14 de nov. de 2009

Marina Silva critica postura de Lula em relação ao apagão

Segundo ela, o governo não assumiu suas responsabilidades nem se colocou à frente do problema

Natalia Gomez - Agência Estado

- A senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata do PV às eleições presidenciais de 2010, criticou hoje a postura do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao apagão ocorrido na noite de terça-feira (10). Segundo ela, o governo não assumiu suas responsabilidades nem se colocou à frente do problema. "Fica mais fácil terceirizar uma vitória do que uma derrota", afirmou, depois de participar de convenção de sua legenda na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Segundo ela, o blecaute causou desgaste político não apenas ao governo, mas desgaste econômico, social e moral aos brasileiros. "Foi uma situação inaceitável para os brasileiros que se viram diante dela", disse. Para a senadora, ainda é preciso diagnosticar as causas do problema para poder evitar novas falhas no futuro. "Se o próprio presidente Lula disse que a investigação está na fase do 'achismo', quem sou eu para dizer o contrário", alfinetou.

Marina frisou que o governo precisa diversificar a matriz energética do País para reduzir a dependência das usinas hidrelétricas, que dependem de longas linhas de transmissão, suscetíveis a incêndios, raios e tempestades. Em sua opinião, o investimento em energia baseada em recursos hídricos é mais barato, mas o custo no longo prazo sai mais caro. "Defendo o princípio de precaução para evitar os erros", emendou.

E as críticas de Marina não foram dirigidas apenas à postura que o governo Lula adotou frente ao apagão da última terça-feira. Em relação às metas de emissão de gases causadores do efeito estufa, anunciadas ontem pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que também é pré-candidata à sucessão do presidente Lula nas eleições do ano que vem, a senadora disse que é fundamental o Brasil assumir as metas como um compromisso e não apenas como uma meta voluntária. "Sinto que há uma falta de compreensão quando o governo fala em meta voluntária. Quanto se apresenta esta meta no âmbito da convenção, ela se torna um compromisso vinculante", disse.

A ex-ministra do Meio Ambiente defendeu que o Brasil deve liderar as discussões sobre o assunto com os países ricos e emergentes na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca. Ela também questionou o discurso do governo de que é preciso ter dinheiro para atingir a meta. "Quando se gera um filho, é preciso embalá-lo. O Brasil tem que aportar os recursos necessários e buscar apoio externo", advertiu. Apesar das críticas, Marina elogiou a criação de uma meta. "Reconheço que é uma posição positiva e adequada."

Questionada sobre a aliança política com o PSOL para sua candidatura nas eleições de 2010, Marina afirmou que foram criadas comissões em ambos os partidos para discutir o assunto, mas que as conversas ainda não começaram. "Foi apenas um gesto na direção do encontro", disse. Segundo ela, os partidos terão de fazer uma discussão programática porque têm visões políticas diferentes. "Mesmo assim, faremos um esforço para estarmos juntos, seja de modo formal ou informal", disse. Marina destacou que a aliança para o governo federal não se desdobrará nos Estados.

Durante seu discurso na convenção, a ministra comentou sobre o fato de ser evangélica, e disse que muitas pessoas imaginam que ela seja uma pessoa fundamentalista e intolerante por causa da sua religião. "Isso pode ser uma visão preconceituosa", afirmou.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,marina-silva-critica-postura-de-lula-em-relacao-ao-apagao,466525,0.htm

PT e PSDB voltam a utilizar incidente para ataques

ELIZABETH LOPES - Agencia Estado

SÃO PAULO - Em clima de pré-campanha, setores do PT e do PSDB voltaram a utilizar a ocorrência de um incidente como plataforma de ataques mútuos. Depois de ser o principal protagonista das críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por causa do apagão que atingiu 18 Estados brasileiros na última terça-feira, o PSDB passou a ser o alvo dos petistas, depois que três vigas de sustentação das obras do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas desabaram na noite de ontem (sexta-feira, dia 13). O acidente feriu três pessoas e interditou por algumas horas a pista sentido São Paulo da Rodovia Régis Bittencourt.

No microblog Twitter, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) pediu ''rigor'' na apuração das causas do desabamento de parte das obras do Rodoanel. E aproveitou para alfinetar o governador de São Paulo, José Serra, um dos pré-candidatos do PSDB à presidência da República em 2010, sugerindo que o rigor é necessário neste caso, "considerando a urgência que o governo de São Paulo tem em entregá-la, em virtude das eleições."

Do lado tucano, o ex-secretário de Subprefeituras da gestão Gilberto Kassab (DEM) e aliado de José Serra, Andrea Matarazzo, disse no microblog que o governador pediu apuração rigorosa da Dersa e do IPT sobre a queda das vigas de sustentação do Rodoanel. José Serra, inclusive, disse no Twitter que "Independentemente (das apurações), a construtora responsável (pela obra) indenizará plenamente as vítimas". Matarazzo também citou a responsabilidade com que seu partido administra fatos como esse, retransmitindo em sua página a opinião de um twitteiro com elogios à atuação de Serra no episódio.

O presidente estadual do PT paulista, Edinho Silva, também usou o Twitter para entrar nessa briga. O petista ironizou o fato de os tucanos terem monopolizado as críticas ao governo Lula no episódio do apagão de terça-feira e disse que o acidente nas obras de construção do Trecho Sul do Rodoanel devem mostrar à oposição "que não se deve politizar e nem partidarizar aquilo que é técnico". Apesar da advertência de Edinho, petistas e tucanos devem continuar a partidarizar incidentes como o do apagão e o do Rodoanel, prenunciando o clima de ataques acirrados que tomará conta da campanha presidencial de 2010.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,pt-e-psdb-voltam-a-utilizar-incidente-para-ataques,466511,0.htm

TSE fará recadastramento de 1 milhão de eleitores de 51 municípios

Da Agência Estado

Mais de 1 milhão de eleitores de 51 municípios brasileiros passarão por um processo obrigatório de recadastramento biométrico nos próximos meses. Com o novo sistema de identificação, feito por meio das digitais e da foto do eleitor, a Justiça Eleitoral pretende acabar com as possibilidades de uma pessoa votar no lugar da outra.

A previsão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é que o voto biométrico seja estendido para todo o eleitorado do país até 2016.

O sistema de identificação pelas digitais do eleitor na hora do voto foi testado na eleição municipal do ano passado. De acordo com juízes eleitorais de São João Batista (SC), Colorado do Oeste (RO) e Fátima do Sul (MS), a experiência foi um sucesso e atingiu seu objetivo principal, que é impedir a fraude na hora do voto. Além das três cidades, Búzios também já passou pelo processo neste ano.

Os eleitores dos 51 municípios selecionados deverão procurar a Justiça Eleitoral para fazer o recadastramento biométrico. A lista das cidades selecionadas – todas de pequeno porte – está no site do tribunal. Pelos cálculos do TSE, serão recadastrados 1.132.667 eleitores.

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1379152-5601,00-TSE+FARA+RECADASTRAMENTO+DE+MILHAO+DE+ELEITORES+DE+MUNICIPIOS.html

PMDB discutirá eleições 2010 em Curitiba

Paraná Online - Elizabete Castro

O ex-governador Orestes Quércia e os senadores Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE) já confirmaram participação no encontro que o PMDB realiza no próximo sábado, 21, em Curitiba, para debater um programa de governo e a candidatura própria do partido à presidência da República nas eleições do próximo ano.

Presidente do PMDB de São Paulo, Quércia lidera o grupo que defende o apoio do partido à candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), à sucessão presidencial.

Mas o PMDB do Paraná pretende reunir todas as tendências e também virão os representantes dos diretórios estaduais de vários estados, como Sergipe, Rio de Janeiro, Piauí, Minas Gerais, além dos governadores do Mato Grosso do Sul, Andre Puccinelli, e de Santa Catarina, Luiz Henrique. Assim como Simon e Vasconcelos, o governador catarinense manifesta uma discreta tendência pela aliança com os tucanos.

O ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger que já esteve em Curitiba, há um mês, defendendo a candidatura própria do PMDB, foi chamado novamente pelo governador do Paraná, Roberto Requião, para fazer a defesa da tese.

Requião não se alinha ao grupo pró-tucano, mas criticou o pré-acordo feito pela direção do PMDB para apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff à sucessão do presidente Lula (PT).

http://www.parana-online.com.br/editoria/politica/news/409651/?noticia=PMDB+DISCUTIRA+ELEICOES+2010+EM+CURITIBA

A dúvida dos presidenciáveis: recauchutar ou não a própria imagem?

Veja Online - Por Luiz De França

Submeter-se à cirurgia plástica para parecer mais jovem, trocar o vestuário para ficar menos sisudo, falar de forma mais clara, ser mais simpático. Esses são alguns dos recursos que podem ser utilizados para seduzir alguém - e esse alguém pode ser o eleitor. Os candidatos a sedutor, é claro, são os políticos. A menos de um ano da eleição, os principais pré-candidatos à Presidência já lançam mão das artimanhas - ou ao menos deveriam, segundo os marqueteiros.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, saiu na frente. Fez plástica, trocou o guarda-roupa, está se esforçando para falar de maneira menos técnica, mais coloquial, e tem lutado para derreter a imagem de durona. Contudo, alterar demais a imagem para atrair votos pode ser uma estratégia arriscada.

"Sou contra impor a qualquer candidato um perfil que ele não tem, pois pode parecer falso. Toda fez que isso acontece, não dá certo", afirma Fernando Barros, diretor da agência de propaganda Propeg. "O marketing político não ganha eleição, só ajuda. Se for mal feito, até prejudica", diz Gaudêncio Torquato, diretor da GT Marketing e Comunicação. Às duas impressões, o publicitário Nelson Biondi, da Nova Estratégia, acrescenta: "Não adianta inventar muito porque, em geral, o eleitor já tem uma imagem do candidato formatada na cabeça".

Onça e tucanos - Apesar das advertências, é de se esperar que todos os candidatos ao Palácio do Planalto adotem algum artifício para se vender melhor como opção ao comando do país. Então, levará a melhor aquele que calcular com mais precisão o tênue limite entre e bom gosto e o exagero. "Essa história de querer montar a Dilma como uma fada, não vai colar. Deixa ela ser onça mesmo, até porque o cargo ao qual ela possivelmente se candidatará requer alguém de pulso firme", diz Barros.

Na visão do publicitário, o governador de São Paulo, José Serra, passou a encarnar uma imagem mais sedutora ao cuidar mais da gravata e do terno - algumas vezes desalinhados. Outro tucano, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pode precisar de menos retoques do que os demais. "Ele leva vantagem por ser galante, sedutor, ter boa aparência e ser mais sorridente."

Mas isso não é garantia de aceitação nacional. Na opinião de Torquato, o paulista e o mineiro sofrem do mesmo mal: "Ambos apresentam um discurso muito regionalista. Precisam falar mais de problemas do país como um todo", diz. Apesar das necessárias mudanças, os dois deveriam evitar uma descaracterização total - a exemplo de Dilma. "Um Aécio sério demais soaria falso, porque ele é normalmente alegre, assim como um Serra fazendo graça constantemente não pareceria o próprio", compara.

Violência e paixão - Outros presidenciáveis que poderiam lucrar com o intercâmbio moderado de qualidades são o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e a senadora Marina da Silva (PV-AM). "Ciro precisa de um calmante para arrefecer seu temperamento respondão, enquanto a Marina deveria tomar um energético para animar, pois transmite a impressão de fragilidade frente a um cargo de tanta responsabilidade como a Presidência", avalia Biondi.

