15 de dez. de 2009

Aécio admite o favoritismo de Serra na corrida presidencial

Apesar do discurso, mineiro garante que não desistiu de se lançar ao Planalto

O TEMPO - Rafael Gomes

O governador de Minas, Aécio Neves, admitiu ontem que o governador de São Paulo, José Serra, é a alternativa "provável" para liderar a candidatura tucana à Presidência da República em 2010. Após um almoço com empresários da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o mineiro reconheceu fatores que favorecem seu adversário interno, como "indicadores expressivos nas pesquisas", e destacou que Serra pode desempenhar um papel semelhante ao dele na articulação para a busca de alianças com outros partidos.

"Apresentei ao partido o apoio de vários companheiros, uma alternativa que poderia ser, eventualmente, mais agregadora do ponto de vista partidário. Mas isso não impede que o governador José Serra, se for ele o candidato, também busque agregar essas outras forças políticas", destacou. "A partir de janeiro, a contribuição que eu poderia dar se torna muito mais difícil. Talvez, dessa forma, eu possa estimular o partido a tomar uma decisão ou caminhar para a opção do governador Serra. Se for ele o candidato, terá todo o meu apoio", completou Aécio.

Antes do encontro com empresários fluminenses, o governador mineiro também já reconhecera, em entrevista à rádio CBN, que a "tendência" é que o candidato tucano ao Palácio do Planalto seja José Serra - se não houver uma decisão da cúpula do partido que indique o contrário. "Eu acho que a tendência, se eu realmente não tiver do partido uma decisão, é que o candidato do PSDB seja o governador José Serra e com todas condições de fazer um grande debate", disse.
Os governadores de Minas e São Paulo divergem sobre a data do anúncio da pré-candidatura tucana. Enquanto Serra quer esperar até março, no limite do prazo para desincompatibilização, Aécio quer que a definição saia logo no início do ano, sob o risco de restar pouco tempo para acertar alianças com outras siglas.

Persistência. Apesar de dar indícios de favoritismo de Serra nas declarações, Aécio demonstrou também que não jogou a toalha e continua trabalhando por uma possível pré-candidatura à Presidência. Ele negou que já tenha tomado a decisão de concorrer ao Senado por Minas em 2010, como foi noticiado durante o fim de semana. "Não há nenhuma decisão tomada. Até porque, se, no mês de janeiro, em uma conversa da direção partidária, o partido optar por me dar condições de construir a candidatura, obviamente, eu serei candidato à Presidência da República", salientou o tucano.

Aliados do governador em Minas também descartaram a possibilidade de a decisão já estar tomada. Segundo eles, Aécio continua a sua agenda de contatos políticos para a construção de uma candidatura à Presidência da República no ano que vem. Nos próximos dias, o tucano deve ter encontro com dirigentes do PDT.

Mineiro recomenda ao PSDB aliança com siglas governistas
O governador Aécio Neves disse ontem que seu partido, o PSDB, deve buscar alianças até com partidos governistas para a eleição presidencial. Segundo ele, o PSDB não deveria coligar-se apenas com partidos da oposição, mas sim deixar "as portas abertas para alianças com outras forças".

"Devíamos estar buscando, em parceiros do governo federal e em aliados do presidente Lula - ou seja, partidos que não apoiarão necessariamente uma candidatura do PT -, um projeto pós-Lula", afirmou o governador de Minas.

De acordo com Aécio, o PSDB deve buscar apoio em partidos como o PSB, o PDT, o PP e até o PMDB. "São forças que não tomaram ainda uma decisão formal", concluiu. (RG)

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