29 de jul. de 2010

PT diz que não financiará campanha de aliados

Folha

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

A equipe da candidata Dilma Rousseff decidiu que não irá assumir o financiamento de campanhas de partidos aliados na eleição de 2010, como já ocorreu no passado.

Segundo relato de um assessor da petista, cada um terá de cuidar diretamente do financiamento de sua eleição neste ano.

O PT, contudo, não deixará de ajudar pelo menos indiretamente os aliados. A estratégia será pedir a empresários que financiem alguns candidatos da coligação.

Ou seja, em vez de receber doações de campanha e repassá-las a candidatos da base governista, a orientação será solicitar que as empresas depositem diretamente na conta desses aliados.

A decisão foi tomada pelos coordenadores da equipe de Dilma na busca de tentar evitar perda de controle sobre gastos e montagem de operações pós-campanha para quitar dívidas de aliados.

Segundo um assessor petista, o partido não quer correr riscos de ser acusado de bancar um novo mensalão --esquema de distribuição de recursos a aliados ocorrido no primeiro mandato do presidente Lula, que está sob julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).

Uma das explicações dadas por partidos da base aliada, flagrados recebendo dinheiro do mensalão do PT, é que o dinheiro de caixa dois seria usado para pagar dívidas de campanha.

A decisão foi tomada depois que a equipe de Dilma começou a ser procurada por candidatos que apoiam a petista, como um candidato a governador pelo PSB, em busca de recursos.

CONTATOS

Os contatos com os aliados serão centralizados no presidente do PT, José Eduardo Dutra, um dos principais coordenadores da campanha de Dilma Rousseff.

O presidente do PT ficará responsável por atender os partidos da coligação e indicar a eles quais empresários deverão procurar.

Além de PT e PMDB, participam da coligação em torno de Dilma PSB, PDT, PC do B, PR e PSC. A expectativa é que a chapa de Dilma arrecade R$ 157 milhões para financiar apenas os gastos da campanha presidencial.

Desse total, a previsão é gastar R$ 110 milhões no primeiro turno, ficando os R$ 47 milhões restantes para um eventual segundo turno.

Centralizando esses gastos na disputa presidencial, o comando da campanha petista espera ter mais controle sobre as contas eleitorais e evitar questionamentos futuros.

Editoria de Arte/Folhapress




http://www1.folha.uol.com.br/poder/774488-pt-diz-que-nao-financiara-campanha-de-aliados.shtml

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