A imagem do atual ocupante do Palácio do Planalto também passou por mudanças estéticas e comportamentais antes de chegar ao posto. Luiz Inácio Lula da Silva encarou um tratamento de alinhamento dos dentes e, após três derrotas nas urnas, aprendeu a domar seu temperamento explosivo e até trocou de casaca, abandonando o estilo descontraído em favor de um clássico assinado pelo estilista Ricardo Almeida. No caso de Lula, a nova imagem seduziu o eleitor. Resta saber quem terá a mesma competência no ano que vem.

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/duvida-presidenciaveis-recauchutar-ou-nao-imagem-510543.shtml

Por Serra, PSDB se une a PT no Congresso

Folha de S. Paulo

Objeto de preocupação do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a proposta de reajuste de aposentadorias produziu uma aliança tácita entre PSDB e PT no Congresso e rachou a oposição.

Com medo de herdar um profundo deficit da Previdência num eventual governo Serra, o PSDB trabalha, discretamente, para evitar a votação da proposta que aplica a todas as faixas de aposentadoria do INSS o mesmo índice de reajuste do salário mínimo.

Numa reunião em São Paulo, os líderes na Câmara do PSDB, José Aníbal, e do PT, Cândido Vaccarezza, e o presidente da Casa, Michel Temer, traçaram um acordo para evitar que projeto fosse levado à votação.

Aliados do PSDB, PPS e DEM pregam, no entanto, voto em favor do projeto -de autoria do senador petista Paulo Paim (RS)-, para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma o ônus do veto.

PT ameaça chamar Serra para debate sobre apagão

Luciana Abade, Jornal do Brasil

BRASÍLIA - O governo já não descarta mais partir para o embate técnico com o PSDB se as críticas da oposição continuarem em cima de Dilma Rousseff, a ministra candidata à Presidência. Sexta-feira o curto-circuito político em torno do blecaute continuou em Brasília, com troca de ameaças. O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), não descarta convidar Dilma e José Serra, o governador tucano de São Paulo e também pré-candidato, para um confronto no Congresso.

Enquanto o PT angaria dados e números de sua gestão, para a comparação com o apagão da era FHC, a oposição aproveita o momento para bater no governo e em Dilma. Justo por isso, a base chama o episódio de desespero, porque a oposição não teria ainda um discurso para a campanha de 2010.


A presença da ministra no Congresso para debater o apagão, no entanto, não é unanimidade entre os governistas. Líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS) classifica de absurda a possível convocação da ministra pela oposição, uma vez “o governo tem um ministro de Minas e Energia para dar as satisfações necessárias”. Onde quer que vá, Fontana tem carregado consigo a pastinha com os números do “progresso energético” no governo Lula.

– O discurso da oposição a trai. E mostra que a oposição quer apenas fazer política e não está nem aí para o problema de energia – dispara Fontana. – Estão querendo fazer a comparação entre os dois governos? Ótimo. O governo só tem a ganhar com uma comparação desta porque vamos mostrar os investimentos positivos do governo Lula.

Segundo o líder do governo, enquanto no governo PSDB foram instalados 10.900 km de rede de transmissão, em sete anos de governo Lula foram instalados 22.140 km.

– O que o Serra está fazendo é oportunismo político. Está tentando transformar um acidente que deve ser ser investigado em um apagão que houve no governo FHC, este sim por falta de investimento – disse Fontana rebatendo as acusações feitas por Serra, na quinta-feira, de que o sistema energético brasileiro é frágil.

– É um absurdo que nos acusem de fazer política – rebate o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). – A obrigação da oposição é cobrar o governo. A própria ministra Dilma já disse que não estamos livres de blecautes e depois vem dizer que o problema está resolvido. Vários especialistas dizem que nada justifica o tamanho e a demora do apagão porque não tivemos uma intempérie natural tão grande.

Para o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), os governistas estão equivocados em tentar justificar uma “barbeiragem” se apegando a problemas do passado:

– No passado houve um erro. As pessoas sabem disto. Mas a ministra está equivocada em dizer que estamos fazendo política com a questão. O presidente Lula deu a primeira declaração sensata ao dizer que é preciso investigar as causas do apagão. Deve ter sido bem orientado.

Órgãos do governo têm dado declarações constrangedoras. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse sexta-feira que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais não deve se manifestar sobre energia, e se atentar apenas à meteorologia. Lobão reage a afirmação do coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, Osmar Pinto Junior, que descartou a possibilidade de um raio ter causado o blecaute.

Não satisfeito, Lula agora pede investigação

Depois de defender o seu governo e comparar números com as gestões antecessoras, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu sexta-feira deixar registrado publicamente que exigiu dos subordinados da área energética uma resposta técnica para o apagão de terça para quarta-feira. O blecaute atingiu 18 estados e deixou 60 milhões de habitantes sem luz.

Lula disse que apenas as investigações vão determinar as causas do apagão. O presidente também descartou a possibilidade de sabotagem e, sobre um possível novo apagão, afirmou que “as coisas só não têm chance de acontecer se Deus não quiser”.

– Eu disse à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Operador Nacional do Sistema (ONS) que precisa ter um processo de investigação – comentou Lula sexta-feira, depois de um evento em São Paulo. – E nós temos instrumentos para isso, para que a gente descubra exatamente o que houve. Se o sistema é robusto como nós acreditamos que seja, por que que então nós tivemos este desastre?

O presidente preferiu evitar dar sugestões sobre as possíveis causas:


– Se foi sobrecarga de energia vinda de Itaipu, nós vamos ver. Se foi uma falha humana, vamos ver. Se foi um raio, nós vamos ver.

Mas admitiu que quer ver respostas e anunciá-las o quanto antes aos cidadãos.

– O que eu quero é que quando tiver o resultado final depois de uma apuração muito correta a opinião pública fique sabendo que aconteceu isso, isso e isso – comentou.

– Eu já vi tanta coisa, eu fico sempre com cuidado. O raio não era capaz de fazer isso... O raio pode causar, o que a gente não pode dizer é o tamanho que pode causar.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse na quinta que o blecaute foi causado por fortes ventos e chuva. E que, para ele, o assunto estava encerrado. (Com agência)

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/13/e131123653.asp

PSDB constrói discurso conciliador com sindicatos para evitar problemas nas eleições

Correio Braziliense - Denise Rothenburg

A vinculação de sindicatos e movimentos sociais ao governo do presidente Lula é desde já uma preocupação dos futuros adversários eleitorais, em especial o PSDB. Em dois jantares em Brasília na última quarta-feira, por exemplo, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, forte pré-candidato ao Planalto, lembrou que, do ponto de vista político, houve uma “distensão” no governo Lula, “na medida em que os movimentos sociais e sindicais praticamente se incorporaram ao governo ou foram por ele cooptados”. Falou ainda que diversos financiamentos concedidos pelo governo a muitas entidades e ONGs aprofundaram essa dependência. E fez um alerta: “A reação de todo esse conjunto corporativo a uma enventual derrota eleitoral do candidato ou da candidata do governo pode produzir como efeito um estressamento das relações com um novo governo de oposição”, afirmou Aécio.

Ao lado de outros políticos, como o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), que já declarou apoio à candidatura do mineiro, Aécio falou da necessidade de se aproximar dessas entidades e de manter alguns programas. “Se hoje o PSDB entende que suas linhas básicas de gestão econômica e social foram mantidas, mesmo sentindo que se poderia ir bem mais longe, da mesma forma a linha plástica que distendeu as relações políticas no atual governo deverá ser aprimorada, mas nunca descontinuada”, pregou Aécio. “Não há por que os sindicatos(1) e suas centrais imaginarem que serão percebidos como partidários e assim excluídos. Não temos o direito de correr esse risco”, afirmou.

O governador mineiro propôs que seu partido comece a promover encontros com entidades para esclarecer que o “papel representativo que lhes corresponde — e os espaços de articulação com o poder — não só serão mantidos como aprofundados de forma institucional, republicana e, agora, transparente”. A intenção dele nessa seara tem o mesmo objetivo geral, reiterado em todas as oportunidades: o conceito pós-Lula, de agregar valores e não excluir ninguém.

Exagero
A declaração de Aécio foi lida por alguns sindicalistas, como o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, como correta, no sentido de que hoje, diz ele, o PSDB não tem uma boa relação com os sindicatos. Mas exagerada no que se refere ao temor de uma reação hostil a um futuro presidente de oposição ao PT. “Aécio tem uma relação diferente com as centrais em Minas, é uma relação boa. Mas a cúpula do PSDB nunca se preocupou com isso”, avaliou o pedetista.

No primeiro jantar, o recado foi levado a toda a cúpula do PSDB, que estava presente ao encontro na casa do deputado Eduardo Gomes (TO) para comemorar a filiação da deputada Rita Camata (ES), oficalizada no fim de setembro. No segundo, o recado foi dado à bancada mineira — não só do PSDB, como do DEM, PMDB, PTB, PR, PP, PSB, PSC, e até mesmo do PT — presente à homenagem que o deputado Raphael Guerra (PSDB-MG) ofereceu ao vice-governador de Minas, Antonio Anastasia. Além dos mineiros, compareceram o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), os deputados Nelson Marquezelli (PTB-SP), João Carlos Bacelar (PR-BA) e, ainda, o primeiro vice-presidente da Câmara, Marcos Maia (PT-RS), que brincou: “Vim aqui como espião e vou torcer para que Aécio não seja o candidato”.

1- Braço político
O PT, em sua fundação, era visto como o braço político do movimento sindical. Ao longo de sua história, o partido jamais deixou que fossem rompidos os laços com diversas entidades, em especial, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Acostumadas a atordoar a vida dos governantes com manifestações e greves, elas nunca abandonaram Lula. No momento mais delicado do governo do petista, durante o escândalo do mensalão, as entidades fizeram uma passeata em favor do presidente da República.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/11/14/politica,i=154661/PSDB+CONSTROI+DISCURSO+CONCILIADOR+COM+SINDICATOS+PARA+EVITAR+PROBLEMAS+NAS+ELEICOES.shtml

Marina Silva evita atrelar apoio do PSOL à vice

ANA FLOR
da Folha de S.Paulo

Um dia depois de a Executiva Nacional do PSOL aprovar o início dos diálogos formais para uma aliança com os verdes em 2010, a pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou ontem que o apoio da sigla não está condicionado à indicação de nomes para a vice.

Marina comemorou o apoio do PSOL, mas disse que a vice "não está em discussão" agora. "Não estamos na fase de discutir essas questões. Eu mesma fiz um esforço muito grande para que o Guilherme Leal se filiasse ao PV", disse Marina, referindo-se ao presidente da Natura. Leal é cogitado para o cargo desde que ela deixou o PT.

A senadora indicou que apoiará a candidatura de Heloísa Helena ao Senado. Principal articuladora da aliança com o PV, a presidente do PSOL disse que prefere concorrer ao Senado por Alagoas a repetir a candidatura ao Planalto. Na avaliação dela, é a melhor opção para fortalecer o partido.

Heloísa disse ontem que "Marina é a melhor candidata para o Brasil". Apesar de afirmar que sua amizade pessoal não influencia a decisão de apoiar Marina, Heloísa diz que as duas candidaturas são parecidas e que uma poderia "roubar" votos da outra --recentes pesquisas mostraram uma queda na intenção de voto da ex-senadora do PSOL com a entrada de Marina na disputa.

Para senadora verde, as duas candidaturas de campos próximos, mas também há divergências que precisam ser superadas. "Nós estamos fazendo um esforço muito grande para superar diferenças em relação a programas e opções."

Segundo o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), a candidatura de Heloísa ao Planalto está "mais distante do que já esteve", mas a decisão de apoio ao PV não ocorrerá antes de março. Ele afirma que a executiva também aprovou o início de diálogos para construção de uma candidatura com setores "órfãos do governo Lula", como movimentos sociais, a igreja e alas da esquerda.

