Ex-governador e presidente do partido no Estado diz que fica com Serra ou Aécio e não dá palanque à petista
Andréia Sadi, do R7
O PMDB de São Paulo não quer nem ouvir falar em dar palanque para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT à Presidencia no ano que vem. Quem comanda esse movimento é o presidente do partido no Estado, Orestes Quércia, indo na contramão do PMDB nacional - que já selou aliança com a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve indicar o vice na chapa da ministra.
Quércia é apenas um exemplo de resistência que o PMDB enfrenta em alguns Estados, contrários ao acordo com o PT. O próprio Lula já admitiu que, na falta de consenso entre PT e PMDB, Dilma deve subir em mais de um palanque nas regiões.
Em entrevista ao R7, o ex-governador de São Paulo - que agora quer disputar uma vaga no Senado - disse que está fechado com os presidenciáveis tucanos José Serra (governador de São Paulo) ou Aécio Neves (governador de Minas) desde que o PMDB não lance candidatura própria, como foi cogitado em encontro recente no Paraná de Roberto Requião, governador daquele Estado. Mas apoiar a petista está fora de cogitação.
- De jeito nenhum.
Confira os principais trechos da entrevista:
R7: Já está em campanha para o Senado?
Mais ou menos. Vamos ver, né?
R7: O que falta, dentro do PMDB, para definir o nome?
Falta uma definição de Serra como candidato a presidente, o candidato do PSDB para governador que é o Aloysio (Nunes, chefe da Casa Civil de Serra) ou o Alckmin (Geraldo, ex-governador de São Paulo) e aí vamos compor a chapa com eventual candidatura minha e mais um senador do PSDB. Isso vai ser em março.
R7: Quem vai ser o outro?
Não sei ainda.
R7: E o encontro do PMDB no Paraná? Não é contraditório defender Serra e apoiar a novidade Requião para a Presidência?
Na verdade, estive no Paraná e a proposta da reunião era uma proposta do PMDB, não era lançamento de candidatura. Mas eu sempre disse que se o PMDB tiver candidato, eu vou apoiar o PMDB. Eu acho muito difícil que isso venha a acontecer, a despeito da liderança importante de Requião, é difícil. Mas na convenção do partido, eu vou apoiar o Requião se ele for o candidato até lá.
R7: E vai dizer o que para o Serra?
Se ele for o candidato do partido (Requião), eu vou procurar o José Serra e dizer: ‘Olha Serra, eu tenho que sair do seu comando e ajudar o PMDB’. Eu acho que isso não vai acontecer, eu continuo apoiando o José Serra até a hora em que houver uma definição do PMDB. Se houver candidatura, eu apoio o PMDB.
R7: E se tiver Aécio em vez de Serra?
Também, vale a mesma coisa. Com a mesma boa vontade que eu apoio o José Serra eu apoio o Aécio. Já disse isso a ele, apoiaria o Aécio se ele for o candidato do PSDB.
R7: Mas apoiar a Dilma em São Paulo?
De forma nenhuma.
R7: Mas por quê?
Porque eu acredito que é ruim para o país a continuidade do governo do PT. Não é bom para o país, é um governo que deixa muito a desejar, as coisas foram bem porque o Brasil vai indo bem na sua economia, mas aquilo que o PT deveria fazer no governo não fez.
R7: Por exemplo?
As reformas, todas elas, previdenciária, econômica e as obras fundamentais de infraestrutura, o PT não tem competência para fazer. As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não atingiram nem 10%, obras que já têm verbas definidas, projetos e o governo não sabe realizar obras. Governo que precisa ser substituído por uma figura importante como a de José Serra que vai governando o Estado muito bem.
R7: Então o PMDB de São Paulo está liberado para apoiar quem quiser em 2010, sem pressão?
Bom, pela lei o PMDB de São Paulo tem liberdade para apoiar, se o PMDB não tiver candidato à Presidência da República, podemos de qualquer forma fazer uma aliança com o PSDB que é nosso propósito. Já temos uma aliança com o Kassb, DEM e com o PSDB em São Paulo e queremos continuar com essa proposta.
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/quercia-diz-que-pmdb-de-sao-paulo-nao-apoia-dilma-de-jeito-nenhum-em-2010-20091201.html
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