe-media,587214,0.htm

Marina admite governar com 'melhores do PT e PSDB'

AE - Agência Estado

Em entrevista hoje à rádio ABC, a candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, reafirmou o propósito de governar, se eleita, com "os melhores do PT e do PSDB". A candidata admitiu que teria, em seu governo, os adversários José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) por suas qualificações como gestores, mas que não trata desse assunto porque "neste momento eles são candidatos".

"A maioria no PT é de pessoas honestas", disse a candidata, ao lembrar sua trajetória de 30 anos no partido. Durante seus eventos de campanha, Marina tem condenado a troca de acusações entre os candidatos e o fisiologismo dos partidos que apoiam seus adversários. Segundo a candidata, a proposta de sua campanha é governar com os melhores perfis dos partidos, seja do PSDB, DEM, PT ou PMDB. "Minhas alianças são programáticas", costuma dizer.

Marina reforçou que não pretende fazer campanha "desqualificando" seus adversários. "Não me coloco nesse lugar ridículo", alfinetou, durante a entrevista. De acordo com a candidata, sua principal divergência com Dilma e Serra está na visão de crescimento e sustentabilidade. "Os dois não conseguiram entender a questão ambiental, meio ambiente e desenvolvimento não são coisas antagônicas", concluiu.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,marina-admite-governar-com-melhores-do-pt-e-psdb,587200,0.htm

Marina promete fim do 'desperdício' nos gastos públicos

DAIENE CARDOSO - Agência Estado

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, defendeu a manutenção da política econômica do atual governo, mas reafirmou que, se eleita, vai dar prioridade à redução dos gastos públicos. "Vamos acabar com o desperdício", disse ela, em entrevista dada hoje à rádio ABC, em São Paulo. A proposta, apresentada ontem, está entre as diretrizes de programa de governo da candidatura e prevê a limitação de gastos à metade do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

"A política econômica está dando certo. Não dá para brincar com algo tão importante", afirmou Marina, ao dizer que não pretende mudar os fundamentos da política econômica. No entanto, ela criticou a aplicação da taxa de juros como única forma de controle da inflação. Segundo Marina, é preciso que o governo profissionalize o Estado e reduza o desperdício.

Ao recordar sua origem humilde no Acre, o analfabetismo até os 16 anos e a vida de empregada doméstica, Marina contou que quer ser presidente "para que os pobres continuem a ter oportunidades". A candidata ressaltou que é preciso ir além dos 25 milhões de brasileiros que saíram da pobreza durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Quero ser a primeira mulher de origem humilde presidente da República", completou.


''Terceira via''

Durante entrevista de mais de 40 minutos, Marina defendeu a candidatura de "terceira via" do PV por não ser "nem de oposição nem de situação". "Não sou de direita nem de esquerda, estou à frente", brincou. Ela condenou também a "política comandada pelos velhos caciques" e propôs o que chamou de "nova política". "Não quero ganhar de qualquer jeito, a qualquer custo", disse a candidata, ao negar que venha atacando ou desqualificando seus adversários. "Não me coloco nesse lugar ridículo."

Marina reafirmou o objetivo de criar as bases para a implementação de reformas (tributária, política, trabalhista) e acrescentou uma nova reforma: a da segurança pública. De acordo com a candidata, é preciso investir em inteligência para combater o crime organizado, melhorar o salário dos policiais e garantir a aplicação dos direitos humanos aos presos "amontoados nas cadeias". "É fundamental dar segurança para as pessoas", defendeu.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,marina-promete-fim-do-desperdicio-nos-gastos-publicos,587147,0.htm

Ciro supera mágoa, encontra Dilma e até gravará para TV

AE - Agência Estado

Depois de dizer que o candidato do PSDB, José Serra, é o "mais preparado" para enfrentar qualquer crise nos próximos anos, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) vai se reconciliar com a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT). Dilma e Ciro vão almoçar juntos amanhã, em Brasília. No cardápio está a participação dele na campanha petista. Com a ajuda do governador de Pernambuco, Eduardo Campos - que preside o PSB -, a equipe do PT convenceu Ciro a gravar um depoimento para o programa de TV de Dilma no horário eleitoral gratuito.

