29 de nov. de 2009

Requião tenta viabilizar candidatura à Presidência pelo PMDB

Terra

A ala do PMDB favorável à candidatura própria do partido à Presidência da República em 2010 não desanima com a pouca recepção da iniciativa entre os parlamentares da legenda e prepara um ato público no Senado, na próxima terça-feira, para lançar o nome do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), para a disputa ao Palácio do Planalto.

Na tentativa de mostrar à cúpula que parte da legenda defende a candidatura própria, o grupo pró-Requião pretende exigir a realização de convenção nacional do PMDB no início de 2010 para decidir os rumos do partidos na corrida presidencial dentro das fileiras peemedebistas.

O comando do PMDB firmou um pré-acordo com o PT para que o partido apoie a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O grupo de Requião, porém, tenta conquistar apoio dentro da legenda para forçar o PMDB a lançar candidatura própria - embora reconheça que, por enquanto, o grupo governista tem maioria ampla dentro do partido.

"Esse grupo ficou oito anos no poder no governo Fernando Henrique Cardoso e está há oito anos no poder com o Lula. Se depender deles, querem ficar mais oito anos no poder", afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS).

O grupo favorável à candidatura própria fez um ato, na semana passada, para apresentar informalmente o nome de Requião. Segundo Simon, a iniciativa teve o apoio de 14 Estados favoráveis à candidatura própria e a tese de lançar um nome do PMDB na disputa teve o respaldo de 24 congressos estaduais do partido.

"A acusação dentro do PMDB era que ninguém se apresentava como candidato. Agora, temos um nome", afirmou Simon. "Espero ver o Requião aparecer nas pesquisas de intenção de voto. Ele não será um candidato antiLula, mas é importante o partido concorrer."

Atualmente, o PMDB é dividido em três grupos. O primeiro, maioria dentro do partido, é favorável à aliança com Dilma e é liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP).

O segundo, que tem à frente o ex-governador Orestes Quércia (PMDB-SP) e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), defende a aliança com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Requião pretende, agora, consolidar uma terceira ala dentro da legenda em torno da defesa da candidatura própria.

O grupo pró-Serra, por sua vez, aposta na queda de Dilma nas pesquisas de intenção de voto, o que poderia rachar a legenda em 2010 em diversos Estados. O PT e o PMDB enfrentam dificuldades para selar a aliança em algumas localidade, como na Bahia, onde o ministro peemedebista Geddel Vieira (Integração Nacional) quer disputar o governo contra o petista Jaques Wagner, atual governador.

O grupo pró-Dilma, por outro lado, diz ter apoio suficiente dentro do partido para avalizar a chapa com a petista em qualquer instância formal da legenda. Já o grupo favorável à candidatura própria espera que, com a disposição de Requião de disputar o Palácio do Planalto, setores do partido sejam sensibilizados pela oportunidade de ter um correligionário disputando o cargo político mais cobiçado do País.

Diante de problemas estaduais para a consolidação da aliança, PMDB e PT criaram uma comissão integrada por dez petistas e dez peemedebistas para discutir, em encontros periódicos, possíveis soluções para os impasses estaduais à aliança nacional entre as duas legendas.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4126747-EI7896,00-Requiao+tenta+viabilizar+candidatura+a+Presidencia+pelo+PMDB.html

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