Correio do Brasil
Presidente da Câmara e um dos políticos mais influentes de uma parcela do PMDB, o deputado Michel Temer disse a jornalistas, neste domingo, que a decisão sobre o possível apoio da legenda à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, somente será conhecida em junho do ano que vem, após a Convenção Nacional do partido.
– São três as tendências no partido: Uma é lançar Roberto Requião (PMDB-PR); outra é pleitear uma aliança com a candidata do PT, que é a minha; e a terceira é apoiar a candidatura de José Serra (PSDB-SP). Mas a decisão será tomada em convenção nacional em junho – disse.
A entrevista de Temer aconteceu na sede do PMDB paulista, onde o Diretório Regional escolhe o novo presidente, dividido entre a duas candidaturas. Uma delas é a do deputado federal Francisco Rossi, que defende candidatura própria em São Paulo para tentar enfraquecer o atual dirigente do partido e líder da outra chapa no Estado, Orestes Quércia, que defende uma aliança com o PSDB e o DEM. Pela manhã, Quércia comentou com repórteres que, se Requião se confirmar como candidato oficial do PMDB à presidência, a legenda nomeará um candidato próprio ao governo paulista. Em seu discurso, Quércia afirmou, no entanto, que a candidatura de Requião será "muito difícil", mas "nada é impossível na política".
As fraturas no partido, segundo Temer, são chamadas de "democracia interna".
– Essa democracia interna, ao invés de nos assustar, vai nos enaltecer – afirmou.
Temer considera "razoável" a aliança com o PT, uma vez que o partido ocupa sete ministérios no governo federal.
– Este é um précompromisso que pode se concretizar ou não. Vamos levar a ideia de candidatura própria do PMDB na convenção partidária – disse no discurso, em plenário, enquanto falava ao lado de Quércia e de Requião.
O presidente da Câmara, citado nas investigações do escândalo dos panetones, em Brasília, acredita ter sido citado como possível envolvido no esquema de corrupção porque seu nome chegou a ser ventilado para a chapa da ministra Dilma, como vice-presidente.
– O tiroteio se voltou contra mim justamente depois de meu nome ter sido cotado. Não vai ser agora, depois de 35 anos de vida pública, que vou permitir que um estelionatário venha com ataques a minha pessoa – disse, em referência a Durval Barbosa, delator do suposto esquema de pagamento de propina envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.
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