Alana Rizzo | Denise Rothenburg
As denúncias da quebra de sigilo fiscal de personalidades ligadas ao PSDB levaram o presidente Lula a ocupar mais de dois minutos da sua candidata no horário eleitoral gratuito — um recurso que a campanha não usava desde a primeira semana de agosto. O mesmo Lula que apareceu em plano fechado defendendo a biografia de Dilma Rousseff naqueles primeiros programas de TV voltou ontem ao mesmo cenário para, no lugar da candidata, reagir aos ataques do PSDB. O presidente, que tinha dito que não faria um pronunciamento no Sete de Setembro por causa das eleições, terminou usando a Independência como um dos motes para sua fala no programa da presidenciável petista.
Ao citar a data, Lula disse, sem citar nomes, que “uma nação forte, independente e justa não é feita por aqueles que só pensam em destruir e colocam interesses pessoais acima dos interesses do país”. Em seguida, fez um apelo aos adversários, para “que tenham mais amor” pelo Brasil. Sem citar a quebra de sigilo fiscal de Verônica, filha do candidato do PSDB ao Planalto, José Serra, ou de outros tucanos, ele foi direto: “O candidato da turma da contra, que torce o nariz para tudo o que o Brasil conquistou ao longo dos últimos anos, resolveu partir para a baixaria. Tentar atingir com mentiras e calúnias uma mulher da qualidade de Dilma Rousseff é praticar um crime contra o Brasil. E, em especial contra a mulher brasileira”, disse o presidente.
A participação de Lula foi definida na segunda-feira, quando o comando de campanha avaliou que os tucanos não iriam reduzir a carga, as pesquisas internas indicavam que o tema poderia causar algum abalo, ainda que pequeno, e que a candidata estava obrigada a tratar do assunto em todas as entrevistas. Agora, com a fala de Lula, eles acreditam que o “escudo” foi reforçado.
O chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, não negou que “companheiros da base” podem estar envolvidos na quebra de sigilo fiscal, mas ressaltou que alguns filiados “nem sabiam ser filiados”. Carvalho não quis falar diretamente em “fogo amigo”, mas deu a entender que o beneficiado pelo escândalo é a candidatura tucana de José Serra. “A quem interessa essa história a não ser quem está por baixo?”, afirmou, admitindo que o episódio revela fragilidade da Receita Federal.
Crack
No programa da tarde, Dilma defendeu suas propostas para a segurança pública e combate às drogas, especialmente o crack. O candidato à Presidência José Serra usou imagens do horário eleitoral petista para criticar as “mentiras” da campanha adversária. O PSol trouxe um depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, que ficou conhecido no escândalo que derrubou Antonio Pallocci do Ministério da Fazenda em 2006.
"Eu não sou cristão de boca de urna, para agradar eleitores”
José Serra, candidato do PSDB à Presidência
"Tentar atingir com mentiras uma mulher da qualidade de Dilma é praticar um crime contra o Brasil”Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/08/noticia_eleicoes2010,i=211930/LULA+OCUPA+PARTE+DO+HORARIO+DA+PETISTA+NA+TV+PARA+DEFENDER+DILMA.shtml
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