Apesar da simpatia ao nome de Marina, por sua "irreparável" defesa ambiental e sua atitude ética, há muita resistência de líderes do PSOL ao PV por suas alianças políticas.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u652427.shtml

Governo trabalha para preservar Dilma após apagão

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O governo e o PT trabalham nos bastidores para impedir que o apagão prejudique a imagem de "boa gestora" da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do partido à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O esforço do Planalto é para virar rapidamente a página do blecaute e criar fatos positivos que mostrem Dilma como mulher que faz, substituindo a agenda negativa por compromissos ambientais.

Mesmo empenhados em não esticar a polêmica do apagão, petistas reforçaram a coleta de dados para comparar a gestão de Lula com a de Fernando Henrique no setor elétrico. Trata-se, na definição de coordenadores da campanha de Dilma, de trabalho "preventivo" para rebater a artilharia tucana.

"Damos de 400 a zero neles também no setor elétrico", disse Dilma. Na terça-feira, em visita ao Rio de Janeiro, a ex-titular de Minas e Energia disse que a oposição estava fazendo de tudo para evitar comparações entre os governos, porque o anterior perdia de Lula "por 400 a zero".

Na tentativa de afastar a imagem de antiambientalista e se contrapor, de uma só tacada, à senadora Marina Silva (PV-AC) e ao governador José Serra (PSDB) - ambos potenciais adversários do PT na disputa ao Planalto -, Dilma passou a vestir o figurino "verde".

"Eu sou responsável pela existência do biodiesel no Brasil, por determinação do presidente Lula, e por não deixar a bola cair, lutando o tempo inteiro por hidrelétricas", insistiu a chefe da Casa Civil, na quinta-feira, quando indagada se, ao empunhar a bandeira ambiental, procurava atenuar a pecha de "desenvolvimentista" e "destruidora" da Amazônia. Dilma sorriu. "Se tivéssemos desmatamento e matriz energética suja, aí, sim, estaríamos lascados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,governo-trabalha-para-preservar-dilma-apos-apagao,466444,0.htm

Igreja Universal ''concentra'' seus deputados no PRB

Após mudar estratégia, bancada do partido na Câmara ganhou oito novos filiados neste ano

Wilson Tosta

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) agrupou no PRB, em 2009, deputados federais que ajudou a eleger por outras legendas em 2006, inflando para oito parlamentares a bancada do partido na Câmara que disputará as eleições de 2010.

Com as transferências, a Igreja Universal deixa a postura anterior, de manter parlamentares em agremiações diferentes, para se concentrar em uma legenda. O presidente do partido, bispo Vitor Paulo dos Santos, não respondeu quando o Estado lhe perguntou se a igreja ajudou no crescimento, limitando-se a afirmar que o PRB é "indiferente" à opção religiosa dos filiados, mas pelo menos cinco dos novos deputados são da instituição. A estratégia é vista como arriscada. O PRB teve desempenho fraco em 2006 e poderia não garantir a reeleição de todos.

"A Universal resolveu concentrar todo mundo no PRB", conta um parlamentar evangélico que prefere não ser identificado. "Mas não tem legenda lá, eles sempre ganharam por outros partidos." Os novos deputados do PRB passaram por PMDB, PR, PAN e PSB. Mesmo tendo como seu filiado o vice-presidente José Alencar, o PRB elegeu em 2006 somente um deputado federal: Léo Vivas, da Universal do Rio de Janeiro.

Até o início de setembro deste ano conseguira três adesões de parlamentares sem ligações com a igreja. Um é seu líder, Cleber Verde (MA), da Assembleia de Deus. Outro é Marcos Antônio (PE), cantor evangélico da Igreja Metodista. Ambos ficaram na bancada, como o deputado Léo Vivas. Walter Brito Neto (PB) trocou o DEM pelo PRB, mas, por causa da mudança, perdeu o mandato no Supremo Tribunal Federal. Até o fim do prazo para filiação, encerrado no fim de setembro, migraram para o PRB outros cinco deputados, todos ligados à Igreja Universal: Flávio Bezerra (CE), Márcio Marinho (BA), George Hilton (MG), Eduardo Lopes (RJ) e Antônio Bulhões (SP).

A legenda foi fundada em 2003, com o nome de Partido Municipalista Renovador. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva controla a Secretaria de Assuntos Estratégicos, que tem como titular o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães. O Estado tentou ouvir deputados do PRB, mas ninguém quis dar entrevista. O presidente do partido, Vitor Paulo, foi o único que concordou em responder as perguntas do repórter, mas por escrito.

"O crescimento do partido é resultado de muito esforço e dedicação de todos, desde os milhares de filiados à direção partidária em todas as instâncias, diretórios municipais, estadual, enfim, é um conjunto de ações", afirmou Vitor Paulo, por e-mail. "Quanto aos deputados, essa mudança ocorreu no fim do mês de setembro quando se expirou o prazo de filiação segundo a legislação eleitoral."

De acordo com ele, o PRB está preparado para enfrentar questionamentos judiciais às novas filiações - há um entendimento judicial de que o mandato pertence ao partido, não ao parlamentar, o que pode levar à sua perda para a legenda original.

O presidente nacional do partido assegurou que os entendimentos do PRB para atrair adesões são feitos com base no programa partidário e na ideologia.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091114/not_imp466343,0.php

13 de nov. de 2009

Rachado, Psol anuncia comissão

O POVOonline

A Executiva Nacional do Psol criou ontem uma comissão especial para discutir o impasse causado pela decisão da ex-senadora Heloísa Helena (AL) de não disputar a Presidência da República para disputar uma vaga no Senado nas eleições de 2010. Rachado, o partido ainda não sabe se lançará uma candidatura própria ou se vai se aliar ao PV, que tem como pré- candidata a senadora Marina Silva (AC).

Outro impasse que o Psol terá de administrar é a provável saída do PSTU da chamada ``frente de esquerda`` - aliança entre Psol, PSTU e PCB que, em 2006, deu sustentação à candidatura de Heloísa Helena. Principal parceiro eleitoral do Psol, o PSTU já anunciou que um acerto com Marina Silva está descartada.

O secretário-geral do PSOL, Afrânio Boppré, admitiu que a saída de Heloisa Helena da disputa presidencial criou uma dificuldade para o partido. Por isso, afirmou que a criação da comissão é importante para resolver a situação até março de 2010.

Uma possível aliança com o PV não é consenso no PSOL. Líderes do partido têm posições contrárias. Com o vácuo deixado por Heloísa Helena, parte da sigla defende uma aproximação com o PV de Marina Silva e outra parte é a favor de lançar candidatura própria. O nome mais cotado é o de Plínio de Arruda Sampaio. (das agências)

http://opovo.uol.com.br/opovo/politica/928023.html

'IstoÉ': Aécio lidera pesquisa do Vox Populi para 2010

Redação Terra

Pesquisa espontânea do instituto Vox Populi obtida com exclusividade pela revista IstoÉ coloca o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), como favorito para as eleições presidenciais de 2010. O tucano, que registrou 11% da preferência dos eleitores, fica atrás apenas do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu 13% das intenções de voto, mas não pode concorrer ao cargo pela terceira vez consecutiva. Na pesquisa espontânea, os nomes dos possíveis candidatos não são apresentados aos entrevistados.

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aparece em terceiro no levantamento, com 10%, seguido pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), com 6%. O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) somou 3%, na frente da senadora Marina Silva (PV-AC), com 2%, e de Heloísa Helena (Psol), com 1%. O instituto ouviu 2 mil pessoas e concluiu os trabalhos no dia 2 de novembro. De acordo com a IstoÉ, 53% não souberam responder e outros candidatos somaram 1%.

A reportagem da IstoÉ, que chega às bancas na manhã deste sábado, afirma também que a candidatura de Aécio já é bem vista pelo empresariado. Em jantar na semana passado, o governador de Minas foi aplaudido durante cinco minutos por uma plateia composta por nomes como Luiz Trabuco (Bradesco), Roberto Ermírio de Moraes (Votorantim), Ivan Zurita (Nestlé), entre outros. Além disso, ele teria mais possibilidade de formar alianças e já contaria com a simpatia do PDT e do ministro das Comunicações, Hélio Costa, por exemplo.

Em outra pesquisa da Vox Populi, desta vez na modalidade estimulada (quando nomes de candidatos são apresentados aos entrevistados), divulgada na noite de terça-feira pelo Jornal da Band, Aécio aparecia com 18%, enquanto Dilma somava 20% e Ciro, 19%. No cenário com José Serra, o governador paulista somava 36%, na frente da candidata petista, que registrou 19%. A margem de erro desse levantamento é de 2,4 pontos percentuais.

A pesquisa divulgada na terça apontava, no entanto, que Aécio era o candidato com menor rejeição (5%), seguido de Ciro (8%), Heloisa (10%), Serra (11%) e Dilma (12%).

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4100507-EI7896,00-IstoE+Aecio+lidera+pesquisa+do+Vox+Populi+para.html

Urnas resistem a tentativas de fraudes após 4 dias

Agência Brasil

Nenhuma das nove equipes que participaram do teste público realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para verificar o nível de segurança do sistema de votação brasileiro conseguiu burlar os dispositivos de proteção instalados em urnas eletrônicas semelhantes às que serão usadas nas eleições de 2010. O desafio, encerrado esta tarde, teve início na terça-feira, e contou com a participação de 38 especialistas de diversas áreas, representando diferentes instituições e empresas privadas ligadas às ciências da computação. Cada equipe tentou, por diferentes meios, superar os dispositivos de segurança de softwares e hardwares.

Nesta sexta-feira, especialistas da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Cáritas Informática, além de peritos da Polícia Federal (PF) tentaram mudar os programas usados nas urnas. "Não conseguimos porque existe um sistema de segurança que impede que programas não autorizados sejam usados na máquina geradora de mídias. Tentamos subverter esse programa, mas ele travou com a tentativa", disse o investigador da PF Thiago Cavalcanti.

Segundo o secretário de Tecnologia de Informação do TSE, Giuseppe Janino, o teste público, inédito em todo o mundo, comprovou a segurança do processo eleitoral brasileiro. "Tivemos investigadores de altíssima qualidade apurando vários aspectos (do sistema), desde procedimentos básicos até a criptografia de dados e o uso de chaves digitais. Em termos de segurança, chegamos a nossos objetivos e creio termos aqui uma grande evidência de que o eleitor pode ficar tranquilo."

De acordo com o secretário, a única ação bem-sucedida foi obtida pelos representantes da Cáritas Informática, que conseguiram retirar e repor o lacre de um envelope de mídias sem que isso fosse notado. Segundo Janino, isso, no entanto, não representa qualquer ameaça ao processo eleitoral, já que o pequenos sacos plásticos onde são transportados os disquetes de votação usados nas urnas eletrônicas está em fase de testes e a falha constatada não é significante. Afirmação compartilhada pelo próprio representante da Cáritas, Edison Alonso.

"(Com a falha do envelope) Eu poderia manipular os programas, colocando um programa que beneficiasse um determinado candidato, transferindo os votos de um partido para outro, por exemplo. No entanto, eu não consegui inserir o disquete modificado pois existe um sistema de segurança que acusa (qualquer modificação), não reconhecendo a mídia", afirmou Alonso.

Relatórios com as observações e sugestões de cada uma das nove equipes e mais as dos observadores que acompanharam os testes serão analisadas e, de acordo com Janino, servirão para o aperfeiçoamento de todo o processo. "Estamos totalmente abertos às sugestões que forem apresentadas e iremos estudar com cuidado cada uma delas com o objetivo de melhorar continuamente o processo eleitoral brasileiro", disse o secretário.

