29 de out. de 2009

Ciro diz que se considera pré-candidato a presidente mais vulnerável

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília - 29/10/2009

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse nesta quinta-feira que se considera o pré-candidato mais "vulnerável" na disputa ao Palácio do Planalto porque não tem a máquina pública para dar sustentação para sua campanha. Ciro, no entanto, saiu em defesa das viagens da pré-candidata do PT, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ciro afirmou que a oposição não tem argumento para chamar de campanha antecipada as viagens da ministra porque os presidenciáveis tucanos, os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), também podem aproveitar eventos públicos para ampliar a visibilidade.

"Os candidatos citados da oposição são governadores de Estado. O Serra, com aquela simpatia que lhe parece peculiar, permanece permanentemente não só em São Paulo inaugurando obras, mas em Natal, em Goiânia. Por que não se faz o mínimo de coerência nessa questão? Essa semana ele [Serra] estava lançando o cartão não sei das quantas dizendo que era legítimo que os governantes sejam reconhecidos por suas realizações. Claro que o mais vulnerável [na disputa] sou eu porque não tenho estrutura nem do governo federal nem do governo de Estado sustentando minha caminhada", afirmou.

Segundo Ciro, não há impedimentos legais para a ministra participar de eventos públicos. "[As críticas da oposição] Isso não tem pertinência nem a mínima coerência. A ministra Dilma está acompanhando o presidente Lula em supervisão de obras na posição que ela se encontra de ministra chefe da Casa Civil. Não há restrição legal nem ética ao exercício da presença da ministra ao lado do presidente Lula", disse.

Ciro afirmou que essas acusações da oposição são provocadas por uma falta de discurso e de programa para o país. "Essa crítica parte de uma certa oposição que anda perdida não tem o que dizer, o que falar, não eleitoralmente que infelizmente ainda parece que vai ganhar, mais perdida porque não sabe o que dizer", afirmou.

Apesar de defender a concorrente governista, Ciro disse que sua campanha terá diferenças estruturais em relação à da ministra. "A diferença é da identidade política, das companhias, das ideias, das experiências que cada um tem para apresentar como biografia que justifique, que qualifique sua disputa", disse.

Ciro voltou a criticar a pré-aliança entre PT e PMDB para as eleições de 2010. "O PMDB é tão bom e tão ruim quanto qualquer outro partido. O problema é o tipo de doutrina e de hegemonia moral que preside essa relação. E na minha opinião a relação que o PT tem hoje com o PMDB é uma hegemonia moral frouxa e uma doutrina sem perspectiva. Qual o projeto? Estão se reunindo pra fazer o que?", questionou.

Para o deputado, as alianças só deveriam ser fechadas no próximo ano, depois da elaboração dos programas de governo. "Vamos esperar o tempo passar. Eu acho com a experiência que eu tenho que é muito cedo [para fechar alianças]. O passo para aliança partidária deveria ser feito mais na frente porque o cimento que vou estabelecer com possíveis aliados será um programa de governo, uma doutrina para o futuro do país", disse.

Para o deputado, a aproximação de Dilma com outros partidos da base aliada para forma uma ampla aliança não enfraquece sua campanha. Ciro disse que continua defendendo duas candidaturas da base aliada e que acha a proposta do PT de fazer uma campanha plebiscitária, entre governo e oposição.

"A nossa tática é explícita e foi conversada com os companheiros do PT e com o presidente Lula. A nossa ideia é ver como o tempo amadurece nossa percepção do futuro. A primeira impressão que os companheiros do PT têm que o Brasil deveria ter uma espécie de plebiscito com duas candidaturas apenas nós entendemos que isso e um erro de avaliação e acertamos que cada um vai trabalhar a seu estilo e cumprindo sua estratégia fundamental para discutir um projeto nacional de desenvolvimento", afirmou Ciro, que hoje ministrou palestra a militantes do PSB em Brasília sobre o Brasil após o governo Lula.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u645336.shtml

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