24 de nov. de 2009

Preferência do PT por PMDB incomoda aliados e PSB já defende candidatura própria

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

A aliança do PT com o PMDB para as eleições de 2010 provocou incômodo em outros partidos da base aliada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso, que passaram a discutir nos bastidores lançamento de candidaturas próprias e novos arranjos.

O resultado dessa movimentação pode provocar a redução do número de palanques nos Estados para a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no ano que vem.

A principal reação partiu do PSB, que já trabalhava o nome do deputado Ciro Gomes (CE) para a sucessão presidencial. Com o resultado da pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem, mostrando que o pré-candidato do PSB recebeu 35,1% dos votos, enquanto Dilma ficou com 31,5% dos votos, o partido começa a discutir alianças.

A ideia é fortalecer Ciro na disputa e amarrar um compromisso futuro para ganhar espaço de propaganda política na televisão e no rádio.

"Hoje não se fala mais em PT sem PMDB. Não existe mais um debate isolado do PT com as outras legendas. Eles jogaram para escanteio os outros partidos, então, não podemos ficar parados, vamos discutindo, debatendo alternativas e até março tomamos uma posição", afirmou o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

Para o senador, a pesquisa consolidou o potencial de Ciro para tirar votos dos presidenciáveis tucanos os governadores Jose Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais). "É uma candidatura que merece ser considerada", disse.

Além do PSB, o PP também reconhece longe dos holofotes que há resistências a uma aliança do PT com o PMDB. Lideranças do PP receberam reivindicações de diretórios regionais mostrando que essa composição enfrenta problemas em vários Estados, como Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo e Alagoas. Os progressistas esperam o recuo de petistas e peemedebistas em candidaturas ao Senado e aos Executivos estaduais.

O PDT, antigo partido de Dilma, também já mapeou possíveis áreas de conflitos, como Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão e Espírito Santo. O partido está mais próximo de Dilma, mas também está sendo cortejado por Ciro e pelo próprio PSDB.

Em junho, o presidente licenciado da legenda, ministro Carlos Lupi (Trabalho) foi recebido por Aécio e não descartou mais uma conversa antes de oficializar o rumo para 2010.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u656985.shtml

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