Apesar de constatar a segurança do sistema de votação, os especialistas não esconderam certa frustração por não conseguir burlar os dispositivos de segurança das urnas eletrônicas. "Visto como um desafio, é chato perder, mas eu me sinto mais seguro por saber que a eleição não vai ter qualquer alteração contrária ao cidadão", disse o investigador Thiago Cavalcanti.

Os testes foram acompanhados por observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), da Câmara dos Deputados, do Exército, do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), do Tribunal de Contas da União (TCU), da Federação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo) e da Polícia Civil do Distrito Federal.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4100572-EI7896,00-Urnas+resistem+a+tentativas+de+fraudes+apos+dias.html

PSOL pró-Plínio se reúne para discutir candidatura própria à Presidência

da Folha Online

O PSOL se dividiu em relação à disputa à Presidência de 2010. Parte do partido defende a candidatura própria. Outra é favorável a uma aliança com o PV em torno da candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC) à Presidência.

O grupo que defende a candidatura própria apoia o lançamento do nome de Plinio de Arruda Sampaio.

Integrante desse grupo, o deputado estadual Raul Marcelo (PSOL-SP), organiza um encontro para discutir a candidatura de Plínio. O encontro está marcado para quarta-feira da próxima semana, na Assembleia Legislativa de São Paulo.

O secretário de Movimentos Sociais, Fernando Silva, integrante da Executiva Nacional, disse que a aproximação com o PV ainda não está em debate no partido. "É possível que seja formalizada uma aliança com o PV, mas isto está longe de ser consenso no partido. Não há nenhum consenso no PSOL em se coligar com o PV", afirmou Fernando.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u652309.shtml

PSTU lança pré-candidatura de Zé Maria para se contrapor à aproximação PSOL-PV

da Folha Online

O PSTU lançou hoje a pré-candidatura de José Maria de Almeida à Presidência. O lançamento ocorre às vésperas da decisão do PSOL sobre o apoio do partido à Presidência.

Em 2006, PSOL, PSTU e PCB se formaram numa frente de esquerda que apoiou a candidatura da então senadora Heloísa Helena (AL). Essa aliança se repetiu na disputa à prefeitura de várias cidades em 2008.

Para 2010, entretanto, o PSTU informa que não estará junto do PSOL se o outro partido apoiar a pré-candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC).

O apoio a Marina também racha o PSOL. Enquanto parte do PSOL defende o lançamento de uma candidatura própria a presidente, outro grupo é favorável a uma aliança com o PV.

O secretário de Movimentos Sociais, Fernando Silva, integrante da Executiva Nacional, disse que a aproximação com o PV ainda não está em debate no partido, principalmente porque a candidatura a presidente de Plínio de Arruda Sampaio está crescendo internamente na legenda.

"É possível que seja formalizada uma aliança com o PV, mas isto está longe de ser consenso no partido. Não há nenhum consenso no PSOL em se coligar com o PV", afirmou Fernando.

Integrante da Executiva Nacional do PSOL, Edilson Silva, admitiu que a falta de consenso no PSOL sobre as eleições de 2010 não é segredo "para ninguém", e reconheceu que há posição interna divergente.

"A candidatura de Plínio de Arruda Sampaio é uma posição legítima que nós respeitamos. Mas temos que fazer um trabalho exploratório da candidatura da Marina Silva que tem alguns aspectos que não estão claros. Só podemos visualizar a candidatura da Marina na medida que fazemos um debate interno", afirmou Edilson.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u652299.shtml

TSE fará recadastramento biométrico de 1 milhão de eleitores

Identificação será por meio digitais e fotos em 51 municípios do País, e retende acabar com fraudes

Mariângela Gallucci, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Mais de 1 milhão de eleitores de 51 municípios brasileiros passarão por um processo obrigatório de recadastramento biométrico nos próximos meses. Com o novo sistema de identificação, feito por meio das digitais e da foto do eleitor, a Justiça Eleitoral pretende acabar com as possibilidades de uma pessoa votar no lugar da outra. A previsão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é que o voto biométrico seja estendido para todo o eleitorado do País até 2016.

O sistema de identificação pelas digitais do eleitor na hora do voto foi testado na eleição municipal do ano passado. De acordo com juízes eleitorais de São João Batista (SC), Colorado do Oeste (RO) e Fátima do Sul (MS), a experiência foi um sucesso e atingiu seu objetivo principal, que é impedir a fraude na hora do voto. Além das três cidades, Búzios também já passou pelo processo neste ano. Os eleitores dos 51 municípios selecionados deverão procurar a Justiça Eleitoral para fazer o recadastramento biométrico. Pelos cálculos do TSE, serão recadastrados 1.132.667 eleitores.

"Não vejo a hora de votar na urna mais moderna e segura do mundo", disse a aposentada Nenda Maria Conceição dos Santos, de 62 anos, primeira a passar pelo recadastramento em Pojuca (BA), segundo informações divulgadas no site do TSE. Os eleitores dessa cidade precisarão se recadastrar, sob pena de ter o título cancelado.

O recadastramento será feito nos municípios onde a Justiça Eleitoral concluiu que era necessário realizar revisão do eleitorado. Essa providência está prevista na legislação eleitoral em três situações: quando o eleitorado superar 65% da população projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando o total de transferências de eleitores no ano for 10% superior ao do ano anterior e nas situações em que o eleitorado exceder o dobro da população registrada entre os 10 e 15 anos anteriores.

Além de verificar se há fraudes no cadastro, a convocação para renovar as informações na Justiça Eleitoral tem o objetivo de retirar do rol de eleitores pessoas que já morreram, mas cujo óbito não foi informado pelos Cartórios de Registro Civil.

O TSE convocou mais de 1 milhão de eleitores, em 19 Estados

Veja a lista completa de cidades que passarão pelo recadastramento:

ACRE
Bujari

ALAGOAS
Rio Largo
Branquinha
Igaci
Quebrangulo
São Miguel dos Milagres
Coité do Nóia
Maribondo
Barra de Santo Antônio
Jaramataia
Poço das Trincheiras
Chã Preta
Candeias do Jamari

AMAPÁ
Ferreira Gomes

BAHIA
Pojuca

CEARÁ
Eusébio

ESPÍRITO SANTO
Viana Castelo

GOIÁS
Hidrolândia

MARANHÃO
Paço do Lumiar
Raposa

MINAS GERAIS
São João Del Rei
Pará de Minas
Curvelo
Ponte Nova

PARAÍBA
Pedras de Fogo
Cabedelo

PERNAMBUCO
Ilha de Itamaracá
Itapissuma
Rio Formoso
Tamandaré

PARÁ
Capanema

PIAUÍ
Piracuruca

PARANÁ
Balsa Nova

RIO GRANDE DO NORTE
Macau
Guamaré
Caraúbas
Alexandria
PilõesJoão Dias
Pedro Avelino

RIO GRANDE DO SUL
Canoas

SERGIPE
Barra dos Coqueiros

SÃO PAULO
Nuporanga

TOCANTINS
Pedro Afonso
Alvorada
Bom Jesus do Tocantin
Rio Sono
Talismã
Santa Maria do Tocantins
Figueirópolis

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,tse-fara-recadastramento-biometrico-de-1-milhao-de-eleitores,466196,0.htm

Agenda com Ciro não mira Serra, diz Aécio

Segundo ele, encontro com deputado 'não é fato construído artificialmente'

Estadão -  Eduardo Kattah, BELO HORIZONTE

O governador de Minas, Aécio Neves, afirmou ontem que o encontro com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), previsto para terça-feira, em Belo Horizonte, não tem por objetivo enfraquecer a pré-candidatura de José Serra (PSDB). "Vejo que algumas análises podem até ir nessa direção, mas isso não é um fato construído artificialmente", disse, referindo-se à sua relação com o deputado do PSB.

O Estado revelou na terça-feira passada que Aécio e Ciro, ambos pré-candidatos à Presidência, acertaram uma estratégia conjunta para se fortalecerem na corrida de 2010. Os dois articularam agenda pública comum para mandar mensagem de unidade e de capacidade de aglutinar forças políticas a seus partidos e adversários.

Como confirmação dessa estratégia, Aécio disse ontem que o PSDB começa a perceber que sua eventual candidatura ao Planalto poderá evitar uma "eleição plebiscitária" em 2010, conforme desejo do presidente Lula. O mineiro voltou a argumentar que se considera capaz de agregar outras forças políticas, inclusive de partidos que são da base aliada ao governo.

Aécio e Ciro ensaiaram uma aliança durante a campanha para a eleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), em 2008. Em julho, o deputado causou desconforto no PSDB ao criticar duramente Serra, tendo o governador mineiro ao lado. Ciro também chegou a alegar que poderia desistir de concorrer à Presidência caso Aécio seja o candidato tucano. O deputado também é cotado para disputar o Palácio dos Bandeirantes com apoio do PT.

"Tenho com o ministro relações pessoais que são públicas e as manterei, pelo menos da minha parte, sempre. Isso não significa que estaremos no mesmo campo político", afirmou Aécio, destacando que ambos possuem seus "limites". "Somos todos nós, de alguma forma, reféns das nossas circunstâncias."

Segundo ele, as conversas com Ciro, desafeto declarado de Serra, "são sempre muito estimulantes". "Temos visão muito próxima de questões necessárias ao País e, no mínimo, essas conversas sinalizam para um entendimento futuro."

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091113/not_imp465826,0.php

PV de SP faz encontro para definir pré-candidatos

GUSTAVO URIBE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O PV de São Paulo promove, a partir das 9 horas de amanhã, a primeira convenção do partido no Estado para a definição dos pré-candidatos a governador e às duas vagas no Senado nas eleições de 2010. O evento marca o primeiro passo da legenda rumo à construção de palanques regionais que deem envergadura eleitoral ao nome da senadora Marina Silva (AC) na disputa pelo Palácio do Planalto.

A expectativa da sigla é lançar candidaturas próprias para os três cargos, proposta que deve ser abandonada com a articulação de alianças com outras agremiações. "Amanhã é o dia de afinar a banda", brincou o vereador e presidente nacional do PV, José Luiz Penna (SP). "O partido já tem alguns nomes para os cargos, mas ainda são sussurros", fez mistério.

Apesar do silêncio de Penna, líderes nacionais e estaduais do partido informam que três nomes confirmaram nos bastidores que se lançarão na disputa interna à candidatura ao Palácio dos Bandeirantes. São eles: o ex-prefeito de Guarulhos, na Grande São Paulo, Jovino Cândido, o secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marcos Belizário, e o prefeito de Ribeirão Pires, no Grande ABC, Clóvis Volpi.

Para as vagas ao Senado, caciques da legenda apontam dois candidatos: a dirigente nacional da sigla Vera Motta e o ex-deputado Fábio Feldmann. Além da presença de deputados, prefeitos e líderes nacionais da sigla, o evento de amanhã também contará com a presença de Marina.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,pv-de-sp-faz-encontro-para-definir-pre-candidatos,466156,0.htm

Ciro vai se encontrar com Aécio para 'conversar sobre o Brasil'

Deputado confirma encontro; objetivo é dar mensagem de unidade e de capacidade de aglutinar forças políticas

estadao.com.br

SÃO PAULO - O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) confirmou nesta sexta, 13, via Twitter, que se encontrará na próxima terça, 17, com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), em Belo Horizonte.

