Diego Salmen
Do UOL EleiçõesO candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, esquivou-se nesta terça-feira (7) de falar sobre a quebra de sigilo de sua filha, Verônica Serra, e de outras pessoas ligadas ao partido. É o terceiro dia consecutivo que o presidenciável não comenta sobre o assunto, apesar de já ter classificado o incidente de “crime eleitoral”.
“Eu vou me dar ao direito de não falar sobre isso hoje. O presidente do meu partido [Sérgio Guerra] que vai tratar do assunto”, afirmou Serra durante a Expocristã, feira de produtos cristãos realizada na zona norte da capital paulista.
O candidato do PSDB evita o assunto desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou pela primeira vez a campanha tucana por recorrer ao tema. Em comício pró-Dilma realizado no último sábado (4) em Guarulhos (Grande São Paulo), Lula afirmou que “mentira tem perna curta”. As críticas foram repetidas em comício nesta segunda (6) em Valparaíso (GO), também ao lado de Dilma.
No horário eleitoral da tarde desta terça, o presidenciável também deixou de falar sobre as quebras de sigilo.
Valores cristãos
Serra também criticou a adversária petista sem citar seu nome. “Os valores de Cristo são os meus valores. Eu não sou cristão de boca de urna, para agradar eleitores, conquistar o voto e no dia seguinte esquecer o assunto”, afirmou. “Eu sou cristão por convicção e eu pratico o Cristianismo na minha vida pessoal e na minha vida política.”
Dilma, que até fevereiro deste ano afirmava não ter religião específica, começou a se apresentar como católica pouco antes do início da corrida eleitoral. Na sabatina feita pela Folha, em 2007, a então ministra da Casa Civil foi questionada sobre acreditar em Deus e ser religiosa. "Eu me equilibro nesta questão. Será que há? Será que não há?".
Acompanhe o que aconteceu
Quebra de sigilo de Eduardo Jorge
Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 19 de junho apontou que cópias de declarações do imposto de renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, teriam sido obtidas por pessoas que faziam parte de uma "central de inteligência" que funcionava no comitê da candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. O sigilo de Eduardo Jorge foi quebrado pelo menos 22 vezes, sendo que em 10 delas a quebra foi realizada pelo servidor Gilberto Souza Amarante, filiado ao PT.
Funcionárias da Receita são investigadas
Um relatório de sindicância interna da Corregedoria da Receita apura uma possível quebra do sigilo fiscal de Eduardo Jorge. Duas funcionárias são investigadas: a analista tributária Antônia Aparecida Neves Silva e a servidora do Serpro Adeildda Ferreira Leão dos Santos.
Quebra de sigilo de outras pessoas ligadas a Serra
Além de Eduardo Jorge, foram acessados os dados de outras três pessoas ligadas a José Serra: O ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor da Previ Ricardo Sérgio e o primo do candidato tucano Gregorio Marin Preciato. Os dados foram acessados da sede dos terminais da delegacia da Receita Federal de Mauá, SP.
Sistema de compra e venda de dados sigilosos
Após notícia de que mais de cem pessoas tiveram seus dados acessados na sede de Mauá (entre eles, a apresentadora Ana Maria Braga e integrantes da família Klein), o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'Ávila admite que há fortes indícios de um sistema de compra e venda de informações sobre declaração de Imposto de Renda.
Acesso a dados fiscais da filha de José Serra
Em 31 de agosto, a Corregedoria da Receita Federal disse que econtrou indícios de que o esquema montado para acessar dados fiscais sigilosos teria consultado as declarações de renda de 2008 e 2009 de Verônica Serra, filha de José Serra.
Contador é quem pede acessos de IR da filha de Serra
A consulta foi solicitada pelo contador Antonio Carlos Apella Ferreira por meio de uma declaração supostamente assinada pela filha de Serra. Com a falsa procuração, Ferreira teve acesso às declarações de imposto de renda de Verônica de 2008 e 2009.
Procuração de filha de José Serra é falsa
O cartório que teria reconhecido a assinatura de Verônica Serra admitiu que o carimbo que aparece no documento é falso. Na ocasião, o procurador afirmou que apenas prestou um serviço terceirizado e não sabe quem fez a encomenda.
PT e PSDB apresentam ações no TSE
Por conta do fato, o PSDB protocolou uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a investigação de um possível crime eleitoral, o que poderia causar, em última instância, a perda do mandato da petista caso ela fosse eleita. Já o PT entrou com ações que pedem que os tucanos sejam processaods por crime contra a honra (calúnia, injúria e difamação).
Falso procurador era filiado ao PT entre 2003 e 2009
TRE de São Paulo confirma que o falso procurador de Veronica Serra, Antonio Carlos Atella Ferreira, foi filiado ao PT entre 2003 e 2009. No entanto, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que a filiação foi apresentada ao partido, mas não chegou a ser efetivada por um erro de grafia.
Assaltantes invadem comitê petista em Mauá
Na manhã do dia 1º de setembro, um grupo de pelo menos seis homens invadiu e assaltou um comitê político de Mauá. O grupo levou apenas um celular de um político, duas armas e um rádio transmissor de dois guardas municipais que estavam no local na hora do roubo. A campanha de José Serra (PSDB) à Presidência acusou o PT de ter simulado o assalto ao comitê para "queimar arquivo".
http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/09/07/apos-ataques-de-lula-serra-silencia-sobre-quebra-de-sigilo-de-tucanos.jhtm
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