Desde que foi obrigado pela cúpula do PSB a desistir da disputa ao Palácio do Planalto, Ciro deu várias estocadas no PT, no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em sua própria legenda. "Não me peçam para ir à TV declarar o meu voto, que eu não vou", desabafou ele, em abril, após afirmar que Lula estava "navegando na maionese".

No auge das alfinetadas, Ciro submergiu, furioso com o diagnóstico de Lula de que deveria haver apenas um candidato da base aliada para enfrentar Serra. Não apareceu nem no ato político do PSB, há nove dias, quando o partido entregou a Dilma as propostas para o programa de governo e declarou apoio a ela.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ciro-supera-magoa-encontra-dilma-e-ate-gravara-para-tv,587123,0.htm

Serra e Dilma intensificam críticas

Sucessão. Presidenciáveis do PSDB e PT têm ajustado o discurso de acordo com a plateia, não apenas ao fazer promessas, mas ao relacionar o adversário a riscos de retrocessos sociais, econômicos e institucionais propagados como verdades absolutas por ambos

Julia Duailibi, Adriana Carranca, Anne Warth, Daniel Bramatti, Ana Paula Scinocca e Monica Bernardes, Especial Para o Estado - O Estado de S.Paulo

Apesar das promessas do PT e do PSDB de que campanha eleitoral não seria negativista, os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) têm pontuado discursos e entrevistas com ataques diretos e insinuações que relacionam os adversários a riscos de retrocessos sociais, econômicos e institucionais.

Ontem, Dilma acusou Serra de baixar o nível da campanha, além de estar por trás dos ataques promovidos por seu companheiro de chapa, Índio da Costa (DEM). Foi uma resposta à reprodução feita pelo tucano, em encontro com cerca de 400 empresários, de frase do líder dos sem-terra João Pedro Stédile, segundo a qual em caso de eventual vitória da petista haveria aumento das invasões no campo.

Os dois presidenciáveis têm ajustado o discurso de acordo com a plateia, não apenas ao fazer promessas, mas também ao relacionar o adversário a questões controversas.

O principal foco dos tucanos tem sido vincular o PT a supostos atos ilegais ou clandestinos, como invasões de terras, conexões com a guerrilha colombiana, loteamento do Estado e violação de sigilo fiscal. O vice de Serra, por exemplo, vinculou os petistas às Farc. Na segunda-feira, esse tema serviu para o próprio Serra investir contra a política externa de Lula e seu apoio ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Até as árvores da floresta amazônica sabem que as Farc se abrigam na Venezuela", afirmou Serra, para quem Chávez é uma "ameaça" à paz regional.

Medo. Ontem no Recife, Dilma contra-atacou. "Vamos vencer o medo que eles tentam espalhar, com a competência, com o crescimento econômico, com o Bolsa-Família. Vamos vencer as ameaças de terror porque temos hoje um patrimônio que é de toda a população brasileira, que é o governo Lula", afirmou à noite.

Os petistas também não perdem a oportunidade de apontar nos adversários a intenção velada de desmontar o aparato social do governo Lula e de promover o retorno de práticas e políticas do governo Fernando Henrique Cardoso, como as privatizações.

Dilma repisou o tema ontem. "No passado, meus adversários deixaram a eleição passar para depois fazer o câmbio flutuar, provocando uma verdadeira pancada na economia nacional. Nós, não fizemos nem faremos nada do tipo. Temos uma posição clara, coerente."

[ ][/ ]A petista tem investido também em um suposto discurso duplo dos tucanos em relação ao principal programa social do governo. "Aqueles que dizem que não vão acabar com o Bolsa-Família são os mesmos que entraram no Supremo Tribunal Federal com uma ação de inconstitucionalidade contra nós, tentando derrubar justamente o Bolsa-Família", disse, no início do mês.

Serra, que no início do ano falava em "ampliar" e "aprimorar" o Bolsa-Família, prometeu dobrar o número de atendidos no dia seguinte ao discurso da adversária.

A ofensiva dos tucanos procura atribuir à campanha adversária uma suposta ausência de valores morais. Apontam no PT a intenção de limitar a liberdade de imprensa e dizem que o partido é contra os direitos humanos e a defesa das liberdades civis.

Para embasar o discurso, os tucanos citam frases do próprio presidente Lula, como comparação entre presos comuns e presos políticos de Cuba. Também usam como exemplo as diretrizes do programa de governo do PT, do qual a candidata recuou em relação a temas polêmicos.

