14 de jun. de 2010

Convenções marcam a largada da corrida eleitoral

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As convenções dos partidos começaram nesta semana, com a confirmação de vários nomes que concorrerão nas próximas eleições. O período é associado à largada da corrida eleitoral, mas os candidatos só começam a existir para a Justiça Eleitoral a partir do dia 5 de julho. Esse é o último prazo para o registro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de candidaturas para presidente e vice, e dos demais cargos nos tribunais regionais eleitorais.

Apesar de a maioria dos grandes partidos realizar suas convenções até o final da próxima semana, a Justiça permite a negociação sobre coligações e a indicação de candidatos até o dia 30 de junho. Isso explica porque o candidato à Presidência pelo PSBD, José Serra, não precisou apresentar seu candidato a vice na convenção de ontem (12).

As emissoras de rádio e TV precisam ter cuidado especial com o conteúdo para não violar as leis eleitorais, mais rígidas nesses veículos. Os candidatos escolhidos em convenção não podem apresentar ou comentar programas transmitidos por TV ou rádio até o dia 30 de junho. As emissoras também não podem veicular propaganda partidária gratuita ou propaganda paga a partir do dia 1º de julho.

Vale destacar que as legendas vêm desrespeitado a finalidade das propagandas partidárias gratuitas de rádio e TV neste primeiro semestre. Por lei, o horário se destina a divulgar atividades e posicionamentos do partido e a incentivar a participação política feminina, mas está sendo usado para promover o nome de candidatos.

Para Erick Pereira, especialista em direito eleitoral pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), trata-se de uma dupla violação das regras eleitorais. “Há um desvio de finalidade e a prática da propaganda extemporânea, que vem sendo punida sucessivamente pelo TSE nos últimos meses”. A propaganda eleitoral em rádio e TV, com a divulgação dos candidatos e suas propostas, só é permitida a partir do dia 6 de julho.

Segundo o juiz Roberto Bacellar, as restrições à propaganda paga não atingem os veículos impressos, que podem, seguindo regras específicas, vender espaços para candidatos até 48 horas antes do pleito. “As emissoras têm essas regras mais rígidas por atuarem em regime de concessão governamental”, explica o juiz.

Edição: Tereza Barbosa

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Tempo de Dilma na TV será 23% maior do que o de Serra

Estado de Minas


Disputados, como em cabos de guerra, os partidos políticos valem não tanto pelo engajamento das bancadas federais e estaduais na briga pelo voto, mas pelo tempo de televisão gratuito que agregam às campanhas eleitorais. As legendas que até este momento foram atraídas à coligação formal encabeçada pelo PT garantem à pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, um tempo de propaganda cerca de 23% maior do que o do pré-candidato José Serra (PSDB).

Com o apoio de PT, PMDB, PSB, PDT, PR, PCdoB e PRB, a campanha de Dilma projeta para a distribuição de dois terços dos blocos do horário eleitoral gratuito aproximadamente 16,53 minutos, três vezes por semana. José Serra conta com o tempo agregado por PSDB, DEM, PPS, PTB e PSC e terá, com essas legendas, cerca de 12,53 minutos, três vezes por semana. Sem nenhum partido coligado, a campanha da candidata Marina Silva (PV) tem assegurados apenas 51 segundos, três vezes por semana, nos dois terços do tempo disponível segundo o tamanho das bancadas federais conquistadas no último pleito.

Tendo eleito 41 parlamentares em 2006, o PP, ainda indefinido, terá 2,37 minutos. Pressionado pelo PT e pelo PSDB, a tendência é de que não se coligue formalmente, embora faça parte do governo Lula. Outras sete legendas, cada qual com representação igual ou menor a três parlamentares, alcançam menos de 16 segundos.

Em que pese a campanha na TV ser frequentemente amaldiçoado pela interrupção da programação usual das emissoras, a visibilidade que ela dá às candidaturas, a interpretação em relação ao desempenho do governo em curso e o recall que promove em relação aos feitos dos candidatos recompensam plenamente o esforço para a cooptação para as coligações majoritárias das legendas com bancadas fortes.

“As pesquisas também mostram que são falsos os argumentos de que os eleitores brasileiros tendem a ignorar e desprezar o horário eleitoral”, afirma o cientista político Vladimyr Lombardo Jorge, professor da PUC-RJ. “Além do mais, a propaganda gratuita democratiza o acesso à televisão, um espaço caro, que de outra forma, estaria restrito apenas aos candidatos com financiamentos robustos de campanha”, acrescenta Lombardo.

