9 de set. de 2010

Para cumprir cota, partidos usam candidatas laranjas

Ministério Público Eleitoral investiga suspeitas de fraude no Rio; mulheres dizem que sequer sabiam do registro de candidaturas

Gabriela Moreira, de O Estado de S.Paulo

RIO - Ficha de registro com imagem de boneca de pano no lugar da foto da candidata. Em vez de plataforma política, favores para "encher o partido". Entre as candidatas aos cargos de deputada estadual e federal no Estado do Rio, pelo menos 70 tiveram seus registros negados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por suspeita de fraude.

Segundo o Ministério Público Eleitoral, as irregularidades ocorrem em alguns partidos que não têm candidatas suficientes para cumprir a cota de 30% destinada ao sexo feminino, obrigatória por lei. Assim, escalam "laranjas" - em certos casos, há mulheres que nem sabiam que estavam registradas como candidatas.

Moradora da favela Vila Ipiranga, em Niterói, região metropolitana, a merendeira Lúcia Maria Ferreira da Silva, de 59 anos, se assustou ao saber que seu número como deputada federal pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC) seria o 2717. "Eles disseram que eu só iria encher o partido. Só precisavam dos meus dados para fazer o número. Não me disseram que eu seria candidata a deputada federal", afirmou Lúcia, que em 2008 tentou vaga para a Câmara dos Vereadores de Niterói pela mesma legenda - na época, conseguiu apenas 200 votos. "Eles têm todos os meus documentos desde essa época."

Algo semelhante ocorreu com a professora Maria da Aparecida Martins, de 53 anos. Ela se filiou ao Partido Trabalhista Cristão (PTC) com a intenção de se candidatar nestas eleições, mas afirma ter desistido em abril. Mesmo assim, em julho, o partido encaminhou registro em seu nome como candidata a deputada estadual. O pedido não tinha a assinatura da professora nem os documentos exigidos por lei.

A maioria dos pedidos suspeitos de fraude foram apresentados como o de Maria e o de Lúcia, sem a assinatura das candidatas. Mas há solicitações que surpreendem ainda mais, com imagens de bonecos ou de pessoas diferentes no lugar da foto da candidata. No registro de Fátima dos Santos ao cargo de deputada federal pelo Partido Republicano Progressista (PRP), por exemplo, havia a foto de um homem. O MPE pediu mais informações ao partido, mas não obteve resposta. O pedido foi indeferido.

"Tudo leva a crer tratar-se de requerimento fraudulento com vistas a atingir o mínimo legal de mulheres. Nota-se que são candidaturas apenas para constar, registros de araque", disse a procuradora eleitoral do Rio, Silvana Batini, que encaminhou os registros suspeitos para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. Segundo a juíza eleitoral Ana Lúcia Vieira do Carmo, tais registros foram indeferidos e as informações, encaminhadas para a Polícia Federal.

Do ponto de vista eleitoral, segundo Silvana, nada mais pode ser feito contra os partidos, mas os responsáveis pelas fraudes, se comprovadas, podem ter de responder à Justiça comum. "Dependendo da situação, pode ser caracterizado crime de falsidade ideológica. Em outros casos, simplesmente um ilícito civil, que pode acarretar em reparação de danos coletivos", explicou.

O PSDC afirmou que todas as candidatas registradas pelo partido são pessoas filiadas e que desconhece as suspeitas de fraude. Já o PTC informou saber que Maria havia desistido de se candidatar, mas que não encaminhou carta de renúncia ao Tribunal Regional Eleitoral pois o órgão não requisitou o documento.


PARA ENTENDER

Pela Lei n.º 9.504, os partidos devem reservar o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Embora esteja em vigor desde 97, somente nestas eleições passou a ser exigida pelo Judiciário. A chamada lei das cotas vem sendo contestada pelos partidos no TSE.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,para-cumprir-cota-partidos-usam-candidatas-laranjas,607265,0.htm

Além de filha, genro de Serra também teve dados fiscais violados em Mauá

Governo sabia da quebra de sigilo do empresário Alexandre Bourgeois desde o dia 24 de agosto, mas só nesta semana o incluiu no processo administrativo aberto na Receita para apurar a invasão de informações de pessoas ligadas ao presidenciável do PSDB

Leandro Colon, Ana Paula Scinocca e Rui Nogueira - O Estado de S.Paulo

O empresário Alexandre Bourgeois, genro do presidenciável José Serra (PSDB), também teve dados fiscais violados na agência da Receita Federal em Mauá (SP). O governo sabe do caso desde 24 de agosto, mas só nesta semana o incluiu no processo administrativo que apura a quebra ilegal de sigilo fiscal de tucanos. O acesso aos dados de Bourgeois foi revelado com exclusividade pelo portal estadão.com.br.

A agência de Mauá foi palco da quebra de sigilo fiscal de quatro tucanos e de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB. A invasão aos dados de Bourgeois ocorreu no dia 16 de outubro de 2009 e atingiu as informações cadastrais do empresário, casado com Verônica. Todos os acessos partiram do computador da servidora Adeildda Ferreira dos Santos, que trabalhava em Mauá. Na semana passada, o Estado revelou a estratégia do comando da Receita para abafar a violação do sigilo fiscal de Verônica, ocorrida dia 30 de setembro de 2009 numa agência Santo André. Por 20 horas, a Receita sustentou a versão de que ela pedira seus dados, mesmo sabendo que a violação ocorrera com uma procuração falsa.

Desta vez, descobre-se que o comando da Receita sabe dos acessos aos dados de Bourgeois desde 24 de agosto, quando a sindicância levantou todos os CPFs consultados no computador de Adeildda entre agosto e dezembro de 2009. O relatório - inserido numa "apuração especial" - mostra que as informações do genro de Serra foram acessadas três vezes - às 10h43m43s, 10h43m45s e 10h46m03s do dia 16 de outubro do ano passado.

Quando descobriu o acesso, há pouco mais de duas semanas, a Receita já investigava a violação dos dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, além de Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Preciado, todos do alto escalão do partido.

A Receita tem sustentado a versão de que não há interesse político nas violações - uma estratégia para blindar a campanha de Dilma Rousseff (PT), onde parte dessas informações foi parar. Só que os componentes políticos só crescem: numa mesma agência, de um mesmo computador, foram vasculhados os dados da filha e do genro de Serra, de Eduardo Jorge e de mais três tucanos.

"Pelo jeito, o terminal de Adeildda era o lado negro da Receita", disse o advogado dela, Marcelo Panzardi. "É evidente que ela foi usada, ela e o computador dela."

Panzardi reafirma que a servidora apenas acatava ordens superiores. "Pode ter havido acesso por parte de Adeildda às declarações (de Bourgeois), mas certamente ela desconhecia de quem era a declaração. Recebia ordens para acessar, não estava interessada em nomes, apenas lidava com CPFs. Presumia que tudo estivesse dentro da legalidade."

Ritmo. Ao omitir a violação dos dados cadastrais do genro de Serra por 15 dias, o ritmo da Receita harmonizou-se com a estratégia da campanha de Dilma, a ponto de permitir que o presidente Lula acusasse a oposição de "baixaria" no programa eleitoral da petista levado ao ar na terça-feira.

A Polícia Federal, que também investiga o caso, tentou notificar o genro de Serra ontem para depor sobre o assunto, mas sem revelar a razão da convocação. Para o comando do PSDB, isso mostra que a PF também tem feito parte da operação abafa do governo.

O jornalista Amaury Ribeiro fez circular, a pretexto do livro que estaria escrevendo sobre as privatizações e os tucanos, uma informação que tinha como origem as declarações individuais de IR de Verônica e de Bourgeois - tratava de empresas relativas a negócios da época em que eram solteiros. "Essa informação só podia ter sido conseguida com a violação de nossas declarações de IR", disse ontem o genro de Serra ao Estado. Amaury está envolvido no episódio do suposto dossiê contra os tucanos que derrubou o jornalista Luiz Lanzetta da da campanha de Dilma. / COLABOROU FAUSTO MACEDO


PARA LEMBRAR

Tucano era líder no Ibope

Em setembro de 2009, pouco antes da quebra de sigilo, José Serra, então pré-candidato do PSDB à Presidência, era líder nas pesquisas. Levantamento do Ibope indicava que ele tinha 34% das intenções de voto, mais do que o dobro da petista Dilma Rousseff, que aparecia com 15% das preferências.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100909/not_imp607183,0.php

Para Serra, Dilma é caixa preta e terceiriza ataques

SÃO PAULO (Reuters) - Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificar a campanha tucana de "baixaria", o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, acusou nesta quarta-feira a candidata Dilma Rousseff (PT) de atuar como caixa preta e disse que ela terceiriza seus ataques.

"A estratégia eleitoral do PT da Dilma é a estratégia da caixa preta: não aparece em debates, não confraterniza com o povo, não expõe ideias, oculta seu passado e terceiriza seus ataques", disse Serra referindo-se à presença do presidente Lula na propaganda de TV da petista.

Lula participou do programa na terça-feira à noite replicando a acusação da campanha de Serra de responsabilizar Dilma pelo vazamento de sigilos ficais de tucanos.

Questionado se responderá a Lula durante o horário eleitoral de TV, Serra foi vago. "No programa eleitoral, eu falo para a população brasileira. Eu não falo para este indivíduo ou aquele, ou para responder isso ou aquilo", afirmou.

Nesta quarta-feira, sites noticiosos divulgaram que mais uma pessoa ligada a Serra teve violação de dados na Receita Federal. Trata-se do empresário Alexandre Bourgeois, marido de sua filha Verônica, que também sofreu vazamento de dados da Receita. Agora, são seis os tucanos envolvidos no procedimento em que o PSDB responsabiliza a campanha do PT.

"Está mais do que claro que é um trabalho organizado, de quadrilha, vão em pessoas próximas, vão à minha filha que nunca teve envolvimento em política... ao meu genro, que também não tem nada a ver com política e são agredidos de maneira criminosa para beneficiar a candidata Dilma na eleição", afirmou Serra.

O Ministério da Fazenda divulgou nota no começo da noite de quarta-feira afirmando que apenas os dados cadastrais de Bourgeois foram acessados, não configurando quebra de sigilo fiscal.

