Tucanos tentam mudar novamente o rumo da campanha

Correio do Brasil

Depois do baque com a pesquisa do Datafolha mostrando a distância entre Dilma Rousseff e José Serra em 17 pontos percentuais, a campanha do tucano vai mudar de rumo e agora pretende ‘colar’ mais em aliados populares nos Estados na tentativa de alavancar a candidatura do ex-governador paulista. A decisão de priorizar a disputa em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná, no entanto, tem provocado uma série de críticas dos aliados que enfrentam eleições duras ou que aceitaram entrar na disputa eleitoral apenas para oferecer um palanque ao tucano. Ainda assim, nesta quarta-feira, o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves vai gravar para o programa eleitoral do presidenciável. Outros correligionários devem fazer o mesmo.

A principal queixa dos aliados é exatamente a falta de recursos. A queda de Serra nas pesquisas tem secado as contribuições para a campanha e a primeira remessa de material chegou ao Norte e ao Nordeste somente no último final de semana. No Nordeste, mais precisamente em Pernambuco, onde o PSDB abandonou Jarbas Vasconcelos (PMDB), a organização da campanha tucana tem problemas a solucionar. Jarbas é um dos candidatos que aceitou concorrer para ajudar Serra no Estado natal de Lula.

– Tive problemas com o PSDB. De 17 prefeitos, 14 apoiam o governador (Eduardo Campos, do PSB). Aqui eles (tucanos) só têm criado dificuldade – reclama Vasconcelos.

Em Santa Catarina, onde Serra se mantém à frente nas pesquisas, o vice de Raimundo Colombo (DEM) na chapa ao governo do Estado, Eduardo Moreira Pinho (PMDB), é outro que protesta contra a organização da campanha tucana. Ele disse em sua página, no Twitter, que “estão provocando demais nossa paciência. Se Serra despencar também em Santa Catarina, será tarde”.

Até o vice de Serra, o deputado do DEM Índio da Costa, protesta contra a falta de apoio à campanha em seu Estado natal, o Rio de Janeiro. Com ele concorda o candidato a senador, Antero Paes de Barros (MT), para quem é preciso ampliar o volume de recursos na campanha e atender ao Rio e à Bahia.

Para o candidato capixaba ao governo do Estado, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), “a prioridade é o Espírito Santo”. As reclamações prosseguem no Pará, que não recebeu material de campanha suficiente para animar o candidato ao Senado, Flexa Ribeiro (PSDB). Houve reclamação também no vizinho Tocantins, onde Siqueira Campos (PSDB) está em empate técnico com Carlos Gaguim (PMDB).

No Mato Grosso do Sul, o líder na corrida pela reeleição, André Puccinelli (PMDB), aproveitou a presença no Estado da candidata petista, Dilma Rousseff, para lhe oferecer apoio na campanha. Ele estava com Serra até perceber que sua campanha não era prioritária para a direção tucana.

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