Já Dilma descreve o principal rival como alguém que ameaça a continuidade de iniciativas do governo Lula, como a ampliação de recursos para a agricultura familiar e a concessão de subsídios para a moradia popular. "Ele (Serra) foi ministro duas vezes no governo FHC, e não vi um processo de desenvolvimento de inclusão social dos 190 milhões de brasileiros", disse a petista na quinta-feira, em sabatina promovida pelo portal R7 e pela Record News.

Venezuela. O embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arvelaiz, negou ontem que haja acampamentos permanentes de guerrilheiros, paramilitares ou narcotraficantes colombianos na Venezuela "que contem com autorização ou simpatia do governo" Chávez. E rebateu as acusações de envolvimento de seu país com as Farc. "A República Bolivariana da Venezuela rechaça tais denúncias."


CAMPO DE BATALHA


AS PRINCIPAIS ARMAS USADAS POR PETISTAS E TUCANOS


1 Mídia
Os tucanos acusam o PT de tentar limitar a liberdade de imprensa


2 Programas sociais
Os petistas tentam desqualificar as propostas do PSDB na área social

3 Farc
Tucanos apontam as ligações do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia


4 Estagnação
O PT busca associar o governo Fernando Henrique com a estagnação econômica

5 MST
O PSDB diz que invasões cresceriam com Dilma. O PT acusa tucanos de não dialogar

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100728/not_imp586987,0.php

Marina ajusta programa e foca segurança pública

Tema havia recebido pouca atenção no primeiro texto apresentado pela candidata do PV e era restrito a um tópico; agora passou a ocupar 8 itens

Roberto Almeida - O Estado de S.Paulo

Com apoio de 92 intelectuais e 180 colaboradores via internet, Marina Silva, candidata do PV à Presidência, lançou em São Paulo a versão ampliada de seu programa de governo - último passo antes de apresentar a proposta final. No documento, com 38 páginas, o leque de diretrizes que mais cresceu é o da segurança pública.

O tema, ao lado da saúde, havia recebido pouca atenção no primeiro programa apresentado por Marina dia 10 de junho, data da convenção do PV. Era restrito a apenas um tópico. Agora são oito, abrangendo itens que vão desde a remuneração policial até a modernização das Forças Armadas.

A campanha verde credita o avanço à colaboração da sociedade civil, que demandou mais atenção ao tema, caro ao debate eleitoral, e do cientista político Luiz Eduardo Soares, que chefiou a Secretaria Nacional de Segurança Pública no início do primeiro governo Lula. "A segurança é demanda legítima da sociedade e em campanhas foi historicamente olvidado, tratado como questão menor", justificou Marina.

No documento, ganhou destaque a criação de "Nova Estrutura Institucional da Segurança Pública". A ideia, segundo a campanha, é que essa nova estrutura possibilite a criação de uma carreira única em cada polícia e adapte a política salarial da categoria à importância e riscos da função.

Pela primeira vez, Marina cobra em um documento de campanha uma política criminal e prisional "mais eficiente". O texto defende promoção de penas alternativas e redução do "encarceramento massivo" - ou inchaço da população carcerária no País - e foco para reinserção social do preso.

"Temos a quarta população carcerária do mundo", disse Marina. Segundo Ministério da Justiça, eram 473 mil presos em dezembro passado. "A segurança deve ser entendida como um valor que favoreça, respeite e proteja a vida", emendou. "A vida do preso precisa ser igualmente protegida. E lamentavelmente não é."

Também foi ampliado o tópico sobre "política de drogas e desarmamento". O texto corrobora o apoio da candidata a um plebiscito sobre a legalização da maconha, além de apostar "no esclarecimento, na prevenção e no tratamento dos dependentes".

Metas e prazos. O documento, com sete diretrizes ao todo, apresenta também, pela primeira vez, metas a serem cumpridas caso Marina seja eleita. A principal é com relação ao endividamento do setor público e a capacidade de investimento do Estado: "É fundamental conter o crescimento dos gastos públicos à metade do crescimento do PIB."