Desde sábado, o presidente Lula passou a se referir à quebra dos sigilos. Durante comício em Guarulhos (SP), sem a presença de Dilma, disse que a campanha tucana "mente descaradamente". Em novo comício, em Valparaíso (GO), com Dilma a seu lado, Lula afirmou que Serra baixou o nível.

E na propaganda na TV afirmou que a oposição usa de "mentiras e calúnias" para atingir a presidenciável, classificando Serra como "candidato da turma do contra".

Serra compareceu nesta quarta, acompanhado do candidato ao governo paulista Geraldo Alckmin (PSDB), em encontro de pessoas com deficiências e reafirmou que criará, se eleito, um ministério voltado para essas pessoas.

(Reportagem de Fernando Cassaro; Edição de Carmen Munari)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE6870MF20100909

Dilma diz que defesa de Lula na TV foi "institucional"

BRASÍLIA (Reuters) - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira que a defesa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa de TV foi "institucional" e disse que o presidente não baixou o nível.

"Lula fez uma fala institucional muito clara, de muito boa qualidade, não baixou o nível em nenhum momento", disse. "Ele (Lula) falou por ele. Ele é do meu partido, líder do PT. Ele falou ontem pelo meu partido", complementou.

O presidente Lula apareceu no programa de TV de Dilma da véspera afirmando que ataques contra sua candidata são, na verdade, "preconceito contra a mulher brasileira" e que a oposição usa "mentiras" e "calúnias" na campanha.

"Falar em baixaria eu falo também. Eu falo que o candidato adversário (José Serra) faz factoide, baixarias e falsidades contra mim, e nem por isso eu estou baixando o nível", disse Dilma.

Questionada se a oposição não estaria tentando explorar ao máximo na campanha eleitoral os casos de violação de dados de contribuintes da Receita Federal, Dilma voltou a dizer que está tranquila com "a situação presente".

Nesta quarta-feira, sites noticiosos divulgaram que mais uma pessoa --a sexta-- ligada ao tucano José Serra teve violação de dados na Receita Federal. Desta vez, a vítima foi o empresário Alexandre Bourgeois, marido da filha do tucano, Verônica Serra.

O Ministério da Fazenda divulgou nota no começo da noite desta quarta-feira afirmando que apenas os dados cadastrais de Bourgeois foram acessados, não configurando a quebra de sigilo fiscal.

Dilma também se mostrou confiante com as próximas pesquisas de opinião. "Se acharem que está caindo, esperem para ver", afirmou a candidata, ao ser indagada se os oposicionistas não estariam apostando em uma queda na diferença entre ela e Serra.

Nos próximos dias, os institutos Datafolha e Sensus vão a campo novamente. Nas últimas pesquisas de opinião, Dilma se manteve estável com larga vantagem --sempre em torno de 20 pontos percentuais-- e venceria o pleito já em primeiro turno.

(Reportagem de Bruno Peres)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE6870NY20100908

Programa de Serra diz que quebra de sigilo é comum em ditaduras

SÃO PAULO (Reuters) - O programa de rádio do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, da manhã desta quinta-feira voltou a acusar o PT de envolvimento na violação de dados fiscais da filha do candidato e afirmou que quebras de sigilos são comuns em ditaduras.

"Confirmado. Era do PT o homem que usou um documento falso para espionar a filha de José Serra. E o pessoal do PT anda dizendo que não há nada de mais nisso", disse um locutor da campanha tucana.

A propaganda de Serra também atacou declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada. Ele disse que vazamento de dados fiscais "ocorrem e sempre ocorreram".

"Teve até um ministro do PT que disse que isso acontece a toda hora, que é uma coisa comum. Não numa democracia. Isso é comum em ditaduras, em países que prendem e matam gente por divergência de opinião. Numa democracia, isso é crime", disse o programa do tucano.

"Isso é uma coisa que está acima de quem ganha ou quem perde uma eleição. O Brasil não é uma ditadura, não pode agir fora da lei", completou.

O programa tucano também abordou as áreas de saúde, educação e segurança, citando propostas como ampliação do programa Bolsa Família e construção de policlínicas pelo país.

Já o programa da principal adversária de Serra, Dilma Rousseff (PT), falou de segurança pública e, ao mencionar a região no centro de São Paulo conhecida como "Cracolândia", frequentada por usuários de drogas, aproveitou para alfinetar o PSDB, que desde 1995 detém o controle do governo do Estado.

"Essa turma do bico grande está mandando lá em São Paulo há 16 anos, e não consegue acabar com isso?", questionou um locutor da campanha petista. "E ainda fica aí cheia de empáfia dizendo que vai resolver os problemas do país", afirmou.

O programa da petista também mencionou o Pronasci, Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, do governo federal, como uma das realizações do governo Lula na área.

Desde junho a imprensa vem noticiando a violação de dados fiscais de pessoas ligadas a Serra, inclusive do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e da filha do candidato Verônica Serra.

No episódio mais recente, jornais publicam nesta quinta-feira que os dados do empresário Alexandre Bourgeois, marido de Verônica, também teriam sido acessados. Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que o acesso se limitou aos dados cadastrais de Bourgeois, o que não configura, segundo o ministério, quebra de sigilo fiscal.

(Por Eduardo Simões)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE68803O20100909

Dilma e Lula devem ceder à pressão e encerrar campanha com ato em Minas

Folha

RANIER BRAGON
FÁBIO AMATO
DE BRASÍLIA

Sob pressão dos aliados de Minas Gerais, o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff (PT) realizaram comício ontem à noite na região metropolitana de Belo Horizonte para tentar socorrer a chapa ao governo Hélio Costa (PMDB)-Patrus Ananias (PT).

Em 40 dias, Costa viu a distância em relação ao tucano Antonio Anastasia encolher de 26 para 5 pontos percentuais, de acordo com o Datafolha.

Lula e Dilma sofrem pressão para encerrar a campanha nacional no Estado e não em São Paulo, como estava previsto anteriormente e como é tradição nas campanhas presidenciais do PT.

A agenda prévia de Dilma que circula entre assessores já prevê a troca. De acordo com esse cronograma, o comício na praça da Sé, em São Paulo, ocorreria na sexta-feira, dia 24. O de Belo Horizonte, que seria o último, ocorreria na segunda-feira, dia 27. Os dias seguintes seriam reservados à preparação para o debate na TV Globo, marcado para o dia 30, última data permitida para realizações de comícios.

Apesar de a agenda já prever a mudança, a coordenação da campanha de Dilma ainda não a confirmava oficialmente. "Talvez o encerramento seja em Belo Horizonte, estamos conversando. Mas ainda não houve a decisão", disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

O ato em Minas foi o 14º evento público entre Dilma e Lula na atual campanha. Hoje ela iria para Ribeirão Preto com o presidente, mas com o nascimento de seu neto a agenda foi desmarcada. Na próxima semana, há previsão de mais quatro comícios com Lula e Dilma, em Joinville (segunda), Fortaleza (quarta), Porto Alegre (sexta) e Campinas (sábado).

CONSELHÃO

Sob a justificativa de discutir uma agenda com desafios que o Brasil deve vencer para dar continuidade ao atual ciclo de desenvolvimento, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, viaja pelo país, em período de campanha eleitoral, para realizar "reuniões ampliadas" do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) com a participação de políticos, empresários e representantes da sociedade civil.

Ontem, a reunião foi em Minas. Os encontros começaram em julho e seguem até este mês. A reunião de Porto Alegre, em 29 de julho, também coincidiu com agenda conjunta de campanha de Dilma com Lula. A de Salvador, no dia 27 de agosto, ocorreu um dia depois do comício na cidade do presidente com sua candidata. Em nota divulgada no último dia 4, Padilha diz que essas reuniões não descumprem a legislação nem as recomendações da Advocacia-Geral da União.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/796106-dilma-e-lula-devem-ceder-a-pressao-e-encerrar-campanha-com-ato-em-minas.shtml

Serra defende demissão do secretário da Receita Federal

Folha

No dia em que foi divulgado o vazamento dos dados de mais um parente seu, o genro Alexandre Burgeois, o candidato a presidente José Serra (PSDB) defendeu a demissão imediata do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, e atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata Dilma Rousseff (PT), dizendo que ambos deveriam pedir desculpas pelos problemas no Fisco.

"O governo federal deveria demitir imediatamente o secretário da Receita. O ministro da Fazenda deveria ir ao Congresso dar satisfações. A Dilma deveria pedir desculpas porque gente de sua campanha se envolveu nessa ação criminosa. E o presidente Lula deveria pedir desculpas por debochar daqueles cuja privacidade foi invadida de forma criminosa".

Serra disse que não teve a oportunidade de falar sobre isso no debate da TV Gazeta, do qual participou junto com Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Marina Silva (PV). Dilma foi convidada, mas não compareceu.

Serra saiu do debate e foi gravar seu programa para o horário eleitoral na TV. Há expectativa sobre possível resposta dele à fala de Lula, que o acusou de "partir para a baixaria".

GENRO

Os dados cadastrais do empresário Alexandre Bourgeois foram acessados no dia 16 de outubro de 2009 no órgão da Receita Federal em Mauá.

Os acessos foram feitos no computador da funcionária do Serpro Adeildda Ferreira dos Santos, cedida à agência do fisco em Mauá.

Veronica Serra, mulher de Alexandre, também teve os dados cadastrais acessados na mesma agência oito dias antes. Além disso, uma procuração falsa obteve os dados fiscais de Veronica em uma agência de Santo André.

O computador de Adeildda foi usado para consultar milhares de dados cadastrais, entre os quais o de Eduardo Jorge e de outras quatro pessoas ligadas ao PSDB. Depois disso, os sigilos de cinco pessoas ligadas ao PSDB foram quebrados no mesmo computador.

NEGATIVA

O Ministério da Fazenda negou em nota a quebra do sigilo fiscal do empresário Alexandre Bourgeois, genro do candidato tucano José Serra. Segundo o ministério, apenas houve acesso aos seus dados cadastrais.

A Fazenda diz que reitera as informações divulgadas na segunda-feira quando a Corregedoria da Receita identificou acessos a 2.949 contribuintes realizados pela funcionária, de agosto a dezembro do ano passado.

