13 de nov. de 2009

PSDB investe na aproximação com sindicalistas

Juliana Cipriani - Estado de Minas

Na reta final para tentar viabilizar sua candidatura à Presidência da República, o governador Aécio Neves (PSDB) resolveu investir na aproximação com sindicalistas. Pela segunda vez, em jantar na quinta-feira com tucanos, democratas e outros aliados em Brasília, o mineiro afirmou que no poder os tucanos não serão inimigos dos movimentos sociais. Ao contrário, garantiu que seu partido pretende ser parceiro dessas categorias, porém, de “forma republicana”. Aécio afirmou que a escolha do seu nome, em vez do governador de São Paulo, José Serra, ajudará a evitar a tão temida eleição plebiscitária.

Em jantar do qual participaram cerca de 50 deputados federais e oito senadores, em sua maioria do PSDB, Aécio disse que os movimentos sociais devem ser chamados pela oposição para o diálogo. De acordo com o governador, essas categorias foram captadas pelo atual governo de maneira pouco ortodoxa e é preciso mostrar a eles que os tucanos não são inimigos. A tese de Aécio é de que este é o momento para iniciar as conversas no campo de apoio dos adversários do PT.

“É preciso que nós acenemos para alguns setores que hoje estão de alguma forma enraizados na base do governo. Os movimentos sociais e sindicatos não podem nos ver como adversários ou inimigos, eles têm que saber que conosco também terão interlocução”, afirmou o governador. Aécio disse que os tucanos não podem permitir que aliados do governo Lula criem um sentimento de derrota para os sindicalistas com uma possível vitória dos tucanos.

O governador reafirmou ao grupo sua vontade de ser o candidato do PSDB à Presidência e indicou que vem mantendo relações com vários partidos aliados ao presidente Lula, como PV, PDT, parte do PMDB e PSB. No jantar na casa do deputado federal Eduardo Gomes (PSDB-TO), boa parte da bancada paulista estava pressente e prefeitos do partido também participaram. Mesmo com tucanos paulistas, Aécio afirmou que sua candidatura é capaz de incluir mais os movimentos sociais e partidos que hoje estão na órbita do governo Lula.

Aécio voltou a falar da necessidade de se adotar um discurso para o que chama de período “pós-Lula”, ou seja, reconhecendo os eventuais avanços da atual gestão, assim como os dois períodos de governo Fernando Henrique Cardoso, porém levantando as necessidades que não foram atendidas no país. O governador mineiro comemorou o resultado da última pesquisa Vox Populi, que mostra um empate técnico entre ele, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o deputado federal Ciro Gomes (PSB), mas disse que o levantamento não será o único fator a estimular uma decisão.

“Começa a haver uma percepção hoje no PSDB e de algumas forças que estão do nosso lado de que, eventualmente, uma candidatura minha poderia ajudar a fugirmos da polarização, ou da tentativa da eleição plebiscitária, até mesmo para atrair a presença de algumas forças políticas ou partidárias que hoje estão ao lado do governo e que eventualmente poderiam estar ao nosso lado”, afirmou o tucano. José Serra é muito ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, para alguns analistas, o fato poderia levar a uma reedição da briga Lula contra FHC.

http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_3/2009/11/13/em_noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=135859/em_noticia_interna.shtml

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