"Terça vou a Minas Gerais conversar sobre o Brasil com Aécio Neves", publicou o deputado em seu microblog. Ciro e Aécio afirmam publicamente que são pré-candidatos à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na última terça, 10, o Estado antecipou o encontro entre os dois políticos, que teria por objetivo articular uma agenda pública comum para mandar mensagem de unidade e de capacidade de aglutinar forças políticas a seus partidos e adversários

A ideia é que já na próxima terça-feira Aécio e Ciro almocem juntos no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, para dar publicidade à dobradinha. Os dois, que cultivam boa relação pessoal, têm conversado com frequência, no momento em que encontram dificuldades para colocar na rua suas candidaturas ao Planalto.

Aécio disputa com o governador São Paulo, José Serra, a indicação do PSDB para concorrer à Presidência. Ciro é um conhecido desafeto do cacique paulista.

O mineiro nega, entretanto, que seu objetivo seja enfraquecer a pré-candidatura de Serra. "Vejo que algumas análises podem até ir nessa direção, mas isso não é um fato construído artificialmente", disse Aécio nesta quinta-feira, 12, referindo-se à sua relação com o deputado do PSB.

O encontro com Ciro é útil para Aécio, porque ilustra o que o mineiro tem dito ser o seu diferencial: ter condições de agregar mais forças políticas em torno do projeto presidencial tucano que Serra.

Para Ciro, a boa relação com o Minas vem a calhar. Está melhor colocado nas pesquisas que a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), mas, além de não ter respaldo na cúpula do governo para lançar sua candidatura, setores do PT trabalharam para asfixiá-la retirando o apoio de outras legendas.

"Sou pré-candidato a presidente. Se Aécio não conseguir sua indicação no PSDB, quero ter a simpatia de Minas", disse o deputado. O pré-acordo entre PT e PMDB também prejudicou entendimento em torno da indicação de Ciro para vice de Dilma, posto defendido por setores do PSB.

Com informações de Julia Dualibi e Eduardo Kattah, de O Estado de S.Paulo

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ciro-vai-se-encontrar-com-aecio-para-conversar-sobre-o-brasil,466134,0.htm

Serra diz Planalto precisa explicar vulnerabilidade do setor elétrico e deixar disputa política

da Folha Online

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou novamente hoje as explicações do governo Lula para o apagão que atingiu 18 Estados do país na noite de terça-feira. Os ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Dilma Rousseff (Casa Civil) culparam as condições meteorológicas pelo blecaute --como raios e chuva.

"Precisa identificar a causa. A causa não pode ser ventania ou raio. O problema é por que o sistema é tão vulnerável a isso", disse ele hoje.

Serra afirmou que a disputa política não pode entrar nessa discussão. "Pôr a disputa política de lado e saber por que isso aconteceu. Quando se tem um organismo doente, a primeira condição é diagnostico, saber qual é a doença. Isso que se espera que venha acontecer. O episódio não está encerrado, nem começou", disse ele se referindo às declarações de Dilma e Lobão, de que o problema estava superado.

Segundo ele, o apagão desta semana revela o problema da infraestrutura do país. "Porque se um raio é capaz de parar todas as turbinas de Itaipu e deixar 18 Estados desabastecidos de energia é porque o sistema não está bem. Porque tem que ser a prova de pequenos acidentes da natureza."

Ele cobrou investimentos no setor elétrico. "Precisa de mais investimento, de melhor qualidade da manutenção."

"Falta um diagnóstico técnico e uma explicação pública. [...] Veja, só, nunca, em sua história, Itaipu, teve todas as turbinas paradas."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u652113.shtml

Lula: serei o 1º presidente a torcer pelo sucessor

CAROLINA FREITAS - Agencia Estado

SÃO PAULO - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu hoje, em São Paulo, que torcerá e rezará por seu sucessor. Ele lançou mão de um de seus famosos bordões para dizer que "pela primeira vez na história do País, um presidente da República vai torcer para o outro dar certo".

Lula reclamou que a tradição no Brasil é fazer o oposto. "Lamentavelmente, a prática histórica desse País é quem perde torcer para outro cair em desgraça", disse. "Eu, quando deixar a Presidência, vou ser o primeiro presidente a torcer e rezar todo santo dia para quem me suceder fazer muito mais coisas do que eu, o dobro, o triplo."

Em discurso na abertura do 9º Congresso Nacional de Iniciação Científica, na FMU, na capital paulista, o presidente afirmou acreditar que o Brasil chegará em 2016 como uma das cinco maiores economias do mundo. "Estou convencido que o Brasil até 2016 será a quinta economia do mundo. Estou muito satisfeito que o Brasil esteja indo bem. Tem gente que não gosta, mas paciência."

Caetano

O presidente retrucou, com ironia, o fato de ter sido chamado de "analfabeto" pelo compositor Caetano Veloso, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo. Ao falar sobre as possibilidades de desenvolvimento do País, usou uma expressão em latim. "A educação é condição sine qua non para o crescimento. Eu digo sine qua non porque, se o Caetano Veloso fala sine qua non, o Lula também pode falar", alfinetou, arrancando risos da plateia.

Lula também comparou-se ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. "Os Estados Unidos acham que são o País das oportunidades. Somos mais que eles. Agora eles têm um presidente negro, mas nunca um torneiro mecânico chegou à Presidência lá."

Em entrevista coletiva concedida após o congresso na FMU, o presidente esquivou-se de responder sobre o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do processo de extradição do ativista italiano Cesare Battisti. "Você quer que eu fale sobre uma decisão que ainda não aconteceu. Quando dá empate, em futebol eu apito, mas na Justiça, Deus me livre."

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lula-serei-o-1-presidente-a-torcer-pelo-sucessor,466094,0.htm

Chávez apoia Dilma e diz que ela foi prisioneira da ditadura de direita

da France Presse, em Caracas

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou a apoiar o nome da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para presidente do Brasil.

"É bom que ir pronunciando e repetindo esse nome, pois aqui defendemos que Dilma Rousseff seja a próxima presidente do Brasil. Dilma, Dilma, Dilma", declarou Chávez durante um ato público em Caracas, transmitido pela televisão estatal.

"Vamos conhecê-la. Ela foi prisioneira da ditadura de direita e torturada", descreveu Chávez, acrescentando que ela também foi parte "da esquerda revolucionária dos anos 60".

Em outubro passado, Chávez já havia declarado seu apoio a Dilma. Apesar de insistir que Lula deveria disputar um terceiro mandato, Chávez disse apostar na vitória da chefe da Casa Civil brasileira nas eleições de 2010.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u652106.shtml

Serra critica explicações do governo para apagão e diz que problema não está superado

da Folha Online

O governador José Serra (PSDB) aumentou hoje o tom das críticas contra as explicações do governo Lula para o apagão que atingiu 18 Estados do país entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta-feira. Ontem, os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Edison Lobão (Minas e Energia) disseram ontem que o problema já estava superado.

Serra disse hoje que o problema não se supera por decreto. "Evidente que o problema não está encerrado. [...] O problema não está encerrado por decreto, infelizmente. Seria bom até fazer decreto e não haver problema. Pelo contrário, o problema continua e a falta de explicação só aumenta a ansiedade."

O governador de São Paulo criticou as explicações dadas pelo Planalto para o apagão. Dilma e Lobão atribuíram o blecaute a fenômenos meteorológicos, como raios e chuva.

"'Para começar, não se sabe direito o que aconteceu. Se foi realmente uma ventania e um raio, a explicação denota situação gravíssima porque basta uma ventania ou raio para paralisar todas as turbinas de Itaipu e o abastecimento de energia em 18 Estados", disse.

Serra comparou a situação do governo Lula com a guerra do Vietnã. "Isso [as explicações para o apagão] me lembrou a história de um senador americano sobre o Vietnã e que não sabia como sair da situação. Ele disse: declare-se a vitória e as tropas abandonam o Vietnã."

O governador criticou ainda a falta de investimentos do Planalto no setor elétrico. "Evidente que falta investimento e qualidade na manutenção, se não, não teria ocorrido."

Ele também minimizou a crise energética que atingiu o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. "Falam que no final dos anos 90 ocorreu também. Passaram-se mais de 10 anos, período suficiente para as coisas serem consertadas."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u652091.shtml

Heloisa Helena diz que Marina é a melhor candidata

GUSTAVO URIBE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Nem a gripe que acometeu há poucos dias a presidente nacional do PSOL, Heloisa Helena, impediu a ex-senadora de vencer sua primeira batalha em direção ao apoio da candidatura de Marina Silva (PV) ao Palácio do Planalto. Por treze votos a três, a Executiva Nacional do PSOL deu cartão verde na tarde de ontem para o início das negociações formais entre a legenda e o PV com vistas para 2010. A proposta de criação de um canal de diálogo com os verdes nasceu do empenho pessoal de Heloisa que, amiga de longa data de Marina, considera a ex-ministra do Meio Ambiente a melhor opção para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não tenho dúvida", certificou a ex-senadora. "Não há dúvida de que Marina é a melhor (candidata) para o Brasil", assegurou.

Porta-voz do grupo que defende dentro do PSOL a costura de um acordo entre as duas siglas, Heloísa amarra desde outubro o apoio da legenda àquela que é sua candidata favorita para 2010. Os esforços da ex-senadora tiveram início após a sinalização do ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa (PDT) de que sairia candidato ao governo estadual no ano que vem. A movimentação facilitaria a eleição da presidente do PSOL a uma das duas vagas de Alagoas ao Senado no pleito de 2010. Para tanto, Heloísa aguarda apenas a chancela de seu partido, que deve ser dada em convenção no mês de maio.

"Quem vai decidir o meu destino em Alagoas não sou eu, mas o povo do meu Estado", afirmou Heloísa. "E, em todos os lugares que vou, o povo quer que eu dispute em Alagoas", reafirmou a presidente da legenda, revelando mais uma vez o desinteresse em entrar na corrida ao Palácio do Planalto.

Entre os motivos para não tentar a Presidência da República no ano que vem, a ex-senadora explica que sua eventual candidatura prejudicaria o desempenho de Marina Silva nas urnas. "O que decido ou não é irrelevante. O importante é que não saiam duas candidaturas parecidas, que interajam ao mesmo tempo com o coração e a mente do povo", avaliou.

A última pesquisa de intenções de voto da CNI/Ibope indica que em um cenário com as duas pré-candidatas Marina angaria 4%. Sem a ex-senadora no páreo, as intenções de voto no PV sobem para 8%.

"Dentro e fora do partido defendo o apoio à candidatura da Marina pela dignidade humana e pela capacidade técnica que ela demonstra", elogia. A presidente do PSOL esclarece que a amizade entre as duas ex-petistas não tem influenciado em seu apoio à ex-ministra.

"Mesmo se não fosse minha amiga, votaria nela. Ela é absolutamente preparada para administrar esse País. Eu me sinto honrada como mulher e mãe tendo a oportunidade de votar em uma mulher como ela", rasgou em elogios. Heloísa, contudo, fez uma ressalva: "Mas não dou meu voto para qualquer mulher", afirmou, desferindo alfinetada contra a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff.

Decisão

Lideranças do PSOL no Estado apontam que Heloísa não pretende repetir o mesmo erro cometido em 2006, quando disputou a Presidência da República. Na época, ela era apontada como a favorita na corrida ao Senado Federal, vencida pelo ex-presidente Fernando Collor. "Tenho a obrigação de disputar (um cargo no Senado) para mostrar aos meus adversários que Alagoas não é o quintal deles (opositores)", critica a presidente do PSOL.

Outro ponto que tem sido levado em conta na decisão de Heloisa é o potencial eleitoral de uma aliança nacional com o PV. Enquanto o PSOL tem apenas quatro deputados federais da legenda, os verdes contam com dezesseis parlamentares no Congresso Nacional (15 deputados e um senador), o que rende mais palanques regionais aos candidatos do partido e maior tempo televisivo de propaganda eleitoral gratuita.