A resposta sobre como fazer foi repassada ao candidato a vice de Marina, o controlador da Natura Guilherme Leal. "Não se acredita que seja viável reduzir os gastos nesse momento. Isso será feito evitando o desperdício de forma geral na máquina pública, baseado nos princípios de transparência e governança", avaliou.

Para Leal, que fez duro discurso contra fisiologismo e loteamento político, a opção da candidatura verde é "programática e não pragmática". "É difícil antecipar especificamente onde serão as reduções de gastos, mas há espaços para aumentar a eficiência do Estado", observou.

O documento está aberto a consulta pública e receptivo a propostas. Segundo o coordenador da campanha, João Paulo Capobianco, o programa final será apresentado no início de setembro.


AGENDA

Dilma Rousseff (PT)
Participa da reunião da SBPC, em Natal

José Serra (PSDB)
Cumpre agenda em Minas Gerais

Marina Silva
Dá entrevista à Rádio ABC (SP)

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100728/not_imp587003,0.php

27 de jul. de 2010

Serra defende conclusão de obras de infraestrutura no Tocantins

Tucano prometeu concluir obras de eclusas da hidrovia Tocantins-Araguaia e da Ferrovia norte-sul

Jocyelma Santana, especial para o Estado / PALMAS

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra (PSDB), defendeu a conclusão de obras de infraestrutura para beneficiar o Tocantins, onde participou de eventos de campanha nesta terça-feira, 27.

O presidenciável prometeu, caso seja eleito, concluir as obras das eclusas nas hidrelétricas que já estão em funcionamento e nas que permanecem em construção no Estado. O sistema garante a navegabilidade dos rios, em especial o Tocantins, com a efetivação da hidrovia Tocantins-Araguaia.

Entre outros projetos que Serra defendeu para o Estado estão a conclusão da Ferrovia Norte-Sul (atualmente em fase de construção do trecho entre Guaraí e Palmas) e investimentos em clínicas médicas de especialidades - com ênfase na mulher.

Durante coletiva, o candidato criticou o volume de recursos destinados pelo governo federal à construção do trem bala, que liga o Rio de Janeiro à Campinas (SP). Segundo ele, o montante poderia ser direcionado para melhoria do sistema metroviário urbano das cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014.

Atraso

Com quase duas horas de atraso, o presidenciável chegou a Palmas (TO), onde fez caminhada pela Avenida JK, no centro da capital, acompanhado do candidato ao governo do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB) e seu vice, João Oliveira (DEM). Serra entrou em lojas e cumprimentou eleitores. Alguns comerciantes instalados na avenida decidiram antecipar o fim do expediente temendo tumultos na passagem do candidato.

A caminhada, de um quilômetro, durou cerca de uma hora e meia. No escritório de uma farmácia, durante o percurso, Serra concedeu entrevista coletiva.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-defende-conclusao-de-obras-de-infraestrutura-no-tocantins,586839,0.htm

Dilma e Serra adiantam propostas para área econômica

BRASÍLIA (Reuters) - Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), líderes nas pesquisas de intenção de voto na corrida presidencial, já adiantaram algumas propostas e opiniões sobre economia.

Leia os pontos defendidos pelo tucano e a petista em encontros, discursos, entrevistas e em seus sites:

DILMA (PT-PMDB-PSB-PDT-PRB-PR-PCdoB-PTN-PSC-PTC)

* Prega um Estado forte e presente em áreas estratégicas, mas promete realizar uma reforma administrativa que busque a meritocracia e o profissionalismo dos servidores públicos.

* Sua prioridade será aprovar uma reforma tributária que zere os impostos cobrados sobre os investimentos, reduza a carga sobre a folha de pagamentos das empresas e simplifique o sistema tributário nacional. Para viabilizar a aprovação das medidas no Legislativo, quer a criação de um fundo de compensação a Estados e municípios.

* Defende a desoneração de setores como o de bens de capital e bens duráveis.

* Manterá o tripé da política macroeconômica: sistema de meta de inflação, regime de câmbio flutuante e controle fiscal.

* Manterá a meta de superávit primário em 3,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

* Quer reduzir a relação dívida/PIB para cerca de 30 por cento. Atualmente, o indicador está em cerca de 41 por cento.

* Promete incluir 2 milhões de trabalhadores rurais no programa federal de auxílio à agricultura familiar.

* Quer aperfeiçoar os mecanismos de crédito. É a favor do uso dos bancos públicos para aumentar a oferta de crédito no país.

* Pretende compatibilizar a agricultura familiar e o agronegócio, assegurando crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores e, ao mesmo tempo, apoiando os grandes produtores.

SERRA (PSDB-DEM-PPS-PTB-PMN-PTdoB)

* Defende o "ativismo governamental" a fim de garantir o desenvolvimento do país, mas com cortes nos gastos para aumentar os investimentos públicos.

* Priorizará o setor produtivo, focando a indústria.

* Quer ter um ministro da Fazenda e um presidente do Banco Central que pensem da mesma forma, diferentemente do que ocorre algumas vezes no atual governo.

* Promete uma política de câmbio e juros que priorize o desenvolvimento do país. Serra considera a Selic elevada e o câmbio valorizado.

* Mas também defende o atual tripé econômico formado por metas de inflação, responsabilidade fiscal e regime de câmbio flutuante.

* Promete aumentar o gasto público menos do que o PIB a fim de aliviar a carga tributária.

* Instituirá um seguro rural e assegurar uma garantia de preços para produtos agrícolas.

* Pretende incentivar a produção de defensivos agrícolas genéricos e "transgênicos verde-amarelo".

* Promete acabar com a cobrança de PIS/Cofins sobre obras de saneamento básico.

* Quer modernizar a Lei de Licitações.

* Promete apoiar os exportadores com o objetivo de tornar seus produtos mais competitivos.

* Terá uma política destinada às agências reguladoras voltada à regulamentação e normatização, "um cuidado que vem sendo esquecido mas é fundamental para pautar investimentos".

* É contra a concessão de empréstimos subsidiados pelo BNDES para a aquisição ou fusão de empresas, o que tem sido feito pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva.

* Promete enviar ao Congresso uma emenda constitucional para tornar permanente a Zona Franca de Manaus.

(Reportagem de Fernando Exman e Maria Carolina Marcello)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE66Q0NK20100727

Candidatos apresentam propostas para diversas áreas

BRASÍLIA (Reuters) - Os principais candidatos à Presidência da República, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), já adiantaram algumas de suas propostas para as diversas áreas de atuação do governo. No entanto, apenas em alguns casos eles detalham os projetos.

Leia abaixo os pontos defendidos pelo tucano e pela petista:

SERRA (PSDB-DEM-PPS-PTB-PMN-PTdoB)

* Quer aprovar uma reforma política com voto distrital para municípios com mais de 200 mil habitantes já para as eleições de 2012.

* Acabar com indicações políticas para cargos de direção em agências reguladoras e outros órgãos do governo. Garante que conseguirá aprovar projetos no Congresso sem precisar trocar cargos por apoio.

* Dobrar a abrangência do Bolsa Família.

* Abrir 1 milhão de vagas para o ensino técnico, privilegiando beneficiários do Bolsa Família como forma de oferecer oportunidades aos jovens mais pobres.

* Oferecer bolsas de estudo integrais ou parciais para cursos técnicos em todo o país.

* Criar os ministérios da Segurança Pública e outro voltado às Pessoas com Deficiência Física.

* Criar 154 Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME) com oferta de pelo menos 25 especialidades médicas a fim de reduzir o tempo de espera e o tratamento de doenças nos hospitais.

* Ampliar o acesso aos medicamentos genéricos.

* Criar o programa "Mãe Brasileira" para assegurar o acompanhamento médico de gestantes.

* Criar uma rede nacional de reabilitação de deficientes físicos e aumentar a acessibilidade em espaços públicos.

* Construir centros públicos para o tratamento de dependentes químicos e fazer com que o Sistema Único de Saúde (SUS) passe a bancar esse tipo de internação.

* Capacitar as equipes do Programa Saúde da Família (PSF) para identificar casos de dependência e orientar os primeiros procedimentos de tratamento.

* Combater o tráfico internacional de drogas e armas, vigiando as fronteiras e organizando os esforços dos Estados e municípios na área.

* Estabelecer uma força nacional de segurança permanente para, por exemplo, guardar as fronteiras do país.

* Cortar o repasse de verbas públicas para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

* Ampliar e construir novas linhas de metrô nas principais cidades brasileiras.

