24 de ago. de 2010

Índio não têm conseguido o efeito esperado pelo marketing do PSDB

Correio Braziliense -Ivan Iunes


O candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), deputado federal Índio da Costa (DEM-RJ), acusou a petista Dilma Rousseff de querer implantar uma nova ditadura no país. Responsável por boa parte do tom conservador dentro da aliança entre tucanos e democratas, ele já havia ganhado os holofotes ao levantar a suposta associação do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs). Ontem, o candidato direcionou as críticas para o primeiro programa de governo de Dilma, que, segundo ele, sugeria o controle da mídia. “Ela diz que lutou contra a ditadura. O que ela está oferecendo para o Brasil é uma nova ditadura. Mais complexa do que aquela (porque) é por dentro, aprovada pelo Congresso Nacional”, afirmou Índio em entrevista ao portal IG.

Desde o início da campanha, a principal tarefa de Índio tem sido tentar angariar votos no Rio de Janeiro, estado em que Serra não tem palanque ao governo. Ao mesmo tempo, ele tem ficado responsável pelo tom mais agressivo nas críticas aos adversários. O balanço da participação do candidato no pleito, contudo, mostra que nas duas posições a atuação de Índio não tem surtido os efeitos desejados pelo marketing tucano. A presença do deputado no estado fluminense não conseguiu compensar as dificuldades políticas da aliança PSDB-DEM na região. Na última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, Serra aparece com 25% das intenções de voto, contra 41% de Dilma Rousseff (PT).

Vários políticos do DEM acreditam que os números poderiam ser um pouco menores se o protagonismo de Índio fosse maior — desde o início da propaganda eleitoral, ele mal apareceu nos programas de José Serra. “Vice não é candidato, não podemos querer protagonismo. Ele e Serra estão mais próximos do que imaginávamos, até surpreende. Especialmente pelo perfil do Serra, que não é de ter muitos amigos”, pondera o presidente do DEM, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ). Sem muito espaço dentro da campanha nacional, os últimos destinos de Índio mostraram que o deputado vem privilegiando candidaturas regionais do próprio partido. Até aqui, ele dedicou tempo a três estados em que a legenda concentra esforços, mas Serra não faz feio nos números.

A versão oficial é de que a agenda intensa serviria para Índio representar o tucano e tentar aumentar a capilaridade da campanha, mas as últimas viagens foram direcionadas a estados em que o DEM tenta eleger nomes-chaves do partido. Em 10 dias, Índio viajou para Florianópolis, João Pessoa e Curitiba, locais em que o binóculo dos democratas aponta com atenção, mas onde Serra não enfrenta dificuldades. Com exceção da Paraíba, o tucano tem bons índices em Santa Catarina e especialmente no Paraná, exatamente os três locais visitados por Índio.


Cortesia
O principal reforço dado por Índio se deu na candidatura do senador Raimundo Colombo (DEM-SC), que tenta virar o jogo contra Ângela Amin (PP-SC). A agenda também foi vista como cortesia ao presidente de honra do partido, Jorge Bornhausen, que não cogita ver o partido manter-se longe do poder no estado. Na Paraíba, a legenda tenta a reeleição do senador Efraim Moraes (DEM-PB), envolvido em uma série de denúncias de contratações de funcionários fantasmas. A visita a Curitiba teve como motivação um reforço para a reeleição do deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR).

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/08/24/noticia_eleicoes2010,i=209427/INDIO+NAO+TEM+CONSEGUIDO+O+EFEITO+ESPERADO+PELO+MARKETING+DO+PSDB.shtml

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