22 de out. de 2009

Efeito colateral da aliança entre PT e PMDB

Em nome do acordo selado na terça-feira com o PMDB, alguns petistas terão de rever as metas para o pleito de 2010

Correio Braziliense - Tiago Pariz -  22/10/2009

Depois de selar o noivado com o PMDB, o PT vai para o altar de sacrifícios com os escolhidos como oferenda à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Tudo para garantir que nada saia errado na aliança e estados importantes fiquem alinhados com o objetivo do presidente Lula de fazer a sucessora.

A mira petista está voltada para o prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias, que sonha se lançar ao governo do Rio de Janeiro. Ele será convidado gentilmente a retirar o “cavalo da chuva” e apoiar o governador peemedebista Sérgio Cabral. O estado é considerado fundamental na hora da Convenção Nacional do PMDB, marcada para o ano que vem.

Outro que está com os dias contados é o ex-governador do Mato Grosso do Sul Zeca do PT, que será instado a apoiar o adversário (quase inimigo político) André Puccinelli (PMDB), atual mandatário do estado. O esforço é aproveitar o momento de crescimento da candidatura da ministra para não jogá-lo no colo dos tucanos.

No jantar que formalizou a intenção do PMDB de ser o vice da candidata petista na corrida de 2010, o único estado que foi levantado com preocupação foi o Rio Grande do Sul. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, ponderou que dificilmente seus correligionários gaúchos trabalharão pela candidatura da ministra Dilma. Ele citou os exemplos do senador Pedro Simon, do deputado Eliseu Padilha e do ex-governador Germano Rigotto. “Lá não adianta, teremos dois palanques”, sentenciou um deputado petista que participou do encontro da noite de terça-feira.

Serra
Se jogaram a toalha no Rio Grande do Sul, estão considerando como resolvida a questão em Minas Gerais e duvidam que o PSDB consiga abocanhar o apoio do ministro das Comunicações, Hélio Costa, mesmo se escolherem o governador de Minas, Aécio Neves, como candidato ao Palácio do Planalto.

Na lista de sacrifícios também há articulações para isolar o governador de São Paulo, José Serra, o outro pré-candidato tucano. Dentro do PT, há uma ala que defende que o partido abra mão da segunda vaga de candidato ao Senado pelo Ceará e deixe que o governador Cid Gomes opte pelo senador Tasso Jereissati (PSDB). Na eleição de 2002, Tasso virou desafeto de Serra e apoiou Ciro Gomes ao Palácio do Planalto. Os petistas contariam com a mesma boa vontade do tucano. A primeira vaga de senador na chapa governista cearense já está praticamente garantida ao deputado Eunício Oliveira (PT-CE).

"Lá não adianta, teremos mesmo dois palanques"
De um deputado petista, sobre a dificuldade de estabelecer a aliança entre PMDB e PT no Rio Grande doSul

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/10/22/politica,i=149970/EFEITO+COLATERAL+DA+ALIANCA+ENTRE+PT+E+PMDB.shtml

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