DILMA (PT-PMDB-PSB-PDT-PRB-PR-PCdoB-PTN-PSC-PTC-:

* Quer aprovar uma reforma política com financiamento público de campanha e o voto em lista.

* Aceitará indicações políticas para a direção de órgãos públicos, respeitados critérios técnicos.

* Ampliar o Bolsa Família e implantar novos programas com o objetivo de erradicar a miséria.

* Criar um ministério voltado às pequenas e médias empresas.

* Melhorar a educação por meio da valorização dos professores com o aumento do treinamento e da remuneração.

* Aumentar os investimentos públicos em educação para 7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Ministério da Educação, esses desembolsos fecharam 2008 em 4,7 por cento do PIB. Os dados de 2009 ainda não foram consolidados.

* Construir 6 mil creches.

* Levar o ensino profissionalizante a todas as cidades com mais de 40 mil habitantes.

* Oferecer bolsas de estudos no Ensino Médio em escolas particulares para estudantes de baixa renda e salas de aula informatizadas com acesso à Internet de banda larga.

* Promover programas voltados à saúde da família e construir unidades de pronto-atendimento.

* Reduzir os impostos que incidem sobre os medicamentos e implementar policlínicas de especialidades.

* Elevar os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

* Reduzir o desmatamento e incentivar fontes energéticas limpas, especialmente os biocombustíveis e usinas hidrelétricas.

* Cumprir as metas voluntárias assumidas internacionalmente pelo Brasil para combater o aquecimento global, havendo acordo com os outros países ou não.

(Reportagem de Fernando Exman e Maria Carolina Marcello)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE66Q0O620100727

Programa tucano tem propostas práticas; Dilma prega continuidade

* Campanhas discutem elaboração dos programas de governo

* Petista privilegia conversa com partidos aliados

* Tucanos vão aos Estados pesquisar problemas locais

Por Fernando Exman

BRASÍLIA (Reuters) - Com estratégias diferentes para produzir seus programas de governo, as campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) avançam na formulação de suas propostas, que deverão ser apresentadas em agosto.

Serra enviou uma equipe para conversar com seus aliados nos Estados a fim de obter informações sobre problemas que tenham impactos diretos à população. Ele quer apresentar à sociedade um programa com propostas concretas para a solução dos gargalos do país.

Do outro lado do front, a campanha petista mantém reuniões com os dez partidos que formam a coligação com o objetivo de chegar a um documento de consenso entre as diferentes forças políticas que integram a chapa.

Com o trunfo de defender programas já anunciados pela administração Luiz Inácio Lula da Silva, como as duas versões do Programa de Aceleração do Crescimento, o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família, a ex-ministra da Casa Civil deve apresentar um plano de governo genérico que pregue a continuidade.

"POUCO TEXTO, MUITO CONTEÚDO"

Na coligação comandada pelo PSDB, e que tem ainda DEM, PPS, PTB, PMN e PTdoB, a ideia é ter um programa prático, onde o discurso importe menos.

"Devemos apresentar um conjunto de propostas do Serra para o país. É pouco texto e muito conteúdo. Queremos objetivos, mais propostas e discussão de país... nosso tema é o desenvolvimento sustentado", afirmou à Reuters o coordenador do programa de governo do candidato tucano, o ex-secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo Xico Graziano.

Segundo ele, o programa de governo destacará, por exemplo, propostas para as áreas de infraestrutura e qualificação de mão-de-obra. A segurança pública, como a criação de um ministério específico para a área --ideia já anunciada por Serra--, saúde e educação também deverão ser enfatizados no documento.

Temas relativos à macroeconomia, no entanto, tendem a não ser incluídos.

"Os investidores conhecem as qualidades do Serra e o modo dele entender a economia, não é segredo para ninguém", comentou. Na segunda-feira, por exemplo, Serra voltou a criticar o juro elevado e o câmbio valorizado e defendeu o sistema de metas de inflação, responsabilidade fiscal e flexibilidade cambial.

Além de realizar a tradicional troca de ideias com os partidos aliados, a campanha tucana está inovando ao criar um site na Internet para colher sugestões de eleitores para o programa de governo.