O benefício público de 100 minutos diários destinados aos blocos do horário eleitoral na televisão, ao longo de 39 dias seguidos – exceto aos domingos, é alto. O economista e cientista político Mauro Macedo Campos, pós-doutorando da Unicamp demonstrou, em estudo inédito, que o custo estimado só para o tempo destinado a campanhas políticas nas emissoras de televisão este ano será de R$ 4,3 bilhões.

Inserções diárias

Segundo o cientista político, as contas sobem se considerados os 30 minutos diários de spots, que inclusive aos domingos irão ao ar ao longo de 45 dias depois de 15 de agosto. São 1.350 minutos em inserções ao custo de R$ 1 bilhão, o que eleva as projeções do montante que os partidos deixam de pagar às emissoras pelo benefício a R$ 5,3 bilhões. A propaganda partidária, exibida neste primeiro semestre, acresce ainda outro R$ 1,2 bilhão ao benefício, que em seu conjunto chega a R$ 6,5 bilhões. “Os preços praticados pelas emissoras de rádio correspondem a cerca de 8% daqueles das televisões. Assim, o horário gratuito mais as inserções no rádio representam mais R$ 504 milhões a essa conta, que alcança R$ 7 bilhões”, informa Campos.

Parte dessa conta é paga pelos cofres públicos. Segundo estimativas da Receita Federal, a isenção fiscal oferecida às emissoras de televisão e rádio, em ressarcimento ao espaço cedido para a propaganda política, é de R$ 851,1 milhões. “Nas eleições de 2002, o governo federal deixou de arrecadar R$ 159,9 bilhões. Portanto, a isenção este ano representa 432% a mais do que há oito anos”, calcula Campos.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/14/politica,i=197537/TEMPO+DE+DILMA+NA+TV+SERA+23+MAIOR+DO+QUE+O+DE+SERRA.shtml

Em discurso, Lula adota o papel de principal cabo eleitoral de Dilma

Correio Braziliense

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu tom emotivo e saudoso na convenção do Partido dos Trabalhadores para defender a candidatura de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto e lembrar o fato de estar no fim de seu segundo mandato. Apesar de a ex-ministra de Lula ter sido a protagonista do evento, Lula deixou claro que terá papel de peso na campanha da ex-ministra. “Vai ser a primeira eleição (desde a redemocratização, em 1989) em que meu nome não vai estar na cédula. Vai haver um vazio naquela cédula. Para que esse vazio seja preenchido, mudei de nome e vou colocar Dilma lá. Aí as pessoas vão votar. Eu espero que Deus te abençoe e dê força. Você sabe que tem um companheiro para a hora que você precisar”, afirmou o presidente.

Lula deve assumir o papel de principal cabo eleitoral da ex-ministra logo após a Copa do Mundo. Segundo um auxiliar próximo do presidente, o petista começará a viajar nos fins de semana e à noite para divulgar a candidatura de Dilma em meados de julho. O ex-metalúrgico terá ainda um papel crucial na campanha: blindar a ex-ministra de divergências internas. O peso do presidente na estrutura petista vai impedir que Dilma se exponha a brigas entre os dirigentes da legenda.

O imenso banner que enfeitava o palco do local reforçava a importância do presidente na chapa PT-PMDB: em vez da figura do candidato a vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), era Lula sorridente quem aparecia de braços erguidos ao lado de Dilma. Ao peemedebista, coube um discurso rápido, de menos de dez minutos, que procurou justificar a aliança com o PT em função de afinidades ideológicas.

Segundo o presidente da Câmara, a união ocorre “na convicção de que estamos fazendo uma aliança programática. Por isso, quando vejo aqui ‘Dilma presidente para o Brasil seguir mudando’ (slogan da convenção), caso isso com o nosso lema do PMDB: ‘tem muito Brasil pela frente’”. Temer fez o discurso um dia depois de um pequeno grupo de seu partido ter defendido uma candidatura própria ao Palácio do Planalto — a investida acabou sufocada na convenção do PMDB, sábado. PT e PMDB ainda enfrentam impasses nos estados para garantir sustentação à candidatura de Dilma (veja na página 4).

Salto alto
Diante das militantes petistas, público-alvo do evento, Lula se mostrou confiante na vitória nas urnas em outubro. “Estou convencido que a possibilidade de ganhar as eleições são totais — eu diria quase que absoluta. Mas eleição e mineração a gente só conhece o resultado depois da apuração. Então, é importante que a gente primeiro trabalhe, que ninguém fique andando de sapato alto achando que já ganhou”, afirmou o presidente. “Não existe eleição fácil”, completou.