Editoria de Arte/Folhapress

img 1025298

http://www1.folha.uol.com.br/poder/795964-serra-defende-demissao-do-secretario-da-receita-federal.shtml

Ausente, Dilma monopoliza debate da TV Gazeta

Folha

Mesmo ausente, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi o principal tema do debate organizado pela TV Gazeta e pelo jornal "O Estado de S. Paulo", que foi ao ar na noite desta quarta-feira.

Em todos os cinco blocos, os candidatos aproveitaram para criticar a petista, o PT e ao governo Lula.

"Essa moça é um blefe, ela foi inventada", afirmou Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no quarto bloco. A mesma frase foi repetida pelo socialista em outros dois blocos. Ele também criticou a política do governo Lula.

Dilma não foi por questão de agenda. Ontem, ela participou de comício em Betim (MG) ao lado de Lula.

"Eu não tenho patrono, não tenho patrocinador, não tenho procurador para responder críticas como é o caso da candidata do PT", afirmou José Serra (PSDB).

Ele também negou que esconda o presidente Fernando Henrique Cardoso em sua campanha. Segundo o tucano, a presença de Lula em uma de suas propagandas aconteceu porque ele é o presidente da República.

"Você precisa demitir sua turma da televisão", rebateu Plínio, autor da pergunta.

Quando não criticou Dilma, Serra falou de suas realizações no ministério de FHC. De acordo com ele, foi na sua época como ministro da Saúde que houve os maiores investimentos em saneamento.

Marina Silva (PV) falou em três dos cinco blocos sobre a ausência de Dilma e criticou os vazamentos da Receita.

"Prejudicam a democracia aqueles que não comparecem", disse a candidata na sua fala final.

No quarto bloco, ela afirmou que o PT quer tirar o direito do eleitor em escolher seu candidato.

"Se acreditou que o eleitor poderia ser aposentado. vamos tirar o eleitor do anonimato."

http://www1.folha.uol.com.br/poder/795957-ausente-dilma-monopoliza-debate-da-tv-gazeta.shtml

Lula volta a enfatizar o estilo "mãezona" de Dilma durante comício em Minas

Correio Braziliense - Juliana Cipriani

Em mais um dia de agenda casada com a ex-ministra Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve ontem em Minas Gerais para inaugurar obras durante o dia e pedir votos para seus correligionários à noite, com forte ênfase ao tom maternal da presidenciável petista, Dilma Rousseff. Pela manhã, Lula participou rapidamente da entrega de um armazém graneleiro em Uberlândia e, depois, inaugurou apartamentos residenciais concluídos há três meses com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Contagem.

Enquanto isso, Dilma Rousseff participava de corpo a corpo com eleitores no centro de Belo Horizonte, acompanhada do candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa, e do candidato a vice na chapa da ex-ministra, Michel Temer. Mais tarde, Dilma e Lula uniram as agendas em um comício realizado em Betim.

Nos discursos, ambos deixaram de lado o tom de acusações à oposição no episódio da quebra de sigilos fiscais, mas se armaram de ironias. “Somos da paz, mas jamais deixamos que ninguém pisasse no nosso pé nem nos desrespeitasse”, afirmou Dilma. A ex-ministra afirmou que os adversários, críticos durante oito anos das políticas sociais do governo, agora querem surfar na onda do sucesso dos programas federais, como o Bolsa Família e o ProUni. “Chega na hora da eleição, eles querem se confundir conosco”, afirmou. A candidata, sempre citada à frente das pesquisas de intenção de voto, mostrou otimismo quanto à vitória. “Tenho certeza de que elegeremos a primeira mulher presidenta, por isso precisamos eleger uma forte bancada de senadores”, disse.

Já o presidente voltou a enfatizar o tom maternal em relação a Dilma. Chamou a candidata de “querida e futura avó”, lembrando que a petista deve ganhar um neto nos próximos dias, e reforçou o tom triunfalista. “Ela vai ganhar de presente, além do neto, a responsabilidade de dirigir o destino do nosso país por quatro anos.” Lula afirmou ainda que a vitória de Dilma representaria o “último grito de independência da mulher brasileira”.

Para defender voto no candidato a governador Hélio Costa (PMDB), Lula citou números de iniciativas federais no estado e afirmou que seu ex-ministro das Comunicações é quem “pode ajudar mais a Dilma”.

Dependência
Antes do comício, em Uberlândia, Lula não perdeu a chance de cutucar a gestão de Fernando Henrique Cardoso. O presidente afirmou que seu governo fez o Brasil crescer e se tornar respeitado mundialmente, capaz de competir em condições de igualdade com Estados Unidos e Europa. “Hoje, o Brasil é dono do seu nariz, anda de cabeça erguida e queremos competir em igualdade de condições”, afirmou.

Lula disse que, quando assumiu o governo, em 2003, o país não tinha crédito para financiamentos e adotava uma postura de medo das nações mais desenvolvidas. “Houve um tempo em que tudo dependia dos Estados Unidos, tudo dependia da Europa, e acreditávamos muito pouco em nós mesmos.”

TSE nega direito de resposta
O Tribunal Superior Eleitoral negou ontem, por 6 votos a 1, um pedido de direito de resposta feito pela coligação de Dilma Rousseff contra a campanha de José Serra. O pedido alegava que Dilma teria sido acusada indevidamente pelo programa do PSDB de ter sido responsável pela quebra de sigilo de dados da Receita Federal para utilizar contra os rivais. Os ministros entenderam que não houve referência direta no programa de Serra. Para a ministra Cármen Lúcia, a coligação do PSDB se refere de forma genérica a “candidatos”, sem fazer qualquer relação.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/09/noticia_eleicoes2010,i=212136/LULA+VOLTA+A+ENFATIZAR+O+ESTILO+MAEZONA+DE+DILMA+DURANTE+COMICIO+EM+MINAS.shtml

Nova configuração do Senado teria 57 parlamentares aliados a Dilma

Correio Braziliense - Denise Rothenburg | Josie Jeronimo

Se for mesmo eleita presidente como apontam as pesquisas, a candidata do PT, Dilma Rousseff, terá um Senado muito mais dócil na comparação com o governo Lula. As consultas de intenção de voto mais recentes indicam que a estratégia de Lula, de trabalhar um conjunto mais amistoso no salão azul, deu certo. Os partidos aliados podem conquistar 41 vagas para se somar às 16 que detêm hoje, totalizando 57 cadeiras. A oposição, se nada mudar até 3 de outubro, elegerá 13 das 54 vagas em disputa, ficando com um total de 24 senadores. Essa conta, entretanto, não pode ser levada tão à risca, uma vez que o número inclui na base governista, por exemplo, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que está em baixa nas pesquisas hoje para o governo pernambucano e, de volta ao Senado para cumprir mais quatro anos de mandato, continuará nas trincheiras contra o atual governo. Ainda assim, o governo aposta em mais de 50 aliados.

Os governistas, em especial os do PMDB, estão em festa. Em conversas reservadas, há quem diga que eles terão tudo para permanecer no comando do Senado. Se as pesquisas estiverem corretas e eles conseguirem pular a fogueira da Lei da Ficha Limpa, que chamuscou nomes como o de Jader Barbalho, do Pará, ficarão com a maior bancada: 19 senadores. O PMDB aposta ainda em virada no Rio de Janeiro, onde, pela última consulta, Jorge Picciani aparecia em quarto lugar, atrás do petista Lindbergh Farias, de César Maia e de Marcelo Crivella. Se a mudança de posição ocorrer, o PMDB pode chegar a 20 senadores. Nos bastidores, os peemedebistas têm dito que, com Sérgio Cabral praticamente eleito, a prioridade dessas semanas se volta para os candidatos a senador, Picciani e Lindbergh. Lula não se envolverá nessa campanha porque tem no senador Crivella um aliado leal.

Logo atrás vem o PT, que se prepara para eleger 12 senadores, quatro a mais do que tem nessa legislatura, e ficar com 13 — isso por causa do suplente de Renato Casagrande (PSB-ES), a quem muitos já se referem como futuro governador do Espírito Santo, uma vez que as pesquisas mais recentes indicam a vitória no primeiro turno. O PT ficaria, nesse caso, empatado em número de senadores com o PSDB, que ficará com 13 senadores, três a menos do que tem hoje. A conta de senadores petistas não inclui Fernando Pimentel, uma vez que o próprio comando partidário considera difícil hoje que ele ultrapasse as intenções de voto do ex-presidente Itamar Franco, a quem os mineiros, segundo os próprios petistas, parecem interessados em render uma homenagem nesta eleição, fazendo dele senador.

Polêmica
Quem perderá mais nessa conta é o Democratas. Por isso, na oposição, a palavra de ordem para as próximas três semanas é “sobrevivência”. Os senadores que ainda estão em campanha mas apresentam boa pontuação nas pesquisas vão às ruas de olho no desempenho dos colegas de partido em outros estados, mas tratam de esconder as preocupações futuras. O senador Demostenes Torres, do DEM de Goiás, é um exemplo. No estado, o parlamentar lidera as sondagens de intenção de votos e a tucana Lúcia Vânia garante a reeleição, segundo as estimativas. Demostenes também comemora o desempenho eleitoral de Marconi Perillo (PSDB), favorito para levar o governo goiano. Mas quando o assunto é a bancada da oposição no Senado em 2011, desconversa. “Tem que ver quantos vamos eleger e a partir daí definir a estratégia.”

O PSDB também evita fazer essas contas. O senador Agripino Maia (DEM-RN), ex-líder do seu partido na Casa, ainda tem esperanças numa virada dos candidatos tucanos. “Qualquer cálculo é prematuro. Quem garante que Paulo Bauer (PSDB-SC) não vai ser eleito e que Paulo Paim (PT) vai ser eleito. Tudo isso é muito prematuro”, alega. Ele cita, por exemplo, o caso de Antonio Anastasia, candidato ao governo mineiro, que começou a reagir nas pesquisas e hoje disputa voto a voto com o candidato do PMDB, Hélio Costa. A conta dos tucanos também não inclui Maria de Lourdes Abadia, em terceiro nas pesquisas de intenção de voto no Distrito Federal, atrás de Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB).

