26 de nov. de 2009

Aécio aponta fragilidades da candidatura de Dilma

Daniela Almeida - Estado de Minas

O governador Aécio Neves (PSDB) disse na quarta-feira durante visita às obras da Cidade Administrativa que o crescimento nas pesquisas para as eleições 2010 da ministra Dilma Rousseff (PT) é menor que o avanço no nível de conhecimento da pré-candidata pela população. Para o governador, o desempenho de Dilma nas pesquisas não acompanha o volume de exposição que tem hoje a ministra no eleitorado por fazer parte do governo. “Ao mesmo tempo que ela cresce alguns pontos, ela já se aproxima dos 90% em nível de conhecimento. Seus indicadores na pesquisa não crescem na mesma proporção”, afirmou. Aécio ponderou ainda que acredita ser natural que a candidata apresentada pelo presidente da República tenha altíssima exposição e continue crescendo nas pesquisas de intenção de voto.

O governador avaliou ter sido “extremamente favorável” seu desempenho no último levantamento CNT/Sensus. A mesma pesquisa mostrou uma queda do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de sete pontos percentuais, o que estaria levando os partidos aliados ao PSDB a engrossarem o coro na pressão pela definição dos tucanos de seu pré-candidato à Presidência. O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), principal aliado do PSDB, voltou a defender na terça-feira a antecipação da decisão e colocou novamente o nome de Aécio como o mais viável. Segundo Maia, Aécio teria a capacidade de maior atração de partidos que hoje compõem a base governista para uma coligação com os tucanos.

Diante do impasse e dos resultados nas pesquisas, o governador reiterou que entende que existam setores no partido com posições divergentes quanto à antecipação ou não da escolha do pré-candidato. Aécio minimizou as diferenças e disse que o fato não prejudicará a unidade do partido. “Isso não vai nos dividir, qualquer que seja a decisão final. Mantenho aquela posição, absolutamente clara, correta e leal para com o partido.” Por outro lado, o governador voltou a defender que a antecipação da decisão ajudaria na composição de alianças na corrida eleitoral de 2010. “Acho que o que eu poderia eventualmente agregar ao partido demandaria uma decisão em um espaço de tempo mais curto, até para que não encontrássemos já outras forças políticas comprometidas com os nossos adversários. O PSDB e os nossos aliados (os Democratas, o PPS) sabem que a nossa unidade é o instrumento mais vigoroso que temos. Talvez o mais importante para que possamos vencer as eleições”, afirmou.

Ciro

Sobre as declarações recentes feitas pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) em visita a Minas Gerais de que, caso Aécio seja o candidato do PSDB ao Planalto, poderia retirar sua candidatura às eleições presidenciais em 2010, o governador disse que não poderia declarar o mesmo apoio. Aécio lembrou que está no campo da oposição ao governo, enquanto Ciro faz parte da base governista. Por isso mesmo, não poderia apoiar o deputado caso Serra venha a ser o candidato do PSDB.

Na opinião do governador, a verdadeira ruptura político-econômica no Brasil não foi com o governo Lula, mas sim com conquistas do PSDB. “Ali houve uma continuidade. O que tem sido positivo para o Brasil. A grande ruptura que houve na nossa história contemporânea foi com a inflação. E isso foi conquistado pelo PSDB. Ela se inicia no governo do presidente Itamar e concretiza-se no governo do presidente Fernando Henrique. Mas as pessoas não querem ficar assistindo a essa competição: quem fez mais, quem fez menos. As pessoas querem saber o que ficou por fazer, como fazer e quem tem melhores condições para fazer.”

http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2009/11/26/noticia_politica,i=137482/AECIO+APONTA+FRAGILIDADES+DA+CANDIDATURA+DE+DILMA.shtml

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