19 de dez. de 2009

Ministro Paulo Bernardo diz que Serra permanece "submerso"

DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba

O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse ontem que a desistência da corrida presidencial anunciada pelo governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), mostrou que o mineiro decidiu partir para a "ofensiva" e, com isso, deixou "submerso" o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

"Acho que é uma questão de tática. O Aécio foi para a ofensiva e o Serra continua submerso lá em São Paulo", disse Bernardo, em referência à relutância do governador paulista em confirmar já seu nome para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em ocasiões anteriores, Serra disse que deverá anunciar sua decisão perto do final de março, período de desincompatibilização de cargos públicos para quem vai disputar eleições no ano que vem.

Segundo Bernardo, o ato de Aécio foi visto com "prudência" pelos governistas. Em tom de brincadeira, o ministro disse que na política é preciso "ficar de olho nesses mineiros". "Eles são mais espertos que os paranaenses e os paulistas", disse.

Para Bernardo, o candidato governista "não deve escolher adversário", mas afirmou que a desistência do mineiro "tem um grande impacto [no PSDB e na corrida presidencial]".

"O Aécio tem uma aprovação enorme em Minas, o segundo Estado em eleitores. De certa forma coloca o Serra em xeque", disse o ministro.

"Pode ser que o Aécio esteja fazendo um movimento para pressionar mais o Serra e resolver isso de outra forma depois", disse. "Pode ser até uma união dos dois, com o Aécio na vice."

O ministro do Planejamento disse ainda que Aécio já foi visto como o adversário mais difícil de ser derrotado, mas afirmou que Serra deve prevalecer diante das pesquisas.

"Tem muita gente que achava [na ala governista] que o Aécio pode ser pior porque ele pode atrair mais aliança. Mas eu acho que os fatos são: o Serra é mais bem colocado na pesquisa, se você olhar os números."

O ministro participou ontem de reunião com o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), sobre projeto de construção do metrô da cidade.

Richa disse que a saída de Aécio o "pegou de surpresa". "Temos que estudar o que houve. O Aécio é peça chave para o projeto tucano do ano que vem."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u668867.shtml

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