6 de out. de 2010

Marina diz que apoio no 2o turno, se houver, será programático

SÃO PAULO (Reuters) - A ex-candidata do PV à Presidência Marina Silva, disse nesta quarta-feira que seu apoio a Dilma Rousseff (PT) ou a José Serra (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais, se houver, será dado em bases programáticas.

"Nós não podemos nos apequenar a uma discussão de conveniência", disse Marina em entrevista à rádio Jovem Pan. Ela teve quase 20 milhões de votos e foi a terceira mais votada no primeiro turno da eleição presidencial realizada no domingo.

"Não adianta apenas ter declaração de intenção. As pessoas têm que entender o que as urnas estão dizendo", afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente, acrescentando que a plataforma defendida por sua candidatura e por seu partido será apresentada para Serra e para Dilma.

A ex-candidata reiterou que uma decisão sobre um eventual apoio no segundo turno será tomada após consulta a todos os setores de seu partido.

Perguntada se pretende seguir a posição do PV após a consulta, Marina respondeu que: "Vou me submeter a esse processo." A ex-candidata não deu mais detalhes.

Marina foi a candidata que mais cresceu na reta final para o primeiro turno e, no domingo, conseguiu votação bastante superior ao que vinha sendo apontado pelas pesquisas de intenção de voto antes da eleição.

O desempenho da verde, apontado como um dos fatores que impediram vitória de Dilma já no domingo e que provocou o segundo turno, fez que com Marina passasse a ser cortejada por PT e PSDB, que buscam o apoio da ex-ministra de olho na parcela do eleitorado conquistada por ela.

"Eu nem estou colocando essa palavra apoio ou não apoio. Estou colocando a palavra posição", disse. "Quando eu decidir a minha posição em relação a esse processo, ela será de conhecimento dos brasileiros e dos candidatos. O que eu vou fazer com ela, eu vou decidir depois", disse quando questionada se participaria da propaganda eleitoral do candidato que eventualmente decidir apoiar.

Marina reclamou também dos institutos de pesquisa, e deu a entender que as sondagens impediram que ela amealhassem mais votos.

"Eu diria que foi um problema, porque muita gente se referenciava nas pesquisas", avaliou. Para a ex-ministra, os institutos não capturaram "metodologicamente o que se via nas ruas".

(Por Eduardo Simões)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE69506K20101006

Marina trava disputa dentro do PV para ficar neutra no 2º turno

Correio Braziliense - Alana Rizzo - Vinicius Sassine


Brasília e São Paulo — O grupo da senadora Marina Silva é minoria dentro do Partido Verde (PV) — corresponde a menos de 20% dos integrantes da executiva nacional — e vem encontrando dificuldades para fazer prevalecer a decisão política mais desejada por Marina e seus aliados: a neutralidade no segundo turno da eleição presidencial, sem declaração de apoio a José Serra (PSDB) ou a Dilma Rousseff (PT). Depois de enfrentar petistas e tucanos e sair das urnas com 19,6 milhões de votos, o que despertou uma corrida pelo apoio da candidata verde, Marina trava agora uma disputa com os dirigentes que dominam o PV.

Dos 58 membros da executiva nacional, 10 são do grupo da senadora. Eles se filiaram ao PV com Marina, em agosto de 2009, e não têm poder suficiente para barrar o apoio do partido a José Serra, como desejam as antigas lideranças verdes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A votação expressiva obtida por Marina e o ganho de capital político — o apoio da senadora passou a ser considerado decisivo para a eleição do novo presidente da República — evidenciaram o racha existente no PV desde a chegada dos ex-petistas. Indicados para cargos na executiva, na secretaria e na coordenação nacional, Marina e aliados chegaram à legenda sob a promessa de mudanças no estatuto e nos programas do partido, o que não ocorreu.

A ala da senadora discorda e critica, por exemplo, as chamadas comissões provisórias, em que o presidente da sigla nomeia dirigentes nos estados e nos municípios. Em troca, esses dirigentes regionais validam as escolhas da executiva nacional, como o Correio constatou em entrevista com as lideranças. Questionadas sobre qual deve ser a posição de Marina no segundo turno, a resposta é quase unânime: vão seguir a decisão da executiva nacional.

O PV é um partido sem unidade regional. Em decisões nacionais, segue a cartilha ditada pelas lideranças de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Partiram de líderes do Rio, 40 dias antes da eleição, as primeiras iniciativas de apoio do partido a José Serra no segundo turno. A dois dias da votação, foi a vez de o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, manifestar a intenção de apoio a Serra. Nas duas ocasiões, a coordenação da campanha de Marina à Presidência negou qualquer aproximação nesse sentido. Os coordenadores da candidatura pertencem ao grupo recém-filiado ao PV.

Representação
Com exceção do desempenho de Marina na disputa presidencial, o partido não obteve êxito nestas eleições. Nenhum dos 11 candidatos próprios aos governos estaduais foi eleito. Juntos, obtiveram menos de 3,5 milhões de votos. O PV elegeu 15 deputados federais, mesma quantidade de parlamentares da atual legislatura. A partir de fevereiro de 2011, quando Marina encerrar o mandato, a legenda não terá senador.

Em outros 14 estados onde a sigla fez parte de coligações para as disputas pelos governos, as composições foram as mais diversas. Seis alianças eram encabeçadas pelo PT ou por partidos da base governista. Outras quatro eram capitaneadas pelo PSDB e, em quatro estados, o PV integrou composições que duelaram com petistas e tucanos. Para driblar essa configuração dentro do PV, Marina e aliados se agarraram a uma resolução interna que determina a realização de convenção em caso de segundo turno na disputa presidencial. Entre a convocação dos filiados com direito a voto e a convenção, são necessários dez dias. Por isso Marina convocou a imprensa para dizer que uma decisão só será anunciada em 15 dias.