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/09/noticia_eleicoes2010,i=212118/NOVA+CONFIGURACAO+DO+SENADO+TERIA+57+PARLAMENTARES+ALIADOS+A+DILMA.shtml

Marina diz que quebra de sigilos "deixa sociedade brasileira desamparada"

André Naddeo
Do UOL Eleições


A candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (9) que os episódios de quebra de sigilo fiscal na Receita Federal deixam “a sociedade brasileira se sentindo desamparada, impotente. Temos que amadurecer neste país para que a gente possa tratar as coisas do tamanho que elas são. A banalização do dolo faz com que as pessoas não dêem mais tanta atenção a isso.”

A candidata verde participa, no Rio de Janeiro, de uma sabatina promovida pelo jornal “O Globo” e criticou as principais esferas do governo, que na sua opinião, foram omissas, a começar pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, órgão ao qual a Receita Federal está diretamente ligada.

“Quando eu estava no ministério do Meio-Ambiente, trabalhei muito para que não aconteça o que aconteceu na Receita Federal. O ministro [Guido Mantega] banalizou da pior forma possível. Ele já provou que não tem condição de diálogo. Ele vem a público para dizer que é corriqueiro algo que claramente não é”, afirmou.

Na semana passada, ao comentar o assunto, Mantega disse que está promovendo uma melhora no sistema de segurança da Receita, mas delcarou que "não há sistema inviolável" e que "vazamentos sempre ocorreram". Segundo ele, a Corregedoria da Receita "está trabalhando exaustivamente com rigor e maior rapidez do que normalmente" no caso da quebra de sigilo de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB).

Marina também não poupou críticas ao presidente Lula. “Aí vem a defesa do presidente à candidata [Dilma Rousseff], esquecendo dos milhares de brasileiros que tiveram o seu sigilo [fiscal] quebrado. Todos esqueceram que temos 2.000 pessoas com o sigilo violado e ele [Lula] sai em defesa de quem não teve o sigilo violado”, disse.

Ao ser questionada pelos jornalistas que participam da entrevista se teria demitido o ministro Mantega após os episódios na RF, Marina Silva disse que “as investigações seriam rigorosas, e não teria banalizado o tema, usado como desculpa se é ou não coisa política. É um descontrole total. Aí a gente descobre que a funcionária que violou o sigilo de mais de 2.000 pessoas é alguém terceirizado, ‘geneticamente modificada’. Não dá para brincar com coisa séria”.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/09/marina-diz-que-quebra-de-sigilos-deixa-sociedade-brasileira-desamparada.jhtm

8 de set. de 2010

Em debate sem Dilma, Serra acusa campanha petista de "truculência"

Diego Salmen
Do UOL Eleições


O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, acusou a campanha de sua rival, a petista Dilma Rousseff, de agir "com truculência" na disputa eleitoral.

"Tem um setor importante que disputa a eleição com apoio em peso da máquina do governo federal, que nunca atuou tão maciçamente - eu diria até com truculência - numa campanha eleitoral, que não debate", afirmou, sem citar a ex-ministra da Casa Civil. "É a estratégia da caixa preta (...) esconde até os debates de campanha que são terceirizados", disse.

Serra, Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) participaram de um debate promovido na noite desta quarta-feira (8) pela TV Gazeta e pelo jornal O Estado de S. Paulo. Dilma foi convidada, mas não compareceu alegando problemas de agenda. Ela participou de um comício nesta noite em Betim (MG).

A declaração de Serra surge em meio a uma troca de acusações entre os dois principais candidatos sobre a autoria da quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do tucano, e de outras pessoas ligadas ao presidenciável.

No debate, o ex-governador de São Paulo voltou a atribuir as violações a sua adversária. "O PT da candidata Dilma tem estado por trás desses vazamentos (...) comprometendo a segurança dos cidadãos", criticou. "É o presidente da República que fala por ela, e essa pessoa se candidata à Presidência da República", disse.

Em outras ocasiões, a petista negou a autoria dos vazamentos, cujo conteúdo seria destinado a criação de um suposto dossiê para incriminar o candidato do PSDB. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na briga no último sábado, quando disse que a campanha de Serra "mente descaradamente".

Desde então, o tucano abrandou as menções ao tema. A popularidade do governo Lula é recorde: quase 79% da população considera seu governo ótimo ou bom, segundo levantamento Datafolha realizado no final de agosto.

O candidato do PSOL também fez duras críticas à petista. "Ela [Dilma] gosta de passar a perna nos outros: passou no Brizola, o Lula que espere", afirmou. Antes de se filiar ao PT, em 2001, a presidenciável era filiada ao PDT de Leonel Brizola.

"Ela não pode discutir pelo seguinte: ela não é do ramo, ela foi inventada. Quando ela tem 200 guarda-costas atrás, ela fala. Agora vem aqui, pegar pessoas do ramo... (...) Ela tem sempre a capangada atrás", atacou Plínio.

Educação e meio ambiente

Marina Silva não deixou por menos. "Mais uma vez a Dilma não respeitou a nossa presença", afirmou. "A sociedade brasileira sente desconforto com esse desmando na Receita Federal", disse a candidata verde.

A candidata do PV também foi questionada sobre seu discurso ambiental e confrontada com sua colocação nas pesquisas de intenção de voto. "Eu não vou permitir que às vezes o oportunismo eleitoral, a ânsia por simpatia, possa desviar aquilo que é relevante para os brasileiros", disse.

Na última sondagem do Datafolha, Marina obteve a preferência de 10% do eleitorado, contra 28% de Serra e 50% de Dilma.

Plínio, por sua vez, propôs que o governo deixe de pagar os juros da dívida para que possa elevar os gastos em educação de 3% para 10% do PIB (Produto Interno Bruto). "Dinheiro tem. Esse país tem dinheiro de sobra", afirmou. "Se o que precisa ser dito implicar em não ganhar (a eleição), nós preferimos dizer o que precisa ser dito".

Segurança e saneamento

"A segurança, no plano nacional, está largada. Só tem uma ou outra ação pequenininha, para efeito de marketing", criticou Serra, ao falar sobre a atuação do governo Lula na área. "O governo federal tem que entrar nessa luta", disse.

O tucano também perguntou a Marina Silva sobre a situação do saneamento básico no país, uma de seus principais bandeiras de campanha. O tiro acabou saindo pela culatra. "Você, Serra, foi ministro da Saúde, do Planejamento, e como você explica o baixo investimento em saneamento?", indagou Marina. "Como ministro da Saúde eu fiz o maior investimento que o ministério já fez na sua saúde em saneamento", disse.

"Lamentavelmente a gente não consegue que o discurso se coadune com a prática", retrucou a candidata verde. "Foram R$ 3,3 R$ bilhões em oito anos - 20% do que precisaria para resolver o problema do saneamento em 10 anos. É muito pouco". No bloco seguinte, Serra retomou o assunto. "Os seus dados estão errados. Eu proponho que você verifique", disse.


FHC x Lula

Ao ser questionado pelo candidato do PSOL, o ex-governador de São Paulo negou estar escondendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de sua campanha.

"Nós somos muito amigos. Trabalhei com ele, tenho muito orgulho", disse Serra, que também minimizou a aparição de Lula em seu programa eleitoral na TV. "O Lula é presidente da República... Lula passou pelo meu programa para citar um fato. Não teve nada de especial nesse sentido", disse. "Então você precisa demitir sua equipe de TV", retrucou Plínio, que completou: "No seu programa de TV aparece o Lula e aparece pouquíssimo o FHC (...) "Lula é continuação do FHC. É tudo farinha do mesmo saco".

Nas considerações finais, o candidato tucano aproveitou para criticar novamente sua principal rival. "Dilma, por que você aumentou tão fortemente o imposto federal sobre a energia elétrica, sob sua responsabilidade? Hoje, o Brasil tem a terceira tarifa de energia elétrica (mais cara) do mundo, e isso foi sob sua gestão", afirmou. "E por que manteve o imposto sobre saneamento que tira R$ 2 bilhões por ano do setor?", indagou.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/08/serra-acusa-campanha-de-dilma-de-truculencia-para-plinio-petista-ira-passar-a-perna-em-lula.jhtm

Serra é destaque no programa de Alckmin na TV

ELIZABETH LOPES - Agência Estado

O presidenciável do PSDB, José Serra, foi o destaque da propaganda do horário eleitoral gratuito na TV do candidato ao governo de São Paulo da legenda, Geraldo Alckmin, na tarde de hoje. Sorridente, trajando uma camisa azul, Serra falou por cerca de 30 segundos da parceria política entre os dois: "Eu e Geraldo trabalhamos juntos há muitos anos e sempre com bons resultados para a população", disse o presidenciável, destacando que pretende continuar "essa parceria do bem e essa atuação em conjunto que tantos benefícios trouxe para São Paulo e para o Brasil". Essa foi a primeira vez que Serra teve tamanho destaque no programa de Alckmin.

Além da declaração de Serra, o programa de Alckmin abordou os projetos do candidato tucano para a área da educação e habitação. No início e no final da propaganda, o PSDB exibiu imagens do painel eletrônico do Senado Federal e acusou o senador e candidato do PT ao governo do Estado, Aloizio Mercadante, de ter faltado nos dias de votação de projetos prioritários para São Paulo, como o aporte de recursos de US$ 1 bilhão para a expansão das obras da companhia do Metropolitano (Metrô).

Para rebater a crítica apresentada pelos tucanos, o programa de Mercadante destacou a presença do senador no Congresso em projetos importantes para o Estado de São Paulo, como expansão do metrô, Rodoanel e dragagem do Porto de Santos. Lado a lado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidenciável da legenda, Dilma Rousseff, Mercadante foi exibido como líder do governo no Congresso, "decisivo para trazer investimentos e obras para São Paulo".

Na TV, Mercadante disse que São Paulo é tão grandioso que tem de ser governado como um País, "o que não ocorreu em 16 anos de gestão do PSDB". E pediu ao eleitorado: "Me dê uma chance e você vai ver o salto que São Paulo vai dar". No final da propaganda foi anunciado o comício que será realizado amanhã, às 19 horas, em Ribeirão Preto, com as presenças do candidato, de Lula e de Dilma, dentre outros correligionários.


