21 de out. de 2009

PMDB reivindica lugar na coordenação de campanha de Dilma após acordo com PT

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília - 21/10/2009

Depois do PMDB selar na noite desta quarta-feira o acordo com o PT para apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República, a cúpula peemedebista vai reivindicar espaço dentro do núcleo de campanha da petista na corrida ao Palácio do Planalto.
O presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), disse hoje que o partido quer ser o "ator principal" na campanha da ministra, e não apenas um "figurante" nas discussões programáticas em 2010.

"Espero que o PMDB possa formalizar uma aliança, participar da formulação programática da campanha. Que não seja um mero figurante, mas um ator principal. O PMDB é um partido forte, significativo, que quer participar como ator principal", afirmou.

Cotado para disputar a vice-presidência da República na chapa de Dilma, Temer deixou clara a disposição de reivindicar espaço na campanha. Mas desconversou quando questionado sobre a possibilidade de integrar a chapa da petista. "O que definimos é que a vice seria do PMDB, mas não tem nome. Vice é circunstância política."

O PMDB indicou o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e a presidente interina da legenda, Iris de Araújo (GO) para integrar o núcleo de campanha de Dilma. A cúpula do peemedebista também pretende indicar novos membros para o núcleo de campanha, com a participação direta de Temer nas discussões políticas.
Apesar do acordo com o PT, Temer reconheceu que há impasses dentro da legenda que impedem a união do PMDB em torno da candidatura de Dilma. A Folha Online apurou que a disposição da ala governista do PMDB é realizar costuras políticas nos Estados onde há entraves para a aliança do PT com o PMDB.

Além dos impasses regionais em Estados onde o PMDB tem dificuldades de se coligar com o PT, o núcleo da campanha peemedebista também vai trabalhar para convencer dissidentes a apoiarem a candidatura de Dilma. Liderados pelo ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, parte do PMDB defende que o partido apoie a candidatura do governador José Serra (PSDB-SP) ao Palácio do Planalto,
Mesmo com a pressão pró-Dilma. Temer sinalizou que o PMDB deve liberar os filiados para a realização de composições regionais de acordo com a diferenças políticas encontradas em cada Estado. "Vamos tentar superar impasses, especialmente nos Estados. Temos um longo percurso pela frente. Onde não houver solução, iremos respeitas as diversidades locais", afirmou Temer.

Carta
Ao lado do ex-ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), a cúpula do PMDB fechou nesta quarta-feira o texto que será divulgado junto com lideranças do PT para o anúncio oficial do acordo entre os dois partidos para a disputa eleitoral de 2010.

Temer recebeu Araújo e o ex-ministro para um café da manhã. No documento, PT e PMDB vão formalizar os compromissos e plataformas políticas para que as duas siglas estejam juntas em 2010. A nota oficial sobre a parceira eleitoral deve ser divulgada no início da tarde de hoje. A união das legendas foi formalizada na noite de ontem, durante jantar no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a presença da cúpula dos dois partidos.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u641076.shtml

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