2 de dez. de 2009

Berzoini defende campanha de alto nível e diz que PT não irá explorar mensalão do DEM

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O PT promete realizar uma campanha eleitoral em 2010 de "alto nível", sem politizar o episódio do "mensalão do DEM", que envolve a suposta participação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), em esquema de pagamento de propina a integrantes da base aliada na Câmara Legislativa do DF.

O presidente do partido, Ricardo Berzoini (PT-SP), disse nesta quarta-feira que o PT não vai agir como "oportunista" para atacar a oposição no episódio do mensalão no DF.

"Eu não vejo esse episódio com vínculo nacional. O PT deve seguir o seu rumo falando de investimentos, crescimento econômico, desenvolvimento do país. Não deve agir como oportunista em situação como essa", afirmou o petista à Folha Online.

Alguns integrantes do PT, porém, acreditam que o episódio envolvendo Arruda vai sim trazer danos ao candidato da oposição em 2010. Como o DEM é o principal aliado do PSDB em nível nacional, muitos petistas afirmam que as denúncias no Distrito Federal vão respingar no candidato tucano ao Palácio do Planalto.

Em um comentário postado no Twitter, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse acreditar que as denúncias contra Arruda vão beneficiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). "Depois de andar pelo MS e me deparar com os últimos acontecimentos em Brasília, constato que o PT fica mais perto da taça em 2010", disse Delcídio.

Berzoini afirmou que o PT no Distrito Federal vai cobrar responsabilidades de Arruda, mas prometeu manter o "nível" da campanha de 2010. "Vamos cobrar responsabilidades, as imagens são fortes. Mas o PT não fará em 2010 uma campanha de baixo nível", afirmou.

Nos bastidores, petistas afirmam que o partido não pretende usar o episódio do mensalão do DEM na campanha presidencial de 2010 para que o partido também não seja atacado pela oposição no episódio do mensalão de 2006 --que resultou no afastamento da cúpula do PT. Seria uma espécie de "acordo informal" para evitar que o assunto desgaste a candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto.

Debandada

Ontem, o PSDB decidiu deixar o governo Arruda para evitar arranhões à imagem nacional do partido. Os tucanos, porém, não estabeleceram punições ao secretário de Obras do DF, Márcio Machado (PSDB), acusado de participação no esquema do mensalão do DEM.

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que os tucanos que não deixarem o governo do DF serão expulsos do partido. "Os que não saírem do governo não serão mais do PSDB. Os que saírem do governo e tiverem processos vão ser submetidos ao Conselho de Ética do partido", afirmou.

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), minimizou nesta terça-feira a decisão do PSDB. Maia disse que a saída dos tucanos não coloca em risco a aliança DEM-PSDB para as eleições presidenciais de 2010, mas alfinetou os tucanos ao afirmar que a governadora Yeda Crusius (PSDB) também enfrenta uma grave crise no Rio Grande do Sul --o que poderia impedir o PSDB de ter candidato à Presidência da República se a mesma avaliação for aplicada à crise no DEM.

"Não entendo porque algumas pessoas misturam temas. Não estamos tratando da eleição. Se crises como essas fossem impeditivas, talvez o PSDB não pudesse ter candidato à Presidência da República", disse Maia.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u660605.shtml

Um comentário:

  1. Samir07:08

    é claro que não, pois caso contrario a oposição tb vai explorar o mensalão do PT

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