Ciro Gomes

Alijado da disputa presidencial deste ano, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) pediu votos para o candidato da legenda ao governo de São Paulo, Paulo Skaf. Na inserção veiculada na TV, o ex-ministro disse que o candidato representa a novidade no cenário paulista. "O Skaf é um homem notável, sério e preparado", destacou Ciro. "Não sou de pedir votos para qualquer um, mas para o Skaf eu garanto e assino embaixo. Deem uma chance a Skaf e eu sei que vocês não vão se arrepender."

O programa do candidato do PP, Celso Russomanno, teve como tema o valor dos pedágios. O candidato do PP salientou que os preços dos pedágios no Estado são os mais caros do Brasil e do mundo e prometeu, se eleito, não cobrar pedágio no Rodoanel.

Nos programas dos candidatos nanicos, Paulo Búfalo (PSOL) abordou a violência praticada contra a mulher, Igor Grabois (PCB) criticou a repressão contra os movimentos sociais e Anaí Caproni (PCO) falou da necessidade de reajuste real para o salário dos trabalhadores. Mancha, do PSTU, criticou os governos e as campanhas do PT e PSDB. E Fabio Feldman, do PV, falou de política social sem assistencialismo, defendendo ações de inclusão.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,serra-e-destaque-no-programa-de-alckmin-na-tv,606842,0.htm

Simon anuncia apoio a Dilma e provoca divisão no PMDB-RS

Coordenação da campanha de José Fogaça tenta unir partido com mobilização “Força Total”

Alexandre Haubrich, iG Porto Alegre


A queda nas últimas pesquisas não é o único problema que a candidatura de José Fogaça (PMDB) ao governo do Rio Grande do Sul precisa enfrentar neste momento. As dificuldades com relação ao posicionamento nacional continuam se multiplicando, e tiram o foco principal da campanha.

Nesse feriado foi o senador Pedro Simon, presidente estadual do PMDB, quem causou polêmica ao defender a candidatura de Dilma Rousseff (PT), em entrevista a um veículo local.

Com o PMDB nacional apoiando Dilma, inclusive com a indicação do vice da candidata petista, Michel Temer, e o partido enfrentando o PT no Rio Grande do Sul, o candidato do partido ao Piratini, José Fogaça, optou por manter-se neutro na campanha nacional, o que chamou de “imparcialidade ativa”. Alguns integrantes do partido têm manifestado apoio a Dilma ou José Serra (PSDB), mas a declaração de Simon gerou protestos por ele se tratar do presidente estadual.

Simon criou reações também no PT, ao afirmar que, em caso de vitória de Dilma, seria melhor para o Rio Grande do Sul que Fogaça chegasse ao Piratini. Segundo Simon, Tarso Genro (PT) estaria, dentro do PT, em lado oposto ao de Dilma, e Fogaça teria com Dilma uma relação amistosa, apartidária.

Enquanto isso, o coordenador da campanha de Fogaça, deputado Mendes Ribeiro (PMDB), tenta unir o partido. Mendes programou para sexta-feira uma mobilização denominada “Força Total”, que prevê bandeiraços, caminhadas e carreatas pelo Estado e um encontro de Fogaça com prefeitos e vice prefeitos do PMDB e do PDT, em Porto Alegre.

http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/estado/rs/simon+anuncia+apoio+a+dilma+e+provoca+divisao+no+pmdbrs/n1237771667209.html

PT sofre uma agonia a cada dia com episódio da quebra de sigilo

Por Natuza Nery

BRASÍLIA (Reuters) - O 7 de Setembro marca exatamente o início da reta final desta eleição e a data cabalística chega para os petistas com um sabor bem menos doce do que se supunha uma semana atrás.

O caso da quebra de sigilo de tucanos e da filha do opositor José Serra jogou a candidata governista, Dilma Rousseff, num canto do ringue levando golpes fortes de direita. O PT nega envolvimento da campanha no caso.

As pesquisas internas do partido já capturam oscilação para baixo da ex-ministra, e uma fonte do núcleo central da campanha diz que essa oscilação teria sido de 1 ponto percentual. Segundo a fonte, os dados de segunda-feira mostravam a candidata com 51 por cento e Serra com 23 por cento. Sondagens do tucanato, no entanto, trazem a petista no mesmo patamar há vários dias, em torno de 44 por cento.

Os últimos levantamentos oficiais, aqueles que são registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dão conta de uma manutenção do cenário. No mais recente Ibope, ela manteve-se com 51 por cento e Serra com 27 por cento. O Datafolha de 4 de setembro mostrou os dois com 50 por cento e 28 por cento, respectivamente.

Com o episódio ocupando o noticiário e comendo muitos minutos diários dos principais telejornais do país, o posicionamento atual pode significar duas coisas: consolidação do favoritismo da petista ou início de uma queda para além da margem de erro.

O episódio do sigilo funcionou como bóia para o PSDB, cuja missão urgente é levar a disputa ao segundo turno. Parecia muito difícil até pouco tempo. Agora já alimenta esperanças no time de Serra.

"BALA PERDIDA"?

"Eleitoralmente, nós estamos cansados de saber que isso não dá resultado nenhum", afirmou Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista a jornalistas ao final do desfile da Independência em Brasília, no início desta tarde.

"Isso pode ser uma bala perdida em uma guerra entre eles mesmos (tucanos)."

Bala perdida ou não, o que a oposição busca é uma bala de prata para inverter a lógica de um jogo com mais de 20 pontos de diferença entre os dois principais jogadores.

Até o momento, foram descobertas duas pessoas envolvidas no caso da quebra de sigilo com filiação atual ou pregressa ao PT. Uma das servidoras da Receita Federal suspeita de participação neste suposto esquema em Mauá integra os quadros do PMDB de São Paulo, segundo o Tribunal Regional Eleitoral. O PMDB nacional é aliado a Dilma e em São Paulo, a Serra.

Um furto num comitê petista na mesma cidade trouxe mais mistério ao episódio. A oposição afirma que invasão do prédio objetivou queima de arquivo.

A cada dia um naco novo de informação, normalmente divulgada na imprensa, aquece o caso e deixa a campanha de Dilma em condição de constante defensiva, embora não tenha sido encontrada nenhuma prova cabal.

No programa eleitoral da petista, as denúncias passam em branco, ao contrário do que tem feito a campanha tucana. Nas ruas, no entanto, o presidente Lula vem sendo a voz mais forte em defesa de Dilma com ataques enfáticos ao adversário.

"Nós temos um adversário que o bicho anda com uma raiva de eu não sei o quê", disse Lula durante um comício pró-Dilma em Guarulhos no sábado, no qual ela não estava presente. "Ninguém precisa tentar transformar a família em vítima. Cadê esse tal de sigilo que não apareceu até agora? Cadê? Cadê o vazamento das informações?", disparou.

Dilma, no entanto, quando interpelada classifica como "calúnia" as acusações e diz confiar na capacidade do eleitor, crítico e inteligente.

A mesma linha segue o chefe de gabinete do presidente. "Eu não acredito, sinceramente, que o povo brasileiro vai cair nessa armadilha."

Ele conta que o núcleo dilmista e o governo estão "muito tranquilos". Nos bastidores, porém, o que se percebe é apreensão. Dilma não é Lula, e ninguém sabe como ela reagirá nas pesquisas de opinião até 3 de outubro.

A candidata tem mostrado calma a aliados e argumenta que já esperava o comportamento da mídia. O PT acha que jornais e televisão fazem isso para perseguir a presidenciável.

O 7 de Setembro, considerado por marqueteiros e versados em eleição nacional como data em que o cenário já está relativamente definido, encontrou abrigo na metáfora do copo "meio cheio-meio vazio". Falta menos de um mês para saber qual das duas opções prevalece.

(Com reportagem adicional de Bruno Peres)

http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE6860AO20100907

Marina critica depoimento em que Lula ataca Serra

Folha

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou nesta quarta-feira o depoimento dado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa da petista Dilma Rousseff, defendendo a candidata das acusações de participação na quebra de sigilo de dados fiscais, pela Receita Federal, de pessoas ligadas ao PSDB. Apesar disso, Lula não citou o caso diretamente.

O presidente, que seguiu estratégia definida pela campanha de Dilma de poupar a candidata do PT e deixar que o presidente faça ataques diretos ao adversário tucano e à oposição, acusou Serra de "partir para os ataques pessoais e para a baixaria."

Acompanhe a Folha Poder no Twitter
Conheça nossa página no Facebook

Questionada especificamente sobre a participação do presidente, Marina diz que a fala de Lula "não contribui" para a solução do fato. "Não se pode esquivar que o fato é grave e não se debruçar sobre ele não contribui em nada. O que não podemos é, em nome dos acertos, ser complacentes com os erros."

A declaração foi dada por Marina após cerimônia da Fundação Abrinq em que se comprometeu, se eleita, ampliar investimentos em políticas para a infância e para a juventude.

Marina reforçou promessas já feitas, como a ampliação do número de creches, melhoria na qualidade do ensino fundamental e médio e aumento de 5% para 7% do PIB para investimentos em educação.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/795495-marina-critica-depoimento-em-que-lula-ataca-serra.shtml

Caminhada de Serra por Expo Cristã acaba em tumulto

Correio Braziliense

Ullisses Campbell


São Paulo — Uma caminhada do candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) por uma feira de produtos para evangélicos acabou em tumulto e irritou alguns religiosos. Ao passar por corredores estreitos da Expo-cristã, na Zona Norte, correligionários, seguranças, assessores, cinegrafistas e jornalistas formavam um cordão humano que derrubava gôndolas e pilhas de Bíblias pelo chão. Serra chegou a ficar assustado com o tumulto e se desvencilhou da multidão duas vezes correndo abaixado. “Assim não dá”, queixou-se a assessores. Com o tumulto, conseguiu cumprimentar apenas três eleitores.

Assim que a comitiva passou pelo estande de Ângela Johnson, que vende brinquedos e livros para crianças, as prateleiras foram derrubadas e seu filho de 6 anos ficou assustado. “Quem está passando pelo corredor?”, questionou Ângela. “O candidato José Serra”, respondeu uma senhora. “Parece um tsunami”, comentou, dizendo que não vota no tucano.