Na avaliação de lideranças do PSOL, uma eventual aliança em torno da candidatura de Marina Silva responde "da melhor maneira possível" ao projeto partidário traçado por Heloísa quando da fundação da sigla, em 2004. "É a chance do PSOL se capilarizar e crescer a sua participação no País. Uma aliança com o PV é tudo o que Heloísa quer", confidencia um correligionário próximo à ex-senadora.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,heloisa-helena-diz-que-marina-e-a-melhor-candidata,466067,0.htm

Oposição vai convocar Dilma para dar explicações sobre apagão no país

MÁRCIO FALCÃO
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Apesar de a cúpula do governo ter dado como encerrado o apagão elétrico que atingiu 18 Estados nessa semana, o Palácio do Planalto vai ter que mobilizar a base aliada no Congresso na próxima semana para impedir que a oposição continue explorando o assunto e traga desgastes às vésperas do ano eleitoral.

Líderes oposicionistas querem que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o ministro Edson Lobão (Minas e Energia) prestem esclarecimentos sobre o blecaute. No Senado, a ideia é convocar a ministra na Comissão de Infraestrutura. Argumentam que o pedido se justifica porque Dilma foi ministra de Minas e Energia por mais de três anos.

"O assunto merece sim os devidos esclarecimentos da ministra. O governo tem dois pesos e duas medidas. O presidente usa a ministra para visitar Estados para obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] que são miragens, mas numa crise como essa é poupada, protegida. Dessa forma, o PT vai precisar lançar dois candidatos: um para festas e outro para crise. Esse é um momento para a ministra mostrar se está preparada ou não para ser candidata e não de colocá-la em uma redoma", disse o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI).

Os governistas, por outro lado, veem clara motivação política e prometem derrubar o requerimento. "Na época que a ministra estava na pasta de Minas e Energia, não houve apagão. Não há relação com essa falha na transmissão de energia", disse a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC).

Como munição contra a ministra, a oposição tem engatilhado um acórdão assinado pelo TCU (Tribunal de Contas da União), encaminhado em julho de 2008 para a Casa Civil, para que fosse verificada a adequação da estrutura dos órgãos ligados ao setor elétrico, inclusive do próprio Ministério de Minas e Energia, para o planejamento, expansão e regulação e desenvolvimento da área, para afastar os riscos de um apagão de energia.

Os líderes de PSDB, DEM e PPS na Câmara também se movimentam para aprovar a convocação de Dilma e Lobão na Comissão de Minas e Energia, além de dois convites para o ex-ministro Silas Rondeau e para o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman.

Lobão já foi convidado na Comissão de Fiscalização e Controle e também na Comissão de Minas e Energia para participar de uma audiência pública. Segundo a assessoria do ministro, ele está disposto a dar os esclarecimentos, mas ainda espera o convite ser oficializado para marcar a data.

Os oposicionistas prometem unir forças para mostrar que o governo Luiz Inácio Lula da Silva não teve o êxito propagado no que diz respeito à administração do sistema elétrico nacional.

A ideia é minimizar os desgastes carregados pelos candidatos tucanos nas duas últimas eleições pelo apagão que ocorreu no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que deixou parte do país às escuras em 2001.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u651963.shtml

Após testes no TSE, hackers dizem que urna eletrônica é totalmente segura

'Todas as barreiras se mostraram seguras', diz Secretário do TSE.
Ele disse que testes contribuíram com melhorias que serão adotadas.

Diego Abreu
Do G1, em Brasília

Depois de quatro dias de tentativa de fraudes nas urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2010, nenhum dos 37 hackers que participaram dos testes de segurança promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conseguiu burlar o sistema eleitoral brasileiro. Os grupos de “investigadores”, como são chamados pelo TSE, concluíram nesta sexta-feira (13) os planos de ação que haviam preparado.

Embora nenhum hacker tenha conseguido alterar a destinação do voto digitado na urna ou quebrado o sigilo do voto, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, observou que as sugestões dos “investigadores” “certamente contribuiram bastante e serão estudadas e implementadas.”

“Tivemos a identificação da fragilidade de um envelope que guarda a “flash memory” da urna eletrônica. Isso é uma contribuição que vai nos ajudar a implementar para a próxima eleição um envelope com dispositivo mais eficaz de segurança”, afirmou o secretário. Ele se referiu ao experimento do grupo da Cáritas Informática, empresa privada de auditoria, que, apesar de ter conseguido lacrar o envelope, não conseguiu burlar o cartão de mémoria da urna.

Um dos representantes da Cáritas, o físico Edison Alonso disse que conseguiu romper o lacre do envelope, localizado dentro da urna, e recolocá-lo, praticamente sem deixar vestígios. No entanto, ele não conseguiu alterar a base de eleitores do cartão. “Foi uma tentativa sem sucesso, porque não foi possível fazer qualquer alteração no cartão. Depois da tentativa de fraude, a urna emitia mensagens recusando o cartão”, detalhou.

Alonso também testou a aplicação de fraudes contra os lacres da própria urna (aquelas proteções para que o equipamento não seja aberto). Por meio de técnicas como o uso de bisturi, de álcool, de calor e até ataque químico, o hacker conseguiu abrir a urna, mas considerou que o “ataque” não foi eficaz. “Os lacres das urnas sempre deixaram vestígios de violação, quando rompidos e depois recolocados”, explicou.

Códigos ‘maliciosos’

A equipe de hackeres da Polícia Federal tentou instalar códigos ‘maliciosos’ na urna, que permitissem a alteração dos programas de votação. De acordo com o perito da PF Tiago Cavalcanti, se a tentativa tivesse sucesso, seria possível manipular votos e beneficiar candidatos. Ele, porém, disse que o grupo não conseguiu vencer as barreiras da urna.

“Tentamos subverter os programas, mas não tivemos sucesso, porque existe um programa de segurança que nos impede de alterar as mídias”, afirmou. Segundo o perito, depois da tentativa de fraude, as máquinas deixaram de funcionar.

Questionado se saiu frustrado por não conseguir romper os dispositivos de segurança do sistema, Cavalcanti brincou ao dizer que não gosta de perder, mas ressaltou a importância de o país contar com um sistema seguro. “Como desafio, é chato perder. Mas sinto-me mais seguro de que a eleição não vai ter nenhuma alteração contra o cidadão.”

Boletim da urna

Representando o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o “investigador” Carlos Eduardo Negrão deixou contribuições que também poderão ser aproveitadas pela Justiça Eleitoral. Seu plano de ação buscou fraudar o boletim impresso pelas urnas, após o fim da votação, nos quais saem a quantidade de votos por candidato.

Negrão diz ter conseguido inserir no papel para impressão uma folha fraudada que já continha o nome dos candidatos e os respectivos números de votos. “O que eu tinha preparado ficou menor, o corte deu diferente”, relatou, ao explicar que a fraude não ficou perfeita. Ao fim, ele sugeriu duas medidas: a assinatura digital no papel e a recomendação para o mesário verificar os dois lados da folha, antes da impressão.

Avaliação positiva

O secretário de Tecnologia da Informação do TSE comemorou o resultado dos testes realizados de terça (10) até esta sexta-feira. “Ganhamos com o resultado que obtivemos. Colocamos o processo à prova, tivemos uma adesão extremamente importante de investigadores de alto nível, de equipes de alta qualidade, de testes diversificados e o resultado foi o que nós suspeitávamos, que o sistema é efetivamente seguro”, destacou.

“Todas as barreiras se mostraram seguras, robustas suficientemente para impedir qualquer tipo de fraude. Consideramos que o processo está extremamente seguro, representa um investimento feito ao logo de 13 anos, de um sistema transparente e seguro. É um sistema confiável, que torna a fraude inviável”, completou Janino.

Participaram dos testes, “investigadores” da Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU), Marinha, TST, além de representantes de entidades especializadas em segurança da informação, como a Information System Security Association (ISSA) e a Cáritas Informática, além de hackers independentes.

Acompanharam os testes na condição de observadores, dois representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA), além de especialistas da Federação Nacional das Empresas de Informática, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Tribunal de Contas da União (TCU), Exército, Câmara e Polícia Civil do Distrito Federal.

No dia 20, os hackers que apresentaram as três melhores ideias para o aprimoramento do sistema eleitoral receberão prêmios de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil. A Comissão Avaliadora dos Testes será a responsável por escolher os vencedores.

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1378481-5601,00-APOS+TESTES+NO+TSE+HACKERS+DIZEM+QUE+URNA+ELETRONICA+E+TOTALMENTE+SEGURA.html

Dilma agora deve assumir respostas sobre apagão

AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Depois de montar uma operação para blindar a ministra Dilma Rousseff logo após o blecaute ocorrido na terça-feira à noite, o governo quer agora que sua candidata ao Palácio do Planalto assuma aos poucos a linha de frente nas respostas às críticas da oposição. A estratégia, acertada pelo Planalto e pelo núcleo encarregado de montar a campanha da chefe da Casa Civil, é aproveitar a experiência dela na área para tentar desconstruir a tese de que o Brasil estaria à beira de uma nova crise energética.

Ex-ministra de Minas e Energia, Dilma evitou, até ontem, situações que a obrigassem a tratar do blecaute, que afetou 18 Estados do País. O governo achou melhor tirá-la da linha de tiro num primeiro momento, mas deve reverter essa situação assim que estiverem mais claras as causas da falha no fornecimento.

Dilma não deve tomar a iniciativa de abordar o assunto, mas não vai fugir do debate, dizem aliados. A ideia é aproveitar agendas públicas para rebater os ataques do PSDB, mais precisamente as entrevistas que conceder à imprensa, como ontem, em Brasília, durante anúncio do menor índice de desmatamento na Amazônia em 21 anos.

No dia seguinte ao blecaute, Dilma reuniu-se com membros do governo e dirigentes petistas para definir como reagiria ao noticiário. Ela concordou com a proposta de submergir por alguns dias, para aguardar os esclarecimentos sobre os motivos do apagão e a análise sobre as condições em que se encontra o sistema de energia do País. Ela passou o resto do dia em casa, estudando as condições da rede e recebendo informações sobre os acontecimentos minuto a minuto.

Após o blecaute, o Planalto achou mais prudente deixar que outros membros do governo filtrassem os primeiros ataques da oposição. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Jorge Samek, foram encarregados de prestar os esclarecimentos na área técnica. Para as reações políticas, entraram em cena o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e os líderes do PT e do governo na Câmara e no Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,dilma-agora-deve-assumir-respostas-sobre-apagao,465933,0.htm

Aécio diz que sua candidatura evitará "polarização"

Governador de Minas voltou a defender que é capaz de agregar outras forças políticas

R7 

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, afirmou na última quinta-feira que o PSDB começa a perceber que sua eventual candidatura ao Palácio Planalto poderá evitar uma "polarização" ou "tentativa de eleição plebiscitária" em 2010, conforme estratégia atribuída ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dentro do ninho tucano, Aécio terá de enfrentar o governador de São Paulo, José Serra, que também é a aposta do partido para disputar a Presidência em 2010.

Aécio voltou a argumentar que se considera capaz de agregar outras forças políticas, inclusive de partidos que estão atualmente na base aliada ao governo. Mas disse que o encontro com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), previsto para a próxima terça-feira, em Belo Horizonte, não tem por objetivo enfraquecer a pré-candidatura do governador paulista José Serra (PSDB).

- Esse não é o objetivo. Vejo que algumas análises podem até ir nessa direção, mas isso [sua relação com o deputado do PSB] não é um fato construído artificialmente.

