Folha
ANA FLOR
DE SÃO PAULO
Com o crescimento de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de intenção de voto à Presidência, a coordenação da campanha petista decidiu reduzir as aparições públicas da candidata para blindá-la de imprevistos.
A partir deste fim de semana, a agenda da candidata deverá ser menos intensa. Dilma irá manter um compromisso diário para garantir a aparição nos programas de TV e focar nas gravações do programa eleitoral.
Até mesmo nas viagens pelo país ela deverá reduzir o número de eventos e aumentar as gravações --evitando assim situações de desgaste.
A estratégia, definida antes mesmo da pesquisa Datafolha divulgada ontem --que dá à petista uma dianteira de 20 pontos em relação ao principal adversário, o tucano José Serra--, devia começar já nesta semana.
Chocou-se, entretanto, com a decisão autônoma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de intensificar sua participação em comícios em prol de aliados estaduais. Desde segunda, ele esteve em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia.
Mesmo aconselhada por assessores a não ir a todos os eventos de campanha de Lula, Dilma optou por acompanhar as agendas de seu principal cabo eleitoral.
A decisão de blindar a candidata e evitar desgastes desnecessários reflete a visão da coordenação da campanha de que a petista vive um bom momento na disputa.
Uma "retirada estratégica" evitaria possíveis percalços e declarações desastradas.
Também é consenso no bunker de Dilma os bons resultados dos programas de TV. Por isso, o foco nas gravações ajudaria a mostrar a candidata com uma aparência mais descansada na TV e com as cordas vocais recuperadas de comícios.
A voz de Dilma já foi motivo para adiar gravações de TV na última semana, quando ela deixou o evento com o presidente em Mauá, no sábado, rouca.
"Não se pode esconder o cansaço na TV", afirma o coordenador de Comunicação da campanha, deputado Rui Falcão.
DEBATES
Apesar da decisão de desacelerar as aparições, a campanha afirma que Dilma irá aos três debates ainda previstos desde o início da disputa -Rede TV!/Folha, Record e TV Globo. Ela não deve participar do debate da CNBB.
Além do desejo de Dilma de participar dos eventos com Lula --pelo menos dois estão programados para a próxima semana--, outro percalço para a estratégia de blindar a petista é o afã crescente dos aliados regionais em levar a candidata líder nas pesquisas a eventos nos Estados.
A pressão dos candidatos aos governos estaduais sobre a agenda de Dilma é proporcional ao crescimento dela nas pesquisas. Além do Sul, a petista deve passar nas próximas duas semanas pelo Nordeste e fazer sua primeira viagem ao Norte do país.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/789770-campanha-decide-reduzir-aparicoes-publicas-de-dilma.shtml
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