25 de nov. de 2009

Líder governista diz considerar legítima movimentação do PSB por apoio a Ciro

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

A movimentação do PSB para dar fôlego à pré-candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à sucessão presidencial não trouxe preocupação ao grupo que trabalha pela pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

O PSB está costurando alianças com partidos da base que ensaiam dar sustentação à aliança PT-PMDB em 2010. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), minimizou a rebelião ensaiada pelo partido.

"É legítimo o PSB se colocar, discutir nomes. Agora, o PMDB é o majoritário na base, na aliança. O partido, com maioria Congresso, preside as duas Casas, tem o maior número de prefeitos, maior musculatura. É natural que essa musculatura possa ser agregada à candidatura da ministra Dilma. Esse é o entendimento e a composição que está se formando", disse.

Jucá reconheceu, no entanto, que após o PMDB e PT resolverem suas pendências regionais, o próximo passo será retomar a conversação com outros partidos da base. "Ninguém ganha eleição sozinho. É importante a posição de cada partido e haverá espaço definido para cada partido", disse.

Rebelião

Com o resultado da pesquisa CNT/Sensus divulgada na segunda-feira, mostrando que o pré-candidato do PSB recebeu 35,1% dos votos, enquanto Dilma ficou com 31,5% dos votos, o partido começou a buscar apoio para 2010.

A ideia é fortalecer Ciro na disputa e amarrar um compromisso futuro para ganhar espaço de propaganda política na televisão e no rádio.

"Hoje não se fala mais em PT sem PMDB. Não existe mais um debate isolado do PT com as outras legendas. Eles jogaram para escanteio os outros partidos, então, não podemos ficar parados, vamos discutindo, debatendo alternativas e até março tomamos uma posição", afirmou o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

Para o senador, a pesquisa consolidou o potencial de Ciro para tirar votos dos presidenciáveis tucanos --os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais). "É uma candidatura que merece ser considerada", disse.

Além do PSB, o PP também reconhece longe dos holofotes que há resistências a uma aliança do PT com o PMDB.

Lideranças do PP receberam reivindicações de diretórios regionais mostrando que essa composição enfrenta problemas em vários Estados, como Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo e Alagoas. Os progressistas esperam o recuo de petistas e peemedebistas em candidaturas ao Senado e aos Executivos estaduais.

O PDT, antigo partido de Dilma, também já mapeou possíveis áreas de conflitos, como Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão e Espírito Santo. O partido está mais próximo de Dilma, mas também está sendo cortejado por Ciro e pelo próprio PSDB.

Em junho, o presidente licenciado da legenda, ministro Carlos Lupi (Trabalho), foi recebido por Aécio e não descartou mais uma conversa antes de oficializar o rumo para 2010.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u657335.shtml

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