Correio Braziliense - Flávia Foreque
O mal-estar entre PT e PMDB devido à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a vaga de vice-presidente na chapa governista está encerrado. Essa é a avaliação do Palácio do Planalto após a ação de ministros e parlamentares para acalmar os ânimos entre os partidos. Ontem, após reunião com Lula, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o episódio está encerrado. “Os ânimos já estão acalmando. Nós temos relação com o PMDB muito forte no nosso governo. A postura do presidente Michel Temer na Câmara reafirma isso”, afirmou o coordenador político, que também se encontrou com Temer.
“O presidente reafirmou o papel importante que o PMDB tem na coalizão do nosso governo e o papel importante que o PMDB vai ter na sustentação da pré-candidatura e da candidatura da ministra Dilma Rousseff como sucessão ao (governo do) presidente Lula”, completou. Padilha disse ainda que a insatisfação de Temer se referia à divulgação de trechos da Operação Castelo de Areia(1), da Política Federal e da Procuradoria da República. “Eu senti que o maior desconforto não tinha a ver com declarações ou não (do presidente Lula). O maior desconforto era por insinuações que poderiam estar existindo sobre informações da PF, que também já foram negadas pela própria PF e pelo Ministério da Justiça”, enfatizou Padilha.
Na última quinta-feira, em entrevista a rádios do Maranhão, o presidente defendeu uma lista tríplice de peemedebistas para a vaga de vice na chapa presidencial de Dilma Rousseff. “O correto não é nem o PMDB impor um nome só. O correto é o PMDB discutir dentro do PMDB, indicar três nomes para a ministra Dilma para que ela possa escolher”, disse Lula na ocasião. A declaração não agradou a peemedebistas que consideram Temer, o mais cotado para assumir o posto.
No dia seguinte, o PMDB divulgou nota criticando a declaração, e ministros de Lula se movimentaram para evitar maior desconforto entre os aliados. A pedido de Lula, o ministro Franklin Martins conversou com o presidente da Câmara. O peemedebista recebeu ainda telefonemas dos ministros Edison Lobão, de Minas e Energia e Dilma Rousseff, da Casa Civil. O presidente do PT, Ricardo Berzoini, também foi acionado para minimizar o episódio. Para os peemedebistas, os movimentos ainda são pequenos. Eles querem uma declaração de Lula em defesa de Temer — até as 22h de ontem não havia notícia de tal ação do petista.
1 - Investigação
Durante a Operação Castelo de Areia, a Polícia Federal encontrou uma planilha na casa de Pietro Bianchi, diretor da construtora Camargo Corrêa, na qual o nome de Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, aparece diversas vezes associado a valores em dólares.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/12/15/politica,i=161002/CUPULA+PETISTA+REFORCA+APELO+DE+CALMA+A+TEMER+E+AOS+PEEMEDEBISTAS.shtml
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