“A data da convenção será definida nesta semana”, afirma João Paulo Capobianco, que coordenou a campanha de Marina. Cerca de 200 filiados teriam direito a voto. Eles escolheriam entre o apoio a Serra, a Dilma ou a neutralidade. Mesmo correndo o risco de perder o capital político conquistado, adiar a decisão e envolver os “núcleos vivos da sociedade” foram as armas de Marina para barrar uma decisão apressada do PV. “Ela vai ouvir a sociedade, os movimentos sociais e o partido”, diz o ex-deputado federal Luciano Zica, que ingressou no PV com Marina, saídos do PT.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/06/noticia_eleicoes2010,i=216702/MARINA+TRAVA+DISPUTA+DENTRO+DO+PV+PARA+FICAR+NEUTRA+NO+2+TURNO.shtml

Serra busca reforçar articulação nos Estados

AE - Agência Estado

Na primeira reunião ampliada do segundo turno, o presidenciável do PSDB, José Serra, escalou uma trinca de aliados para reforçar a articulação política nos Estados. Também ficou definido que a campanha tucana intensificará o contato com grupos religiosos cristãos e focará no eleitor de classe média que migrou, na primeira fase da eleição, para Marina Silva (PV).

Num encontro no comitê do PSDB, em São Paulo, Serra convidou o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, para formar um trio com o senador eleito por São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, e com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), atual coordenador político da campanha. No primeiro turno, a função ficou exclusivamente nas mãos de Guerra, o que sobrecarregou o senador e levantou críticas de aliados que não se sentiram contemplados.

"A ideia é somar e não tirar o lugar de ninguém. Cada um terá uma função. Vamos dividir o trabalho", disse Bornhausen. Ele contou que hoje, após o evento de campanha em Brasília que dará partida ao segundo turno, ele, Aloysio e Guerra vão ajustar as linhas de trabalho de cada um.

''Serrinha''

Com o início do horário eleitoral gratuito em rádio e televisão, na sexta-feira pela manhã, a campanha do PSDB pretende humanizar o candidato José Serra e insistir na tese de apresentá-lo como um candidato "do bem", como no primeiro turno.

Serão reeditadas ideias bem sucedidas das disputas anteriores e que já resultaram na vitória do próprio Serra e de aliados. Uma das medidas será a criação de um boneco inflável chamado "Serrinha", que participará de caminhadas e eventos com o candidato - as imagens serão captadas e depois usadas no programa.

A proposta atende à tentativa de tornar o candidato mais próximo do eleitorado e foi usada na disputa municipal de 2008, na reeleição de Gilberto Kassab (DEM), pela mesma equipe de marketing que está trabalhando na campanha presidencial. Na eleição anterior, o "Kassabinho" foi tido como um dos gols marcados pelos marqueteiros.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-busca-reforcar-articulacao-nos-estados,621197,0.htm

Sob pressão, Dilma falará na TV em 'valorização da vida'

AE - Agência Estado

A estratégia traçada pelo comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) para recuperar os votos perdidos após a polêmica sobre o aborto prevê um discurso de "valorização da vida" por parte da candidata do PT à Presidência. O novo tom aparecerá na reestreia do programa de TV de Dilma como um antídoto contra o aborto.

"Eu considero muito importante afirmar que o meu projeto, que foca nas pessoas marginalizadas, é a favor da vida", afirmou Dilma, ontem. "Eu sou e sempre fui a favor da vida. Se não fosse assim, não tinha colocado a minha vida em risco em determinado momento", emendou, numa referência à luta travada por ela contra a ditadura militar.

Ex-militante de organizações de extrema-esquerda, Dilma foi presa em 1970 e ficou três anos detida, em São Paulo. O tema foi tratado no primeiro programa de TV da candidata como uma espécie de escudo contra os previsíveis ataques à sua participação em grupos que pregavam a luta armada. Agora, ao repetir que é a favor da vida, Dilma também quer criar uma vacina no novo horário eleitoral, com reestreia prevista para sexta-feira.

Desde a última semana de campanha, no primeiro turno, a candidata do PT tem reiterado que é contra a legalização do aborto, na tentativa de estancar a sangria de votos entre cristãos. No último dia 29, ela se reuniu, em Brasília, com líderes católicos e evangélicos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a gravar um comercial dizendo que Dilma estava sendo vítima de mentiras vindas do "submundo da política". Agora, a estratégia consiste em tratar o assunto pelo lado da família.

Manifesto

Em meio à polêmica causada pela posição de Dilma em relação ao aborto, uma entidade com representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Federação Espírita e de grupos evangélicos divulgou uma nota atacando declarações que chama de "oportunistas, ambíguas e eleitoreiras".

Colocado na internet na quinta-feira passada, três dias antes do primeiro turno das eleições, o texto do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto) não menciona Dilma explicitamente, mas fala em "candidatos que manifestaram publicamente, com palavras e ações, posicionamento pela descriminalização do aborto".

No site da entidade, um texto deixa claro quem é a destinatária da mensagem. "Movimento questiona posição de petista", diz o título da nota. Um link no Twitter oficial da organização leva a um vídeo com declaração de Dilma, em 2007, favorável a mudanças na lei do aborto. Em meio à polêmica causada na reta final do primeiro turno da campanha eleitoral, Dilma foi a público para afirmar que é contrária à descriminalização.