Coube ao presidente do PT, José Eduardo Dutra, dar um tom mais crítico ao principal adversário da petista na disputa, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). Ao assumir o microfone, Dutra apontou o “fracasso” do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e lembrou episódios como a sugestão de mudança do nome da Petrobras e o sucateamento das universidades públicas. O presidente da legenda ainda convidou a plateia a entoar um refrão alfinetando os tucanos: “Eita que eles estão aperreados. É 13, é 13, é Dilma pra todo lado”, cantou com o público.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/14/politica,i=197484/EM+DISCURSO+LULA+ADOTA+O+PAPEL+DE+PRINCIPAL+CABO+ELEITORAL+DE+DILMA.shtml

Serra reconhece que o caminho para bater Dilma nas urnas será árduo

Correio Braziliense | Ullisses Campbell

São Paulo — O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem em São Paulo que vai enfrentar a eleição mais difícil de sua carreira e convocou a ajuda de prefeitos, deputados e vereadores para chegar ao Palácio do Planalto. Serra reconheceu que a candidata do PT, Dilma Rousseff, é uma adversária de peso durante a convenção (1) estadual do PSDB, que reuniu cerca de 10 mil pessoas e homologou o tucano Geraldo Alckmin como pleiteante ao governo de São Paulo. “Para mim, a campanha mais fácil que fiz foi para senador, porque colei no Mário Covas. Este ano a campanha aparece difícil. Vou ter de trabalhar, fazer campanha, senão fico para trás”, reconheceu.

Na hora de convocar prefeitos e vereadores, o tucano lembrou que sempre os tratou bem quando era governador de São Paulo. “Queria me dirigir aos prefeitos de todo o Brasil, fundamentais nessas eleições. (...) No meu governo, atendi bem a todos os prefeitos”, disse. Ele fez um discurso breve para não ofuscar Alckmin, personagem principal do dia, e não teceu qualquer crítica a Dilma ou mesmo ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, como vinha fazendo em ocasiões anteriores.

Ao pedir empenho dos militantes do PSDB, Serra lembrou o personagem mais famoso de Charles Chaplin. “O militante, que é sobre quem cai a bomba, é nosso Carlitos, como no filme O Grande Ditador, em que o marechal olha para o general, que olha para o coronel, que olha para o sargento, que olha para o Carlitos”, ressaltou. O pré-candidato foi bastante aplaudido.

A função de alfinetar Dilma ficou a cargo de Alckmin e de Orestes Quércia (PMDB), ex-governador de São Paulo e crítico da aliança nacional de seu partido com o PT. “Quem apoia Dilma dentro do PMDB não lutou pela democracia em 1974”, afirmou. Quércia completou o discurso dizendo que a pré-candidata do PT não tem experiência política. Alckmin bateu na mesma tecla: “O Brasil exige um presidente com história, prática, experiência, currículo verdadeiro, história política comprovada e densidade administrativa”. E cutucou Lula e Dilma. “Quem governa o Brasil não pode sentar na garupa. Quem anda na garupa não guia, não breca, não conduz.”

Chavões
Sem citar nomes, Alckmin disse que Dilma e Lula “zombam” da Justiça Eleitoral ao fazerem campanha política eleitoral mesmo depois de serem multados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “A oposição não respeita a lei eleitoral. (...) Alguns preferem fazer intriga, desrespeitar, antecipar a campanha, zombar da Justiça e das instituições. Nós temos pouco tempo para bate-boca, para responder a ódios e ofensas, para nos preocuparmos com inferências tolas e chavões marqueteiros”, disse.

Na corrida eleitoral em São Paulo, Alckmin está com 51% das intenções de voto, segundo pesquisa Vox Populi (27.476/10-TSE) divulgada em maio. Em segundo aparece Aloizio Mercadante (PT), com 19%, seguido de Celso Russomano (PP), com 12%. Alckmin volta a enfrentar as urnas depois de perder a eleição presidencial em 2006 e a Prefeitura de São Paulo há dois anos.

Mais recente rival político de Alckmin, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), se comprometeu a trabalhar pela vitória do tucano. “São Paulo é um estado privilegiado ao ter uma candidatura da envergadura da de Geraldo Alckmin, um nome que tem experiência e que vai deixar São Paulo numa posição de mais desenvolvimento. É uma honra estar ao seu lado”, disse o prefeito. Uma ausência sentida na convenção foi a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em viagem ao exterior.

