28 de out. de 2009

Jarbas classifica de insana decisão do PMDB de apoiar candidatura de Dilma

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Contrário à aliança do PT com o PMDB nas eleições de 2010, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) subiu à tribuna do Senado nesta quarta-feira para classificar de "insana" a decisão da cúpula peemedebista de apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República em 2010. Jarbas disse que, se o PMDB não mudar de ideia em relação ao acordo nacional com o PT, haverá um "confronto político desnecessário" dentro do partido.

"Não aceitarei, de forma alguma, que esse caciquismo lulista do PT seja implantado também dentro do PMDB. Existem hoje três tendências dentro do partido: os que defendem a aliança com o PSDB, os que querem se unir ao PT e os que defendem a candidatura própria. Ou essas diferenças são respeitadas, ou haverá um desnecessário confronto político dentro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro", afirmou.

O senador, que defende o embarque de sua legenda na candidatura do governador José Serra (PSDB-SP) ao Palácio do Planalto, disse que o PT quer transformar o PMDB em um "mero satélite da obsessão" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fazer da ministra Dilma a sua sucessora.

"Admito que a maioria do PMDB hoje apoia o governo. Faço parte de uma minoria. Mas é completamente insana essa iniciativa da cúpula peemedebista de fechar uma aliança em apoio a Dilma sem ouvir as diversas instâncias partidárias, e ainda tem de aceitar a exigência de Lula para tentar enquadrar os Estados que não querem virar um apêndice do PT."

O peemedebista fez duras críticas à viagem realizada por Lula e Dilma à região do Vale do São Francisco, há duas semanas, por considerar que a vistoria às obras de transposição do rio serviram de "palanque" para a pré-candidata do PT à Presidência --no que teve o apoio de senadores da oposição.

"Ele [Lula] é contraditório, porque ao tempo em que diz que inaugura muitas obras, acusa o Tribunal de Contas da União de impedir que o governo faça obras. Na verdade, ele está buscando o culpado para a inoperância do governo. São praticamente sete anos de mandato e, lamentavelmente, poucas obras inauguradas, obras de expressão", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Na defesa de Lula, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o presidente tem a obrigação de vistoriar obras em execução no território nacional. "Não achei demasiado que o presidente tenha reservado dois dias e meio para também olhar uma das obras que ele considera mais importante. Mas vou respeitar o pedido do presidente e vou ficar só neste ponto", afirmou o petista.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u644748.shtml

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