"É estarrecedor que algo tão importante como a defesa da vida, desde a concepção, seja tratado sem a devida explicitação do posicionamento de cada candidato", afirma o manifesto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,sob-pressao-dilma-falara-na-tv-em-valorizacao-da-vida,621182,0.htm

Dilma anuncia Ciro Gomes como coordenador de campanha

Camila Campanerut
Do UOL Eleições

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, participou de uma reunião, nesta terça-feira (5), com três governadores reeleitos -Marcelo Déda (PT-SE), Eduardo Campos (PSB-PE) e Cid Gomes (PSB-CE)- e com o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). O deputado, que até o meio do ano cogitava participar das eleições presidenciais, mas por orientação de sua legenda apoiou a candidata petista, foi anunciado como um dos coordenadores de sua campanha do segundo turno.

“Ciro vai participar da nossa coordenação de campanha, e tenho certeza de que ele tem grandes contribuições para nos dar”, disse a presidenciável sobre o parlamentar, a quem ela disse que admira e respeita "muito".

Mais cedo, após o café da manhã com o presidente, Ciro reforçou o tom de respeito à decisão do partido e a disposição de ajudar a petista a conquistar o segundo turno das eleições presidenciais.

“Sou cabo eleitoral. Estou à disposição 100%. Minha tarefa é garantir a vitória [de Dilma] lá no Ceará, onde ela tirou 66% [dos votos], no primeiro turno”. Para Ciro, a estratégia da campanha deve ser mantida.

A ex-ministra afirmou que aproveitará este momento da campanha para aprofundar as propostas de desenvolvimento e inclusão social, em especial no Nordeste, já em resposta aos correligionários que, mais cedo, visitaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, e apontaram, como uma das falhas na campanha, o fato de ter dado pouca atenção às regiões Norte e Nordeste do país.

Amanhã (6), Dilma parte para o Rio de Janeiro, onde participará de uma carreata. A petista também já confirmou presença no debate da TV Bandeirantes, no próximo domingo (10).

Religião

"Eu não tenho o menor problema de tocar nas questões religiosas", disse a petista ao comentar a polêmica criada em torno de suas declarações sobre o aborto.

De acordo com Dilma, suas propostas de governo "têm tudo a ver com todas as religiões do Brasil". "Eu sou de uma família católica. Eu sempre fui a favor da vida".

Para a nova campanha, ela disse que vai se empenhar para mostrar as diferenças entre o seu programa e o do tucano. Nas palavras da petista, "o programa tucano é uma volta ao passado", enquanto o dela, "representa a nova era da prosperidade".

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/05/dilma-anuncia-ciro-gomes-como-coordenador-de-campanha.jhtm

PV define convenção para dia 17 e afirma que decisão pode não ser homogênea

Andréia Martins
Do UOL Eleições


A direção nacional do PV marcou para o dia 17 de outubro a convenção em que a legenda irá decidir o seu posicionamento para o segundo turno da eleição presidencial.

Em entrevista aos jornalistas na manhã desta terça-feira (06), o presidente nacional do partido, José Luis Penna, o presidente da legenda no Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, e o coordenador de campanha nacional do PV, João Paulo Capobianco, deixaram claro que o apoio do partido e o de Marina Silva não precisarão ser o mesmo.

Além disso, os dirigentes avisaram que o PV poderá definir um posicionamento e aqueles que não aderirem à opinião do partido poderão dar apoio ao seu candidato de preferencia, mas sem usar o material do PV.

Segundo Penna, a escolha de apoiar a candidata petista Dilma Rousseff ou o tucano José Serra não contraria o discurso da senadora Marina Silva, que em sua campanha no primeiro turno se apresentou como uma terceira via, afirmando que os candidatos Dilma e Serra tinham discurso semelhante. “A própria Marina reconheceu os avanços dos últimos 16 anos”, afirmou ele. “O que nós temos hoje é um conjunto de lideranças que precisa se impor e não vamos jogar no lixo o que foi conquistado”, completou Penna ao destacar “a votação nunca antes esperada nas urnas”.

Questionados sobre o que os adversários precisariam apresentar em seus programas de governo para atrair o apoio da legenda, Penna afirmou que eles “teriam que, primeiro, fazer um”. “O Serra apresentou um discurso, a Dilma apresentou um [programa] e mudou várias vezes”. “Nós vamos apresentar o nosso e eles podem se comprometer com alguns pontos ou não”, disse Sirkis.

Sobre o PV ocupar cargos no próximo governo, Capobianco desconversou: “A questão do partido é programas”, disse ele. “Discussão de novo governo é posterior”, afirmou Sirkis.

Antes da convenção, o PV vai se reunir com vários segmentos da sociedade, entre eles lideranças religiosas. Segundo Sirkis, ao longo dos próximos dias, Marina também irá se encontrar com lideranças que participaram de sua campanha para definir sua posição.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/06/pv-define-convencao-para-dia-17-e-afirma-que-decisao-pode-nao-ser-homogenea.jhtm

Propaganda eleitoral de Dilma e Serra na TV e no rádio começa nesta sexta

Do UOL Eleições
Em São Paulo

A propaganda eleitoral gratuita dos dois candidatos à presidência da República que disputam o segundo turno, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), começa nesta sexta-feira (8) no rádio e na TV.

Cada uma das coligações terá 10 minutos na TV no período da tarde (13h) e outros 10 minutos à noite (20h30). No rádio, os programas serão transmitidos pela manhã (7h) e ao meio dia.

Nos programas do segundo turno existem duas diferenças em relação aos veiculados no primeiro turno. Agora, o tempo é dividido igualmente entre os candidatos e os programas são exibidos também aos domingos.

A coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, da candidata petista, será a primeira a exibir a propaganda, uma vez que Dilma obteve maior votação no primeiro turno. Em seguida será a vez do candidato José Serra, apoiado pela coligação “O Brasil Pode Mais”.