1 - Outras convenções
Além do PSDB, quatro partidos aliados (DEM, PMDB, PPS e PSC) fizeram convenções estaduais simultâneas na Assembleia Legislativa de São Paulo. Os partidos homologaram as candidaturas de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Guilherme Afif Domingos (DEM) e Orestes Quércia (PDMB) ao Senado. O PSDB deverá se coligar com o DEM e com o PPS para a disputa de vagas na Câmara dos Deputados e com o DEM para a disputa de cadeiras na Assembleia Legislativa paulista. Os tucanos apresentam 140 candidatos a deputado federal e 188 candidatos a deputado estadual. Já o vice na chapa de Serra deverá ser anunciado só na semana que vem.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/14/politica,i=197480/SERRA+RECONHECE+QUE+O+CAMINHO+PARA+BATER+DILMA+NAS+URNAS+SERA+ARDUO.shtml

Desafio da campanha de Dilma é convencer militantes

Ao abrir mão de governos estaduais em nome da aliança com o PMDB, PT viu surgirem arestas com potencial de desmobilizar a base

Correio Braziliense

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O PT pós-convenção nacional será um partido em busca de fechar feridas, a tempo de ingressar na campanha oficial, no início de julho, sem grandes embates internos. A maior preocupação da direção da legenda é evitar que as rusgas provocadas pelas decisões no Maranhão e em Minas Gerais, além da indefinição do quadro eleitoral no Paraná, acabem por enfraquecer a participação da militância na campanha de Dilma Rousseff (PT). Em nome da eleição presidencial, a legenda abriu mão de candidaturas majoritárias em vários estados e deve ter o menor número de candidatos a governador desde a redemocratização. Hoje, em apenas 11 estados haverá nomes do partido a governador. Nas últimas quatro eleições, a média era de 20 candidatos em todo o país.

A preocupação imediata é apagar os incêndios no Maranhão e, especialmente, em Minas Gerais. A decisão nacional de sustentar as candidaturas de Roseana Sarney (PMDB-MA) e Hélio Costa (PMDB-MG) revoltou os militantes nos dois estados. Entre os maranhenses, que já haviam acertado previamente com Flávio Dino (PCdoB), os protestos foram mais estridentes. Desde sexta-feira, o deputado federal Domingos Dutra faz greve de fome e passa dias e noites sentado no plenário da Câmara dos Deputados. No sábado, recebeu a adesão do líder camponês e um dos fundadores do PT Manoel da Conceição. Eles estão se alimentando somente de água de coco. No caso dos mineiros, os ânimos parecem controlados, mas a aparência tem grandes chances de revelar uma má vontade da militância em pedir votos para Costa a partir de julho.

Para a direção nacional do partido, a decisão de privilegiar a eleição de parlamentares e entregar as candidaturas dos governos estaduais a aliados tem como foco o apoio à campanha de Dilma Rousseff. “Somos um partido nacional, não regional. Nossa prioridade é aumentar as bancadas no Senado e na Câmara. Apostamos todas as fichas na eleição de Dilma. Os governadores não fazem oposição severa, pois dependem da transferência de verbas federais”, afirma o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Com os assentos liberados para aliados, o PT chega às eleições de 2010 com o apoio formal recorde de sete partidos — Lula, em 2006, teve quatro aliados.

A conjuntura significa mais tempo de televisão (veja abaixo) para apresentar Dilma, candidata de primeira viagem. “Teremos mais do que o dobro de TV que tivemos nas eleições de 2002 e 2006. Queremos mostrar muitas coisas que fizemos nos últimos oito anos. O Brasil que sente (as mudanças), mas não vê, vai poder ver pela televisão, com o início do horário eleitoral”, aposta o candidato ao governo de São Paulo, Aloízio Mercadante.

Paraná
Resolvida a questão no Maranhão a fórceps, resta ao PT finalizar as negociações para montagem do palanque no Paraná. A legenda está refém da decisão do senador Osmar Dias (PDT-PR), que ora almeja o governo do estado, ora pende para a reeleição ao Senado. O principal nome petista na região, Gleisi Hoffmann, não abre mão de disputar o Senado. Inflado pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB), Dias exige a presença da petista como vice.

“A saída de Gleisi da disputa pelo Senado só interessa a Requião, que não quer concorrência. Só que nós não temos como prioridade resolver os problemas dele, mas os do PT”, reclama o ministro do Planejamento e marido de Gleisi, Paulo Bernardo. Irritados com o impasse, os petistas cogitam lançar um nome próprio ao governo, para tentar escapar da indecisão de Osmar Dias. Dirigentes da legenda não escondem mais a irritação com a indefinição do aliado, que flerta ao mesmo tempo com tucanos e petistas.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/14/politica,i=197479/DESAFIO+DA+CAMPANHA+DE+DILMA+E+CONVENCER+MILITANTES.shtml

Convenção do PSB formaliza apoio à Dilma Rousseff

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em uma convenção discreta, na sede do partido em Brasília, o PSB formalizou hoje (14) o apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. A convenção não contou com as presenças do deputado Ciro Gomes (CE) - obrigado pela legenda a desistir da ideia de se lançar na disputa presidencial - e do irmão dele, o governador do Ceará, Cid Gomes.

