da Agência Folha, em Porto Alegre - 26/10/2009
Um dos focos de resistência à aliança nacional PT-PMDB para a disputa da Presidência no ano que vem, o PMDB do Rio Grande do Sul trabalha para ser o principal destino do voto antipetista na sucessão gaúcha. No plano nacional, os peemedebistas do Estado estão mais próximos de José Serra (PSDB) do que de Dilma Rousseff (PT).
Com a governadora Yeda Crusius (PSDB) --que pode disputar a reeleição-- fragilizada por uma crise política, as pesquisas de opinião divulgadas até agora mostram como favorito para a sucessão gaúcha o petista Tarso Genro, seguido por dois pré-candidatos do PMDB: o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e o ex-governador Germano Rigotto.
Além da provável polaridade com o PT na sucessão estadual de 2010, a resistência do PMDB-RS ao pré-acordo com Dilma é alimentada pelo fato de os dois partidos serem antagonistas históricos no Estado.
Nas últimas quatro eleições presidenciais, os peemedebistas gaúchos pediram votos para tucanos --FHC (1994 e 1998), José Serra (2002) e Geraldo Alckmin (2006)-- contra Lula.
"O natural seria repetir no Rio Grande do Sul a aliança nacional, mas a possibilidade é zero se for mantido esse acordo com o PT. Se isso acontecer, estaremos à revelia da decisão nacional", diz o senador Pedro Simon, presidente do PMDB-RS.
Nos bastidores, Serra já sinalizou que está disposto a apoiar o PMDB no RS, rifando Yeda por causa do seu desgaste.
"Os tucanos já disseram que gostariam de apoiar o PMDB se for o Fogaça, mas ainda há uma grande interrogação. A decisão deve passar por ela [Yeda] e pelo PSDB nacional", diz Simon.
Na semana passada, o ex-governador Orestes Quércia (PMDB-SP), um dos operadores serristas mais ativos, telefonou para Fogaça e esteve reunido com Rigotto em São Paulo. Quércia reclamou do pré-acordo fechado pela cúpula nacional do partido com Lula e tratou da possibilidade de o PMDB gaúcho ser o palanque de Serra no Estado.
PT e PMDB já antecipam os lances da disputa pela sucessão do Rio Grande do Sul na Assembleia Legislativa. Na oposição, os petistas miram em Yeda para acertar também no PMDB, principal fiador da governabilidade da tucana. Foi assim no processo de impeachment contra ela, arquivado na semana passada.
Embora fossem remotas as chances de afastar a governadora, que tem maioria na Assembleia, petistas apostaram na continuidade do processo para obrigar aliados, em especial o PMDB, a se comprometerem publicamente com a operação de salvamento de Yeda.
"Aqui não tem como ter aliança com o PMDB, que sempre navegou na nau neoliberal e sustenta esse governo que envergonha o Estado. Será uma extensão do palanque do Serra. O melhor para Dilma aqui é o nosso palanque", afirma o ex-governador Olívio Dutra, presidente do PT-RS.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u643230.shtml
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