Aécio e Ciro ensaiaram uma aliança durante a campanha para a eleição do prefeito da capital mineira, Márcio Lacerda (PSB), em 2008. Em julho, no último encontro entre os dois em Belo Horizonte, o deputado causou desconforto no PSDB ao criticar duramente Serra, tendo o governador mineiro ao seu lado.
Ciro também chegou a alegar que poderia desistir de concorrer novamente ao Palácio do Planalto caso Aécio consiga se viabilizar como candidato tucano. O deputado também é cotado para a disputa pelo governo paulista com o apoio do PT.

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/aecio-diz-que-psdb-percebe-que-sua-candidatura-a-presidencia-evitara-polarizacao-20091113.html

PSDB investe na aproximação com sindicalistas

Juliana Cipriani - Estado de Minas

Na reta final para tentar viabilizar sua candidatura à Presidência da República, o governador Aécio Neves (PSDB) resolveu investir na aproximação com sindicalistas. Pela segunda vez, em jantar na quinta-feira com tucanos, democratas e outros aliados em Brasília, o mineiro afirmou que no poder os tucanos não serão inimigos dos movimentos sociais. Ao contrário, garantiu que seu partido pretende ser parceiro dessas categorias, porém, de “forma republicana”. Aécio afirmou que a escolha do seu nome, em vez do governador de São Paulo, José Serra, ajudará a evitar a tão temida eleição plebiscitária.

Em jantar do qual participaram cerca de 50 deputados federais e oito senadores, em sua maioria do PSDB, Aécio disse que os movimentos sociais devem ser chamados pela oposição para o diálogo. De acordo com o governador, essas categorias foram captadas pelo atual governo de maneira pouco ortodoxa e é preciso mostrar a eles que os tucanos não são inimigos. A tese de Aécio é de que este é o momento para iniciar as conversas no campo de apoio dos adversários do PT.

“É preciso que nós acenemos para alguns setores que hoje estão de alguma forma enraizados na base do governo. Os movimentos sociais e sindicatos não podem nos ver como adversários ou inimigos, eles têm que saber que conosco também terão interlocução”, afirmou o governador. Aécio disse que os tucanos não podem permitir que aliados do governo Lula criem um sentimento de derrota para os sindicalistas com uma possível vitória dos tucanos.

O governador reafirmou ao grupo sua vontade de ser o candidato do PSDB à Presidência e indicou que vem mantendo relações com vários partidos aliados ao presidente Lula, como PV, PDT, parte do PMDB e PSB. No jantar na casa do deputado federal Eduardo Gomes (PSDB-TO), boa parte da bancada paulista estava pressente e prefeitos do partido também participaram. Mesmo com tucanos paulistas, Aécio afirmou que sua candidatura é capaz de incluir mais os movimentos sociais e partidos que hoje estão na órbita do governo Lula.

Aécio voltou a falar da necessidade de se adotar um discurso para o que chama de período “pós-Lula”, ou seja, reconhecendo os eventuais avanços da atual gestão, assim como os dois períodos de governo Fernando Henrique Cardoso, porém levantando as necessidades que não foram atendidas no país. O governador mineiro comemorou o resultado da última pesquisa Vox Populi, que mostra um empate técnico entre ele, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o deputado federal Ciro Gomes (PSB), mas disse que o levantamento não será o único fator a estimular uma decisão.

“Começa a haver uma percepção hoje no PSDB e de algumas forças que estão do nosso lado de que, eventualmente, uma candidatura minha poderia ajudar a fugirmos da polarização, ou da tentativa da eleição plebiscitária, até mesmo para atrair a presença de algumas forças políticas ou partidárias que hoje estão ao lado do governo e que eventualmente poderiam estar ao nosso lado”, afirmou o tucano. José Serra é muito ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, para alguns analistas, o fato poderia levar a uma reedição da briga Lula contra FHC.

http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_3/2009/11/13/em_noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=135859/em_noticia_interna.shtml

“Ficha limpa” não é prioridade na Câmara

Projeto de iniciativa popular que torna inelegíveis os políticos com processo na Justiça está longe de ter a simpatia da maioria dos parlamentares

congresso em foco -Rodolfo Torres

O Projeto de Lei Complementar 518/09, que torna obrigatória a “Ficha Limpa” dos candidatos a cargos eletivos - ou seja, torna inelegíveis pessoas que respondem a processos na Justiça - está longe de ser uma prioridade na Câmara. Pronta para ser votada em plenário, a proposta apenas aguarda a vez de ser escolhida pelo presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), e por líderes partidários.

“O que percebo é que não há vontade da maioria para que o projeto seja votado”, resume o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que subscreve o projeto com outros 32 deputados (confira a lista abaixo). O petista fluminense destaca que há uma “clara percepção” de protelar essa votação. “O trabalho da maioria é contra”, reforça.

Para o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), a reação da Casa é “previsível” e existe uma explicação para o fato. “É um assunto que atinge em cheio um grande número de parlamentares e seus aliados nos estados e municípios. Porque corta na carne”, explica.

Pela proposta, serão proibidos de concorrer a cargos eletivos, por oito anos, candidatos condenados em primeira ou única instância, ou que tiverem contra si denúncia recebida por órgão judicial colegiado por uma série de crimes.

São eles: abuso de poder econômico ou político; racismo; tortura; tráfico de drogas; terrorismo; improbidade administrativa; crimes dolosos contra a vida; crimes de abuso de autoridade; crimes eleitorais; lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; exploração sexual de crianças e adolescentes e utilização de mão-de-obra em condições análogas à de escravo; crimes contra a economia popular; a fé pública; os costumes; a administração pública; o patrimônio público; o meio ambiente; a saúde pública; o mercado financeiro; e por crime a que a lei determine pena não inferior a 10 anos.

Membros da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, Biscaia e Paulo Rubem apresentaram requerimentos à Mesa da Câmara para que a proposta seja incluída na pauta. Eles também rebatem os argumentos de que o projeto é inconstitucional e fere a presunção de inocência.

“Os argumentos de inconstitucionalidade não procedem. O projeto trata da inelegibilidade e não do processo eleitoral”, afirma Biscaia, que é procurador de Justiça e professor universitário.

Conforme ressalta Paulo Rubem, ninguém será preso pelo fato de responder a processos na Justiça. O pedetista avalia que a forma atual estimula aqueles que usam o poder econômico para se manter na política. “Quem é decente, quem trabalha apresentando proposta, é completamente atropelado.” Para ele, é preciso que “desde a primeira instância não se crie o culto da impunidade”.

Líder do PPS e um dos deputados que subscreveram a proposta, Fernando Coruja (SC) afirma que é favorável à matéria, e que ela é constitucional porque não suspende direitos políticos. Contudo, ele ressalta que o simples oferecimento de denúncia não pode impedir ninguém de se candidatar. O deputado catarinense considera “razoável” impedir a candidatura de um cidadão que foi condenado por um colegiado. “Tem de debater o projeto. Não há dúvida.”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoverá um café da manhã na próxima quinta-feira (12) com parlamentares que apoiam a proposta para debater o andamento da matéria na Câmara.

O outro lado

O deputado José Genoino (PT-SP) subiu à tribuna da Câmara na semana passada para criticar a proposta. Citando a Constituição, votos de ministros do Supremo Tribunal Federal e documentos internacionais, o petista lembra que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

Genoino é réu no processo do mensalão, suposto pagamento para que parlamentares votassem de acordo com orientações do governo. Atualmente, o processo tramita no STF. Em 2005, quando o caso veio à tona, o deputado era presidente nacional do PT.

“Essa ideia da hostilidade, da criminalização, produziria, caso este projeto tramitasse na Casa, centenas de prefeitos, alguns governadores e até o presidente da República, no caso de uma ação de improbidade recebida pelo juiz em primeira instância, estariam impedidos de se candidatar”, afirmou Genoino na tribuna da Câmara.

“Sempre defendi e defendo uma reforma política ampla e democrática na Casa, uma reforma que resgate o sentido democrático e republicano da política, com base no princípio de que todo o poder emana do povo e só pode ser exercido diretamente ou pela representação. Esse poder que emana do povo está passando por uma crise de legitimação. E temos que fazer uma reforma política. Agora, substituir a política pelo arbítrio da proibição, da discriminação, da vedação, é contrariar o princípio universal da democracia”, complementou.

O petista recebeu o apoio de diversos deputados que estavam no plenário da Câmara. “Tenho inquéritos, tenho processos, mas eles não têm fundamento. Processos até abertos por pessoas do MP (Ministério Público) que não têm direito constitucional de investigar, punir, ser polícia. Mesmo assim, tenho processos. Queria que o Congresso Nacional pegasse 1 milhão e 300 mil assinaturas e as passasse pelo crivo da investigação para ver quantos daqueles realmente seriam virgens, que nunca tiveram um processo ou parentes que nunca tiveram um processo”, afirmou o deputado Ernandes Amorim (PTB-RO).

“Poucos brasileiros sabem que este tema já é tratado na nossa Constituição, na nossa legislação eleitoral, na medida em que qualquer candidato que tem uma sentença criminal condenatória, com trânsito em julgado, é impedido de concorrer ao pleito eleitoral”, destacou Geraldo Pudim (PR-RJ).

“Nós temos inúmeros problemas para resolver e não podemos nos deixar levar por este debate”, resumiu o deputado Carlos Zarattini (PT-SP).

Processos de um correligionário

O deputado Paulo Rubem Santiago lembra do caso do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que assumiu o mandato na quinta-feira passada na vaga deixada por Expedito Júnior (PSDB-RO). O tucano teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral por compra de voto e abuso de poder econômico.

“Ele já assume tendo de responder a 200 processos. Mas eu li declarações dele de que isso não é verdade”, afirma o deputado pernambucano.

Levantamento do Congresso em Foco de setembro do ano passado revelou que Acir respondia a cerca de 200 processos criminais na Justiça comum em junho daquele ano.

De acordo com levantamento, somente no Tribunal de Justiça do Amazonas, um dos negócios de Gurgacz, a Empresa União Cascavel de Transportes e Turismo Ltda (Eucatur) – de transporte interestadual de passageiros – respondia a aproximadamente 200 processos em setembro do ano passado. As acusações – direcionadas a ele e aos pais, seus sócios na empresa – iam de estelionato, crime ambiental, a pedidos de indenização por danos materiais e morais.

No dia de sua posse, Acir apresentou a este site um nada consta expedido pela Justiça Federal de 1º grau (Seção Judiciária do Estado de Rondônia). O documento, disponível na página eletrônica do Tribunal Regional Federal (TRF-1ª Região) daquele estado, refere-se aos “registros de distribuição” de 25 de abril de 1967 até 14 de abril deste ano. Acir não apresentou nada consta referente à sua situação na Justiça dos outros estados mencionados acima.

“A minha situação atual na Justiça é tranquila, não tenho nenhum processo, em qualquer instância da Justiça. Essa informação alguém plantou, e parece que está pegando”, disse Acir ao Congresso em Foco.
O projeto

No dia 29 de setembro deste ano, representantes de 43 entidades entregaram ao presidente da Câmara o projeto com mais de 1,3 milhão de assinaturas. A ideia de lançar a Campanha "Ficha Limpa" foi uma iniciativa que partiu da própria sociedade, a partir dos comitês do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) nos estados e municípios.

Na ocasião, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara, defendeu a proposta. “Aqui tem mais de 1,3 milhão de assinaturas. Em matéria de pesquisa de opinião pública, está muito claro o que se quer.”

Pioneiro nos levantamentos sobre os parlamentares que respondem a processos judiciais, o Congresso em Foco revelou em setembro que aumentou em 51% o total de parlamentares processados.

http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=30513

Vox Populi: apagão não deve ter impacto relevante nas urnas

Terra - Fabiana Leal
Direto de Porto Alegre

O apagão que atingiu pelo menos 18 Estados brasileiros na noite da última terça-feira e na madrugada de quarta-feira não deverá ter impacto relevante nas eleições presidenciais de 2010, segundo o diretor do instituto de pesquisa Vox Populi, Marcos Coimbra. Para ele, o caso isolado é algo que não pode ser atrelado de "maneira indiscutível" a um candidato.