Presidente da legenda, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que o partido vai promover, no final de julho, um seminário com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da candidata Dilma Rousseff. Nesse seminário, o PSB entregará à Dilma uma lista de proposições do partido que incluem incentivar o desenvolvimento regional e o crescimento econômico de forma sustentável, priorizar a educação para formação de recursos humanos e estimular investimentos.

“Esses são os grandes eixos que vão marcar a contribuição do PSB”, disse Eduardo Campos, que também minimizou as ausências de Ciro Gomes e de partidários ligados ao deputado. “A ausência dele demonstra que ele ainda não entrou no debate da sucessão e nós respeitamos isso. Cada um tem o seu tempo. O importante é que ele já disse que seguirá a decisão do partido. Ele já disse a todos que a decisão dele é a decisão do PSB”, disse Eduardo Campos.

Com a decisão dos socialistas, a candidatura petista já conta com apoios formais de quatro grandes legendas: PMDB, PR, PDT e PSB. O PCdoB, aliado tradicional do PT, se reunirá em convenção no próximo dia 16, em Brasília.

O PSB tem dois ministérios no governo Lula: a Secretaria Especial de Portos e Aeroportos e a pasta de Ciência e Tecnologia. No primeiro mandato de Lula, os socialistas ainda ocuparam a pasta da Integração Nacional, com Ciro Gomes no comando.

Edição: Vinicius Doria

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Lula defende nome de Patrus Ananias para vice de Hélio Costa ao governo de MG

Rayder Bragon
UOL Eleições

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a participação do ex-ministro Patrus Ananias na chapa encabeçada pelo candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais, o senador Hélio Costa.

Após inauguração de gasoduto da Petrobras nesta segunda-feira (14), na cidade mineira de Queluzito (a 131 km de BH, região central do Estado), o presidente manifestou sua predileção pela chapa. Lula foi o principal condutor do processo que indicou o peemedebista para encabeçar a chapa da base aliada em Minas Gerais. A imposição de Hélio Costa foi de encontro às aspirações do PT local, que pretendia lançar o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel como candidato ao governo do Estado.

“Eu primeiro estou feliz porque depois de muitos vai não vai, o PT de Minas decidiu fechar o apoio ao senador Hélio Costa. Se dependesse da minha vontade pessoal, se eu fosse mineiro e pudesse dar um voto, o Patrus seria vice do Hélio agora. Porque a campanha é para ganhar as eleições, de verdade”, disse o presidente durante entrevista coletiva.

Questionado sobre a imposição feita no Estado, que não foi bem digerida pelo PT local, o presidente não quis polemizar. “Tem muita coisa que acontece nos Estados que a direção nacional (do PT) resolve. O dado concreto é que foi importante a aliança feita com o PMDB em Minas Gerais. Nós vamos colher isso depois do dia 3 de outubro”, avaliou Lula.

A vontade de Lula foi expressada dois dias depois de a ministra Dilma Rousseff ter manifestado o mesmo desejo de que Patrus Ananias aceite a vaga de vice na chapa de Hélio Costa. Na última sexta-feira, em evento de empresários na cidade mineira de Tiradentes, a candidata fez chegar ao grupo de Patrus a vontade dela de contar com ele na coligação da base aliada em Minas.

Nos bastidores, as tentativas de convencer o petista a aceitar a empreitada se deve ao fato de a militância petista já ter acenado com a possibilidade de fazer “corpo mole” em torno do nome de Costa.

Patrus seria o elemento para contribuir no engajamento dos militantes do partido no Estado. O ex-ministro resiste às pressões e já havia declarado a possibilidade de não disputar cargo eletivo neste ano.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/06/14/lula-defende-nome-de-patrus-ananias-para-vice-de-helio-costa-ao-governo-de-mg.jhtm

Partido de vice-presidente pode apoiar PSDB em Minas

Folha

PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA

No dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja por três municípios de Minas Gerais para inaugurar obras e autorizar o início de outras, o PRB mineiro, partido do vice-presidente José Alencar, está muito perto de ser a próxima baixa da aliança da base governista no Estado, o segundo colégio eleitoral do país, se unindo ao PSDB.

O partido tem encontro nesta segunda com o governador Antonio Anastasia (PSDB) e pode selar ao menos aliança proporcional (para deputados federais e estaduais) com os tucanos.

O motivo é o mesmo que levou o PR, na semana passada, a anunciar aliança proporcional com o PSDB e que pode resultar até mesmo em aliança formal para governador: a imposição do PT nacional, que eliminou a chance de o PT-MG ter candidato próprio ao governo de Minas ao obrigá-lo a apoiar o senador Hélio Costa (PMDB).