Inserções

Também para o segundo turno cada candidato terá direito a 7 minutos e 30 segundos de inserções de, no máximo, 30 segundos a serem distribuídas pelas emissoras ao longo da programação diária.

Entre os dias 8 e 29 de outubro —último dia para veiculação de propaganda—, cada candidato terá alcançado 165 minutos de propaganda eleitoral gratuita, divididos em 330 inserções.

A propaganda eleitoral deverá ser transmitida pelas emissoras de rádio e de televisão, bem como os canais de televisão por assinatura sob a responsabilidade do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das Assembleias Legislativas e da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/06/propaganda-eleitoral-de-dilma-e-serra-na-tv-e-no-radio-comeca-nesta-sexta.jhtm

Marina diz que não aceitou conversar sobre apoio a Dilma Rousseff

Do UOL Eleições
Em São Paulo

A senadora Marina Silva (PV-AC) afirmou nesta quarta-feira (6), em nota divulgada à imprensa, que o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, a buscou na tarde de ontem para negociar seu apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da disputa presidencial. Marina, porém, que recebeu quase 20 milhões de votos no primeiro turno do pleito, disse que não irá conversar com o PT sobre uma eventual aliança neste momento.

De acordo com a nota, a senadora irá “escutar parcelas da sociedade civil que se integraram ao seu projeto e às instâncias do próprio partido [o PV]” nos próximos dias, para depois definir seu “posicionamento em relação ao segundo turno”. O documento diz que uma Convenção Nacional do PV será convocada para definir os rumos a serem tomados pela legenda na eleição presidencial, mas não informa em qual data será realizado o evento.

Marina também desmente uma declaração atribuída a Dutra, publicada ontem na imprensa, de que ela já teria aceitado conversar sobre o apoio a Dilma. A verde afirma que a notícia “não passa de puro equívoco ou compreensão incorreta dos esclarecimentos prestados ao dirigente nacional do PT”.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/06/marina-diz-que-nao-aceitou-conversar-sobre-apoio-a-dilma-rousseff.jhtm

4 de out. de 2010

Coordenador de Dilma afirma que aproximação com Marina é natural

Folha

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Integrante da coordenação da campanha de Dilma Rousseff (PT), o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) afirmou nesta segunda-feira que é "natural" a aproximação para o segundo turno com Marina Silva (PV), terceira colocada na disputa presidencial.

"Até outro dia a Marina era do PT. É natural que ocorra essa aproximação. Há setores muito próximos a Marina", afirmou.

Cardozo disse que não há mudança de postura e que a campanha vai continuar propositiva. O petista tentou minimizar a frustração no alto escalão da campanha com a continuidade da disputa sustentando que Dilma venceu a eleição. "O segundo turno foi importante para definir a base do governo Lula e vai ser muito importante agora [...] É preciso ficar claro que vencemos a eleição tivemos 47 milhões de votos", disse.

Segundo Cardozo, ainda não foi definido quando nem onde a campanha de Dilma vai recomeçar. O deputado afirmou que a campanha está avaliando os resultados da eleição de ontem e conversando com aliados para consolidar os apoios. Na tarde de hoje, Dilma se reúne com governadores, senadores, deputados e lideres aliados.

Dilma almoçou com Cardozo e o ex-ministro Antonio Palocci em sua casa no Lago Sul, bairro nobre da capital federal.

Pela manhã, a candidata reuniu a coordenação da campanha em um dos escritórios políticos em Brasília para discutir estratégias para o segundo turno. A chamada "onda verde", de Marina e os boatos anti-Dilma divulgados entre os cristãos foram apontados pela campanha como os principais fatores que provocaram o segundo turno, resultado considerado frustrante pelo alto escalão dilmista.

O crescimento de Marina e o impacto dos rumores entre católicos e evangélicos já alertavam há uma semana a campanha de uma possibilidade de ter que enfrentar o tucano José Serra no dia 31. Entre os religiosos, circulava o boato de que Dilma teria dito que nem Jesus tirava dela a vitória, além de declarações anteriores dela a favor da legalização do aborto.

Dilma desmentiu a frase afirmando que sempre evitou comentar a possibilidade de vitória em primeiro turno para rechaçar a idéia de salto alto. A candidata disse ainda que é contra o aborto e que defende que o tema seja tratado como questão de saúde pública.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/809484-coordenador-de-dilma-afirma-que-aproximacao-com-marina-e-natural.shtml

Serra diz esperar aproximação com PV e que Aécio é "pessoa-chave" no segundo turno

Folha

RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta segunda-feira esperar uma "aproximação" com o PV no segundo turno. Questionado se iria procurar a presidenciável derrotada Marina Silva, Serra disse que "a questão é via partido".

"Eu tenho muita proximidade com o PV. Elementos de aproximação existem e eu espero sinceramente que ela aconteça", afirmou o tucano, que não quis comentar a hipótese de Marina ficar neutra no segundo turno.

Serra disse que sempre teve o apoio dos verdes quando comandou a Prefeitura de São Paulo e o governo paulista e que tem "relação de amizade" com integrantes do PV. Afirmou ainda que fez um programa ambiental em parceria com o partido em São Paulo. O tucano disse que a área ambiental é uma prioridade sua e defendeu o sistema de poupança de carbono.

O presidenciável esteve em Belo Horizonte, onde participou do velório de Aécio Cunha, pai do ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB). Deputado federal de 1967 a 1987, Cunha morreu aos 83 anos no domingo por insuficiência hepática.

Serra chamou o pai de Aécio de "moderado" e "patriota" e disse que "é em uma hora dessas que os amigos devem estar juntos".

VICE

O candidato do PSDB disse que não participa das especulações sobre a suposta troca de seu vice, Indio da Costa (DEM). "Eu tenho entendido que não há possibilidade legal", afirmou o tucano, sem dizer se gostaria ou não de fazer a troca.

Ao ser questionado sobre a hipótese de Aécio ser um novo vice com mais peso, Serra afirmou: "Eu não creio, não ouvi essa especulação. E é melhor também não avançar muito em muitas especulações dessa natureza".

AÉCIO

Serra disse que Aécio deve agora "guardar o momento de dor" pela morte do pai, mas que espera que o mineiro seja uma "pessoa-chave" no segundo turno.

"Não creio que seja o caso já de o Aécio se envolver em um trabalho direto, mas acredito que ele vai ser uma das pessoas-chaves. Junto com o [governador reeleito Antonio] Anastasia aqui em Minas e no campo nacional", afirmou o tucano.

ALCKMIN

O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que também foi ao velório, defendeu a aproximação de Serra com o PV e brincou com o fato de estar de gravata verde.

"Eu acho que, no que depender de nós, eu até já estou com uma gravata verde aqui", afirmou o tucano paulista, que defendeu que o programa de Marina seja incorporado ao de Serra.

MINAS

O candidato derrotado do PV ao governo de Minas, José Fernando Aparecido, também esteve no velório e disse que não existe nada definido sobre apoio a Serra, mas ressaltou as alianças que tucanos e verdes mantêm pelo país.

"O Gabeira apoia o PSDB no Rio, temos alianças em São Paulo e em Minas. Temos já uma parceria regionalizada em três grandes Estados. Mas vamos esperar a reunião da Executiva Nacional", disse Aparecido.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/809475-serra-diz-esperar-aproximacao-com-pv-e-que-aecio-e-pessoa-chave-no-segundo-turno.shtml

Dilma prepara ato com base aliada e discute estratégia do 2º turno

Folha

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Um dia após a disputa presidencial ser levada ao segundo turno, a campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, prepara um ato com aliados para demonstrar unidade e ganhar fôlego para a continuidade das eleições.

São esperados em Brasília: o governador reeleito do Ceará, Cid Gomes (PSB), o governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) e o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), entre outros. Foram convidados ainda senadores e deputados, como a deputada Manuela D'Avila (PCdoB-RS), puxadora de votos entre os jovens, além de presidentes dos partidos da base aliada.

Também está prevista uma reunião com líderes de segmentos religiosos. A expectativa é de que todos estejam presentes na entrevista coletiva que Dilma vai conceder na tarde de hoje.

Dilma, desde o início da manhã, está reunida com a coordenação da campanha em um dos escritórios políticos avaliando o resultado das eleições e discutindo estratégia para o segundo turno. A chamada "onda verde", da candidata Marina Silva (PV), e os boatos anti-Dilma divulgados entre os cristãos foram apontados pela campanha como os principais fatores que provocaram o segundo turno, resultado considerado frustrante pelo alto escalão dilmista.

O crescimento de Marina e o impacto dos rumores entre católicos e evangélicos já alertavam há uma semana a campanha de uma possibilidade de ter que enfrentar o tucano José Serra no dia 31. Entre os religiosos, circulava o boato de que Dilma teria dito que nem Jesus tirava dela a vitória, além de declarações anteriores dela a favor da legalização do aborto. Dilma desmentiu a frase afirmando que sempre evitou comentar a possibilidade de vitória em primeiro turno para rechaçar a idéia de salto alto. A candidata disse ainda que é contra o aborto e que defende que o tema seja tratada como questão de saúde pública.

"Acho que tem de haver a descriminalização do aborto. No Brasil, é um absurdo que não haja, até porque nós sabemos em que condições as mulheres recorrem ao aborto", disse em sabatina à Folha, em outubro de 2007.

Questionada, sua assessoria respondeu que Dilma "reconhece que milhares de mulheres pobres praticam o aborto em condições bárbaras, correm risco de vida, morrem, e a essas mulheres tem que ser dada proteção, e é nesse sentido que ela defende o aborto como questão de saúde pública".

http://www1.folha.uol.com.br/poder/809429-dilma-prepara-ato-com-base-aliada-e-discute-estrategia-do-2-turno.shtml

Gabeira diz que vai 'honrar a palavra' e apoiar Serra; tucano quer aproximação com PV

Folha

FELIPE CARUSO

RODRIGO VIZEU


Candidato derrotado na disputa pelo governo do Rio de Janeiro, o deputado federal Fernando Gabeira (PV) disse na tarde desta segunda-feira que "não tem a mínima ideia" de como a candidata derrotada do partido à Presidência, Marina Silva, vai se comportar no segundo turno.

"Ela que sabe e é ela quem vai definir", afirmou Gabeira à Folha por telefone.

De acordo com o deputado, nem a sua própria participação na campanha do candidato PSDB, José Serra, na próxima fase da eleição presidencial está definida.

"Eu dei a palavra que apoiaria o Serra no segundo turno, caso a Marina não fosse com ele. Eu vou honrar a minha palavra. Agora, o como vai ser definido em função das posições que o PV tiver. Vou procurar fazer as coisas de uma maneira harmônica."

Gabeira também ainda não sabe o que fará a partir de 31 de dezembro, quando encerra seu mandato na Câmara dos Deputados. Uma das prioridades, diz, é viabilizar projetos que ainda estão no papel.

"Posso escrever livro, fazer reportagens ou documentários. Há um caminho enorme pela frente. Quero continuar contribuindo para o Rio de Janeiro, agora combinando com a sobrevivência", disse ontem.