Serra parou numa barraca de doces e comeu um cajuzinho e outro feito de abóbora. Em outra esquina, tomou café. Não pagou o que consumiu. “Tava aglomerado e não tinha como pagar”, justificou o gerente do café, Luís Granato.

No corre-corre, Serra chegou a pisar numa Bíblia que tinha caído no chão. Ele juntou o livro e entregou a um assessor. Ao caminhar pelos corredores, o candidato ganhou outras três Bíblias e o Manual Bíblico das Promessas, além de um CD do cantor evangélico Marquinhos Gomes intitulado “Ele não desiste de você”. Uma das poucas eleitoras que conseguiram chegar perto de Serra, Luiza Ferraz, 47 anos, disse que Deus abençoa a candidatura dele e que o manterá afastado de “todo o mal”.

Sem citar o nome de Dilma, Serra também criticou a petista, dizendo que ele não é cristão de boca de urna, referindo-se à candidata, que dizia que não tinha religião e, desde que se candidatou, passou a se dizer católica. “Sempre vim nessa feira. Os valores de Cristo são os meus. Eu não sou cristão de boca de urna, para agradar eleitores e no dia seguinte esquecer o assunto”, ressaltou.

Em um estande de uma igreja de Campinas, Serra acompanhou a apresentação de uma banda evangélica e chegou a usar um microfone para cantar com os artistas parte do hino motivacional. O candidato cantarolou o refrão que dizia “vai dar tudo certo”. O tucano também ressaltou a importância dos evangélicos, que incentivam as crianças a lerem a Bíblia desde cedo. “A leitura da Bíblia estimula o desenvolvimento cultural das pessoas”, ressaltou.

Serra disse ainda que, se eleito, ele pretende contar com o apoio das igrejas na reabilitação de pacientes na rede de casas de tratamento de dependentes químicos. Ele planeja ainda construir 50 hospitais de reabilitação de portadores de necessidades especiais que levará o nome de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, iniciativa católica.

Sigilo
Sobre a quebra de sigilo da filha Verônica Serra e de outras pessoas ligadas ao PSDB, Serra preferiu o silêncio. Na semana passada, ele chegou a dizer que o episódio era “crime eleitoral”. “Vou me dar o direito de não falar sobre isso hoje”, esquivou-se.

O número
50
Número de hospitais de reabilitação para portadores de necessidades especiais que Serra promete construir

Marina: rivais se fazem de vítima
Candidata do PV à Presidência, Marina Silva criticou ontem o rumo que a campanha eleitoral tomou nos últimos dias e criticou veladamente a postura do tucano José Serra. Segundo ela, há candidatos que se fazem de vítima para tentar ganhar votos com o episódio da quebra de sigilos da Receita Federal. “As eleições estão indo por um caminho que não interessa ao Brasil. Interessa para alguém ganhar as eleições se fazendo de vítima para, de acordo com as circunstâncias, angariar a simpatia do eleitor”, afirmou a candidata, durante entrevista coletiva concedida em São Paulo. A senadora evitou citar a violação do sigilo da filha de Serra, Verônica, e acrescentou que o envolvimento de filiados ao PT na violação aos sigilos “só faz com que a gente exija cada vez mais uma investigação” mais consistente.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/08/noticia_eleicoes2010,i=211948/CAMINHADA+DE+SERRA+POR+EXPO+CRISTA+ACABA+EM+TUMULTO.shtml

Lula ocupa parte do horário da petista na TV para defender Dilma

Correio Braziliense

Alana Rizzo | Denise Rothenburg


As denúncias da quebra de sigilo fiscal de personalidades ligadas ao PSDB levaram o presidente Lula a ocupar mais de dois minutos da sua candidata no horário eleitoral gratuito — um recurso que a campanha não usava desde a primeira semana de agosto. O mesmo Lula que apareceu em plano fechado defendendo a biografia de Dilma Rousseff naqueles primeiros programas de TV voltou ontem ao mesmo cenário para, no lugar da candidata, reagir aos ataques do PSDB. O presidente, que tinha dito que não faria um pronunciamento no Sete de Setembro por causa das eleições, terminou usando a Independência como um dos motes para sua fala no programa da presidenciável petista.

Ao citar a data, Lula disse, sem citar nomes, que “uma nação forte, independente e justa não é feita por aqueles que só pensam em destruir e colocam interesses pessoais acima dos interesses do país”. Em seguida, fez um apelo aos adversários, para “que tenham mais amor” pelo Brasil. Sem citar a quebra de sigilo fiscal de Verônica, filha do candidato do PSDB ao Planalto, José Serra, ou de outros tucanos, ele foi direto: “O candidato da turma da contra, que torce o nariz para tudo o que o Brasil conquistou ao longo dos últimos anos, resolveu partir para a baixaria. Tentar atingir com mentiras e calúnias uma mulher da qualidade de Dilma Rousseff é praticar um crime contra o Brasil. E, em especial contra a mulher brasileira”, disse o presidente.

A participação de Lula foi definida na segunda-feira, quando o comando de campanha avaliou que os tucanos não iriam reduzir a carga, as pesquisas internas indicavam que o tema poderia causar algum abalo, ainda que pequeno, e que a candidata estava obrigada a tratar do assunto em todas as entrevistas. Agora, com a fala de Lula, eles acreditam que o “escudo” foi reforçado.

O chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, não negou que “companheiros da base” podem estar envolvidos na quebra de sigilo fiscal, mas ressaltou que alguns filiados “nem sabiam ser filiados”. Carvalho não quis falar diretamente em “fogo amigo”, mas deu a entender que o beneficiado pelo escândalo é a candidatura tucana de José Serra. “A quem interessa essa história a não ser quem está por baixo?”, afirmou, admitindo que o episódio revela fragilidade da Receita Federal.

Crack
No programa da tarde, Dilma defendeu suas propostas para a segurança pública e combate às drogas, especialmente o crack. O candidato à Presidência José Serra usou imagens do horário eleitoral petista para criticar as “mentiras” da campanha adversária. O PSol trouxe um depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, que ficou conhecido no escândalo que derrubou Antonio Pallocci do Ministério da Fazenda em 2006.

"Eu não sou cristão de boca de urna, para agradar eleitores”
José Serra, candidato do PSDB à Presidência

"Tentar atingir com mentiras uma mulher da qualidade de Dilma é praticar um crime contra o Brasil”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/08/noticia_eleicoes2010,i=211930/LULA+OCUPA+PARTE+DO+HORARIO+DA+PETISTA+NA+TV+PARA+DEFENDER+DILMA.shtml

Dilma cerca-se de núcleo com grandes chances de ampliar o "poder feminino"

Correio Braziliense

Tiago Pariz

A presidenciável petista Dilma Rousseff cercou-se de mulheres em sua campanha pensando em aumentar o espaço das companheiras numa eventual gestão, caso saia vitoriosa na corrida pelo Palácio do Planalto. São ministras, assessoras e especialistas acadêmicas sempre acionadas para ajudá-la no embate eleitoral, assessorá-la em questões específicas, abrir portas com dirigentes políticos ou apenas compartilhar do dia a dia da campanha.

Uma das pessoas mais próximas de Dilma é Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras, dada como um dos nomes mais certos num potencial governo petista. Maria das Graças segue a candidata desde os tempos do governo Olívio Dutra. Na época, enquanto Dilma era secretária de Minas e Energia, a dirigente da Petrobras chefiava a Sulgás. Hoje, é apontada como uma possível ocupante da Esplanada dos Ministérios ou como a futura presidente da estatal de petróleo.

Nessa especulação do espaço que as mulheres terão num eventual governo, Erenice Guerra, ministra da Casa Civil, e Miriam Belchior, subchefe da pasta responsável por tocar a gestão do Programa de Aceleração do Crescimento, aparecem como exemplos recorrentes. Mesmo não participando das turbulências diárias da campanha, são responsáveis por auxiliar a antiga chefe com números, dados e informações do governo que caem como uma luva no embate pelo Palácio do Planalto. As duas sempre surgem em conversas do comando eleitoral como as fiéis escudeiras de Dilma.

No centro nervoso da campanha, o escritório político instalado no Lago Sul, Dilma escora-se em três assessoras: Clara Ant e as jornalistas Helena Chagas e Olga Curado. Ex-assessora da Presidência, Clara passou a desempenhar na campanha o mesmo serviço que fazia no Palácio do Planalto. Ela comanda o centro de produção de informações. Helena Chagas acompanha Dilma na maioria dos atos eleitorais. É a assessora número 1 para a comunicação. Nas agendas fora de Brasília, vai no jatinho reservado só para os mais próximos da candidata. Também jornalista, Olga Curado fez toda a preparação piscológica de Dilma para enfrentar os embates eleitorais e a rotina da campanha.

Expoentes
“A Dilma cercou-se de mulheres muito experientes dentro e fora da campanha. Muitas que são amigas dela há muito tempo”, disse o deputado Cândido Vaccarezza. Essa lista inclui até acadêmicas, como a filósofa Marilena Chauí, a economista Maria da Conceição Tavares e a arquiteta Ermínia Maricato. Na pré-campanha, Dilma valeu-se da ex-prefeita paulista Marta Suplicy para abrir caminho com políticos paulistas e mulheres expoentes da sociedade paulistana.

Esse ambiente “matriarcal” faz políticos apostarem num crescimento da importância das mulheres no governo. “Uma primeira mulher presidente da República vai ter a sensibilidade de tratar dos interesses e aumentar os espaços de poder das mulheres”, disse a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), primeira prefeita de São Paulo, entre 1988 e 1992.

Para Erundina, se for eleita, Dilma tem de instalar um novo modo de governar para romper com práticas antigas. “Não podemos reproduzir o estilo machista, patriarcal, dominador que caracteriza a política”, disse a deputada socialista.

Se Dilma vai conseguir aumentar o espaço da mulher num eventual governo, primeiro dependerá de vencer o pleito. Depois, da capacidade de enfrentar os interesses de seus aliados. Afinal, o principal partido fiador de sua candidatura é o PMDB, legenda que se tornou símbolo da política feita com interesses menores e que empresta seu apoio aos sucessivos presidentes desde a redemocratização.

