Presidente da legenda, Rodrigo Maia compra briga com o cacique Jorge Bornhausen pelo direito de comandar negociação com tucanos
Tiago Pariz
Correio Braziliense - 20/10/2009 09:02
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), está numa disputa interna com o ex-senador e ex-chefe da sigla Jorge Bornhausen (SC) pelo direito de representar os democratas nas conversas com o PSDB sobre a eleição presidencial. Maia passou a minar o cacique por se sentir escanteado e sem voz na mesa na negociação. Primeiro, foi porta-voz da maior insatisfação dos integrantes da legenda sobre o relacionamento com os tucanos, colocando tensão extra na aliança nacional. Depois, saiu em defesa da candidatura do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, como um político mais agregador do que o paulista José Serra, nome preferido por Bornhausen.
Apesar de ser o presidente da legenda, Maia tem se queixado da maneira como Bornhausen tomou a frente das negociações. Em um encontro em São Paulo, o dirigente sequer foi relacionado para uma conversa com Serra, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), e Bornhausen. Maia ganhou um aliado importante nesse braço de ferro com Bornhausen: o líder da legenda no Senado, José Agripino Maia (RN), que entrou para a ala jovem do partido. Foi graças ao apoio de Agripino, por exemplo, que a atual direção conseguiu prorrogar por um ano o mandato que terminaria em pleno processo eleitoral.
Na reunião da Executiva Nacional da semana passada, foi Maia quem levantou a insatisfação contra o excesso de zelo dos tucanos em escolher quem disputará a Presidência da República. Bateu duro na questão, fez um discurso bastante pessimista e disse ser inadmissível a oposição ser derrotada no ano que vem. Para ele, é inaceitável ficar à mercê do que chamou de antecipação de campanha promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em torno de sua candidata, a ministra Dilma Rousseff. Mas ponderou que não caberá ao DEM participar da escolha do nome do PSDB.
Pressa
Mesmo sabendo que só cabe ao partido palpitar, disse que seria melhor que os tucanos escolhessem Aécio por entender que só ele poderia desidratar os apoios de Dilma. Seus aliados entenderam que a defesa era um recado direto a Bornhausen e a José Serra. Há também uma questão regional nas cobranças em cima do PSDB. Aliados de Rodrigo Maia entenderam que no Rio de Janeiro o PSDB tem articulado para enfraquecer o ex-prefeito Cesar Maia ao levantar a possibilidade de ele sair candidato ao Senado.
Apesar desse momento de tensão, ala jovem versus antigos pefelistas, eles estão unidos em um único coro. Todos dizem que não importa quem será o escolhido, Serra ou Aécio, o importante é antecipar o processo de decisão e definir já o concorrente. “O DEM com certeza não será responsável pela escolha do candidato do PSDB, mas isso não nos impede de dar palpite e explicitar a nossa vontade. Há um entendimento nos estados de que seria necessário já ter um candidato como interlocutor e não só os presidentes”, disse o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC).
Ele negou que a manifestação dos interesses tenha causado um racha na legenda. “Não tem briga, estamos dando vazão às nossas agonias.” O DEM está preocupado também porque a demora tem causado problemas para firmar alianças nos estados, entre eles Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, como mostrou o Correio. O secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo Castro (MG), classificou de normais as reclamações do DEM e disse que na definição do candidato vai pesar o que interessa mais: o percentual nas pesquisas de intenção de votos, nesse caso a balança tende a Serra, ou a capacidade de agregar outras forças políticas além de DEM e PPS, nesse caso, Aécio.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebe hoje em jantar os senadores Sérgio Guerra e Tasso Jereissati (CE) para tentar encontrar uma solução ao impasse da candidatura.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/10/20/politica,i=149400/DEMOCRATAS+EM+PE+DE+GUERRA+POR+NEGOCIACAO+PARA+ELEICOES+DE+2010.shtml
20 de out. de 2009
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Esses Canalhas já sugaram e fizeram um mau terrível ao Brasil por muitos anos, agora brigam entre si pela maior fatia. Qualquer decisão não irão a lugar algum.
ResponderExcluirQuando começa a faltar o pão (voto) em casa todos brigam e ninguém tem razão. A oposição não sabe fazer oposição chamar Lina de volta é encher linguiça com vento.
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