SERRA

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta segunda-feira esperar uma "aproximação" com o PV no segundo turno. Questionado se iria procurar a presidenciável derrotada Marina Silva, Serra disse que "a questão é via partido".

"Eu tenho muita proximidade com o PV. Elementos de aproximação existem e eu espero sinceramente que ela aconteça", afirmou o tucano, que não quis comentar a hipótese de Marina ficar neutra no segundo turno.

Serra disse que sempre teve o apoio dos verdes quando comandou a Prefeitura de São Paulo e o governo paulista e que tem "relação de amizade" com integrantes do PV. Afirmou ainda que fez um programa ambiental em parceria com o partido em São Paulo. O tucano disse que a área ambiental é uma prioridade sua e defendeu o sistema de poupança de carbono.

VICE

O candidato do PSDB disse que não participa das especulações sobre a suposta troca de seu vice, Indio da Costa (DEM). "Eu tenho entendido que não há possibilidade legal", afirmou o tucano, sem dizer se gostaria ou não de fazer a troca.

Ao ser questionado sobre a hipótese de Aécio ser um novo vice com mais peso, Serra afirmou: "Eu não creio, não ouvi essa especulação. E é melhor também não avançar muito em muitas especulações dessa natureza".

http://www1.folha.uol.com.br/poder/809495-gabeira-diz-que-vai-honrar-a-palavra-e-apoiar-serra-tucano-quer-aproximacao-com-pv.shtml

Marina Silva deixa a disputa eleitoral como senhora do primeiro turno

Marina Silva deixa a disputa eleitoral com votação expressiva e a responsabilidade de ter prolongado a escolha do próximo presidente

Correio Braziliense - Alana Rizzo Enviada especial - Vinicius Sassine

São Paulo e Brasília — Desafeto atravessado na garganta da petista, Marina Silva (PV) empurrou Dilma Rousseff (PT) para a disputa em segundo turno com José Serra (PSDB). A candidata verde deixa a disputa presidencial como a responsável por adiar a definição do novo presidente da República. Marina teve votação superior à previsão de todas as pesquisas, arrancou votos de Dilma, provocou o segundo turno e dá uma nova perspectiva ao discurso na etapa final da campanha: obrigatoriamente, Dilma e Serra precisarão defender a sustentabilidade, bandeira de Marina, para conquistar os votos da onda verde.

Com mais de 19,5 milhões de votos — 19,4% dos votos válidos —, Marina foi decisiva para evitar a vitória de Dilma em primeiro turno. A importância da senadora para o processo eleitoral não se encerra com o fim da apuração das urnas. Tucanos e petistas disputam o apoio da candidata do PV na segunda e última etapa da disputa presidencial. Lideranças do PV já assediam o PSDB há pelo menos 40 dias, quando começou a se delinear uma aproximação entre cúpulas partidárias. Ao mesmo tempo, emissários do PT do Acre — terra natal de Marina — passaram a sustentar que ela estaria ao lado de Dilma no segundo turno.

Já naquela fase da campanha, Marina irritou-se com as especulações e desautorizou que correligionários ou aliados petistas falassem em seu nome. No primeiro pronunciamento como candidata derrotada nas urnas, a senadora não manifestou apoio a Dilma ou Serra, mas não disse que vai se manter neutra no segundo turno. “A intenção e o gesto revelam o início de um processo que inclui plenárias e que, de fato, sinaliza a nova política que estamos preconizando. Foi nessa política que as pessoas votaram e que aos poucos estão se comprometendo”. Marina disse que o PV, agora, discute o melhor posicionamento, que faça “jus” aos votos recebidos nas urnas.

“A nossa decisão não terá relação com a velha política que se manifesta só por se manifestar e vislumbrando pontos lá na frente”, disse, informando que, durante a semana, vai se reunir com dirigentes da legenda e com “núcleos vivos da sociedade” que a apoiaram para o início de um processo interno de discussão. Independentemente de sua posição, os 19,5 milhões de votos obtidos na disputa presidencial fortaleceram o nome de Marina no atual cenário político. Pela postura de embate demonstrada na fase final da campanha, ao bater em Dilma e Serra, a senadora se coloca no campo da oposição, mesmo sem saber quem vai se sentar na cadeira de presidente a partir de 1º de janeiro de 2011.

Sem cargo a partir de então, Marina deve ganhar força dentro do PV e atuará no terceiro setor — fará da defesa do meio ambiente a mesma bandeira que lhe garantiu uma votação expressiva ontem. No pronunciamento à noite, ela e o candidato a vice, Guilherme Leal, disseram ser “maiores que as circunstâncias”, ao falarem sobre o futuro político dos dois.

Desde a saída do PT, em agosto do ano passado, e a filiação poucos dias depois ao PV, Marina construiu uma aliança com diferentes setores da sociedade. Primeiro, aproximou-se do empresariado alinhado à defesa da sustentabilidade. Depois, assumiu dentro das igrejas evangélicas uma posição de liderança política, apesar dos rachas partidários existentes em cada matiz protestante. O apoio espontâneo de movimentos suprapartidários compensou a completa ausência de coligação a outros partidos.

Mesmo derrotada nas urnas e fora do segundo turno, Marina comemorou os quase 20 milhões de votos. E não é para menos. Em 2006, a então candidata à Presidência Heloísa Helena (PSol) obteve 6,5 milhões de votos. Há quatro anos, Heloísa gerou uma movimentação semelhante à provocada por Marina, mas foi perdendo forças até o dia da votação. Chegar a quase 20% dos votos é uma conquista surpreendente para a própria Marina. Em 1988, quando foi eleita pela primeira vez para o cargo de vereadora em Rio Branco (AC), ela obteve 2,5 mil votos.

