REGIANE SOARES
da Folha Online
Os presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), e estadual do PSB-SP, Márcio França, apresentaram nesta segunda-feira, em São Paulo, opiniões distintas sobre a candidatura da base à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Enquanto o petista defende uma eleição polarizada entre as candidaturas da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e da oposição, o socialista se mostrou favorável a duas candidaturas da base. O segundo nome da base seria do deputado Ciro Gomes (PSB-CE).
"Nós acreditamos que uma chapa única dos partidos da base do governo Lula para disputar contra o projeto neoliberal é mais producente. No entanto, caso haja mais de uma candidatura, nós vamos trabalhar para que seja um processo harmônico", afirmou Berzoini.
O petista defende o mesmo discurso do presidente de união dos partidos da base aliada em torno de um único nome: o de Dilma. Em favor de seu projeto, Lula já conseguiu que Ciro transferisse seu título eleitoral para São Paulo para que possa mais tarde disputar o governo paulista com o apoio do PT. Porém, tanto Ciro quanto líderes do PT em São Paulo rejeitaram a proposta de Lula.
"Esta é uma reunião desprovida de nomes. Quero deixar claro que é um processo de igualdade entre os partidos e que todos devem apresentar alternativas para todos os cargos majoritários: governador, vice e dois [candidatos] ao Senado", afirmou Berzoini.
O presidente do PSB admitiu hoje que a transferência de título de Ciro para São Paulo foi um "parto" e que tanto o partido quanto o próprio deputado trabalham pela candidatura presidencial. Mas ressaltou que uma definição só acontecerá em março do ano que vem.
"É compreensível que o PT tente seguir a orientação do presidente que é um [candidato da base] contra um [candidato da oposição] para poder comparar oito anos [de Fernando Henrique Cardoso] com oito anos [de Lula]", afirmou França.
O presidente do PSB-SP disse ainda que respeita a decisão de Ciro de querer disputar a Presidência, pois tem mais experiência do que Dilma do ponto de vista de campanhas eleitorais. Mas disse que caso o PSB decida por lançar Ciro à Presidência, ele não será um adversário.
"Se chegar em março do ano que vem e os números [de pesquisa favoráveis a Ciro] forem semelhantes ao que temos hoje, a tendência é que a lógica indique que o melhor é ter dois candidatos", disse.
França e Berzoini se reuniram hoje em São Paulo com dirigentes de partidos que integram a base de Lula para definir estratégias para as eleições ao governo paulista. No encontro, PDT, PT, PC do B, PSB PSL, PSC, PRB, PTN e PPL (ainda em formação) decidiram lançar um candidato único da base aliada e ampliar a oposição ao governador José Serra (PSDB) na Assembleia Legislativa.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u649914.shtml
9 de nov. de 2009
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A cada rodada das pesquisas- vamos aguardar as próximas do Datafolha, Sensus e Ibope) vai ficando claro que, se o governo não tiver duas candidaturas da base aliada, o candidato da oposição pode se eleger no primeiro turno. O PT sabe disso, mas teme o crescimento de Ciro porque, se ele crescer agora, pode atrair aliados e sair da dependência do apoio do governo. O risco do PT não é Ciro ser candidato- candidatura que na pratica vai ajudar o governo levando a eleição para o segundo turno- o perigo é Ciro ganhar da Dilma no primeiro turno.Logo, o desafio agora, é manter a candidatura de Ciro sob controle.
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