18 de dez. de 2009

Planalto classifica desistência de Aécio como "boa notícia", mas não definitiva

da Folha Online

O Palácio do Planalto tentou caracterizar o anúncio da desistência do governador Aécio Neves de disputar a Presidência da República em 2010 como uma "boa notícia", embora "não definitiva", informa reportagem de Valdo Cruz, publicada nesta sexta-feira pela Folha (íntegra disponível somente para assinantes do jornal ou do UOL).

Segundo a reportagem, como vinham fazendo ao longo dos últimos meses, assessores de Lula disseram ontem preferir José Serra como adversário na disputa da sucessão presidencial. Eles afirmaram que Aécio, apesar de estar atrás nas pesquisas, teria mais potencial para crescer, além de supostamente contar com maior simpatia do empresariado.

A Folha informa que, em conversas reservadas, que eram interpretadas pelos serristas como um blefe, Lula costumava dizer que Aécio seria um oponente mais difícil que Serra para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Lula dizia que Aécio é simpático e tem jogo de cintura, características ausentes no perfil de Dilma.

Com Serra, a vantagem tucana desapareceria. O governador paulista, segundo o Planalto, tem imagem semelhante à de Dilma, de antipático e pouco agregador.

Assessores de Lula não quiseram dar como certa a candidatura de Serra e dizem ainda trabalhar com a hipótese de recuo do paulista, caso Dilma suba nas pesquisas e a economia registre forte crescimento no início de 2010. Nesse caso, o governo Lula se divide quanto ao futuro de Aécio.

Ontem, ao anunciar sua desistência, o governador de Minas criticou a não realização das prévias para escolha do candidato do PSDB à Presidência.

"Defendi as prévias como importante processo de revitalização da nossa prática política. Não as realizamos, como propus, seja por dificuldades operacionais de um partido de dimensão nacional, seja pela legítima opção da direção partidária pela busca de outras formas de decisão."

O tucano ainda alertou para o perigo da eleição plebiscitária, defendida pelo PT, e criticou a estratégia petista de mostrar o país dividido entre ricos e pobres no último programa eleitoral veiculado em cadeia de TV.

"Devemos estar preparados para responder à autoritária armadilha do confronto plebiscitário e ao discurso que perigosamente tenta dividir o país ao meio, entre bons e maus, entre ricos e pobres. Nossa tarefa não é dividir, é aproximar. E só aproximaremos os brasileiros uns dos outros através da diminuição das diferenças que nos separam."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u668433.shtml

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