O fato de o ex-prefeito petista Fernando Pimentel ter sido alijado da disputa, o PSB também deve anunciar nos próximos dias apoio formal ao PSDB mineiro. PR, PRB e PSB, contudo, devem continuar apoiando nacionalmente a candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT).

O presidente do PRB de Minas Gerais, Rogério Colombini, disse à Folha que José Alencar "está a par dessa situação" e que autorizou o partido a ir em frente com as conversas com o tucano Anastasia, candidato à reeleição. "Ele disse: 'Tudo bem, vai em frente'", afirmou Colombini.

O que está em jogo é a pressão dos partidos do PRB para eleger deputados.

O PRB mineiro tem dois deputados estaduais e dois federais. Quer, no mínimo, manter esse número de deputados no Congresso e na Assembleia Legislativa de Minas. Se o PT tivesse candidato próprio, a aliança com os partidos da base do governo estaria assegurada porque haveria boas chances de os mandatos dos deputados serem mantidos.

Em aliança com o PMDB, contudo, não há segurança, já que o PT estará fora da chapa proporcional. Os petistas decidiram que, sem candidato ao governo, não vão fazer coligação para deputados, caso contrário seria mais um "sacrifício" que o PT teria que fazer, porque estaria cedendo número 13 da legenda para ajudar a eleger candidatos de outras siglas.

"Agora esse sacrifício é do PMDB. Quem está sentado à cabeceira da mesa que pague a conta", disse o presidente do PT-MG, deputado federal Reginaldo Lopes.

Diante disso, o PR e o PRB preferem se aliar ao PSDB, porque consideram que o número 45 teria a mesma utilidade do número petista para tal objetivo.

"Eu queria estar na aliança nacional e estadual [com o PT], mas não foi possível depois da lambada que o PT [nacional] nos deu. É a ditadura pelo voto", afirmou Colombini.

Depois que for selada a aliança para a chapa proporcional com os tucanos, Colombini admite que poderá ser discutida e formalizada também para a chapa majoritária. "Esse negócio de apoiar pela metade não dá, não", afirmou.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/750561-partido-de-vice-presidente-pode-apoiar-psdb-em-minas.shtml

Para Dilma, quem participa do governo assume ônus e bônus da gestão

Folha

MARTHA ALVES
DE SÃO PAULO

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira, em entrevista à rádio "Jovem Pan", que quem participa do governo assume os ônus e bônus da administração. "Participou [do governo], é membro efetivo de primeira linha. Assume as defesas do governo, os ônus e os bônus."

A petista avaliou que o discurso do vice na chapa, Michel Temer --de que o PMDB será protagonista do futuro governo--, é apenas uma reflexão de como os partidos que apoiam o governo sentem-se participantes e essa política continuará no seu eventual governo.

Sobre a falta de experiência administrativa alegada pelos adversários e o fato de nunca ter disputado uma eleição majoritária, Dilma assumiu que é um fato sua falta de experiência eleitoral.

A candidata rebateu a crítica relatando os cinco anos de experiência administrativa federal e sua participação nos principais projetos do governo Lula, dos problemas de reajustes em programas sociais como o Bolsa Família, convênio farmácia e no projeto exploração da camada pré-sal.

Dilma citou também da experiência de mais de sete anos no Conselho de Administração da Petrobras, como secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul e como servidora pública.

"Uma coisa é experiência de governo e outra é eleitoral. Estou em uma fase muito acelerada visitando o Brasil. Vou olhar se fomos bem sucedidos no que fizemos ao longo desses oito anos e eu te digo: fomos muito bem-sucedidos", disse.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/750514-para-dilma-quem-participa-do-governo-assume-onus-e-bonus-da-gestao.shtml

Dilma terá encontro na Europa com Sarkozy, Durão, Zapatero e Sócrates

EFE
Em Brasília

Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência do Brasil, chegará nesta terça-feira (15) a Paris, primeira escala de uma viagem europeia que incluirá visitas a Bruxelas, Madri e Lisboa, informaram à Agência Efe fontes do comitê de coordenação de campanha.

A escolhida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo se reunirá nessa viagem com os presidentes da França, Nicolas Sarkozy; da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, do Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e com o primeiro-ministro luso, José Sócrates.

O motivo da viagem é apresentá-la aos líderes como candidata e analisar as relações do Brasil com esses países e o bloco europeu com vistas ao futuro, disseram as fontes consultadas pela Efe.

A candidata chegará à capital francesa amanhã e sua primeira atividade será à noite, quando junto de membros da comunidade brasileira vai assistir pela televisão a estreia do Brasil na Copa do Mundo, contra a Coreia do Sul.

Na quarta-feira à tarde, será recebida por Sarkozy e depois partirá para Bruxelas, onde deve reunir-se com Barroso na quinta-feira.