"Não se pode dizer que é culpa da Dilma (Rousseff, ex-ministra de Minas e Energia, atual titular da Pasta da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva e provável candidata à Presidência). Por mais que a oposição tenha usado isso, não convenceria (o eleitorado)", afirmou Coimbra.

Segundo o diretor do instituto de pesquisa, "raríssimas pessoas fariam ligação entre ela e o apagão. Portanto, me parece que, do ponto de vista eleitoral, não deve ter impacto relevante".

Coimbra afirmou que o cenário político atual é distinto do momento vivido nas eleições de 2002, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sofreu um desgaste e não elegeu o candidato José Serra (PSDB). Naquele ano, Lula foi o vencedor do pleito após quatro candidaturas consecutivas.

"O que teve impacto relevante na (eleição) de 2002, não foi o fato de, em um determinado dia, o País ter ficado sem luz, mas o que foi muito ruim para a imagem do Fernando Henrique foi o racionamento (de energia elétrica). Foi as pessoas terem de discutir como iria funcionar o elevador e o sinal de trânsito ou em que horário poderiam tomar banho. O prejuízo da imagem de Fernando Henrique (ao longo de 2001) foi muito grave e uma das causas prováveis da derrota (nas urnas)", afirmou.

Segundo Coimbra, FHC havia enfrentado antes do racionamento a crise cambial em 1999, que afetou gravemente a economia e desvalorizou o Real, pilar do seu governo.

"Em 2000, o governo foi se recuperando, mas quando chegou no inicio de 2001 - entre março e abril -, começou a crise energética, e o governo Fernando Henrique imbicou numa decrescente e não se recuperou mais. Em 2002, ele tinha nível de aprovação ótimo e bom em torno de 25%. O Lula tem hoje cerca de 70% de aprovação", disse.

Segundo a pesquisa Vox Populi/Band, divulgada na última terça-feira, o índice de aprovação do presidente Lula subiu de 65% em outubro para 68% em novembro. A margem de erro é de 2,4%. Dois mil eleitores foram ouvidos em 170 municípios de todos os Estados, com execeção de Acre, Roraima e Rondônia.

Antecipação eleitoral
Cientista político, Coimbra, que tem acompanhado todas as eleições no País, disse que a antecipação eleitoral - como está acontecendo atualmente no Brasil - jamais foi vista nos anos anteriores. Ele ainda brincou: "amo os anos pares", fazendo referência aos anos em que ocorrem as eleições no País.

A antecipação da corrida por alianças para as eleições de 2010 foi intensificada no início de outubro, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que PT e PMDB estarão juntos. O anúncio causou desconforto nos diretórios estaduais, principalmente em São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Os dirigentes nesses Estados não concebem palanques regionais entre essas duas legendas.

Porém, a oposição não está mais confortável. No PSDB, ainda há um impasse sobre quem será o presidenciável - ou o governador de São Paulo, José Serra, ou Aécio Neves, governador de Minas Gerais. O governador mineiro afirmou, no início do mês, que poderá concorrer a uma vaga no Senado em 2010 caso seu partido não defina seu candidato à Presidência até o fim do ano. O governador disse considerar o mês de março de 2010 um prazo "extremamente longo ou tardio" para a definição da candidatura. Segundo ele, isso dificultaria a construções de alianças mais sólidas. Aécio também já descartou ser o vice na chapa puro-sangue.

Nesta quinta-feira, a executiva nacional do Psol aprovou a formação de uma comissão para iniciar negociações formais com a senadora Marina Silva, pré-candidata à Presidência da República pelo PV. Segundo o presidente do Psol no Rio Grande do Sul, Roberto Robaina, essa decisão "abre a possibilidade de uma aliança que se constitua em um pólo alternativo diante dos dois grandes blocos que disputam o poder - PT e PSDB -, mas que não têm grandes divergências programáticas", disse.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4098287-EI7896,00-Vox+Populi+apagao+nao+deve+ter+impacto+relevante+nas+urnas.html

PT e PMDB em choque na crise

Partidos dividem os cargos mais importantes do setor elétrico e trocam acusações sobre a responsabilidade pelo episódio que deixou boa parte do país às escuras

Correio Braziliense - Ricardo Brito

O apagão que atingiu 18 estados na terça-feira provocou um curto-circuito na relação entre PT e PMDB, partidos que fatiam o setor desde o início do governo Lula. Enquanto o presidente trabalhava pessoalmente para contornar a crise, caciques de uma legenda responsabilizavam cardeais da outra pelo acidente energético. O ministro de Minas e Energia, senador peemedebista Edison Lobão (MA), afirmou inicialmente que o apagão teria sido culpa de Itaipu, dirigida pelo petista Jorge Samek, amigo pessoal de Lula. Foi rebatido logo em seguida. O pano de fundo dessa briga que se estende nos bastidores é o controle dos cargos e de um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios: R$ 80 bilhões da pasta de Minas e Energia, somadas as estatais.

A guerra entre PT e PMDB contamina até as discussões do pré-sal. As duas siglas se movimentam para controlar a Petro-sal, estatal que gerenciará os bilhões de reais decorrentes da extração das reservas de petróleo. “Todos somos governo e o objetivo final é servir bem a sociedade”, contemporiza o deputado e engenheiro elétrico Jorge Boeira (PT-SC). Como a empresa ainda não existe, nem se sabe quantos cargos terá, a briga está em aberto.

Ontem, em público, sob o comando de Lula, o ministro de Minas e Energia e a chefe da Casa Civil, a petista Dilma Rousseff, afinaram o discurso de que o apagão de cerca de cinco horas é um “caso encerrado” (leia mais página 3). Mas sobram queixas nos bastidores. “O Lobão quis jogar a culpa em cima de Itaipu para livrar a Eletrobrás, responsável pelo sistema e onde ele tem o comando”, criticou um parlamentar do PT. Para constrangimento do ministro e blindagem de Dilma, coube a Lobão, um político sem experiência no setor, dar as explicações técnicas à sociedade.

No primeiro mandato de Lula, com o apoio do então presidente do PT, José Dirceu, o PMDB tentou controlar o setor, mas Lula preferiu apostar em Dilma Rousseff, uma técnica recém-convertida ao partido para administrar o Ministério de Minas e Energia. Quando Dilma mudou-se para a Casa Civil, em junho de 2005, impôs homens de confiança aos peemedebistas. Os dois principais são o número 2 do ministério, Márcio Zimmermann, e o diretor de Engenharia da Eletrobrás, Valter Cardeal. O último tornou-se uma espécie de fiscal de Dilma nas decisões da estatal responsável pela transmissão da maior parte da energia consumida pelos brasileiros. No início de 2008, caciques peemedebistas com ascendência na Eletrobrás, como o presidente do Senado, José Sarney, chegaram a se queixar da interferência de Dilma.

Se antes o PT detinha o controle político de praticamente todo o sistema energético – geração, distribuição e transmissão – do ministério, hoje contenta-se com nacos de poder. Mantém influência na geração, com Jorge Samek em Itaipu. Na próxima semana, peemedebistas vão cobrar explicações dele sobre o único desligamento de energia da história da hidrelétrica (veja quadro de indicações).

O PMDB, por sua vez, conseguiu tirar dos petistas, no segundo mandato de Lula, duas joias da coroa. Uma delas foi a presidência da Eletrobrás, controladora de grande parte do sistema de transmissão de energia do país, com José Antonio Muniz Lopes. A outra foi Furnas, primeiro com o ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde, agora com Carlos Nadalutti Filho. Ambos foram apoiados pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que chegou a retardar, como relator, a votação da derrotada prorrogação da CPMF a fim de emplacar um aliado na presidência da estatal. No fim do mês passado, a última vitória dos peemedebistas veio com a saída de Sérgio Wilson Fontes da presidência do fundo de pensão de Furnas. “O PMDB está satisfeito com o que tem no governo”, afirmou na ocasião o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).

Chuva não
Embora descartem crise na relação, aliados dos dois partidos no Congresso não acreditam na explicação oficial de que o colapso do sistema foi culpa exclusivamente da natureza. “Não há nada superado”, afirmou o deputado Nelson Bornuier (PMDB-RJ), da Comissão de Minas e Energia. “Nem o próprio governo definiu a causa do apagão”, disse. “Ocorrências em função de episódios meteorológicos existem. O que não convence é simplificar porque houve problemas na proteção do sistema. É preciso apurar por que Itaipu desligou completamente”, afirmou o senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Energia para todos?

Desde o início do governo, PT e PMDB brigam pelo controle de cargos importantes do setor. Saiba quem são os mentores da indicação de cada um deles.

ÁREA POLÍTICA

Ministro de Minas e Energia
Edison Lobão (PMDB-MA)
Senador eleito, foi indicado por
José Sarney (PMDB-AP).
Administra um orçamento previsto para este ano, somado ao das estatais, de R$ 80 bilhões.

Secretário-executivo
Márcio Zimmermann
Ligado à ministra Dilma Rousseff, teve que ser avalizado por José Sarney e por Renan Calheiros (PMDB-AL).
Substitui o ministro em suas ausências.

ÁREA DE GERAÇÃO

Itaipu Binacional

Presidente
Jorge Miguel Samek
Indicação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é amigo pessoal.
Está no cargo desde o início do governo, em 2003, quando renunciou ao mandato de deputado federal pelo Paraná.
A indicação para presidir Itaipu é comumente feita pelo presidente da República.

Furnas

Presidente
Carlos Nadalutti Filho
Depois da saída por motivo de doença de Luiz Paulo Conde (PMDB), teve que ser referendado pelas bancadas do PMDB de Minas e do Rio de Janeiro na Câmara.
Subsidiária da Eletrobrás, garante a energia de 51% dos domicílios brasileiros.

ÁREA DE TRANSMISSÃO

Eletrobrás

Presidente
José Antonio Muniz Lopes
Nome de consenso entre José Sarney, Jader Barbalho (PMDB-PA) e Edison Lobão.
Maior companhia do setor da América Latina, é responsável por controlar grande parte do sistema transmissão de energia do país.

Diretor de Administração Miguel Colassuonno
Indicado por Orestes Quércia (PMDB-SP).
Uma das seis diretorias que tem direito a voto em grandes investimentos da Eletrobrás.

Diretor de Distribuição
Flávio Decat de Moura
Nome de confiança de Renan Calheiros e de Dilma Rousseff.
Responsável por coordenar as ações de sete distribuidoras de energia do Norte e do Nordeste federalizadas e também com direito a voto no conselho da estatal.

Diretor de Engenharia
Valter Luiz Cardeal de Souza
Indicação de Dilma Rousseff.
Com atuação há 32 anos no setor, tem grande influência por causa do respaldo da chefe da Casa Civil, a quem conhece desde o Rio Grande do Sul.

Diretor Financeiro da Eletrobrás
Astrogildo Quental
Indicado por José Sarney.
Responde por uma das seis diretorias que tem direito a voto em grandes investimentos da Eletrobrás.

SATÉLITES

Eletrosul

Presidente
Eurides Luiz Mescolotto
Ex-marido da senadora Ideli Salvati, é indicação do PT de Santa Catarina.
No cargo desde abril de 2008.

Eletronorte

Presidente
Jorge Nassar Palmeira
Indicado por Jader Barbalho.
Subsidiária da Eletrobrás, gera e fornece energia para nove estados da Amazônia Legal.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/11/13/politica,i=154439/PT+E+PMDB+EM+CHOQUE+NA+CRISE.shtml