10 de nov. de 2009

"Não tem um tucano que não seja bem tratado nesse governo", diz Lula

Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (10) que governadores e prefeitos não têm tratamento diferenciado no seu governo por conta do partido ao qual pertencem. A declaração foi dada durante cerimônia do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) da Habitação.

"Não tem um tucano que não seja bem tratado nesse governo. Eu até duvido que algum governador tucano recebeu [no passado] 50% do recurso que recebe no meu governo. Pode fazer o levantamento que quiser e veja quanto foi passado em oito anos pro Mário Covas e quanto a gente passa pro [José] Serra (SP), pra Yeda Crusius (RS), pra todos. Uma marca que me orgulha é que eu posso ter muitos defeitos, mas não o defeito de destratar um companheiro só porque ele não é do mesmo partido ou porque não tem o mesmo pensamento ideológico que o meu."

Nos últimos dias, tucanos têm trocado farpas com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), candidata virtual do PT à sucessão de Lula na Presidência da República. A ministra disse que a oposição está "nervosa" diante das realizações do governo e a oposição rebateu. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, chamou Dilma de "arrogante".

Na cerimônia do PAC da Habitação, Lula também defendeu a divulgação das obras de seu governo. "Se algum adversário ficar ofendido porque nós estamos mostrando o que está sendo feito, eles vão mostrar o que nós não fizemos. Então vamos mostrar."

Com a aproximação do ano eleitoral, a oposição tem aumentado as críticas às viagens que o presidente tem feito para visitar obras, especialmente as que fazem parte do PAC. A presença da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na comitiva tem sido apontada como campanha antecipada.

Lula destacou em seu discurso que poderia fazer uma ponte e "colocar o nome da mãe", sem se importar com a utilidade da obra, mas que prefere fazer obras para a população mais pobre. "Fazer esgoto, fazer saneamento básico em lugares mais pobres, vocês não sabem a diferença que isso faz. A classe rica não sabe o valor e um metro de asfalto, mas quem anda na lama, sabe".

"O que estamos fazendo é uma reparação da irresponsabilidade de quem governou este país antes de nós", afirmou.

O presidente disse ainda que "não há hipótese de mudar, daqui pra frente, o tratamento dado a prefeitos e governadores". "Não há hipótese de voltar à situação em que prefeitos e governadores vinham a Brasília para mendigar um direito que é seu, para a União se preocupar em fazer superávit. Enquanto isso as cidades estavam vivendo a pão e água nos seus Estados."

Segundo o Ministério das Cidades, os mais de 100 projetos selecionados para receber recursos do fundo nacional de habitação de interesse social terão R$ 1,2 bilhão para urbanização, regularização e integração de assentamentos precários.

Do total, 62 são novos projetos, que contam com cerca de R$ 650 milhões, e 47 complementam iniciativas integrantes do PAC, somando aproximadamente R$ 550 milhões.

http://noticias.uol.com.br/politica/2009/11/10/ult5773u2941.jhtm

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