Sexta-feira chegará à capital espanhola para um encontro com Zapatero e no sábado encerra a viagem em Lisboa, onde terá uma reunião com José Sócrates.

A candidatura de Dilma à Presidência nas eleições de 3 de outubro foi ratificada neste domingo na convenção nacional do PT, que foi presidida pelo próprio Lula, na condição de fundador e líder do partido.

Esta viagem representará, portanto, sua primeira ida ao exterior como candidata à sucessão de Lula na Presidência do Brasil.

Segundo as últimas pesquisas de opinião, Dilma está com 37% das intenções de voto, o mesmo percentual do principal candidato da oposição, José Serra (PSDB).

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/06/14/dilma-tera-encontro-na-europa-com-sarkozy-durao-zapatero-e-socrates.jhtm

Dilma diz que não "sabe nada" sobre jornalista contratado pelo PT e envolvido em dossiê

Folha

MARTHA ALVES
DE SÃO PAULO

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, 62, afirmou nesta segunda-feira, em entrevista à rádio "Jovem Pan", estar tranquila a respeito do caso de um suposto dossiê contra tucanos. Ela declarou que sua campanha não fez nenhum dossiê sobre outros candidatos.

Repetindo o mesmo discurso de sábado na convenção do PT, que oficializou a sua candidatura, Dilma disse que é melhor discutir programas, projetos e apresentar propostas do que usar certos expedientes para tentar alguma vantagem.

Quando um dos jornalistas insistiu sobre o tema do suposto dossiê e do envolvimento da empresa Lanza Comunicação --do publicitário e consultor Luiz Lanzetta--, contratada pelo PT para atuar na campanha, a ex-ministra se alterou.

"Não vou me manifestar a respeito de outras pessoas que não estão na minha campanha ou de empresas contratadas como em outras campanhas. Eu não me responsabilizo por um diretor de comunicação, eu não sei nada dele, não pretendo entrar nesta questão", afirmou a candidata.

Questionada sobre a carga tributária elevada no país, Dilma disse que é "preciso reconhecer que o sistema brasileiro é um caos". Ela apontou o problema da sobreposição de impostos e defendeu a sua simplificação.

Outro tema levantado pela candidata foi a redução da tributação das folhas de salários, mas com cuidado para não quebrar a União. "Este arranjo da reforma tributária tem que ser amplamente discutido com a sociedade, com os empresários e também entre os órgãos federados", afirmou.

Temer

A petista avaliou que o discurso do vice na chapa, Michel Temer --que o PMDB será protagonista do futuro governo--, é apenas uma reflexão de como os partidos que apoiam o governo sentem-se participantes e essa política continuará no seu eventual governo. "Participou [do governo], é membro efetivo de primeira linha. Assume as defesas do governo, os ônus e os bônus."

Sobre a falta de experiência administrativa alegada pelos adversários e o fato de nunca ter disputado uma eleição majoritária, Dilma assumiu que é um fato sua falta de experiência eleitoral. A candidata rebateu a crítica relatando os cinco anos de experiência administrativa federal e sua participação nos principais projetos do governo Lula, dos problemas de reajustes em programas sociais como o Bolsa Família, convênio farmácia e no projeto exploração da camada pré-sal.

Dilma citou também da experiência de mais de sete anos no Conselho de Administração da Petrobras, como secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul e como servidora pública. "Uma coisa é experiência de governo e outra é eleitoral. Estou em uma fase muito acelerada visitando o Brasil. Vou olhar se fomos bem sucedidos no que fizemos ao longo desses oito anos e eu te digo: fomos muito bem-sucedidos", disse.

Sabatina

A ex-ministra declarou que o Brasil deu um passo para o protagonismo brasileiro na política externa, com acúmulo de R$ 250 bilhões de reserva. Segundo Dilma, a política atual do governo valoriza o fortalecimento de vínculos com países da América Latina, que são os maiores importadores de manufaturados do Brasil.

A candidata ainda disse ser importante manter uma política externa com a África e Ásia, sem descuidar das relações com Estados Unidos e Europa, para onde viaja esta semana para se reunir com líderes da região.

A viagem à Europa é o motivo do cancelamento da participação da candidata na sabatina da Folha, que seria realizada no próximo dia 17. Ela afirmou que não está fugindo dos debates com o candidato José Serra (PSDB).

