FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
MALU DELGADO
da Folha de S.Paulo
A cúpula do PT diz que, nas entrelinhas do anúncio de Aécio Neves, há sinais de que o mineiro entrará de forma morna numa campanha do governador de SP, José Serra, à Presidência. Além de não surpreender o comando petista, a decisão de Aécio dá fôlego ao PT para levar adiante o tom plebiscitário que pretende dar à sucessão, comparando as gestões de Lula com as de FHC.
Um integrante da direção do partido afirmou que "chamou muito a atenção" o fato de o nome de Serra não ter sido citado no comunicado. O governador mineiro agradece só ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e ao partido de maneira geral.
"Minas sai magoada nesse processo de disputa do PSDB", avaliou outro dirigente petista que não crê num engajamento de Aécio na campanha de Serra.
"O Aécio percebeu que quem controla o PSDB são os paulistas e quis dar um presente de Natal ao Serra", afirmou o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra.
Ex-prefeito de Belo Horizonte e petista próximo de Aécio, Fernando Pimentel disse que os termos da carta "certamente foram bem pensados" pelo governador mineiro.
"Em Minas, nada é sem motivo", declara Pimentel, pré-candidato a governador. Segundo ele, Aécio quis dar uma resposta ao PSDB em vez de "protelar uma decisão inevitável".
O PT torce para que Aécio se mantenha firme na decisão de não sair como vice na chapa de Serra. A leitura feita pelo partido da carta de Aécio é que, ao prometer refletir "ao lado dos mineiros", o governador se mostra decidido a disputar uma vaga ao Senado.
Para os petistas, a decisão de Aécio forçará partidos da base, como PP, parte do PMDB e do PSB --até então divididos entre o apoio a Dilma Rousseff ou ao mineiro--, a selar a aliança com a ministra da Casa Civil. "A decisão facilita a consolidação das nossas alianças", afirmou o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u668453.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário