GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília - 19/10/2009
Apesar da pressão do Palácio do Planalto para convencer partidos governistas a oficializar alianças em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto, o PP não dá sinais de que vai atender aos apelos de integrantes do governo em curto prazo. Às vésperas do PP se reunir com a Dilma para discutir alianças, integrantes da legenda admitem o racha da bancada --apesar de Dilma ter a simpatia de grande parte do partido.
Antes de decidir se vai integrar oficialmente a chapa de Dilma, o PP quer solucionar impasses regionais provocados pela eventual aliança com o PT em nível nacional. O PP enfrenta problemas em vários Estados para se coligar com o PT -- por isso integrantes do partido trabalham para adiar a decisão.
"A bancada está dividida por questões regionais e isso vai pesar na posição final do partido. No meu caso mesmo, há uma composição com o PT [na Bahia]. Então seria natural essa ligação, mas em outros casos não. Agora, como não vamos fazer parte da chapa majoritária não temos que fechar questão", disse o líder do PP na Câmara, deputado Mário Negromonte (BA).
Com o "racha" no PP, o líder acredita que a tendência do partido será liberar os seus filiados para apoiarem, ou não, a candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto --sem uma posição oficial da legenda. "O que vejo é que a tendência do partido é liberar até mesmo por essas questões regionais", afirmou Negromonte.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), minimizou hoje o impasse nas negociações com o PP. Berzoini disse no twitter que a maioria do PP apoia a pré-candidatura da ministra à Presidência. "O presidente nacional do PP, senador Dornelles (RJ) disse que dos 27 diretórios regionais, vinte deles apoiam a candidatura da Dilma", disse Berzoini no Twitter --ele integra o grupo de trabalho que cuidará da campanha de Dilma.
Dilma deve se reunir com a bancada do PP no próximo dia 27 para tratar de aliança. A ministra já teve conversas desse tipo com representantes do PMDB, do PDT, do PC do B, do PR e do PRB.
De todos os aliados, recebeu o claro sinal de que deve contar com o apoio dos partidos em sua chapa oficial ao Palácio do Planalto. O governo busca apoio para aumentar o tempo do programa eleitoral da petista na TV, assim como ampliar o leque de alianças nos mais diversos Estados.
Oposição
Além do problemas regionais, o PP também enfrenta resistências dentro da legenda sobre um eventual acordo com a oposição. Integrantes do partido são favoráveis à candidatura do tucano Aécio Neves (MG) para a Presidência da República, por isso defendem que o partido espere uma definição do PSDB sobre o candidato que vai disputar o cargo.
Como os tucanos ainda não decidiram se vão lançar Aécio ou o governador José Serra (PSDB-SP) na corrida ao Palácio do Planalto, o impasse também se transfere ao PP.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u640131.shtml
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