O número
Faltam
25 dias
para o 1º turno

Quem é quem
Sua relação com Dilma teve início no Ministério de Minas e Energia. Erenice foi consultora jurídica da pasta e gerente da Eletronorte. Petista de carteirinha, trabalhou no GDF e na assessoria jurídica da Câmara. Virou braço direito da candidata aos poucos. É cotada para permanecer no governo.

Clara Ant, assessora da campanha presidencial
Clara desempenha o mesmo papel da época em que ocupava o posto de assessora presidencial no Palácio do Planalto. Na campanha, é responsável por uma central de produção de informação para subsidiar Dilma em debates e entrevistas com jornalistas.

Olga Curado, assessora da campanha
A jornalista é a responsável pela preparação psicológica para a candidata enfrentar a rotina da campanha. Ela aplicou na presidenciável uma técnica elaborada a partir de estudos do psicólogo norte-americano Paul Ekman sobre emoções e expressões faciais. Alia a isso uma adaptação ao jogo político de conceitos da arte marcial japonesa Aikidô.

Maria das Graças Foster, diretora de Gás e Energia da Petrobras
Formada em engenharia química pela Universidade Federal Fluminense, com mestrado em engenharia nuclear e MBA em economia pela Fundação Getulio Vargas, é ligada a Dilma desde o governo Olívio Dutra (PT) no Rio Grande do Sul (1998-2002). Quando a candidata era secretária de Minas e Energia, Maria das Graças ocupava a Presidência da Sulgás. É cotada, num potencial governo de Dilma, para assumir a Presidência da Petrobras.

Helena Chagas, assessora da campanha presidencial
Ex-diretora do jornal O Globo e da Empresa Brasileira de Comunicação, Helena Chagas é a responsável por todo o tratamento com a imprensa, além de auxiliar Dilma com informações e preparação para entrevistas com jornalistas.

Miriam Belchior, subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil
Foi escalada no período de transição para unificar programas de transferência de renda. Dessa proposta surgiu o Bolsa Família. Na montagem do governo, foi convocada para a Casa Civil pelas mãos de José Dirceu. Trabalhou na prefeitura de Santo André como secretária de Administração e Inclusão Social. Foi casada por 10 anos com o ex-prefeito da cidade Celso Daniel, assassinado em 2002.

Ênfase nos comícios
Denise Rothenburg
A campanha da candidata do PT, Dilma Rousseff, começa a se restringir, nesta reta final, aos comícios marcados com o presidente Lula e ao programa de TV. Afônica, segundo a própria Dilma, por causa do frio que pegou em Osório (RS), ela dispensou a participação no debate promovido pela TV Gazeta de São Paulo, que será realizado hoje, e uma sabatina do jornal O Globo. Na entrevista convocada por ela ontem para falar do Fundo Monetário Internacional (FMI), respondeu apenas a duas perguntas dos jornalistas, ambas começando a resposta com a palavra “não”. Primeiro, disse que não comentaria o programa de TV do tucano José Serra, que mostrou o hospital estadual da Criança, em Feira de Santana, que Dilma classificou como instituição modelo e, na realidade, faltam equipamentos, médicos e os leitos estão fechados, como mostrou o Correio na última quarta.

“Não comento. Ele resolveu baixar o nível. Tem gente que torce contra o Brasil. Tem gente que passou o governo inteiro torcendo contra. Acho que o Brasil está dando certo. Ele acha que dá errado”, disse a petista, quando perguntada sobre as imagens e os depoimentos apresentados no programa tucano. “Não me considero eleita de jeito nenhum. Estou aí fazendo campanha. Só depois de 3 de outubro e olhe lá”, afirmou, sobre outra pergunta. Quem falou sobre os programas de Serra foi o presidente do PT, José Eduardo Dutra: “Desde que o mundo é mundo que, em política, é assim: quem está atrás nas pesquisas bate e quem está na frente olha para o futuro”, afirmou Dutra.

A candidata só queria mesmo tratar do “tema do dia”, o Sete de Setembro, em que citou o “rompimento da tutela do Fundo Monetário Internacional como o fato mais simbólico” nesse governo. “O Brasil era um país que dependia da tutela do FMI para definir desde a política de salário até infraestrutura e urbanização”, afirmou, referindo-se, também, ao aumento das reservas, de US$ 21 bilhões para US$ 262 bilhões. “Ninguém respeita devedor. Hoje, o Brasil é credor. Empresta dinheiro ao FMI e define as condições.”

Hoje, Dilma irá a Minas, mas a agenda pode ser cancelada caso a filha dela, Paula, entre em trabalho de parto.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/08/noticia_eleicoes2010,i=211929/DILMA+CERCA+SE+DE+NUCLEO+COM+GRANDES+CHANCES+DE+AMPLIAR+O+PODER+FEMININO.shtml

Arrecadação de campanha este ano está 30% menor do que há quatro anos

Crise política é uma das razões para a redução

Correio Brziliense

LILIAN TAHAN
RICARDO TAFFNER
DIEGO AMORIN
JULIANA BOECHAT

Um dos efeitos da crise política vivida às vésperas das eleições na capital da República é sentido no bolso dos candidatos. Os concorrentes ao pleito de 3 de outubro arrecadaram em média 30% a menos que os inscritos na disputa de 2006, o que se reflete no atual potencial de gastos, também menor. Levantamento feito pelo Correio revela que em 2010 a arrecadação de campanha, a esta altura do embate eleitoral, foi um terço menor que há quatro anos. As despesas, corrigidas pela inflação, estão 27,8% menores. Números que refletem, entre outras dificuldades, a resistência de empresários em investir nos políticos candangos após o escândalo da Caixa de Pandora.

Balanço financeiro atualizado esta semana pelos candidatos mostra que até agora o caixa da campanha é de R$ 19,9 milhões. O número corresponde à soma de arrecadação declarada pelos 1.059 concorrentes registrados para a corrida eleitoral. Deste total, os políticos afirmam ter gasto R$ 15,9 milhões, o que significa média de despesa por candidato no valor de R$ 15 mil. Em 2006, o conjunto dos recursos amealhados pelos políticos foi de R$ 17,4 milhões. À época, o número de candidaturas era menor: 787 inscrições. Assim, os gastos por candidato foram mais expressivos, de R$ 17,2 mil. O mesmo aconteceu com as receitas, que totalizaram R$ 22,1 mil. Em valores corrigidos, essas quantias subiriam para R$ 20,8 mil com relação as despesas e R$ 26,6 mil no caso das doações, índices praticamente 30% mais altos do que as médias atuais.


Cifras de impressionar

Os gastos estão mais modestos, mas as cifras não deixam de impressionar. Só para a disputa ao Governo do DF, circula um volume da ordem de R$ 4,7 milhões, dos quais R$ 4,1 milhões já foram utilizados. No caso dos concorrentes ao Palácio do Buriti, a maior parte dos recursos está concentrada nas campanhas do petista Agnelo Queiroz e do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Enquanto as coligações de Agnelo e de Roriz já aplicaram R$ 4 milhões, as outras seis chapas com pretendente ao GDF usaram apenas R$ 140 mil.

Entre os deputados federais, quem mais investe na eleição é um candidato de primeira viagem. Ex-presidente da Novacap durante gestão de José Roberto Arruda e braço direito de Tadeu Filippelli — candidato à vice na coligação de Agnelo — Luiz Carlos Pietschmann (PMDB) já despejou quase R$ 500 mil em sua campanha (confira quadro). Em segundo lugar está o petista Geraldo Magela, com gastos que chegam a R$ 331,2 mil. Quantia quase igual à que Washington Mesquita (PSDB) está usando na tentativa de melhorar sua performance nas eleições deste ano para a Câmara Legislativa. Em 2006, ele ficou na suplência de distrital. O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB) é o que faz a aposta mais alta entre os postulantes ao Senado. Arrecadou R$ 665,7 mil e já gastou R$ 533,4 mil para conquistar o mandato de oito anos.

Detalhamento
Para Rollemberg, a campanha ao Senado Federal não está cara e a prestação de contas reflete o alto grau de detalhamento na declaração dos gastos, principalmente dos recursos estimados em dinheiro. Isso porque todos os bens utilizados no período, mesmo que emprestados, devem ser declarados com um valor real. “Se olhar entre os 91 eleitos, e eu tiver a ventura de estar entre eles, vão ver que a minha campanha foi a mais barata”, diz. Ao mesmo tempo, o parlamentar se vangloria de estar entre os que mais receberam recursos. “Fico feliz em perceber que tem muita gente acreditando em mim.”

A coordenação de Comunicação da campanha de Agnelo Queiroz (PT) acredita que o número de doações aumentou em consonância com o crescimento da candidatura. “É natural esse aumento no volume de verba. É a consolidação de uma campanha ficha limpa, da transparência e da honestidade”, afirma a assessora de imprensa Samanta Sallum. Segundo ela, a rigidez da legislação eleitoral e as repercussões dos recentes escândalos políticos no DF são as principais causas da redução das doações.

Paulo Fona, coordenador de Comunicação de Joaquim Roriz (PSC), concorda com o grupo adversário. “Existem regras que refletem diretamente nos gastos. Por exemplo, a proibição de pintura em muro faz com que não gastemos com tinta e pintor”, explica. Mas Fona cutuca a declaração do petista. “A diferença da primeira prestação para esta mostra que eles esconderam o jogo. A gente não usa desse subterfúgio. Eles são os donos das campanhas milionárias”, ataca. A reportagem tentou contato com os candidatos Luiz Carlos Pietschmann (PMDB) e Washington Mesquita(PSDB), mas eles não retornaram as ligações.

 http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/08/noticia_eleicoes2010,i=211920/ARRECADACAO+DE+CAMPANHA+ESTE+ANO+ESTA+30+MENOR+DO+QUE+HA+QUATRO+ANOS.shtml

TSE nega pedido da coligação de Dilma para suspeder propaganda de Serra

Do UOL Eleições
Em São Paulo

Por decisão do ministro Henrique Neves, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), negou liminar requerida pela coligação da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), para suspender a inserção veiculada ontem (7) pela coligação de apoio ao presidenciável José Serra (PSDB), “O Brasil pode mais”.