"CONTINUIDADE COM INOVAÇÕES"

Já os coordenadores do comitê de Dilma Rousseff priorizam o debate com os partidos que integram a coalizão da ex-ministra da Casa Civil --formada além do PT por PMDB, PRB, PDT, PSB, PCdoB, PR, PTN, PSC e PTC-- para definir o texto que será apresentado à sociedade.

O esforço não é à toa. No início do mês, ao protocolar suas diretrizes de governo na Justiça Eleitoral, a campanha da ex-ministra entregou o programa do PT como se fosse o da candidata. Trechos polêmicos como a taxação de grandes fortunas desagradaram alguns partidos da coalizão de centro-esquerda, levando à substituição do documento.

Segundo o coordenador-executivo da elaboração do programa, Alessandro Teixeira, o crescimento com distribuição de renda será o tema central do programa da candidata.

"Temos um acúmulo, estamos no governo. O nosso programa não foge daquilo que vimos fazendo", sublinhou. "A linha mestra da nossa atuação está bem colocada. O nosso trabalho é pregar continuidade e propor inovações."

No entanto, a palavra "inovação" não estará presente em pelo menos um capítulo do plano. "Do ponto de vista econômico, não vamos alterar nada", assegurou Teixeira.


PROPOSTAS

Apesar de os programas de governo ainda não estarem prontos, os dois candidatos já revelaram seus posicionamentos sobre alguns temas estratégicos para o país.

Dilma advoga a manutenção da atual política econômica, enquanto Serra tem ressaltado que em seu governo não haveria diferenças de pensamento entre o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central --como tem ocorrido em diversos momentos entre Guido Mantega e Henrique Meirelles.

A petista tem defendido uma reforma administrativa e o fortalecimento do Estado. Já o tucano prega um maior controle fiscal. Serra critica a indicação de políticos para cargos de direção das agências reguladoras, enquanto Dilma aprova a prática, desde que respeitados critérios técnicos.

O papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também entrou na arena eleitoral.

O tucano chama de "privatização do dinheiro público" o empréstimo de recursos subsidiados da instituição para a fusão e aquisição de empresas. A candidata governista, por outro lado, apoia o uso dos bancos públicos para o aumento da oferta de crédito e do BNDES para a formação de grandes empresas nacionais.

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE66Q0NA20100727

Marina insere segurança e consumo responsável em programa

SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, divulgou nesta terça-feira uma segunda versão de seu programa de governo que agrega propostas para áreas como segurança pública, saúde e educação.

O programa traz adendos ao documento registrado no TSE e apresentado na convenção do partido em 10 de junho. Segundo o coordenador da campanha, João Paulo Capobianco, uma versão final deve ser concluída em setembro.

"O processo ainda está aberto", disse Marina. Ela ressaltou, no entanto, que as estratégias gerais do programa estão delineadas.

Marina afirmou que o processo coletivo de agregar propostas é inspirado no exemplo da francesa de Ségolène Royal e do norte-americano de Barack Obama, com uma campanha de ampla participação popular, especialmente pela Internet e redes sociais.

O programa de diretrizes do PV recebeu a colaboração de 180 pessoas pela Internet com 980 sugestões, além de adendos de 92 colaboradores diretos, disse ela.

Ao programa foram acrescentados os temas turismo, principalmente em virtude da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos a serem realizados no país, consumo sustentável, e segurança pública. Áreas como saúde, educação e cultura também foram ampliados.

Marina falou ao lado de alguns dos principais nomes de sua equipe, que se juntaram a ela na apresentação, além de seu candidato a vice, Guilherme Leal.

Entre as propostas da área econômica, manteve-se a proposta de conter o endividamento do setor público, mantendo os gastos públicos correntes na metade do crescimento do PIB.

"Isso evitando desperdícios de forma geral na máquina pública", disse Leal, afirmando que seria demagógico prometer cortar os gastos atuais.

Tanto ele quanto Marina destacaram que não fizeram alianças, o que resultou em pouco tempo no horário eleitoral gratuito porque "claramente" são as alianças que geram o fisiologismo, o loteamento de cargos e também o aumento nos gastos públicos.

Por isso, Marina disse ser a única candidata a poder dar "autenticidade ao eleitor", e depende completamente dele, e não das tradicionais estruturas políticas, para se eleger".

(Reportagem de Adriana Garcia; edição de Alexandre Caverni)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE66Q0BD20100727