28 de out. de 2009

Apoio do PP à pré-candidatura de Dilma amplia entrave para acordo PT-PMDB nos Estados

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília - 28/10/2009

O encontro da pré-candidata petista à sucessão presidencial de 2010, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), com o PP, na noite desta quarta-feira, deve aumentar os entraves estaduais que a aliança PT-PMDB vai ter que enfrentar para garantir palanque na disputa.

Lideranças do PP já mapearam os diretórios regionais e encontraram dificuldades em vários Estados, como Santa Cataria, Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo e Alagoas. Os progressistas esperam o recuo de petistas e peemedebistas em candidaturas ao Senado e aos Executivos estaduais.

Um problema é uma possível candidatura governador Alcides Rodrigues (PP-GO) ao Senado --que ainda não se manifestou sobre apoio ou não ao senador Marconi Perillo (PSDB), que vai disputar sua sucessão. Tradicionalmente, o PT apoia Iris Rezende em Goiás.

Em Goiás, a situação pode ficar ainda mais delicada dependendo do caminho político que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (PMDB) escolher.Uma de suas opções também é disputar uma vaga de senador.

O PP também quer o apoio para a campanha do vice-líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR) ao Senado e terá que administrar a tradicional rivalidade dos progressistas com petistas em Santa Catarina.

Apesar da radiografia, os líderes do PP sustentam que no jantar de hoje não vai haver cobranças. "Você não casa no primeiro encontro. Estamos prontos para uma conversa. Em política, parece que as pessoas estão esquecendo que é preciso escutar, se posicionar e só depois tomar uma decisão", disse o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ).

Dornelles reconhece que os problemas regionais podem dificultar uma decisão do partido. Segundo o senador, dos 27 diretórios, se a decisão tivesse que sair hoje, 18 defenderiam uma aliança com o PT. "O partido tem uma grande admiração pela ministra Dilma, mas isso ainda é muito cedo e essas questões regionais terão um impacto muito grande na definição do campo majoritário", disse.

Com o racha no PP, lideranças acreditam que a tendência do partido será liberar os seus filiados para apoiarem, ou não, a candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto --sem uma posição oficial da legenda.

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), minimizou possíveis entraves com o PP. "Nós estamos formando um mosaico que só vai ter uma definição em 2010. Essas questões são todas conversáveis, mas o PT também sabe que não será possível chegar a unanimidade em todos os Estados", afirmou.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u644612.shtml

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