MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
Pré-candidata do PT à sucessão presidencial, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) afirmou nesta quarta-feira que o programa eleitoral petista para as eleições de 2010 terá que assegurar a continuidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva --uma espécie de terceiro mandato. A ministra voltou a dizer que ainda não é candidata e que sua campanha ainda depende de uma convenção do partido.
A ministra disse que o programa terá que estabelecer metas avançadas, especialmente nas áreas de habitação, educação, tecnologia, energia como a exploração do pré-sal. A ministra se reúne na noite de hoje com lideranças do PP para discutir uma possível aliança.
"O projeto de continuidade do governo Lula é a questão principal nossa. Obviamente nós todos achamos que dar continuidade ao governo é uma questão estratégica. Dar continuidade e sempre avançar. Eu acho que em várias áreas nós vamos ter isso. A primeira questão é avançar em todos os programas sociais", afirmou.
A ministra disse que tem uma preocupação especial com educação e com a questão habitacional porque o país ainda registra um déficit de seis milhões de moradias --sendo que o governo lançou o programa Minha Casa Minha Vida que prevê a construção de um milhão de moradias para famílias de baixa renda e enfrenta problemas para deslanchar.
"Nós começamos agora com o 'Minha Casa Minha Vida'. Eu entendo que a nossa a base fundamental do governo Lula vê nesse programa uma prévia do que vai ter de ser feito no Brasil porque ainda temos seis milhões de pessoas sem moradia. Outro exemplo é o Pré-sal. Temos que implantar a cadeia de petróleo e gás no Brasil no que se refere à indústria de bens e serviços e fundamental. Para nós, é importante defender uma educação de qualidade junto com uma política que privilegia a inovação. Estamos fazendo isso sistematicamente, mas vamos ter que fazer numa escala cada vez maior", afirmou.
Para Dilma, a política adotada no governo Lula de garantir a transferência de tecnologia em diversos setores precisa ser mantida para garantir desenvolvimento ao país. "Hoje é inadmissível que se negocie qualquer coisa com investidor internacional sem negociar transferência de tecnologia. Fizemos isso com a TV digital, estamos fazendo com o trem de alta velocidade, criamos todo um horizonte em relação às energias renováveis, o etanol. Esse país hoje, ele tem um futuro, porque construímos um presente de estabilidade macroeconômica e inflacionária", disse.
O PT escolheu no começo do mês o grupo responsável por criar o programa de governo do candidato que será lançado na disputa eleitoral. A ideia é que elaboração do programa de campanha não fique restrita aos intelectuais do partido e que envolvam a articulação política para agregar ideias lançadas pelos partidos que derem sustentação a candidatura da ministra, especialmente o PMDB. O coordenador do grupo é o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Os petistas demostram uma preocupação com área ambiental, que deve dar sustentação à campanha da pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC).
Afastamento
A ministra negou que o PT e o Palácio do Planalto estejam discutindo seu afastamento do governo. Nos bastidores lideranças petistas defendem que ela deixe a Casa Civil em fevereiro. Pela lei eleitoral, os ministros precisam deixar os cargos em abril.
"Fica complicado eu fazer essa avaliação. Eu tenho respondido o seguinte: essa é uma questão que não foi posta na ordem do dia. Ninguém pensou nada Não posso me manifestar sobre um assunto que sequer foi tratado", disse.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u644807.shtml
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