De acordo com a propaganda, o consumidor de luz teria desembolsado R$ 1 bi a mais por falha de Dilma, quando ela era ministra das Minas e Energia. A inserção de 15 segundos diz ainda que “mesmo alertada, ela [Dilma] não fez nada. A Dilma falha, mas quem paga a conta é você. Um bilhão de reais. Com Dilma quem perde é o Brasil!”.

Na representação, a coligação da petista, “Para o Brasil seguir mudando”, diz que a inserção no programa do tucano se baseou em matéria jornalística publicada na edição do último domingo (5) de um jornal de grande circulação nacional e que não corresponde à realidade.

Os advogados da coligação de Dilma sustentam que a tarifa teria sido instituída em 2002, pela Lei 10.438, antes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que Dilma, então ministra das Minas e Energia, apenas adotou medidas apontadas pelo Tribunal de Contas da União para tentar corrigir distorções causadas pela lei.

A coligação de Dilma pediu a suspensão da inserção e a concessão de direito de resposta à petista, ambos negados pelo TSE.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/08/tse-nega-pedido-da-coligacao-de-dilma-para-suspeder-propaganda-de-serra.jhtm

Serra cancela viagem para gravar resposta a depoimento de Lula na TV

Folha - CATIA SEABRA

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, cancelou viagem a Corumbá (MS), onde gravaria na fronteira, para gravar uma resposta ao depoimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, exibido no horário eleitoral. O texto ainda não foi definido pela campanha tucana, mas deve ser exibido amanhã.

Ontem, Lula ocupou parte do programa eleitoral da candidata petista Dilma Rousseff para atacar a candidatura de Serra, por conta das críticas que se sucederam à quebra de sigilo de dados fiscais, pela Receita Federal, de pessoas ligadas ao tucano --apesar disso, o caso não foi citado diretamente.

A fala do presidente (de cerca de dois minutos e pouco mais de 300 palavras) segue estratégia definida pela campanha de Dilma de poupar a candidata do PT e deixar que o presidente faça ataques diretos ao adversário tucano e à oposição.

veja o vídeo

Nos últimos dias, a cúpula dilmista chegou à conclusão de que havia uma escalada nos ataques e provocações da oposição no horário gratuito da TV e rádio, que não poderiam ficar sem resposta. A data --Sete de setembro-- foi considerada o momento ideal.

"Infelizmente, nosso adversário, candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos, resolveu partir para os ataques pessoais e para a baixaria. Tentar atingir, com mentiras e calúnias, uma mulher da qualidade de Dilma Rousseff é praticar um crime contra o Brasil. E, em especial, contra a mulher brasileira", disse Lula.

Segundo o presidente, que citou a efeméride de 7 de setembro, uma nação "forte, justa e independente" não é feita por "aqueles que só pensam em destruir" e que "colocam seus interesses pessoais acima dos interesses do país".

Lula disse ainda que Dilma tem feito uma campanha "elevada, discutindo propostas e ideias e mostrando o que fizemos e o que ainda vamos fazer pelo Brasil".

O presidente, que exortou os adversários a ter "mais amor pelo Brasil", encerrou o pronunciamento pedindo "equilíbrio e prudência" àqueles que "caluniam Dilma movidos pelo desespero, pelo preconceito contra a mulher e também contra mim".

O PT também colocou no ar hoje uma propaganda de 30 segundos com Lula falando sobre o assunto. "O Brasil já cansou de ver esse filme: um candidato dispara nas pesquisas e aí começam as acusações sem provas", diz o presidente.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/795513-serra-cancela-viagem-para-gravar-resposta-a-depoimento-de-lula-na-tv.shtml

TRE libera inserção com pronunciamento de Dilma no programa de Hélio Costa

Do UOL Eleições
Em São Paulo

O desembargador Antônio Carlos Cruvinel, do TER-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais), decidiu liberar a reapresentação da inserção veiculada no dia 20 de agosto no programa eleitoral gratuito do candidato ao governo do Estado, Hélio Costa (PMDB), que trazia um pronunciamento da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) exaltando suas realizações no governo federal.

A inserção havia sido proibida por liminar, em decisão do próprio TRE-MG, pelo juiz auxiliar Octávio Augusto De Nigris Boccalini, com base na orientação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de restringir qualquer invasão de candidato no espaço de outro, de cargo distinto.

Mas no dia 31 de agosto, o TSE modificou seu entendimento sobre o assunto e avaliou que a legislação não restringe a invasão de horário de candidatos majoritários em espaço de propaganda majoritária, limitando a proibição da inserção de candidatos majoritários no espaço destinado aos proporcionais (deputados e senadores) e vice-versa. Com isso, a inserção que traz o pronunciamento da presidenciável no programa de Costa foi liberada.

http://eleicoes.uol.com.br/2010/minas-gerais/ultimas-noticias/2010/09/08/tre-libera-insercao-com-pronunciamento-de-dilma-no-programa-de-helio-costa.jhtm

7 de set. de 2010

Após ataques de Lula, Serra silencia sobre quebra de sigilo de tucanos

Diego Salmen
Do UOL Eleições


O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, esquivou-se nesta terça-feira (7) de falar sobre a quebra de sigilo de sua filha, Verônica Serra, e de outras pessoas ligadas ao partido. É o terceiro dia consecutivo que o presidenciável não comenta sobre o assunto, apesar de já ter classificado o incidente de “crime eleitoral”.

“Eu vou me dar ao direito de não falar sobre isso hoje. O presidente do meu partido [Sérgio Guerra] que vai tratar do assunto”, afirmou Serra durante a Expocristã, feira de produtos cristãos realizada na zona norte da capital paulista.

O candidato do PSDB evita o assunto desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou pela primeira vez a campanha tucana por recorrer ao tema. Em comício pró-Dilma realizado no último sábado (4) em Guarulhos (Grande São Paulo), Lula afirmou que “mentira tem perna curta”. As críticas foram repetidas em comício nesta segunda (6) em Valparaíso (GO), também ao lado de Dilma.

No horário eleitoral da tarde desta terça, o presidenciável também deixou de falar sobre as quebras de sigilo.

Valores cristãos
Serra também criticou a adversária petista sem citar seu nome. “Os valores de Cristo são os meus valores. Eu não sou cristão de boca de urna, para agradar eleitores, conquistar o voto e no dia seguinte esquecer o assunto”, afirmou. “Eu sou cristão por convicção e eu pratico o Cristianismo na minha vida pessoal e na minha vida política.”

Dilma, que até fevereiro deste ano afirmava não ter religião específica, começou a se apresentar como católica pouco antes do início da corrida eleitoral. Na sabatina feita pela Folha, em 2007, a então ministra da Casa Civil foi questionada sobre acreditar em Deus e ser religiosa. "Eu me equilibro nesta questão. Será que há? Será que não há?".

Acompanhe o que aconteceu


Quebra de sigilo de Eduardo Jorge

Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 19 de junho apontou que cópias de declarações do imposto de renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, teriam sido obtidas por pessoas que faziam parte de uma "central de inteligência" que funcionava no comitê da candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. O sigilo de Eduardo Jorge foi quebrado pelo menos 22 vezes, sendo que em 10 delas a quebra foi realizada pelo servidor Gilberto Souza Amarante, filiado ao PT.

Funcionárias da Receita são investigadas

Um relatório de sindicância interna da Corregedoria da Receita apura uma possível quebra do sigilo fiscal de Eduardo Jorge. Duas funcionárias são investigadas: a analista tributária Antônia Aparecida Neves Silva e a servidora do Serpro Adeildda Ferreira Leão dos Santos.


Quebra de sigilo de outras pessoas ligadas a Serra

Além de Eduardo Jorge, foram acessados os dados de outras três pessoas ligadas a José Serra: O ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor da Previ Ricardo Sérgio e o primo do candidato tucano Gregorio Marin Preciato. Os dados foram acessados da sede dos terminais da delegacia da Receita Federal de Mauá, SP.


Sistema de compra e venda de dados sigilosos

Após notícia de que mais de cem pessoas tiveram seus dados acessados na sede de Mauá (entre eles, a apresentadora Ana Maria Braga e integrantes da família Klein), o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'Ávila admite que há fortes indícios de um sistema de compra e venda de informações sobre declaração de Imposto de Renda.

Acesso a dados fiscais da filha de José Serra

Em 31 de agosto, a Corregedoria da Receita Federal disse que econtrou indícios de que o esquema montado para acessar dados fiscais sigilosos teria consultado as declarações de renda de 2008 e 2009 de Verônica Serra, filha de José Serra.

Contador é quem pede acessos de IR da filha de Serra

A consulta foi solicitada pelo contador Antonio Carlos Apella Ferreira por meio de uma declaração supostamente assinada pela filha de Serra. Com a falsa procuração, Ferreira teve acesso às declarações de imposto de renda de Verônica de 2008 e 2009.


Procuração de filha de José Serra é falsa

O cartório que teria reconhecido a assinatura de Verônica Serra admitiu que o carimbo que aparece no documento é falso. Na ocasião, o procurador afirmou que apenas prestou um serviço terceirizado e não sabe quem fez a encomenda.


PT e PSDB apresentam ações no TSE

Por conta do fato, o PSDB protocolou uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a investigação de um possível crime eleitoral, o que poderia causar, em última instância, a perda do mandato da petista caso ela fosse eleita. Já o PT entrou com ações que pedem que os tucanos sejam processaods por crime contra a honra (calúnia, injúria e difamação).

Falso procurador era filiado ao PT entre 2003 e 2009

TRE de São Paulo confirma que o falso procurador de Veronica Serra, Antonio Carlos Atella Ferreira, foi filiado ao PT entre 2003 e 2009. No entanto, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que a filiação foi apresentada ao partido, mas não chegou a ser efetivada por um erro de grafia.

Assaltantes invadem comitê petista em Mauá

Na manhã do dia 1º de setembro, um grupo de pelo menos seis homens invadiu e assaltou um comitê político de Mauá. O grupo levou apenas um celular de um político, duas armas e um rádio transmissor de dois guardas municipais que estavam no local na hora do roubo. A campanha de José Serra (PSDB) à Presidência acusou o PT de ter simulado o assalto ao comitê para "queimar arquivo".

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/07/apos-ataques-de-lula-serra-silencia-sobre-quebra-de-sigilo-de-tucanos.jhtm