9 de set. de 2010

Lula volta a enfatizar o estilo "mãezona" de Dilma durante comício em Minas

Correio Braziliense - Juliana Cipriani

Em mais um dia de agenda casada com a ex-ministra Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve ontem em Minas Gerais para inaugurar obras durante o dia e pedir votos para seus correligionários à noite, com forte ênfase ao tom maternal da presidenciável petista, Dilma Rousseff. Pela manhã, Lula participou rapidamente da entrega de um armazém graneleiro em Uberlândia e, depois, inaugurou apartamentos residenciais concluídos há três meses com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Contagem.

Enquanto isso, Dilma Rousseff participava de corpo a corpo com eleitores no centro de Belo Horizonte, acompanhada do candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa, e do candidato a vice na chapa da ex-ministra, Michel Temer. Mais tarde, Dilma e Lula uniram as agendas em um comício realizado em Betim.

Nos discursos, ambos deixaram de lado o tom de acusações à oposição no episódio da quebra de sigilos fiscais, mas se armaram de ironias. “Somos da paz, mas jamais deixamos que ninguém pisasse no nosso pé nem nos desrespeitasse”, afirmou Dilma. A ex-ministra afirmou que os adversários, críticos durante oito anos das políticas sociais do governo, agora querem surfar na onda do sucesso dos programas federais, como o Bolsa Família e o ProUni. “Chega na hora da eleição, eles querem se confundir conosco”, afirmou. A candidata, sempre citada à frente das pesquisas de intenção de voto, mostrou otimismo quanto à vitória. “Tenho certeza de que elegeremos a primeira mulher presidenta, por isso precisamos eleger uma forte bancada de senadores”, disse.

Já o presidente voltou a enfatizar o tom maternal em relação a Dilma. Chamou a candidata de “querida e futura avó”, lembrando que a petista deve ganhar um neto nos próximos dias, e reforçou o tom triunfalista. “Ela vai ganhar de presente, além do neto, a responsabilidade de dirigir o destino do nosso país por quatro anos.” Lula afirmou ainda que a vitória de Dilma representaria o “último grito de independência da mulher brasileira”.

Para defender voto no candidato a governador Hélio Costa (PMDB), Lula citou números de iniciativas federais no estado e afirmou que seu ex-ministro das Comunicações é quem “pode ajudar mais a Dilma”.

Dependência
Antes do comício, em Uberlândia, Lula não perdeu a chance de cutucar a gestão de Fernando Henrique Cardoso. O presidente afirmou que seu governo fez o Brasil crescer e se tornar respeitado mundialmente, capaz de competir em condições de igualdade com Estados Unidos e Europa. “Hoje, o Brasil é dono do seu nariz, anda de cabeça erguida e queremos competir em igualdade de condições”, afirmou.

Lula disse que, quando assumiu o governo, em 2003, o país não tinha crédito para financiamentos e adotava uma postura de medo das nações mais desenvolvidas. “Houve um tempo em que tudo dependia dos Estados Unidos, tudo dependia da Europa, e acreditávamos muito pouco em nós mesmos.”

TSE nega direito de resposta
O Tribunal Superior Eleitoral negou ontem, por 6 votos a 1, um pedido de direito de resposta feito pela coligação de Dilma Rousseff contra a campanha de José Serra. O pedido alegava que Dilma teria sido acusada indevidamente pelo programa do PSDB de ter sido responsável pela quebra de sigilo de dados da Receita Federal para utilizar contra os rivais. Os ministros entenderam que não houve referência direta no programa de Serra. Para a ministra Cármen Lúcia, a coligação do PSDB se refere de forma genérica a “candidatos”, sem fazer qualquer relação.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/09/noticia_eleicoes2010,i=212136/LULA+VOLTA+A+ENFATIZAR+O+ESTILO+MAEZONA+DE+DILMA+DURANTE+COMICIO+EM+MINAS.shtml

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