Não à toa, ela comemorou o segundo turno das eleições brasileiras. Com os olhos marejados e praticamente sem voz, Marina afirmou que seu projeto foi vitorioso. “O eleitor brasileiro quebrou o plebiscito. Escolheu ouvir duas vezes, olhar duas vezes”, disse, completando que, mesmo percebendo todas as melhorias na vida do brasileiro, o eleitor mostrou que “nem só de pão vive o homem”.


Análise da notícia
Lula vai manter o silêncio?
Marina Silva foi escanteada. A decisão de deixar o Ministério do Meio Ambiente (MMA) em maio de 2008 e de jogar no colo do presidente da República a responsabilidade pela manutenção do combate ao desmatamento da Amazônia irritou Lula. Marina e Lula encontraram-se três ou quatro vezes depois da demissão dela. Marina como senadora, ele como presidente. Encontros protocolares, por acaso, constrangedores. Depois que ela saiu do PT e se lançou na disputa presidencial pelo PV, Lula não fez uma única ligação. Não se falam desde então, o que deve mudar agora. Marina recebeu 19,5 milhões de votos, arrancou votos de Dilma Rousseff (PT), levou a eleição para o segundo turno. Lula vai manter o silêncio?

O presidente não é um “iluminado”, nas palavras da própria Marina. Precisará passar a mão no telefone — se já não o fez na noite de ontem — e ligar para a sua ex-ministra. A ex-ministra preferida, Dilma, tomou um susto no primeiro turno, caiu mais do que projetaram as pesquisas e precisará acolher os votos da onda verde no segundo turno. Há mais de 40 dias, lideranças do PV “vendem” o apoio de Marina e da legenda ao candidato tucano, José Serra. Esse movimento ficou mais evidente na reta final da campanha para o primeiro turno.

Independentemente de sua posição no segundo turno, Marina sai da disputa presidencial com um capital político precioso. Na briga solitária por votos, não teve força suficiente para chegar à disputa final com Dilma, com quem tem desavenças históricas. Ironicamente, um ano depois de deixar o PT pela porta dos fundos, escanteada, Marina deu um troco amargo demais para os petistas. Não imaginaram ter de cotejá-la tão cedo. (VS)

Incansável no corpo a corpo
» O avião que levava Marina Silva a Rio Branco (AC), onde votou, fez uma escala, na noite de sábado, em Goiânia (GO) para reabastecer. Seriam duas horas em solo, tempo precioso para conquistar mais votos. Marina não pensou duas vezes. Depois de intenso corpo a corpo em São Paulo, no Rio de Janeiro e, por último, em Diamantina (MG), a candidata foi para o saguão do aeroporto da capital goiana conversar com eleitores. De lá, pegou um táxi e fez o corpo a corpo não agendado — o último da campanha — na Feira da Lua, uma das mais movimentadas de Goiânia. Depois de caminhar pela feira, a senadora voltou ao aeroporto e seguiu para Rio Branco, onde foi recebida por dezenas de simpatizantes, militantes e familiares. Marina votou no início da manhã e seguiu para São Paulo, onde acompanhou a apuração dos votos. (VS)


Primeiro lugar no DF
Se os eleitores brasileiros se restringissem à população do Distrito Federal (DF), Marina Silva (PV) teria sido içada com folga ao segundo turno da disputa presidencial. A senadora foi a candidata mais votada no DF, com 611,3 mil votos — 148,9 mil a mais do que a segunda colocada, Dilma Rousseff (PT). Em nenhuma outra unidade da federação a candidata verde recebeu tanto apoio nas urnas. Ela obteve 42% dos votos, quase o dobro dos votos depositados para José Serra (PSDB).

Desde o início da campanha eleitoral, Marina já esperava uma votação expressiva no DF. “Tenho 16 anos de trabalho aqui, entre o Senado e o Ministério do Meio Ambiente. Acredito que é uma convivência da população de Brasília com o meu trabalho”, disse a candidata em 19 de setembro, em entrevista ao Correio. “Com certeza, há uma exposição maior. Brasília e Acre são os lugares onde eu tenho maior exposição e convivência com as pessoas.”

Mas, no Acre, terra natal da senadora, o desempenho nas urnas confirmou o que as pesquisas já mostravam. O estado que deu a Marina dois mandatos de senadora e onde ela exerceu os cargos de vereadora e deputada estadual não se empolgou com a candidatura de uma acriana à Presidência. Marina obteve praticamente a mesma quantidade de votos depositados em Dilma e ficou bem atrás de Serra.

A onda verde chegou com força ao Rio de Janeiro, à Amazonas e ao Pernambuco — onde Marina derrotou Serra—, e passou longe da região Sul. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a candidata do PV não atingiu 12% dos votos. As pesquisas de preferência eleitoral mostravam que a onda verde ganhou força principalmente nas grandes capitais, o que se confirmou com o fechamento das urnas. Eleitores do Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Recife (PE) embarcaram na candidatura do PV. (VS)

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/04/noticia_eleicoes2010,i=216298/MARINA+SILVA+DEIXA+A+DISPUTA+ELEITORAL+COMO+SENHORA+DO+PRIMEIRO+TURNO.shtml

TSE totaliza apuração de votos; Dilma vence em 4 regiões e Serra, em uma

Wellton Máximo
Da Agência Brasil
Em Brasília

Com 100% das urnas apuradas, a candidata Dilma Rousseff (PT), que obteve 46,91% dos votos válidos, vai ao segundo turno com José Serra (PSDB), com 32,61%. Marina Silva (PV) conseguiu 19,33% e Plínio Arruda Sampaio (P-SOL) teve 0,87%.

