17 de dez. de 2009

Serrista, novo líder do PSDB defende que partido escolha candidato só em março de 2010

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O novo líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), defendeu nesta quinta-feira que o nome do partido para disputar a sucessão presidencial de 2010 seja escolhido em março. Segundo Almeida, as pesquisas de intenção de votos divulgadas nos últimos meses mostram que o PSDB não tem sido prejudicado na corrida eleitoral por não ter de definido se o presidenciável será o governador José Serra (São Paulo) ou o governador Aécio Neves (Minas Gerais).

Integrante do grupo tucano ligado a Serra, João Almeida disse que a antecipação na escolha do candidato é mais uma cobrança dos políticos do que do eleitor.

"[Definição do candidato] Essa questão tem que ser tratada em março. A eleição ainda não está na agenda da população. Essa discussão até agora é conversa de político. O eleitor vai passar a tratar da eleição no ano que vem. Por isso, entendo que não há razão para pressa", disse.

Por unanimidade, João Almeida foi eleito líder ontem, depois que deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) decidiu retirar sua candidatura ao cargo. No ano passado, a disputa por líder provocou desgastes na bancada.

Parte dos deputados tucanos, chegou a acusar os defensores de José Aníbal (SP) --que deixa o posto agora-- de golpe. Na avaliação de alguns tucanos, a escolha de João Almeida reforça a influência de Serra na bancada tucana na Câmara e favorece o governador paulista na disputa.

O novo líder já assumiu um discurso conciliador e negou que tenha preferência por Serra ou por Aécio na disputa eleitoral. "O processo de escolha do candidato pelo PSDB tem se mostrado muito eficiente. As pesquisas mostram isso porque Serra tem se consolidado, mesmo sem se colocar como candidato oficialmente, enquanto a ministra Dilma Rousseff [pré-candidato do PT] registra um crescimento, mas que não é expressivo", afirmou.

Segundo João Almeida, a indefinição do presidenciável evita prejuízos para a imagem de Aécio e Serra. "Quando você oficializa a sua candidatura, surgem as demandas. E ocupando o comando de um Estado nem sempre você consegue atender e pode ser questionada pela Justiça Eleitoral. É o que ocorre com a ministra Dilma que está em uma exposição desnecessária até inaugurando placas", disse.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u667924.shtml

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