"Quero muito participar da sabatina, por isso aceitei. Eu me disponho a fazer a sabatina depois", disse. A ex-ministra afirmou que tem um roteiro de viagens de campanha e reuniões com lideranças europeias que são importantes para o futuro caso seja eleita.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/750502-dilma-diz-que-nao-sabe-nada-sobre-jornalista-contratado-pelo-pt-e-envolvido-em-dossie.shtml

13 de jun. de 2010

Dilma defende parcerias para ampliar avanços do governo Lula

Iolando Lourenço e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Ao ser formalizada a candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff, defendeu hoje (13) que os governos estaduais e municipais trabalhem em conjunto com a União. Segundo ela, apenas um governo de integração será capaz de promover melhorias nas áreas de educação, saúde, segurança, emprego, ciência e tecnologia, além de estimular o desenvolvimento agrícola e industrial no país.

Comparando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os dos antecessores, Dilma destacou os avanços obtidos. “Quebramos o tabu e provamos que incluir os mais fracos e necessitados é um avanço”, disse a ex-ministra, citando conquistas em diversos setores a partir da estabilidade e do desenvolvimento econômicos. “É um caminho indispensável e, sobretudo, um caminho que leva ao desenvolvimento”, afirmou.

A candidata reiterou que, se eleita, fará uma gestão de coalizão. “É preciso somar forças hoje para alargar ainda mais o caminho aberto pelo presidente Lula. Estamos juntos para seguir mudando. Vamos debater, vamos esclarecer ao povo que somos diferentes dos outros candidatos. Depois de eleitos, vamos governar para todos os brasileiros”, afirmou.

Dilma disse ainda que, caso vença a disputa presidencial, o seu governo será semelhante ao de Lula, mas com características femininas. “Uma mulher que fará um Brasil de Lula, mas com alma e coração de mulher. O nosso presidente Lula mudou o Brasil. A continuidade que o Brasil deseja é a continuidade da mudança”, disse.

“É seguir com a mudança para diminuir as desigualdades entre as pessoas. A distância entre o sonhar e o fazer pode ser bem mais curta do que a gente imagina desde que tenha a coragem e a competência.”

Em votação simbólica no final da manhã de hoje, os petistas aprovaram a formalização da candidatura de Dilma à Presidência da República e a indicação do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para vice na chapa dela. O clima que predominou no evento foi o de homenagem às mulheres. Famosas e desconhecidas ganharam citações de vários participantes, inclusive de Lula.

Edição: Juliana Andrade

http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=975391

Trajetória de Dilma é marcada pela militância e atuação no serviço público

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A mineira Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República, tem uma trajetória marcada pela militância contra o regime autoritário e por sua atuação no serviço público. Na juventude, foi presa e torturada por fazer oposição à ditadura militar. Depois de passar três anos na prisão, mudou-se para o Rio Grande do Sul. Lá, chegou ao primeiro escalão da administração estadual, comandando a Secretaria de Minas e Energia nos governos de Alceu Collares (PDT) e de Olívio Dutra (PT).

Graças ao seu conhecimento na área, foi convidada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério de Minas e Energia, em 2003. Dois anos depois, passou a comandar a Casa Civil, tornando-se uma das principais executivas da gestão Lula. Seu desempenho levou Lula e o PT a lançá-la para presidente. Essa é a primeira vez que Dilma disputa uma eleição.

Filha de um empresário búlgaro e de uma brasileira, a universitária Dilma deixou a família de classe média em Minas Gerais para ingressar na luta contra a ditadura militar, como militante do Comando de Libertação Nacional (Colina) e da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). Foi presa pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e torturada na cadeia.

Na década de 70, depois de quase três anos presa, passou a viver no Rio Grande do Sul, onde engajou-se na campanha pela anistia e ajudou a fundar o PDT, junto com o advogado e ex-deputado Carlos Araújo, com quem ficou casada por 25 anos. No PDT, participou da candidatura de Leonel Brizola à Presidência da República.

Foi também no Sul do país que começou a carreira de gestora pública. Em 1986, foi nomeada secretária da Fazenda de Porto Alegre, na administração de Alceu Collares. Nos anos 90, assumiu a presidência da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Depois, comandou a secretaria estadual de Minas e Energia. Em 2001, integrou o grupo que saiu do PDT para se filiar ao PT, partido pelo qual disputará, em outubro, a Presidência da República.

Dilma ingressou no governo Lula no primeiro mandato, quando assumiu o Ministério de Minas e Energia. Entre outras ações, implantou um novo modelo para o setor. Dois anos depois, passou a chefiar a Casa Civil, no lugar de José Dirceu, que renunciou devido ao escândalo do mensalão. No comando da pasta, gerenciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - o que lhe rendeu o título de “mãe do PAC” - e se tornou uma das ministras mais importantes do governo Lula.

Em abril deste ano, saiu da Casa Civil para tentar ser a sucessora de Lula no Palácio do Planalto. Antes disso, em 2009, passou por um tratamento para câncer no sistema linfático. Dilma é economista e tem uma filha e um neto.

Edição: Andréa Quintiere

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