Por uma diferença de quase 6,3 milhões de votos, a petista não conseguiu se eleger no primeiro turno. Dilma venceu em quatro regiões, mas perdeu para Serra no Sul. No Nordeste e no Norte, Dilma ganhou com folga, mas liderou com vantagem menor no Sudeste e no Centro-Oeste.

No Sul, Serra ganhou, com 43,01%. Dilma teve 42,10%; e Marina, 13,64%. No Centro-Oeste, Dilma venceu por pequena vantagem, com 38,89%, contra 37,97% de Serra e 20,94% de Marina.

No Nordeste, Dilma teve o melhor desempenho com 61,63%. Serra obteve 21,48%; e Marina, 16,14%. No Norte, Dilma ficou com 49,23%; Serra, 31,95%; e Marina, 17,88%.

No Sudeste, região com o maior número de eleitores, Dilma obteve 40,88%, contra 34,58% de Serra e 23,18% de Marina.

Dilma venceu em 18 estados e Serra liderou em oito: Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Marina ganhou no Distrito Federal, onde conseguiu 41,96% dos votos válidos, e ficou em segundo lugar em cinco estados – Acre, Amapá, Amazonas, Pernambuco e Rio de Janeiro. No Ceará, ela empatou com Serra (16,36%).

Entre os votos no exterior, Dilma perdeu por cerca de quatro pontos percentuais. Ela obteve 36,81%, contra 40,25% de Serra e 20,43% de Marina. Entre os eleitores que votaram em trânsito, Dilma venceu com 39,15%. Serra obteve 31,18% e Marina ficou com 28,11%.

Os votos em branco somaram 3.479.320 (3,13%); e os nulos, 6.124.083 (5,51%). O Brasil tem 135,804 milhões de eleitores. A abstenção foi de 18,12%.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/04/tse-totaliza-apuracao-de-votos-dilma-vence-em-4-regioes-e-serra-em-uma.jhtm

Arrancada de Marina, voto de SP e queda de Dilma na classe C explicam o 2º turno

Folha

FERNANDO CANZIAN


Votações com tendência de alta para Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB) levaram a eleição presidencial de 2010 ao segundo turno.

Já Dilma Rousseff (PT) manteve sua trajetória de perda de apoio das últimas semanas. De franca favorita até meados de setembro, terá de enfrentar Serra no próximo dia 31 de outubro.

O resultado de ontem repete o padrão das eleições presidenciais desde 1994.

Desde então, os melhores colocados ou vencedores no primeiro turno tiveram pouco menos ou pouco mais de 50% dos votos válidos.

O resultado das urnas também seguiu e reforçou a tendência captada pelas últimas pesquisas eleitorais realizadas pelo Datafolha.

Elas começaram a sinalizar a partir de terça passada a probabilidade de haver uma nova rodada eleitoral.

As pesquisas captaram três tendências principais, confirmadas pelos resultados da votação de ontem:

1) O desembarque de parcela expressiva do eleitorado da candidatura Dilma, especialmente entre os eleitores da chamada nova classe C (com renda mensal entre R$ 1.020 e R$ 2.550) e entre os menos escolarizados;

2) Uma "onda verde" a favor de Marina nessa mesma classe C, com tendência de crescimento no Sul, Sudeste e Nordeste; e um apoio inédito do eleitorado feminino na reta final da campanha;

3) Um movimento de recuperação das intenções de voto de Serra em sua base eleitoral, São Paulo (maior colégio eleitoral do país, com 30,3 milhões de eleitores); e sua vitória no "arco do agronegócio", que compreende Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.

Entre esses fatores, pesaram mais a arrancada de Marina e a queda de Dilma. Em dez dias, a candidata do PV cresceu 5,5 pontos percentuais, considerando os votos válidos; Dilma recuou 7. Serra subiu 1,7 ponto.

Assim, ganha relevância no segundo turno o espólio eleitoral da candidata do PV e seu posicionamento em favor ou não de PSDB ou PT.

Após a contagem dos votos, Marina quase conseguiu dobrar o total de sufrágios válidos que tinha projetados no início do ano em relação aos que efetivamente conquistou no primeiro turno.

Segundo projeção do Datafolha realizada na semana passada, 51% dos eleitores de Marina migrariam para a candidatura Serra em um eventual segundo turno.

Dilma receberia o apoio de 31%. Outros 15% dizem que votariam em branco ou anulariam o voto. E 3% responderam ainda não ter decidido o que fazer em uma eventual segunda rodada eleitoral.

Segundo projeções do Datafolha feitas antes da votação de ontem, Dilma teria 53% das intenções de voto no segundo turno. Serra, 39%.

Mantida a migração de votos de Marina no dia 31 de outubro para os dois candidatos projetada pelo Datafolha, do total de votos de Dilma, 8% viriam dos eleitores da candidata do PV. No caso de Serra, seriam 18%.

A imposição de um segundo turno para Dilma pelos eleitores começou a ganhar corpo a partir da segunda quinzena de setembro.

A então favorita nesta eleição passou a cair nas pesquisas por conta dos escândalos envolvendo a quebra de sigilos fiscais de tucanos e a queda de sua ex-braço direito na Casa Civil, Erenice Guerra.

Entre a eclosão dos escândalos e a véspera da eleição, Dilma perdeu seis pontos junto aos eleitores com renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos.

Cerca de 36% dos eleitores pertencem a essa faixa de renda, que agrupa a nova classe C brasileira.

Ironicamente, o mesmo eleitorado que progrediu economicamente no governo Lula obrigará Dilma a se submeter a nova votação.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/809281-arrancada-de-marina-voto-de-sp-e-queda-de-dilma-na-classe-c-explicam-o-2-turno.shtml